Depois de conversarem um pouco, Bianca perguntou:

— E o brinco, dá para consertar?

Giulia respondeu:

— Minha sogra já mandou alguém levar o brinco até a Joalheria do Brilho. Acredito que sim, deve ter conserto.

— Sendo algo tão precioso, talvez o melhor seja deixar guardado em casa. Usar uma joia dessas em público sempre traz riscos. — Disse Bianca, que percebeu o quanto aquele brinco significava para ela, já que Giulia havia se arriscado tanto por ele.

— Eu não costumo usá-lo. — Respondeu Giulia com um sorriso, embora seus olhos já estivessem marejados. — Mas ontem, eu estava levando o Reinaldo para a escola pela primeira vez, então resolvi colocá-lo. Era como se ele estivesse comigo, levando nosso filho juntos.

Sua voz tremeu quase imperceptivelmente.

Ela continuou:

— Era uma das coisas que escrevemos juntos, quando nos casamos… Coisas que queríamos fazer nesta vida. Eu sei que é uma forma de enganar a mim mesma, mas às vezes, se a gente não se engana assim, fica difícil continuar vi