NatáliaEstamos fazendo o caminho praticamente em silêncio. Luke está calado ao meu lado. Ele não me olha para mim como olhava antes no carro, daquele jeito que me constrange. Seus pensamentos parecem longes.O que é tudo isso? O que ele tanto pensa? Por que ele não consegue ficar feliz por mim?Por que estou vendo um lado dele que não gosto a de um homem egoísta? Estou fazendo sombra para ele? Afinal, ele sempre foi o centro das atenções!Chegamos ao centro de convenções. O motorista desce do carro. Abre a porta. Eu desço primeiro.Flashes brilham na minha direção. Luke desce depois e novamente somos alvejados pelo brilho das lentes. Ele me toca nas costas me conduzindo para dentro, eu me arrepio sempre quando ele faz isso, sempre tenho o mesmo arrepio quando ele me toca. O cheiro dele é único, sua presença me acalma. Acho que por ele ter a constituição forte, marcante, exalando sempre uma energia poderosa. Quando estou ao lado dele sinto como se nada de ruim pudesse me acontecer.
—Assim seja! —Duque diz erguendo sua taça bem no alto e a bebe com um sorriso.Então todos levantaram suas taças brindando. Aos poucos o círculo vai se desmanchando e as pessoas se dispersando.Graças a Deus! É bom estar sozinha com ele novamente. Um sorriso de canto de lábios surge na sua boca sexy.—E agora? —Eu pergunto.Ele respira fundo e retira a taça da minha mão e a deposita junto com a sua na mesa. Luke então me envolve com seus braços.—Diga-me você. E agora?Eu respiro fundo, me sentindo a mulher mais feliz do mundo.—Sugiro sentarmos e aproveitarmos a noite. Usufruir da boa comida, da boa companhia um do outro e terminar a noite dançando.Ele captura uma das minhas mãos e olhando para mim a leva aos seus lábios sem se afastar de mim. A intensidade dança em seu rosto extremamente masculino.—Tudo bem, mas eu prefiro estar com você em um quarto fechado.Eu respiro fundo tentando pegar mais ar. O contato da sua mão em minha pele é como fogo indo em direção a um barril de pólv
Dias depois....Hoje é um dia feliz...Ryan Luke Crawford Terceiro conseguiu uma cadeira na Câmera Baixa e ele está me rodopiando no meio da sala. Todos ao nosso redor também estão vibrando com essa notícia. —Consegui! Consegui! —Ele então me coloca no chão.Ele se afasta de mim para cumprimentar sua equipe com entusiasmo. Abraços, beijos e toque nos ombros o felicitando.Kate se aproxima timidamente, por último, e o abraça apertado.—Parabéns. Você conseguiu!Luke diz com um sorriso: —Nós conseguimos Kate! Devo muito a você e toda a sua equipe. — Ele então olha todos. — Quero agradecer o empenho de todos vocês e dizer que todos estão convidados ao meu casamento que será daqui há um mês no Castelo de Cornualha.Risos se espalham e gritinhos de felicidade. Luke vem na minha direção e me abraça apertado e depois beija a minha barriga. Quando ele se levanta eu digo entre suspiros:— Rose está tão feliz com tudo. Nosso casamento, nosso filho. Minha amiga Carly deve estar achando que dei
LukeSete meses se passaram e eu nunca imaginei que eu pudesse ser tão feliz ao lado de alguém como tenho sido com Natália. Como curti sua gravidez. Como vibrei com cada movimento do nosso filho. Cada dia que eu passo ao lado de Natália só confirma que ela é a mulher da minha vida. Aquele vazio que eu tinha foi preenchido. Hoje me sinto quase completo se não fosse pela ausência do meu pai. Ainda sinto a falta do velho. Agora estou no castelo, no quarto do nosso filho recém-nascido abraçado a ela olhando com cara de bobo Edward dormindo no berço.— Ele é tão pequenininho.Natália me beija no rosto exibindo um sorriso.—É, eles são quando nascem.Eu suspiro pensando no nascimento do meu anjinho.—Fui conhecer Catarina quando ela tinha dois meses de idade, acho que por isso estou estranhando.—Sim, amor, é isso mesmo. Mas não se preocupe, eles crescem rapidinho.—E eu não sei? —Eu olho para Natália. Ela parece cansada. —Vem, você precisa descansar. Nosso filho parece um bezerro mamand
Tempo presente, InglaterraNatáliaUrg!Que frio.Entrego o ticket ao funcionário do porto e caminho pela grande embarcação, puxando minha mala de rodinhas. O cheiro salgado do mar e o ranger suave do barco me envolvem, aumentando a sensação de que estou deixando para trás tudo o que conheço.Encontro um lugar próximo à janela e me sento. Mesmo dentro do barco, o frio é cortante. Aperto o casaco ao redor do corpo e inspiro profundamente, preparando-me para a travessia até Cornualha.O sudoeste do Reino Unido é pontilhado por castelos e vilarejos pacatos, lugares que parecem suspensos no tempo. Cada ruína, cada pedra, carrega histórias antigas, como sussurros do passado ainda ecoando pelo presente.O castelo para onde estou indo é parte desse cenário. Considerado uma das seis "Nações Celtas", preserva tradições únicas e um ar de mistério. Ele pertence ao Duque de Cornualha, Ryan Luke Crawford Terceiro. Um homem recluso, mas cuja fama de mulherengo o precede.Não quero ser escolhida pel
Logo que faço a curva, avisto Edward, o mordomo. Ele está conosco há gerações, uma peça fundamental na engrenagem do castelo. Ao lado dele, vejo nosso carro estacionado em frente à entrada principal. O motorista se apressa para abrir a porta. Todos os empregados são peças essenciais para o funcionamento impecável do castelo, e faço questão de que sejam eficientes. Roupas bem alinhadas, sapatos brilhando—cada detalhe reflete a ordem que exijo.Então, do carro, desce uma mulher. A babá. Não há dúvidas.Deus! Seu vestuário austero me faz pensar que ela cogitou ser freira ou estudou em um colégio rigorosamente tradicional. Antes mesmo que possa cumprimentar Edward, estaciono meu carro atrás e saio.Ela vira a cabeça em minha direção, e sou literalmente nocauteado. O rosto mais perfeito e angelical que já vi. Um calor súbito se espalha pelo meu corpo.Nenhuma maquiagem, mas quem precisaria com um rosto como esse? Percebo então que meu som ainda está ligado e o desligo imediatamente. Me apr
LukeQuando vejo Catarina se afastando com minha filha, um aperto no peito me invade. Catarina não tem uma mãe para chamar de sua, e isso dói mais do que deveria. Eu me vejo nela, e a lembrança de minha própria infância se torna vívida. Meu pai, após perder minha mãe, nunca mais se casou, e Rosa, uma mulher que sempre se manteve discreta, acabou assumindo o papel de figura materna em minha vida.Filho único de um homem que envelhecia com o peso de suas responsabilidades, cresci cercado por adultos e obrigações. Minha infância foi marcada por aulas particulares, e a escola, que só comecei a frequentar aos dez anos, foi um alívio distante, pois minha vida se passava em um internato, onde só voltava para casa nas férias para ver meu pai.Agora, ao olhar para Catarina, percebo que estou oferecendo a ela a mesma vida solitária que um dia critiquei em meu próprio passado.A responsabilidade me encontrou cedo demais. Quando meu pai faleceu, aos 23 anos, o peso do título caiu sobre meus ombro
NatáliaPassei o dia com Catarina, e Luke não sumiu como eu imaginava que faria. Ele veio nos visitar várias vezes, como se não quisesse mostrar interesse, mas estava ali, sempre presente. Aparecia em momentos distintos: quando eu dava banho, quando distraía a pequena, quando a alimentava no jantar.Em cada um desses momentos, ele se mostrava carinhoso. Beijos na testa de Catarina, conversas suaves, como se quisesse estar perto dela sem fazer alarde. Catarina, apesar de não ser muito verbal para a sua idade, parecia se divertir com ele. E eu, claro, não me preocupava. Sei que cada criança se desenvolve no seu próprio ritmo. Mas uma coisa é certa: Catarina é incrivelmente observadora. Seus olhinhos atentos, fixos nas pessoas ao redor, não deixam nada escapar.Depois de colocá-la para dormir, deito-me na enorme cama ao lado dela. Não preciso dizer que o quarto é deslumbrante. A mobília, apesar de ser antiga, do século passado, me transporta para um cenário de luxo imersivo. Sinto como s