Dylan Neith
Meus olhos acompanham cada movimento da garota, de corpo de sereia e olhar inocente. Cada movimento dela parece me chamar, eu estou hipnotizado, não consigo parar de olhar para ela, seus movimentos são como ímans que me atraem até ela. — Shiii! Irmão, pode esquecer, aquela Barbie tem um Ken, ela é muita areia para o seu camião — meu primo Khensane me repreende virando minha cabeça em direção contrária ao que está o mais novo amor da minha vida. — Ela é casada? — questiono debochado, eu sei que ela não é casada, mas o facto de tirar o meu primo do sério já me deixa satisfeito. — Não, mas tem um namorado muito ciumento e se quiser ter todos os dentes completos na boca, sugiro que desista dela — Khensane retruca nem um pouco preocupado. Meu primo é apocalíptico demais, ele adora confusões e no que depender dele, ele fará de tudo para me ajudar a ficar com a garota dos olhos de mel. — Com o namorado dela, eu me entendo depois, por enquanto, eu tenho que conseguir chamar a atenção dela — comentei calmamente acompanhando cada movimento dela, mas a minha série particular é interrompida assim que a garota entra na casa ao lado da do meu tio. Assim que a mesma entra, eu paro de observa-la e entro no interior da casa da família Neith. Assim que entro na mesma, minha tia Cátia corre até mim e me sufoca num abraço de urso. — Meu príncipe de olhos de gato, que saudades eu tive de você — minha tia fala enquanto aperta minhas bochechas, como se eu fosse uma criança de cinco anos e não um jovem de dezanove anos. Do outro lado da sala, as caras do meu primo e do meu tio, só piora a minha situação lastimável. Eu sofria bullying na Rússia por ser fofo demais, mas o bullying que eu sofria na escola, não supera o bullying que sofro quando estou em Moçambique, meu tio e primo conseguem ser piores que qualquer grupo de bullers. — Oooh! O gatinho fofinho da titia — Khensane murmuro com voz de bebé, como se fosse um cosplayer fazendo Npc, o que o deixava extremamente ridículo. — Gutxi gutxi, Oooh! Fofinho, fofinho da titia — meu tio Max entra na onda do bullying, apertando as bochechas fe Khen. As dois idiotas, explodiram na gargalhada, como se o mundo fosse terminar hoje. Eu não me importo com as brincadeiras deles, afinal de contas, não é novidade para ninguém que sou uma fofura, tem um espelho na minha casa. — Parem com isso vocês dois, respeitem o Dylan, ele é um verdadeiro príncipe, diferente de vocês dois que são dois sapos camuflados — minha tia surge para me defender, como se assim fosse amenizar o bullying que estou sofrendo. Minha tia usa a voz autoritária que faz, com que Khensane e o pai dele, pareçam bebés fofinhos e sem voz, dois litlles baby's e eu adoro quando ela faz isso, eles ficam bem mansos enquanto eu sou muito mimado pela minha mãe número dois. Você deve estar se perguntando, como assim mãe? Ela é sua tia, bom! Eu e Khen nascemos no mesmo mês, assim sendo crescemos juntos e misturados um chamando a mãe do outro de mãe. — Não se preocupe mãe, esses dois sentem inveja de toda a minha fofura, no fundo eles querem ser iguais a mim — comento dando um beijo nas bochechas da minha tia. Esse comentário, vai me proporcionar muita comida boa e muitos mimos. Eu não sou interesseiro, só sei aproveitar as oportunidades quando vejo. Depois dos mimos que recebo por parte da minha mãe Cátia, só tenho um objetivo, descobrir quem é a garota sereia, eu sei que ela tem namorado, mas namoros terminam, eles não precisam ficar juntos para sempre. — Khen! Qual é o nome da garota que mora ao lado? — questiono assim que ele entra no quarto. O olhar que recebo dele, me deixar surpreso, ele está com o senho franzido e as mãos em punho, como se estivesse com raiva de mim, como se gostasse da menina sereia. — Qual é o seu problema, não basta a Fefé quer a minha bruxa também, pode esquecer, essa nasceu para sofrer nas minhas mãos — berra entrando em seu guarda roupa. Eu não entendo a que ele se refere, afinal de contas, quem é a bruxa quem é a Fefe? Existem duas garotas naquela casa? Se existem, uma delas é o crush do meu primo Khensane. — Uhmmm! Quem é a bruxa, quem é a Fefe? Eu não sou vidente primo, eu só quero saber o nome da garota que vimos quando cheguei — Indaguei tentando me aproximar dele que mais parece um pit bull raivoso. Assim que me justifico, os ombros do meu primo, contraem-se em alívio, como se a minha informação fosse uma lufada de ar puro em seus pulmões. Seus ombros baixam com alívio. — Felícia é o nome da menina que você quer, e ela não mora ao lado, a minha vizinha é melhor amiga dela — explica sem muito entusiasmo. Eu não sei vocês, mas saber que ela não mora ao lado, mas que a melhor amiga dela é vizinha do meu primo e supostamente crush dele, é melhor que qualquer coisa, eu terei bastante tempo para planejar o que fazer com o meu primo. — Uhm! Felícia, rima com delícia — sussurro mordendo meu lábio inferior. Eu sei o que estão pensando, como assim Felícia rima com delícia, você não foi traído? Não está com o coração destruído? Você não amava Ivana? O que eu posso dizer, assim que os meus olhos encontraram os de Felícia, eu me senti como se as nossas almas conhecem uma a outra e tudo o que passei com a outra ou com outras namoradas, não passou de um preparo para que eu a encontrasse. — Ai meu Deus, depois eu é que sou o bad boy da história, eu é que sou a má influência, você é o verdadeiro golpe em que todas caiem — Khensane murmura com as mãos na cintura, como se fosse uma senhorita de oitenta anos, reclamando do aumento do imposto de valor acrescentado. A reclamação dele é infundada, afinal de contas, em nenhum momento, eu falei que era inocente e nunca falo, as pessoas é que têm a mania de me associar a uma imagem angelical, eu não tenho culpa se elas preferem se enganar sozinhas. Eu não sou o golpe, as pessoas é que criam o próprio golpe e caiem nele, eu sou apenas um pobre injustiçado pela sociedade que não está acostumada com a beleza num homem. — Você vai ficar aqui conosco ou vai ficar no apartamento — Khen indaga curioso. Ele está preocupado arrumando as coisas dele, talvez sairemos mais tarde. Você deve estar pensando, como assim apertamento, você não é Russo? Como tem uma casa em Moçambique. A casa não é minha, é dos meus pais, por passar a maior parte dos finais do ano aqui, meus pais optaram em comprar uma moradia fixa em Moçambique, assim todos os finais de ano, nós não nos preocupamos com o local onde dormir. — No apartamento, não quero incomodar vocês — retruco e ao invés de o meu primo esquecer isso, ele põe-se a rir da minha cara. — Você Acha mesmo que, mamã vai permitir isso? Que o "princeso" dela passe fome? Ah! Ardeste irmão — comenta debochado fazendo aspas com os dedos. O meu primo está certo, a minha mãe número dois não vai permitir isso, mas eu preciso de um lugar calmo e fechado, para trançar o meu plano e decidir como chegarei até Fefe, afinal, o meu futuro depende disso.Felícia Santos— Fefé! Amiga, eu não falo isso porque quero o fim do teu relacionamento — Sandy começa, entrelaça nossos dedos enquanto fala — Muito pelo contrário, eu quero sua felicidade, não importa com quem esteja, mas esse namoro não te faz bem, você está infeliz, isso não é saudável — Sandy volta a falar o que eu não quero ouvir, como se eu não soubesse nada sobre o meu namoro. Todos pensam que sou ingénua e fraca, todos pensam que sou uma boneca manipulável, que não sabe o que acontece na própria vida, mas o que muitos não sabem é que, eu sei o que acontece na minha vida, eu sei qual é o comportamento de Vasco e sei quando ele não está sendo bom. A ideia da dieta foi minha, apesar de ter partido de um comentário dele, mas eu decidi e escolhi fazer essa dieta. — Amiga, eu escolhi fazer essa dieta, não foi Vasco quem me falou para fazer isso, eu só quero ser mais saudável — comento desconectando nossos dedos, dando a entender na hora que não vou mudar de ideia. — Aaaah! Vocês,
Dylan Neith— Felícia Arthur Santos, filha de Artur Santos e Ana Joaquina Campos, dezanove anos de idade, tem um irmão, filha de pais divorciados — leio atentamente as informações que recebi do meu detetive particular. Eu sei o que está parecendo, que eu sou um stalker de merda que está perseguindo essa pobre menina, mas eu garanto que não sou nenhum stalker, só estou tentando conhecer melhor o amor da minha vida. Não é todo o dia que você encontra o amor da sua vida. — Seu pai é um engenheiro muito experiente, atualmente trabalha nas minas de carvão mineral em moatize na província de Tete, esteve preso por cinco anos, por alegada violência doméstica a sua ex-esposa, a mãe de seus dois filhos, atualmente ele perdeu a guarda de seus filhos e só é permitido vê-los uma vez por ano, tem um histórico com álcool, mas atualmente ele tem feito parte dos alcoólicos anónimos e está há cinco anos sem meter uma gota de álcool na boca — continuo lendo as informações que recebi do meu detetive, q
Dentro do meu carro voltando para casa, penso no meu ombro que dói e penso nas palavras de Vasco, será mesmo que as minhas roupas estavam tão vulgares assim aponto de chamar atenção de todos no estabelecimento? Ou era só loucura da cabeça dele. Eu não quero dar razão as minhas amigas, mas também não quero continuar num relacionamento assim, eu não sei como sair desse buraco no qual estou me afundando. — Mãe, já dormiu? — sondo a minha casa, procuro por minha mãe e irmão, mas eles não estão em casa. Pelas horas e por ser um final de semana, eu acho que também foram dar uma volta na casa de uma tia, eu acho óptimo, assim vou poder fazer uma massagem no meu braço e tentar esconder as marcas que estão no mesmo. Saio da sala e vou procurar uma bacia, vou fazer uma massagem com água e sal, isso vai aliviar a dor que estou sentindo, só não sei se a for está no meu braço ou na minha alma. — Ai, merda — gemo angustiada assim que o pano quente entra em contacto com a minha machucada. Contin
Dylan NeithO encontro com os amigos do meu primo, será no bowling marés, um lugar que sempre costumamos passar para comer uma boa pizza, além de é claro termos a disponibilidade de jogar boliche. Em Moçambique, o boliche não é uma actividade praticada com frequência, as pessoas não gostam e nem têm lugares que possibilitam praticar o mesmo. — Khen! Vamos logo eu não gosto de me atrasar nem de deixar ninguém esperando, mesmo que esse alguém seja o ex da minha namorada — falo com meu primo tentando apressa-lo, mas mesmo que a minha cara seja de bravo meu primo não se abala, ele não está preocupado com a minha pressão. — Relaxa, eu marquei o encontro para hoje por volta das quinze horas, o que para um moçambicano, significa dezasseis horas — meu primo retruca relaxado, como se estivesse acostumado em marcar um encontro numa certa hora e a pessoa chegar numa outra hora, ou ele mesmo chegar numa outra hora. — Vocês moçambicanos são estranhos — comento me dando por vencido e descendo a
Eu me enganei mais uma vez, o pedido de desculpas de Vasco não mudou nada no nosso relacionamento, o nosso encontro de minutos atrás terminou mal, mais uma vez, por causa dos ciúmes dele. — Você está louco, se pensa que vou me livrar do meu vestido da Shein — berro assim que ele estaciona o carro em frente da casa dele. A ideia seria de passar a noite na casa dele, mas eu estou me arrependendo amargamente de ter concordo com isso. — Você vai queimar sim, esse vestido, está parecendo uma vagabunda, nem acredito que deixei que os meus amigos te vissem nisso — Vasco berra descendo do carro e tentando se aproximar de mim, enquanto eu fujo dele andando para trás. Ele está surtando, por causa do meu pobre vestido que, comprei com tanto sacrifício e que pensei que ele fosse gostar. O vestido é de uma modelo básico e tipico da Shein, um vestido curto com estampa de cerejas, na cor vermelha e com alcinhas, o vestido destaca as minhas curvas e me dá um ar sexy e delicado, não entendo o po
Dylan NeithHoje o meu primo Khensane, voltará as aulas dele no colégio Building genius, o meu primo já terminou o ensino médio mas por teimosia continua indo as aulas com a desculpa de descobrir a sua verdadeira vocação. Nas escolas moçambicanas, você não tem a opção de escolher a disciplinas que vai estudar, você só pode escolher a secção que em várias escolas está dividida em três áreas. Letras, ciências com biologia e ciências com desenho. No primeiro ano, ele faz ciências com desenho concluiu e este ano ele está concluído a segunda secção escolhida por ele, ciências com biologias. Com a ajuda do meu primo, eu consegui me matricular na escola dele, com alguns conhecimentos básicos de informática que tenho, consegui burlar a rede da direção do colégio Building genius, e consegui me colocar na mesma turma que minha garota que coincidentemente é a turma do meu primo e da garota dele. Meu primo Khensane é um verdadeiro masoquista, ele adora se fazer sofrer, desde os dez anos que ele e
Felícia SantosAbro os olhos aos poucos, faço todo o possível para não chorar assim que o reflexo da minha mãe surge a minha frente. Eu tento reconhecer onde estou mas não consigo pensar em mais nada, só em Vasco me batendo. — Fefé minha filha, você está bem? Ai meu Deus, eu fiquei tão preocupada, eu pensei que fosse te perder meu amor — minha mãe vem até mim com olhos marejados e me abraça. Eu não consigo falar nada, apenas sei chorar por mim e pela minha mãe que está extremamente assustada, o que eu vou falar para ela? Não existe uma mentira que cubra os meus hematomas. Eu não sei se estou chorando pelos hematomas que tenho ou pelo meu coração que está extremamente destruído. — Graça a Deus que a polícia chegou há tempo de salvar vocês, se não fosse o Vasco, eu não sei o que teria acontecido com você — minha mãe sussurra ainda me abraçando. Eu não estou entendendo nada, como assim assalto? Eu me recordo de Vasco me estar sufocando mas depois disso, não me recordo de mais nada,
Dylan Neith— Ai meu Deus! O que você fez imbecil? — Khensane berra comigo assim que Sandra cai no chão da quadra de Basket Ball — Aí meu Deus, você matou ela, Sandy! Sandy! Minha nebulosa, acorda minha bruxa de Namicopo — Khensane continua sussurrando desesperado, mas Sandra não acorda. Eu estou começando a ficar preocupado, não acho que ela vai acordar, ela continua desmaiada mesmo quando a levamos para a enfermaria. — Meu Deus meninos, coloquem ela na maca — a enfermeira instrui assim que chegamos com Sandra nos braços de Khensane. A enfermeira pede que nós saiamos do quarto para que possa cuidar dela. — Primo, me perdoa, eu não quis machucar ela, eu não a vi — eu peço desculpas ao meu primo por ter sido tão descuidado na hora de lançar a bola. Eu estava tão concentrado em fugir do Vanistelroy naquele momento que nem notei a presença de mais alguém na quadra. Eu coloco minha mão no ombro do meu primo para tentar conforta-lo, ele está com as duas mãos na cara, com a cabeça enc