Capítulo Quatro

Dylan Neith

Meus olhos acompanham cada movimento da garota, de corpo de sereia e olhar inocente. Cada movimento dela parece me chamar, eu estou hipnotizado, não consigo parar de olhar para ela, seus movimentos são como ímans que me atraem até ela.

— Shiii! Irmão, pode esquecer, aquela Barbie tem um Ken, ela é muita areia para o seu camião — meu primo Khensane me repreende virando minha cabeça em direção contrária ao que está o mais novo amor da minha vida.

— Ela é casada? — questiono debochado, eu sei que ela não é casada, mas o facto de tirar o meu primo do sério já me deixa satisfeito.

— Não, mas tem um namorado muito ciumento e se quiser ter todos os dentes completos na boca, sugiro que desista dela — Khensane retruca nem um pouco preocupado.

Meu primo é apocalíptico demais, ele adora confusões e no que depender dele, ele fará de tudo para me ajudar a ficar com a garota dos olhos de mel.

— Com o namorado dela, eu me entendo depois, por enquanto, eu tenho que conseguir chamar a atenção dela — comentei calmamente acompanhando cada movimento dela, mas a minha série particular é interrompida assim que a garota entra na casa ao lado da do meu tio.

Assim que a mesma entra, eu paro de observa-la e entro no interior da casa da família Neith. Assim que entro na mesma, minha tia Cátia corre até mim e me sufoca num abraço de urso.

— Meu príncipe de olhos de gato, que saudades eu tive de você — minha tia fala enquanto aperta minhas bochechas, como se eu fosse uma criança de cinco anos e não um jovem de dezanove anos.

Do outro lado da sala, as caras do meu primo e do meu tio, só piora a minha situação lastimável. Eu sofria bullying na Rússia por ser fofo demais, mas o bullying que eu sofria na escola, não supera o bullying que sofro quando estou em Moçambique, meu tio e primo conseguem ser piores que qualquer grupo de bullers.

— Oooh! O gatinho fofinho da titia — Khensane murmuro com voz de bebé, como se fosse um cosplayer fazendo Npc, o que o deixava extremamente ridículo.

— Gutxi gutxi, Oooh! Fofinho, fofinho da titia — meu tio Max entra na onda do bullying, apertando as bochechas fe Khen.

As dois idiotas, explodiram na gargalhada, como se o mundo fosse terminar hoje. Eu não me importo com as brincadeiras deles, afinal de contas, não é novidade para ninguém que sou uma fofura, tem um espelho na minha casa.

— Parem com isso vocês dois, respeitem o Dylan, ele é um verdadeiro príncipe, diferente de vocês dois que são dois sapos camuflados —  minha tia surge para me defender, como se assim fosse amenizar o bullying que estou sofrendo.

Minha tia usa a voz autoritária que faz,  com que Khensane e o pai dele, pareçam bebés fofinhos e sem voz, dois litlles baby's e eu adoro quando ela faz isso, eles ficam bem mansos enquanto eu sou muito mimado pela minha mãe número dois. Você deve estar se perguntando, como assim mãe? Ela é sua tia, bom! Eu e Khen nascemos no mesmo mês, assim sendo crescemos juntos e misturados um chamando a mãe do outro de mãe.

— Não se preocupe mãe, esses dois sentem inveja de toda a minha fofura, no fundo eles querem ser iguais a mim — comento dando um beijo nas bochechas da minha tia.

Esse comentário, vai me proporcionar muita comida boa e muitos mimos. Eu não sou interesseiro, só sei aproveitar as oportunidades quando vejo. Depois dos mimos que recebo por parte da minha mãe Cátia, só tenho um objetivo, descobrir quem é a garota sereia, eu sei que ela tem namorado, mas namoros terminam, eles não precisam ficar juntos para sempre.

— Khen! Qual é o nome da garota que mora ao lado? — questiono assim que ele entra no quarto.

O olhar que recebo dele, me deixar surpreso, ele está com o senho franzido e as mãos em punho, como se estivesse com raiva de mim, como se gostasse da menina sereia.

— Qual é o seu problema, não basta a Fefé quer a minha bruxa também, pode esquecer, essa nasceu para sofrer nas minhas mãos — berra entrando em seu guarda roupa.

Eu não entendo a que ele se refere, afinal de contas, quem é a bruxa quem é a Fefe? Existem duas garotas naquela casa? Se existem, uma delas é o crush do meu primo Khensane.

— Uhmmm! Quem é a bruxa, quem é a Fefe? Eu não sou vidente primo, eu só quero saber o nome da garota que vimos quando cheguei — Indaguei tentando me aproximar dele que mais parece um pit bull raivoso.

Assim que me justifico, os ombros do meu primo, contraem-se em alívio, como se a minha informação fosse uma lufada de ar puro em seus pulmões. Seus ombros baixam com alívio.

— Felícia é o nome da menina que você quer, e ela não mora ao lado, a minha vizinha é melhor amiga dela —  explica sem muito entusiasmo.

Eu não sei vocês, mas saber que ela não mora ao lado, mas que a melhor amiga dela é vizinha do meu primo e supostamente crush dele, é melhor que qualquer coisa, eu terei bastante tempo para planejar o que fazer com o meu primo.

— Uhm! Felícia, rima com delícia — sussurro mordendo meu lábio inferior.

Eu sei o que estão pensando, como assim Felícia rima com delícia, você não foi traído? Não está com o coração destruído? Você não amava Ivana? O que eu posso dizer, assim que os meus olhos encontraram os de Felícia, eu me senti como se as nossas almas conhecem uma a outra e tudo o que passei com a outra ou com outras namoradas, não passou de um preparo para que eu a encontrasse.

— Ai meu Deus, depois eu é que sou o bad boy da história, eu é que sou a má influência, você é o verdadeiro golpe em que todas caiem — Khensane murmura com as mãos na cintura, como se fosse uma senhorita de oitenta anos, reclamando do aumento do imposto de valor acrescentado.

A reclamação dele é infundada, afinal de contas, em nenhum momento, eu falei que era inocente e nunca falo, as pessoas é que têm a mania de me associar a uma imagem angelical, eu não tenho culpa se elas preferem se enganar sozinhas. Eu não sou o golpe, as pessoas é que criam o próprio golpe e caiem nele, eu sou apenas um pobre injustiçado pela sociedade que não está acostumada com a beleza num homem.

— Você vai ficar aqui conosco ou vai ficar no apartamento —  Khen indaga curioso. Ele está preocupado arrumando as coisas dele, talvez sairemos mais tarde.

Você deve estar pensando, como assim apertamento, você não é Russo? Como tem uma casa em Moçambique. A casa não é minha, é dos meus pais, por passar a maior parte dos finais do ano aqui, meus pais optaram em comprar uma moradia fixa em Moçambique, assim todos os finais de ano, nós não nos preocupamos com o local onde dormir.

— No apartamento, não quero incomodar vocês —  retruco e ao invés de o meu primo esquecer isso, ele põe-se a rir da minha cara.

— Você Acha mesmo que, mamã vai permitir isso? Que o "princeso" dela passe fome? Ah! Ardeste irmão —  comenta debochado fazendo aspas com os dedos.

O meu primo está certo, a minha mãe número dois não vai permitir isso, mas eu preciso de um lugar calmo e fechado, para trançar o meu plano e decidir como chegarei até Fefe, afinal, o meu futuro depende disso.

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