Dylan NeithHoje o meu primo Khensane, voltará as aulas dele no colégio Building genius, o meu primo já terminou o ensino médio mas por teimosia continua indo as aulas com a desculpa de descobrir a sua verdadeira vocação. Nas escolas moçambicanas, você não tem a opção de escolher a disciplinas que vai estudar, você só pode escolher a secção que em várias escolas está dividida em três áreas. Letras, ciências com biologia e ciências com desenho. No primeiro ano, ele faz ciências com desenho concluiu e este ano ele está concluído a segunda secção escolhida por ele, ciências com biologias. Com a ajuda do meu primo, eu consegui me matricular na escola dele, com alguns conhecimentos básicos de informática que tenho, consegui burlar a rede da direção do colégio Building genius, e consegui me colocar na mesma turma que minha garota que coincidentemente é a turma do meu primo e da garota dele. Meu primo Khensane é um verdadeiro masoquista, ele adora se fazer sofrer, desde os dez anos que ele e
Felícia SantosAbro os olhos aos poucos, faço todo o possível para não chorar assim que o reflexo da minha mãe surge a minha frente. Eu tento reconhecer onde estou mas não consigo pensar em mais nada, só em Vasco me batendo. — Fefé minha filha, você está bem? Ai meu Deus, eu fiquei tão preocupada, eu pensei que fosse te perder meu amor — minha mãe vem até mim com olhos marejados e me abraça. Eu não consigo falar nada, apenas sei chorar por mim e pela minha mãe que está extremamente assustada, o que eu vou falar para ela? Não existe uma mentira que cubra os meus hematomas. Eu não sei se estou chorando pelos hematomas que tenho ou pelo meu coração que está extremamente destruído. — Graça a Deus que a polícia chegou há tempo de salvar vocês, se não fosse o Vasco, eu não sei o que teria acontecido com você — minha mãe sussurra ainda me abraçando. Eu não estou entendendo nada, como assim assalto? Eu me recordo de Vasco me estar sufocando mas depois disso, não me recordo de mais nada,
Dylan Neith— Ai meu Deus! O que você fez imbecil? — Khensane berra comigo assim que Sandra cai no chão da quadra de Basket Ball — Aí meu Deus, você matou ela, Sandy! Sandy! Minha nebulosa, acorda minha bruxa de Namicopo — Khensane continua sussurrando desesperado, mas Sandra não acorda. Eu estou começando a ficar preocupado, não acho que ela vai acordar, ela continua desmaiada mesmo quando a levamos para a enfermaria. — Meu Deus meninos, coloquem ela na maca — a enfermeira instrui assim que chegamos com Sandra nos braços de Khensane. A enfermeira pede que nós saiamos do quarto para que possa cuidar dela. — Primo, me perdoa, eu não quis machucar ela, eu não a vi — eu peço desculpas ao meu primo por ter sido tão descuidado na hora de lançar a bola. Eu estava tão concentrado em fugir do Vanistelroy naquele momento que nem notei a presença de mais alguém na quadra. Eu coloco minha mão no ombro do meu primo para tentar conforta-lo, ele está com as duas mãos na cara, com a cabeça enc
Felícia Santos Tento rir mais uma vez, mas minhas costelas me impedem de aumentar de nível a minha risada para gargalhada. Sandra é a primeira que consegue, se desvencilhar do emaranhado de pessoas pernas. — Amiga! Amiga! Você está bem? minha Riry — Sandy corre até bem perto da minha cama e tatea o meu rosto, ela procura por outros aranhões em mim. Eu continuo deitada sem nenhuma reacção, o que derei a elas? Se nem mesmo eu sei o que está acontecendo. Debby e Vanessa se juntam a Sandra na inspeção em meu rosto, estou me sentindo muito mal por deixar minhas amigas preocupadas. — Uhm! Eu estou melhor graças a Deus, talvez amanhã mesmo volte para casa — retruco com dificuldade, colocando minha mão na garganta para tentar aliviar a dor, mas pelos vistos ficarei a semana inteira sem conseguir falar tranquilamente. — Ai, eu fiquei assustada quase desmaiei de preocupação quando fomos informadas do seu estado de saúde — Sandra fala enquanto olha para mim como uma inspectora, ela está
Dylan Neith Minhas mãos estão trémulas e suadas no volante, eu não consigo ligar o carro, sinto minhas emoções a flor da pele. Minha Felícia foi machucada e eu não pude fazer nada, eu não pude estar lá por ela, como pude deixar isso acontecer? Como não percebi que ela estava em perigo. — Merda! Merda! Merda — berro esmurrando o volante do carro, estou com tanta raiva que nem sei do que sou capaz ao descobrir quem machucou minha rainha. Do meu lado, meu primo Khensane continua estático, esperando para ver minha próxima reacção, ele sabe que não deve me interromper quando estou exteriorizando minhas emoções, ele sabe que é um momento só meu e não deve me interromper. — Você está melhor? Ficar batendo no volante do carro não vai nos levar até o hospital — Khensane comenta assim que percebe que não existem riscos a sua integridade física. Meu primo está com uma expressão mansa e sem muito interesse. Quando ele faz essa expressão, se parece muito com o meu tio Max, parece até
Com um lenço humedecido, eu limpo as lágrimas secas que, estam nas pálpebras dela, organizo os lençóis da cama. Instintivamente faço um carinho em sua bochecha esquerda, assim que meus dedos entram em contato com sua pele fria, Fefé fecha os olhos e ofega, eu estou fazendo o possível e o impossível para não beijar ela. Inspiro seu perfume e o aroma floral preenche todo o meu sistema, minha boca enche de saliva. Ela continua com os olhos e os lábios entreabertos, como se esperasse por algo mais além das minhas carícias. — Felícia — sussurro para despertar ela do transe, faço isso a contra gosto, porque por mim ela ficaria o dia inteiro com a expressão que tem no rosto — Por quê estava chorando? — questiono assim que ela abre os olhos e volta ao mundo real.Ela tem os olhos fixos em mim, ela quer me falar o que aconteceu, mas algo a impede, tem algo assustando ela eu posso ler o medo através dos olhos dela. Quando entrei no quarto ela estava com uma mão em volta do pescoço, como se
Felícia Santos Hoje completo uma semana sem frequentar as aulas, os hematomas no meu rosto sumiram todos, mas os hematomas que estão na minha alma serão eternos. Depois que terminei com Vasco, ele não tentou se aproximar mais de mim, mas mesmo assim, parece que a todo momento eu estou sendo vigiada, sinto como se ele estivesse esperando o momento certo para me atacar. Eu não contei nada para a minha mãe, as únicas pessoas que sabem o que realmente aconteceu são minhas amigas, não que eu não confie na minha mãe, mas eu sei que se contar para ela o que aconteceu, ela vai ficar preocupada e vai querer abrir uma queixa contra Vasco e isso pode despertar a fúria dele, ele foi bem claro no hospital, se alguém soubesse o que realmente aconteceu naquela madrugada, ele acabaria com a minha vida e a do meu irmão. Nessa semana que fiquei em casa, o estranho que mandou a flor no hospital, voltou a deixar outras na minha casa, todas as manhãs, eu acordo com um lírio cor-de-rosa e um bilhete na m
Dylan Neith Depois que Fefé finalmente ficou calma, saí do quarto dela, por mim eu ficaria o dia inteiro lá, mas as pessoas podem pensar coisas estranhas de mim e Fefé, além do mais, eu tenho contas a acertar com um certo alguém. Com muito esforço, tiro a cabeça de Fefé do meu ombro e a coloco confortável de volta na cama, procuro por um vaso, encho de água e coloco as flores no mesmo, escrevo dois bilhetes com grafias diferentes, para que ela não desconfiei de mim. Depois de colocar as flores na pequena mesa, me despeço dela com um beijo casto nas bochechas. Agora eu tenho uma nova missão, encontrar o desgraçado do ex-namorado e tentar não matar ele. Com a ajuda do meu celular e um programa que instalei nele, consegui descobrir qual é o quarto do desgraçado. Antes de entrar no quarto, tapo a minha cabeça com o capuz para que ele não me reconheça. Num rompante invado o quarto dele e vou até a cama dele. — Quem é você? E o que quer aqui? — O covarde já está se mijando de medo, muito