Chegamos ao centro de recreação em que vai ter o torneio dos pais. Isaac estaciona o carro e saio, observando o local com certa admiração. É enorme, tem a parte com um gramado baixo, onde tem muitos adultos e crianças circulando. Tudo está decorado com cores chamativas e alegres, algumas barracas e atrações para as crianças depois. Tem ao longe o circuito que penso ser onde vai iniciar a corrida e logo atrás a floresta, onde Andrew disse que eles escondem as bandeiras. Estou tão animada que quase começo a dar cambalhota de alegria, ao contrário do homem que veio comigo. Tentei falar com ele, mas ele manteve o semblante fechado e a boca também. Ele ficou realmente afetado pelo que eu falei, acabei me arrependendo por isso, pensando que poderia ter preparado ele antes de receber o baque.— PAI! — Escuto a voz inconfundível do garoto que corre em nossa direção. — TIA CASS!Quando ele chega, Isaac se ajoelha e aperta o menino com força contra o peito. Abraçando o filho com tanto sentimen
Já não sei quanto tempo se passou, só sei que estou suada e não encontrei meu par. Outros adultos à procura da bandeira passaram por mim, mas apenas disfarcei com um sorriso e prossegui. Meu medo não é por me perder, já que tem muitos instrutores preparados para nos encontrar, mas pelo simples motivo de estar preocupada com o homem do qual me perdi. Ele estava em pânico antes, deve estar assustado em algum canto e a culpa é minha.Escuto o barulho de água correndo, sigo em direção ao som e me deparo com um rio bem extenso dividindo a floresta de outra. Me agacho e enfio a mão na água, molhando e umedecendo minha testa e pescoço. Retiro a blusa que uso por cima, me sentindo mais refrescada e a penduro no cós da legging. Me viro assim que levanto e reprimo um grito quando vejo um homem se aproximando.— Pelo amor de Deus, que susto. — Digo ao observar o homem com a camisa laranja se aproximando, um instrutor.— A senhorita está perdida? — Pergunta e acabo assentindo.— Na verdade, perdi
-Duas semanas depois. Duas semanas se passaram desde o fatídico dia daquele torneio e apesar de algumas coisas que não havia necessidade de ter acontecido, eu amei. Foi bem divertido e Andrew tagarelou por todo esse tempo sobre seu dia perfeito. Além de já ter delegado ao pai que participará de todos os outros eventos, Pietro com ciúmes delegou o mesmo. Agora Isaac foi reivindicado pelos dois filhos e vai ter que se desdobrar para atender aos muitos pedidos. — Tia, aonde vamos? — Andrew me chama a atenção e o encaro, andando calmamente pela rua enquanto vamos em direção ao shopping. — Estamos esperando seu pai e irmão para ir até aquele lugar de nome complicado que você falou. — Digo me inclinando para ficar da sua altura e faço careta, o que faz ele rir. — E agora nós iremos ao Shopping. — Ebah, vamos na sala de eletrônicos? — Você já vai para um salão de jogos daqui a pouco, quer mais jogo? — Pergunto e ele assente. — Ok, vamos então. Hoje é seu dia. — Digo adentrando ao local
O carro de Isaac para e nos apressamos para entrar, encontrando Pietro já super animado pulando em sua cadeira, que segundo ele é coisa de bebê. Andrew também reclama, mas senta. Deixo as sacolas com o que comprei para mim e também para os meninos, antes de fechar a porta de trás e ir pro banco da frente, ao lado do Lobisomem. — Por que demorou? — Pergunto levemente irritada. — Fez tanto alarde sobre estar aqui em frente no tempo marcado e demorou mais de vinte minutos para chegar. — Saudades? — Pergunta arqueando a sobrancelha e solto um bom e velho 'hahaha', bem desanimada. — Você tem sorte que seus filhos estão aqui. — Ameaço e ele ri de mim, o que me faz apertar de leve uma mão na outra. — Não me tente, meu autocontrole pode ir pro espaço quando estou de TPM. — Pai? — Andrew chama e já olho para trás, aproveitando para pôr o cinto de segurança enquanto o homem liga o carro para sair. — Diga. — Diz olhando pelo espelho, que dá para visualizar bem seus filhos. — O que é ling
Observo eles brincando e rindo bastante, gosto de ver eles assim, me deixa feliz. Dou tchau para eles e foco no celular, desbloqueando a tela sem senha. Olha só, parece que não temos nada a esconder aqui. Abro o aplicativo de câmera, ainda chocada com a potência que o celular é e com a qualidade da foto. Fico algum tempo tirando fotos dos meninos e até quando eles vêm até a barra de proteção me dar língua. As fotos ficaram incríveis e acho que também posso adicionar fotógrafa a minha lista de possíveis futuros trabalhos.Decido voltar para o espaço de alimentação, saindo do corredor que leva aos brinquedos e prestando atenção nas fotos que tirei. Viro à esquerda para ir até Isaac, mas alguém barra minha passagem, me fazendo parar de andar e olhar para cima. — Ta me seguindo, Lobisomem? — Pergunto cruzando os braços.— O mundo não gira ao seu redor, Cassandra. — Diz tocando a ponta do meu nariz e faço questão de franzi—lo para fazer careta. — Vim ao banheiro. — Aponta para porta um po
Me mexo na cama incomodada, fico de bruços e coloco o travesseiro sobre a cabeça, tentando abafar qualquer som que me obrigue a levantar. Solto o ar frustrada, pois as batidas na porta não cessam, ao contrário, elas se intensificam.Jogo a coberta para longe de mim, colocando os pés no chão gelado e andando em direção a porta, enquanto esfrego os olhos com as costas da mão. Ainda bêbada de sono, seguro na maçaneta e abro. Me escorando nela e encarando a pessoa que tanto perturba meu momento de descanso. Quando meus olhos focam em Isaac, sinto que os arregalei, pois ele instantaneamente me fita de cima a baixo.— Não imaginei que o desfile seria logo a essa hora da manhã. — É a primeira coisa que ele fala e só aí me lembro de algo.Fecho a porta na mesma hora, sabendo que fui burra o bastante para dormir somente de calcinha e um top. O calor estava insuportável pela madrugada, quase dormi totalmente pelada, ainda bem que isso não ocorreu.— Bom dia, bela adormecida! — Escuto sua voz do
Assim que entramos na cafeteria, já sigo em direção ao meu banco habitual e abro um sorriso para a atendente.— Bom dia, Lara! — Apoio as mãos no balcão, me auxiliando para sentar. — Quero a bebida de sempre e um pedaço de brownie... generoso.— Bom dia, Cass! Já venho com seu pedido. — Assinto diante de seu comentário e giro na cadeira, apoiando os cotovelos no balcão e encarando o local.Vejo Isaac sumir na porta que leva a escada que no fim tem o escritório e também algumas pessoas sorrindo, comendo, conversando animadas e principalmente amando o ambiente acolhedor.— Cass, você por aqui. — Escuto a voz de Daniel e giro rápido, abrindo um sorriso para ele.— Senti saudades de conversar com você.— Esteve aqui há uns dias atrás. — Diz cruzando os braços e arqueando a sobrancelha.— Pra você ver como eu gosto de ouvir você reclamando em como é ruim no free fire. — Abro um sorriso zombeteiro, tentando não deixar escapar uma risada.— Ei, eu não sou ruim... — Reclama.— Os outros que s
A casa está imersa em escuridão quando chego, a passos lentos ando em direção ao quarto. Suspirando fundo e com a mente trabalhando em uma velocidade anormal. Quando finalmente entro no quarto, me apresso para tomar um banho. Tiro a roupa pelo caminho e logo entro embaixo do chuveiro, ligando a água e deixando ela levar toda a tensão sobre meus ombros. Meu celular tocou algumas vezes durante meu trajeto no ônibus. O motivo do meu surto estava me ligando, mas eu ignorei o máximo que consegui. Quando cheguei ao limite, apenas atendi e pedi para ele me deixar em paz, que eu preciso pensar. Não sei como vou encarar ele novamente. Céus, eu estou tão confusa. No mesmo instante que eu achei ele um abusado, eu simplesmente senti cada parte do meu ser tremer enquanto recebia o beijo. Eu certamente não queria ter certeza que todo o meu estremecer perto do homem e ciúmes, seria por estar descaradamente apaixonada pelo meu chefe. Isso é uma merda. — Eita, cacete. — Choramingo. — O que você fez,