Tento não me desesperar, isso não me ajudaria em nada, só me meteria em maus lençóis. Preciso ficar calma e arrumar um jeito de sair, pois se isso não acontecer. Tenho certeza que Mattos vai conseguir me dominar e conseguir o que sempre quis, mas, enquanto eu puder, evitarei ao máximo.O cômodo está totalmente vazio, não tem nada além do colchão que antes estava. Mordo os lábios, enquanto tento pensar em um meio de fugir, mas acabo gemendo de dor. Aquele idiota abriu um corte em meu lábio. Toco o local e faço careta, minha vontade é de matá-lo. Como ele pôde fazer isso comigo? Pensei que apesar de tudo, gostava de mim.Tomara que Isaac estranhe minha demora e vá me procurar, só ele é inteligente o bastante para me encontrar. Bom, ele está bem ocupado agora lidando com Genevieve, talvez nem lembre de mim.Ando pelo local, chego próximo a janela e tento abrir, mas está trancada com cadeados. Ela é de alumínio, tem a parte que abre e fecha para cima e para baixo, do mesmo material, nessa
-Isaac Jhonson. Desligo o telefone e olho em direção a porta. Não estou tão preocupado com o que Genevieve quer comigo, estou mais preocupado em saber o motivo que levou Cassandra a ir falar com o ex, não faz sentido nenhum. O que será que ele quer? Não gosto dele, mesmo sem conhecê-lo, vi uma vez quando estava indo para a casa dela e sua expressão fechada me fez odiá-lo sem nem conversar. Todo o meu conflito de pensamentos desaparece no momento em que Genevieve entra em meu escritório segurando um bebê conforto. Ok, isso sim não faz sentido nenhum. — Não tem como esse bebê ser meu. — É a primeira coisa que falo. Como irei explicar para Cassandra que acabou de aparecer um bebê em nossas vidas. — Isaac, precisamos conversar. — Seu tom de voz me assusta. — Tem cinco meses que nos separamos, não tem co… — Paro de falar ao fazer as contas mentalmente. Infelizmente, tem sim. Aponto para a cadeira, para que se sente. Tento olhar o bebê, mas está tudo fechado. Me sento para esperar pel
-Cassandra Hall.Ainda estou correndo de olhos fechados para acertar ao homem, mas, tudo acontece rápido demais e devido ao grito que ouço, abro os olhos rapidamente.— Isaac, cuidado. — Arregalo os olhos quando o homem se vira após o grito de Grandão.Estou tão rápido que não consigo parar, e só tem duas opções, ou bato nele ou caio no chão para findar meu ataque. Decido a segunda opção, e desvio dele, indo em direção a parede. Solto a barra de ferro e fecho os olhos, para não ver minha queda desastrosa.Mas isso não acontece, apenas sinto duas mãos agarrando com força minha cintura e me puxando para seu corpo. Solto o ar aliviada. E já viro logo abraçando a pessoa.— Você veio. — Choramingo sentindo o cheiro de Isaac acalmar todo o meu corpo trêmulo.— Claro que vim, mas parece que você já estava se virando bem sozinha. — Acabo sorrindo com sua fala. — Quase que saio daqui com um galo enorme na cabeça. — Me afasto e olho para ele, acabo olhando pro lado assim que ouço a sirene da po
Tivemos de ir até a delegacia prestar queixa, logo após tive de ir ao hospital para fazer alguns exames para anexar ao caso. Por sorte, a única coisa que machuquei foi o rosto e a mão, nada de tão grave. Agora, estamos chegando à casa de Isaac e me sinto mais calma. Antes estava uma pilha de nervos, quando vi Mattos acordado só piorou, tive de tomar calmante para ficar mais tranquila. Ainda sinto seu efeito sobre mim, me trazendo uma paz absurda. Sei que estou dopada, mas prefiro assim.— Como assim um bebê? De carne e osso? — Pergunto ainda tentando assimilar sua fala. Ele assente. — E é sua filha?— Ela disse que sim, mas não tive tempo de dialogar mais. — Encolhe os ombros. — Só tinha você na minha cabeça e onde você estava, por sorte tinha um investigador atrás dele e me informou a tempo. Se eu tivesse chegado um pouco mais tarde…— Eu teria matado ele. — Minha fala escorrega por meus lábios sem nem um remorso.— Exatamente, e por isso me sinto grato por chegar antes. Não sei se s
-Quatro anos depois.Estou exausta, e não sei o motivo. Dormi tanto essa noite, acordei tarde e ainda assim, estou cansada. Andrew está em uma colônia de férias, Pietro está viajando com os avós, só a pequena Hope que está conosco e ela é tão quietinha, não é arteira como os irmãos. O melhor de tudo, é que ela me acompanha em meus dias de preguiça.— Mamãe, quero dormir mais. — A pequena resmunga manhosa e joga a perna para cima de mim. Ela está com quatro anos, mas vive fugindo para nosso quarto pela noite. Somos agarradas até, mas quando Isaac chega, parece que eu não existo.— Tudo bem, dorme mais um pouco. — Beijo seu rosto e me sento, ela vira de lado enquanto assente.Fico de pé, mas sinto o mundo girar e preciso me segurar na cabeceira da cama para não cair. Faço careta e espero um pouco antes de tentar andar novamente. Não preciso nem esperar a visão ficar boa, pois logo uma quentura sobe pelo meu pescoço e preciso correr pro banheiro.Vomito tudo o que ainda não comi, por aco
Fazem exatos trinta e quatro minutos que fui desafiada. Claro que isso não é meia hora, mas é quase. Para cortar caminho, decido passar pela academia, que agora é uma mistura de academia pros adultos e uma área de recreação para as crianças. Confesso que fico mais na cama elástica deitada, do que nos outros aparelhos para malhar.Minha testa se franze quando minha avó entra rapidamente e fecha a porta de vidro, que está com uma cortina por fora, impedindo que eu veja o que tem lá atrás. Acabei indo até o leito de morte do meu avô e concedi o perdão a ele antes de morrer, três anos atrás e conheci minha avó. Ela me pediu tanto perdão, mas entendi que ela não tinha opção na época, tinha de obedecer cegamente seu marido.— Princesas. — Vem em nossa direção e vejo a venda. — Se papai está lá fora. — A velhinha diz e sou esquecida. Hope solta minha mão e corre para fora como um foguete. — Fique de costas. — Acabo franzindo a testa. — Ainda pode provar a ele que não demorou tanto. — Fico de
••Vinte e quatro anos atrás••— Tem certeza que estamos fazendo o correto? – A mulher olhou para o marido bem apreensiva. — Acho que podemos lidar com isso. É só um bebê. – Aponta.— Como lidaremos com isso? Ela é uma criança e acabou de gerar outra criança. – O homem disse ríspido, deixando transparecer a fúria em seus olhos cinzentos. — O pai ao menos teve a decência de ficar e assumir, foi embora na primeira oportunidade que teve.— Vicente, se ela descobrir, jamais nos perdoará pelo que fizemos. – Argumentou chorosa pouco antes do portão do grande orfanato que vivia sempre aberto. — Acha que essa é a melhor alternativa?— Ela tem apenas dezesseis anos. Nos desrespeitou, se entregou para aquele homem e foi abandonada. – Apesar da fúria na voz, a mágoa estava estampada no olhar do homem. Ele sempre confiou na filha e se dedicou ao máximo para dar o melhor, e se sentia traído com essa gravidez não planejada. — Ela vai terminar os estudos, vai ser alguém na vida. Como sempre planejam
-Atualmente.O plano era simples, pelo menos em minha cabeça. Iríamos entrar na Mansão, estudar todo o lugar, achar possíveis pontos para um futuro roubo - sim, eu sei que é errado, mas segundo eles é necessário. - e sair como entramos. Parecia um plano perfeito e sem falhas, todos estariam dormindo, ninguém iria se machucar, ninguém seria visto. Bom, pelo menos foi o que pensamos que aconteceria. Ou melhor, eu pensei que seria assim, mas meus amigos não me deixaram a par de todo o plano. Infelizmente, nem tudo na vida acontece como planejamos e é aí que começa minha história. A partir do momento que pensei que tudo daria errado em minha vida...— Ferrou, acho que nos descobriram. — Chace entra correndo no quarto e puxa a porta para fechar. Sem fazer barulho, claro. Todos arregalam os olhos, tensos com a notícia. Eu realmente não deveria ter topado isso.— Como assim? Fizemos tudo direitinho. — Pergunto baixo e ele se aproxima de mim. Me fazendo recuar um pouco por invadir meu espaço