— Acho que já perguntei isso, mas ... Por que você não é o monstro que eu esperava? Seria bem mais fácil tudo isso. — Porque eu sou um anjo. — Sua resposta me faz rir e me afasto, voltando a encarar seu rosto com um sorriso genuíno. — Palhaço, vejo que já está bem melhor. Nem vai precisar de curativo. — Comento vendo que limpei até que bem, apesar das emoções. Passo a mão no nariz incomodada, provavelmente vai ficar bem vermelho. Odeio chorar.— Sua amiga me contou algo hoje. Bob foi lá ontem e levou muitas coisas. Ela disse que parecia até que estava em um mercado. — O homem a minha frente conta e abro a boca alarmada.— O quê? Como assim? — Até ajeito a postura diante seu comentário.— Acho que isso tem a ver com o dinheiro da aposta, que ele ganhou apostando sobre mim. — O final me faz esquecer o alarde e rir, visto que ele parece ainda traído por isso. Um dia supera. Tenho certeza.— Ele não fez isso. Ele fez? Preciso falar com ele. — Digo animada e desço rápido da cadeira alta.
Minha estadia no local já ultrapassou a marca de dois meses e estou me sentindo muito bem. Além disso, parece que finalmente encontrei meu ritmo. Meus hematomas horríveis acabaram sumindo com o uso das pomadas e tempo, o que foi muito benéfico quando a dor finalmente desapareceu. Isaac falou e prometeu, acabei sendo obrigada a ir em uma consulta, mas no fim me senti grata por isso. Fui muito bem tratada, o que me deixou chocada com o tratamento que recebi, ter dinheiro realmente facilita bastante. Outra coisa que fiz foi ligar para Samantha, primeiro eu chamei sua atenção por ser enxerida e depois eu agradeci justamente pelo mesmo motivo. Sua boca grande acabou me ajudando e tenho certeza que outras mulheres também, me sentirei grata ao homem que me ajudou, para sempre. No momento estou parada frente a porta de seu quarto, decidindo se será uma boa ideia invadir ou não. Quais são as chances dele me expulsar a pontapés? Bom, são altas na verdade, mas meu motivo é muito bom, mesmo que
Chegamos ao centro de recreação em que vai ter o torneio dos pais. Isaac estaciona o carro e saio, observando o local com certa admiração. É enorme, tem a parte com um gramado baixo, onde tem muitos adultos e crianças circulando. Tudo está decorado com cores chamativas e alegres, algumas barracas e atrações para as crianças depois. Tem ao longe o circuito que penso ser onde vai iniciar a corrida e logo atrás a floresta, onde Andrew disse que eles escondem as bandeiras. Estou tão animada que quase começo a dar cambalhota de alegria, ao contrário do homem que veio comigo. Tentei falar com ele, mas ele manteve o semblante fechado e a boca também. Ele ficou realmente afetado pelo que eu falei, acabei me arrependendo por isso, pensando que poderia ter preparado ele antes de receber o baque.— PAI! — Escuto a voz inconfundível do garoto que corre em nossa direção. — TIA CASS!Quando ele chega, Isaac se ajoelha e aperta o menino com força contra o peito. Abraçando o filho com tanto sentimen
Já não sei quanto tempo se passou, só sei que estou suada e não encontrei meu par. Outros adultos à procura da bandeira passaram por mim, mas apenas disfarcei com um sorriso e prossegui. Meu medo não é por me perder, já que tem muitos instrutores preparados para nos encontrar, mas pelo simples motivo de estar preocupada com o homem do qual me perdi. Ele estava em pânico antes, deve estar assustado em algum canto e a culpa é minha.Escuto o barulho de água correndo, sigo em direção ao som e me deparo com um rio bem extenso dividindo a floresta de outra. Me agacho e enfio a mão na água, molhando e umedecendo minha testa e pescoço. Retiro a blusa que uso por cima, me sentindo mais refrescada e a penduro no cós da legging. Me viro assim que levanto e reprimo um grito quando vejo um homem se aproximando.— Pelo amor de Deus, que susto. — Digo ao observar o homem com a camisa laranja se aproximando, um instrutor.— A senhorita está perdida? — Pergunta e acabo assentindo.— Na verdade, perdi
-Duas semanas depois. Duas semanas se passaram desde o fatídico dia daquele torneio e apesar de algumas coisas que não havia necessidade de ter acontecido, eu amei. Foi bem divertido e Andrew tagarelou por todo esse tempo sobre seu dia perfeito. Além de já ter delegado ao pai que participará de todos os outros eventos, Pietro com ciúmes delegou o mesmo. Agora Isaac foi reivindicado pelos dois filhos e vai ter que se desdobrar para atender aos muitos pedidos. — Tia, aonde vamos? — Andrew me chama a atenção e o encaro, andando calmamente pela rua enquanto vamos em direção ao shopping. — Estamos esperando seu pai e irmão para ir até aquele lugar de nome complicado que você falou. — Digo me inclinando para ficar da sua altura e faço careta, o que faz ele rir. — E agora nós iremos ao Shopping. — Ebah, vamos na sala de eletrônicos? — Você já vai para um salão de jogos daqui a pouco, quer mais jogo? — Pergunto e ele assente. — Ok, vamos então. Hoje é seu dia. — Digo adentrando ao local
O carro de Isaac para e nos apressamos para entrar, encontrando Pietro já super animado pulando em sua cadeira, que segundo ele é coisa de bebê. Andrew também reclama, mas senta. Deixo as sacolas com o que comprei para mim e também para os meninos, antes de fechar a porta de trás e ir pro banco da frente, ao lado do Lobisomem. — Por que demorou? — Pergunto levemente irritada. — Fez tanto alarde sobre estar aqui em frente no tempo marcado e demorou mais de vinte minutos para chegar. — Saudades? — Pergunta arqueando a sobrancelha e solto um bom e velho 'hahaha', bem desanimada. — Você tem sorte que seus filhos estão aqui. — Ameaço e ele ri de mim, o que me faz apertar de leve uma mão na outra. — Não me tente, meu autocontrole pode ir pro espaço quando estou de TPM. — Pai? — Andrew chama e já olho para trás, aproveitando para pôr o cinto de segurança enquanto o homem liga o carro para sair. — Diga. — Diz olhando pelo espelho, que dá para visualizar bem seus filhos. — O que é ling
Observo eles brincando e rindo bastante, gosto de ver eles assim, me deixa feliz. Dou tchau para eles e foco no celular, desbloqueando a tela sem senha. Olha só, parece que não temos nada a esconder aqui. Abro o aplicativo de câmera, ainda chocada com a potência que o celular é e com a qualidade da foto. Fico algum tempo tirando fotos dos meninos e até quando eles vêm até a barra de proteção me dar língua. As fotos ficaram incríveis e acho que também posso adicionar fotógrafa a minha lista de possíveis futuros trabalhos.Decido voltar para o espaço de alimentação, saindo do corredor que leva aos brinquedos e prestando atenção nas fotos que tirei. Viro à esquerda para ir até Isaac, mas alguém barra minha passagem, me fazendo parar de andar e olhar para cima. — Ta me seguindo, Lobisomem? — Pergunto cruzando os braços.— O mundo não gira ao seu redor, Cassandra. — Diz tocando a ponta do meu nariz e faço questão de franzi—lo para fazer careta. — Vim ao banheiro. — Aponta para porta um po
Me mexo na cama incomodada, fico de bruços e coloco o travesseiro sobre a cabeça, tentando abafar qualquer som que me obrigue a levantar. Solto o ar frustrada, pois as batidas na porta não cessam, ao contrário, elas se intensificam.Jogo a coberta para longe de mim, colocando os pés no chão gelado e andando em direção a porta, enquanto esfrego os olhos com as costas da mão. Ainda bêbada de sono, seguro na maçaneta e abro. Me escorando nela e encarando a pessoa que tanto perturba meu momento de descanso. Quando meus olhos focam em Isaac, sinto que os arregalei, pois ele instantaneamente me fita de cima a baixo.— Não imaginei que o desfile seria logo a essa hora da manhã. — É a primeira coisa que ele fala e só aí me lembro de algo.Fecho a porta na mesma hora, sabendo que fui burra o bastante para dormir somente de calcinha e um top. O calor estava insuportável pela madrugada, quase dormi totalmente pelada, ainda bem que isso não ocorreu.— Bom dia, bela adormecida! — Escuto sua voz do