- Isaac Jhonson.Passo a mão no rosto assim que abro os olhos e bocejo, essa noite não foi nada fácil, eu acho que sequer consegui dormir. Fiquei passando e repassando tudo que aconteceu de tarde até a noite de ontem e simplesmente não consegui acreditar no que a garota me disse. Está explícito que ela estava mentindo e por algum motivo, isso me incomodou bastante, pois mesmo tentando não aparentar, ela parecia muito mal. Ainda não sei bem o que tinha em mente quando fui ao quarto dela, mas eu senti necessidade de ajudar. Confesso que foi uma conversa agradável e só ficou levemente esquisita no fim, ao qual eu já não sabia mais o que falar e acabei esquecendo de perguntar novamente sobre o que ocorreu a ela. Conhecendo ela, com certeza cair de uma árvore não é de seu feitio. Levanto disposto a tomar um banho e ir para minha malhação diária, para depois decidir o que farei quanto a isso. Tomo um banho gelado e suspiro fundo, me olhando no espelho. Essas olheiras recentes estão me inc
- Isaac Jhonson.Observo Samantha vir correndo em direção ao carro e chegar bem perto do vidro para ver se sou eu mesmo. Dou risada da careta dela tentando olhar pelo vidro fumê. Abro um pouco o vidro automático e ela sorri, adentrando ao carro em seguida.— Bom dia! — Sou cortês.— Onde que o dia está bom homem? Você me fez madrugar e nem disse o motivo. Só estou aqui plena, pois você é gostoso demais para ser ignorado. — Coço a garganta, levemente surpreso pela sua maneira descarada de falar. — Para você. — Estendo a caixinha com doces da cafeteria que sou sócio. — Talvez melhore o seu humor, adiantou com sua amiga. — Ela abre um sorriso, tomando a caixa da minha mão e abrindo com rapidez.— Ok, perdoado. — Observo ela pegar um cupcake e morder com pressa. — Agora me diga, o que Cassandra aprontou dessa vez? — Diz após engolir e passar a mão na boca.— Na verdade, você armou aquela cena ontem para que eu visse aquele machucado dela, certo? — Ela assente e vejo sua bochecha ficar be
- Isaac Jhonson.Fiquei tão entretido na causa da garota, que nem me liguei que sai de casa apenas com o conjunto moletom e tênis que uso para malhar. Só percebi depois de um tempo ao olhar pelo retrovisor. Às vezes eu sou meio distraído assim, já me acostumei.Me mexo incomodado no banco, ele é bem confortável, mas ficar tanto tempo sentado é muito ruim. Suspiro fundo e finalmente vejo o carro da polícia descer a ladeira, saindo da comunidade e seguindo pela pista. Espero um pouco e logo começo a segui-los, a uma distância considerável.Ainda não sei o que vou fazer, mas sinto que preciso fazer algo, o que é bem estranho. Eu deveria somente ir até a delegacia e denunciar o policial, mas antes preciso que ele dê sua versão. Preciso olhar em seu rosto e entender o motivo que levou a bater em uma mulher, que certamente me fará bater nele, mas isso é algo que não dá para segurar. Odeio injustiças.Quando eles param no local que Samantha disse, espero mais um pouco e saio do carro. Observ
- Cassandra Hall.Nesse mês que passei aqui, eu entendi que as crianças são mega ocupadas, que Grandão é o segurança quase parte da família e a Sílvia é a babá, quase vó das crianças e eles vivem bem. Isaac é o cabeça de tudo, a parte centrada e o elo que mantém todos unidos. Já eu sou a intrusa, que aos poucos vem ganhando espaço e talvez pelo fato de sempre estar em busca de algo que não tive por dez anos de minha vida. Estou me enfiando meio a tudo isso, nessa necessidade de me encaixar e sentir que faço parte de algo. Meu lado carente está em seu auge e dormir com as crianças foi ótimo. Me senti protegida, o que é irônico, pois eu que sou adulta e deveria proteger eles, não o contrário. Só que a inocência e carinho deles por mim, é realmente um diferencial que não quero perder jamais.No momento está de tarde, tudo que fiz hoje foi ajudar Pietro a se arrumar para a escola e depois me enfiar novamente embaixo das minhas cobertas. Silvia saiu com o marido para fazer as compras do m
— Acho que já perguntei isso, mas ... Por que você não é o monstro que eu esperava? Seria bem mais fácil tudo isso. — Porque eu sou um anjo. — Sua resposta me faz rir e me afasto, voltando a encarar seu rosto com um sorriso genuíno. — Palhaço, vejo que já está bem melhor. Nem vai precisar de curativo. — Comento vendo que limpei até que bem, apesar das emoções. Passo a mão no nariz incomodada, provavelmente vai ficar bem vermelho. Odeio chorar.— Sua amiga me contou algo hoje. Bob foi lá ontem e levou muitas coisas. Ela disse que parecia até que estava em um mercado. — O homem a minha frente conta e abro a boca alarmada.— O quê? Como assim? — Até ajeito a postura diante seu comentário.— Acho que isso tem a ver com o dinheiro da aposta, que ele ganhou apostando sobre mim. — O final me faz esquecer o alarde e rir, visto que ele parece ainda traído por isso. Um dia supera. Tenho certeza.— Ele não fez isso. Ele fez? Preciso falar com ele. — Digo animada e desço rápido da cadeira alta.
Minha estadia no local já ultrapassou a marca de dois meses e estou me sentindo muito bem. Além disso, parece que finalmente encontrei meu ritmo. Meus hematomas horríveis acabaram sumindo com o uso das pomadas e tempo, o que foi muito benéfico quando a dor finalmente desapareceu. Isaac falou e prometeu, acabei sendo obrigada a ir em uma consulta, mas no fim me senti grata por isso. Fui muito bem tratada, o que me deixou chocada com o tratamento que recebi, ter dinheiro realmente facilita bastante. Outra coisa que fiz foi ligar para Samantha, primeiro eu chamei sua atenção por ser enxerida e depois eu agradeci justamente pelo mesmo motivo. Sua boca grande acabou me ajudando e tenho certeza que outras mulheres também, me sentirei grata ao homem que me ajudou, para sempre. No momento estou parada frente a porta de seu quarto, decidindo se será uma boa ideia invadir ou não. Quais são as chances dele me expulsar a pontapés? Bom, são altas na verdade, mas meu motivo é muito bom, mesmo que
Chegamos ao centro de recreação em que vai ter o torneio dos pais. Isaac estaciona o carro e saio, observando o local com certa admiração. É enorme, tem a parte com um gramado baixo, onde tem muitos adultos e crianças circulando. Tudo está decorado com cores chamativas e alegres, algumas barracas e atrações para as crianças depois. Tem ao longe o circuito que penso ser onde vai iniciar a corrida e logo atrás a floresta, onde Andrew disse que eles escondem as bandeiras. Estou tão animada que quase começo a dar cambalhota de alegria, ao contrário do homem que veio comigo. Tentei falar com ele, mas ele manteve o semblante fechado e a boca também. Ele ficou realmente afetado pelo que eu falei, acabei me arrependendo por isso, pensando que poderia ter preparado ele antes de receber o baque.— PAI! — Escuto a voz inconfundível do garoto que corre em nossa direção. — TIA CASS!Quando ele chega, Isaac se ajoelha e aperta o menino com força contra o peito. Abraçando o filho com tanto sentimen
Já não sei quanto tempo se passou, só sei que estou suada e não encontrei meu par. Outros adultos à procura da bandeira passaram por mim, mas apenas disfarcei com um sorriso e prossegui. Meu medo não é por me perder, já que tem muitos instrutores preparados para nos encontrar, mas pelo simples motivo de estar preocupada com o homem do qual me perdi. Ele estava em pânico antes, deve estar assustado em algum canto e a culpa é minha.Escuto o barulho de água correndo, sigo em direção ao som e me deparo com um rio bem extenso dividindo a floresta de outra. Me agacho e enfio a mão na água, molhando e umedecendo minha testa e pescoço. Retiro a blusa que uso por cima, me sentindo mais refrescada e a penduro no cós da legging. Me viro assim que levanto e reprimo um grito quando vejo um homem se aproximando.— Pelo amor de Deus, que susto. — Digo ao observar o homem com a camisa laranja se aproximando, um instrutor.— A senhorita está perdida? — Pergunta e acabo assentindo.— Na verdade, perdi