(Esmen) Ele se aproximou em um inclinar que me fez fungar, tentando evitar a queda de uma lágrima, enquanto o ajudava a tirar aquela roupa. Agora ele estava apenas de calça, e eu me preparava para começar a aplicar a pomada de ervas no seu corpo. “Eu quase o perdi...” vi seus braços e mãos com cicatrizes, feridas e machucados. “Onde mais foi afetado?” Não era possível que só aquela parte estivesse danificada. Senti os azuis intensos seguirem cada movimento meu, e perspicaz como ele era, devia ter percebido minhas lágrimas e dor pela situação. No entanto, ninguém disse uma palavra por alguns minutos. — Espero poder garantir que não vou abrir essas feridas de novo. — digo com um tom melancólico, mas com confiança de que teria sucesso. — Isso é para soar como uma brincadeira? — ele murmurou um pouco rouco. Levantei os olhos com um sorriso meio divertido. Naquele momento, esqueci de estar com a visão embargada. As sobrancelhas de Tauron se juntaram, e de repente senti algo quente
(Esmen) O som ritmado das rodas da carruagem sobre o caminho ecoava no silêncio. Então, momentos depois parecia ser terra molhada e neve, o barulho provocado pelas rodas mudava de acordo com a composição da estrada. A cada solavanco, sentia o movimento aproximar meu corpo do dele, o que só servia para intensificar o peso do momento. Meus olhos estavam fixos na paisagem além da janela, ainda era neve com algumas poucas folhas à mostra, mas a mente insistia em vagar até a presença que preenchia o pequeno espaço ao meu lado. Tauron estava ali, a menos de um braço de distância, calado como a maioria das vezes, tão rígido quanto as montanhas que começavam a surgir no horizonte. Era o mesmo homem que me havia tratado como nada mais do que um peão em seu jogo de vingança. Mas, ainda assim, havia algo diferente nele agora. Ele não me olhava como antes; com frieza ou indiferença. Seus olhos, quando ousavam encontrar os meus, carregavam algo mais profundo, algo que ele parecia lutar para nã
(Esmen) Seus azuis me miraram com intensidade, minhas maçãs coraram sem explicação lógica, me obrigando a querer desviar o olhar, fingindo observar novamente a paisagem. O silêncio caiu novamente, mas desta vez, não parecia tão sufocante. Ainda havia muito que precisava ser dito, mas naquele momento, ambos sabíamos que estávamos em um território novo, um que exigiria cuidado para não desmoronar. Os sentimentos eram complicados em nossas cabeças, mas poderiam ser mais simples se compartilhados. Quando finalmente avistamos as torres do castelo ao longe, senti meu peito apertar. O reino de Tauron não era apenas o lugar onde tudo começou; era o lugar onde tudo mudaria. E, desta vez, não estávamos sozinhos em nossas batalhas internas. “Desta vez, eu queria ser uma verdadeira rainha para esse povo.” Busquei, sem intenção, o homem ao meu lado, este tinha a atenção voltada para o castelo surgindo à frente. “Também queria ser a rainha do seu coração. É pedir muito?” Batidas frenéticas
(Esmen) — Não seja presunçoso. — Presunção? — A sombra de um sorriso reverberou seus lábios, até mesmo as leves cicatrizes se esticaram com o movimento do rosto. — Eu sei onde estão suas piores feridas agora, então, querido rei, aconselho a me soltar! — ameacei, relembrando de como elas ainda estavam inflamadas. — Foi a pior ameaça que já ouvi. — se divertiu. Ambos estávamos tão imersos em nossa pequena confusão que esquecemos das pessoas ao redor, entre cavaleiros, general e, dentre todos, Himal e Ernest. Todos se mantinham calados e atentos, alguns prendiam a respiração diante da nossa conversa tão íntima. — Mas ela é real. — tentei me soltar inutilmente, passando pelo ridículo. Basicamente, se via uma garotinha franzina estapeando um muro alto de pura pedra, bem recortado. A única diferença era que eu não podia acertar quais t***s de verdade, a não ser pela mão antes em seu ombro, mas eu seria capaz de lhe causar alguma dor? Grunhi com raiva, apertando seu ombro com as unhas.
(Tauron) Esmen quase tremia, seu rosto totalmente avermelhado, suas mãos sobre as minhas em sua cintura estavam com as palmas geladas, como se antes ela estivesse suado de nervosismo. — Vai aceitar minha proposta? — estávamos muito próximos um do outro, de corpo e alma. — Está louco? — sussurrou descrente. Soltei uma risada anasalada, divertido por sua suposta falta de voz. — Não sou alguém que demonstra, mesmo quando quero algo, mas estou começando a gostar dessa apresentação. — Não tirei os olhos dela, alternando entre suas esmeraldas e lábios. — É disso que você chama? — murmurou ainda em assombro. Havia diversas pessoas extasiadas em um lugar só, das quais eu pouco me importava. Na realidade, Esmen era o centro da minha atenção. — Pode dizer que é exibicionismo… — soprei aquele murmúrio perto de sua orelha, desviando a atenção para atraí-la a seguir meu exemplo, mostrando quanta gente estava conosco. — Mas não pode me culpar. Tenho direito de exibir o que é meu. — Não fa
(Esmen) — Estou tão aliviada que esteja bem e de volta, majestade. — Ernest tinha os olhos brilhando. — Sabe que não precisava se preocupar tanto a ponto de esquecer de cuidar de si mesma, não é, Lady Ernest? — Como poderia ser diferente? Não pude ignorar o fato de ter sido levada tão facilmente quando eu estava ao seu lado, minha senhora. — Não fale assim. Somos amigas, sabe disso! — Segurei suas mãos dentro das minhas. Ambas estávamos sentadas em um banco perto do jardim, no qual não tive tempo de visitar após a minha chegada. Como a neve estava mais leve, deveria estar mais florido. — Mas sempre será minha senhora também. — disse ela, apertando os dedos dentro dos meus. — Não se esqueça de que você é uma Lady também. — Ela abriu um leve sorriso desconcertado. Acenando em concordância, soltei suas mãos mais tranquila, mas não pude deixar de abordar o assunto que queria tocar antes… — E quanto ao Himal? Ainda não pude falar com ele, mas notei como a expressão no rosto dele e
(Esmen) — Acho que deveríamos voltar. — Quebrou o silêncio que pouco se instalou, com a voz rouca. Ficando na ponta dos pés, deslizei uma mão para cima de seu ombro esquerdo, enquanto a outra procurou apoio na estante atrás de mim. “Ou será neste momento ou nunca será.” Alcancei seus lábios, devagar, apreciando a maciez da carne. Tauron me permitiu explorar cada canto deles por poucos minutos, então correspondeu de forma mais intensa, me empurrando contra a estante. Eu poderia morrer sem ar agora, que ainda assim estaria feliz, pois aquilo era a minha resposta, era uma declaração de que eu havia conseguido um lugar em seu coração. Dando-me um momento para respirar, Tauron tinha os olhos fixos em mim, captando cada nuance da minha expressão. Evitei desviar o olhar, preferindo ficar presa naquele azul intenso que parecia sondar sua alma. “Eu estava mesmo a ponto de tocar nas nuvens?” Seus beijos nunca foram ruins, mas dessa vez, ele conseguiu superar qualquer um dos anteriores.
(Esmen) Os olhos de Tauron estavam cravados em mim, profundos e determinados. Não era só desejo, era algo mais, algo que ele queria que eu entendesse sem precisar dizer. “Não era mesmo minha intenção sair de seus braços. É o melhor lugar para se estar.” Não havia como sair; meu corpo também não obedeceria minha mente se eu quisesse. Estávamos quase obcecados um pelo outro. Antes que pudesse falar, seus lábios tomaram os meus de novo, dessa vez com mais urgência. Meu corpo reagiu no mesmo instante, sentindo seus ombros, enquanto ele insistia em me puxar mais para si. O mundo ao redor desapareceu. Havia apenas ele, seus toques e a intensidade daquele momento. Quando sua boca seguiu para o meu pescoço, senti um arrepio percorrer minha pele. Era como se cada movimento dele fosse calculado, mas ao mesmo tempo incontrolável por sua respiração ofegante soprando em minha audição. — Tauron… — chamei, tentando recuperar o fôlego, porém ele não parou. Seus lábios continuavam a traçar meu p