(Esmen) — Não seja presunçoso. — Presunção? — A sombra de um sorriso reverberou seus lábios, até mesmo as leves cicatrizes se esticaram com o movimento do rosto. — Eu sei onde estão suas piores feridas agora, então, querido rei, aconselho a me soltar! — ameacei, relembrando de como elas ainda estavam inflamadas. — Foi a pior ameaça que já ouvi. — se divertiu. Ambos estávamos tão imersos em nossa pequena confusão que esquecemos das pessoas ao redor, entre cavaleiros, general e, dentre todos, Himal e Ernest. Todos se mantinham calados e atentos, alguns prendiam a respiração diante da nossa conversa tão íntima. — Mas ela é real. — tentei me soltar inutilmente, passando pelo ridículo. Basicamente, se via uma garotinha franzina estapeando um muro alto de pura pedra, bem recortado. A única diferença era que eu não podia acertar quais t***s de verdade, a não ser pela mão antes em seu ombro, mas eu seria capaz de lhe causar alguma dor? Grunhi com raiva, apertando seu ombro com as unhas.
(Tauron) Esmen quase tremia, seu rosto totalmente avermelhado, suas mãos sobre as minhas em sua cintura estavam com as palmas geladas, como se antes ela estivesse suado de nervosismo. — Vai aceitar minha proposta? — estávamos muito próximos um do outro, de corpo e alma. — Está louco? — sussurrou descrente. Soltei uma risada anasalada, divertido por sua suposta falta de voz. — Não sou alguém que demonstra, mesmo quando quero algo, mas estou começando a gostar dessa apresentação. — Não tirei os olhos dela, alternando entre suas esmeraldas e lábios. — É disso que você chama? — murmurou ainda em assombro. Havia diversas pessoas extasiadas em um lugar só, das quais eu pouco me importava. Na realidade, Esmen era o centro da minha atenção. — Pode dizer que é exibicionismo… — soprei aquele murmúrio perto de sua orelha, desviando a atenção para atraí-la a seguir meu exemplo, mostrando quanta gente estava conosco. — Mas não pode me culpar. Tenho direito de exibir o que é meu. — Não fa
(Esmen) — Estou tão aliviada que esteja bem e de volta, majestade. — Ernest tinha os olhos brilhando. — Sabe que não precisava se preocupar tanto a ponto de esquecer de cuidar de si mesma, não é, Lady Ernest? — Como poderia ser diferente? Não pude ignorar o fato de ter sido levada tão facilmente quando eu estava ao seu lado, minha senhora. — Não fale assim. Somos amigas, sabe disso! — Segurei suas mãos dentro das minhas. Ambas estávamos sentadas em um banco perto do jardim, no qual não tive tempo de visitar após a minha chegada. Como a neve estava mais leve, deveria estar mais florido. — Mas sempre será minha senhora também. — disse ela, apertando os dedos dentro dos meus. — Não se esqueça de que você é uma Lady também. — Ela abriu um leve sorriso desconcertado. Acenando em concordância, soltei suas mãos mais tranquila, mas não pude deixar de abordar o assunto que queria tocar antes… — E quanto ao Himal? Ainda não pude falar com ele, mas notei como a expressão no rosto dele e
(Esmen) — Acho que deveríamos voltar. — Quebrou o silêncio que pouco se instalou, com a voz rouca. Ficando na ponta dos pés, deslizei uma mão para cima de seu ombro esquerdo, enquanto a outra procurou apoio na estante atrás de mim. “Ou será neste momento ou nunca será.” Alcancei seus lábios, devagar, apreciando a maciez da carne. Tauron me permitiu explorar cada canto deles por poucos minutos, então correspondeu de forma mais intensa, me empurrando contra a estante. Eu poderia morrer sem ar agora, que ainda assim estaria feliz, pois aquilo era a minha resposta, era uma declaração de que eu havia conseguido um lugar em seu coração. Dando-me um momento para respirar, Tauron tinha os olhos fixos em mim, captando cada nuance da minha expressão. Evitei desviar o olhar, preferindo ficar presa naquele azul intenso que parecia sondar sua alma. “Eu estava mesmo a ponto de tocar nas nuvens?” Seus beijos nunca foram ruins, mas dessa vez, ele conseguiu superar qualquer um dos anteriores.
(Esmen) Os olhos de Tauron estavam cravados em mim, profundos e determinados. Não era só desejo, era algo mais, algo que ele queria que eu entendesse sem precisar dizer. “Não era mesmo minha intenção sair de seus braços. É o melhor lugar para se estar.” Não havia como sair; meu corpo também não obedeceria minha mente se eu quisesse. Estávamos quase obcecados um pelo outro. Antes que pudesse falar, seus lábios tomaram os meus de novo, dessa vez com mais urgência. Meu corpo reagiu no mesmo instante, sentindo seus ombros, enquanto ele insistia em me puxar mais para si. O mundo ao redor desapareceu. Havia apenas ele, seus toques e a intensidade daquele momento. Quando sua boca seguiu para o meu pescoço, senti um arrepio percorrer minha pele. Era como se cada movimento dele fosse calculado, mas ao mesmo tempo incontrolável por sua respiração ofegante soprando em minha audição. — Tauron… — chamei, tentando recuperar o fôlego, porém ele não parou. Seus lábios continuavam a traçar meu p
(Himal) Distraído com meu trabalho, não percebi que estava sendo observado de perto. Tudo que enchia o ar ao redor era o som seco da marreta batendo contra a lâmina em seus retoques finais. Mais algumas batidas e, então, ela era levada para a água, ainda fria pelo tempo meio nevado. Borbulhas subiam na água com o som de fervura das partículas de ar revestidas de calor. Algo chamou minha atenção de repente. Ao levantar os olhos, encontrei uma linda mulher loira concentrada no meu trabalho, observando de perto como a lâmina era movida abaixo da água. Com um sobressalto por ser pego de surpresa, puxei a lâmina com muita rapidez, fazendo-a cair na neve. — Merda! — praguejei, arrumando a luva quase danificada na mão. — Você se machucou? — Ernest já estava na minha frente, muito perto da vasilha funda com água morna pela condição da lâmina que estava dentro dela. — Não, tudo bem! Mas se afaste! — pedi com cautela. No entanto, Ernest apertou os olhos, confusa, dando um passo para trás
(Tauron) Ela poderia não saber o peso das minhas palavras, mas eu as sentia, sentia como se uma carga estivesse sido tirada de mim, como se finalmente os meus pulmões fraturados pudessem respirar normalmente. “Meu sopro de vida.” Eu estava apaixonado por Esmen há muito tempo, negar não faria diferença e ainda sim não pretendia viver em negação se era maravilhoso estar com ela. Agora, sentados diante de uma mesa gigante, separados pela distância entre cada prato que espalhava-se sobre a mesa. Me via ansioso por ficar perto dela, a observando intensamente, enquanto ela não parecia abalada com a situação. Esmen fazia sua refeição calmamente, elevando os cílios na minha direção para que pudesse vislumbrar seu olhar por algumas vezes. Eu não queria intimidá-la com tamanha análise, porém, estava o impelindo agora mesmo, uma vez mais, sem me conter. Ela me deslumbrava de um modo totalmente novo, inconscientemente. Tudo estava tranquilo, até Ghedal aparecer. Capturei o lenço ao lado
(Tauron) Eu queria perguntar se ela estava brincando com a minha cara, mas tinha certeza de que não era o caso. Mesmo assim, estava ficando irritado. Disposto a não causar uma cena e não permitir que o "convidado" ouvisse atrás da porta a nossa discussão, tive que aceitar sua escolha. Entretanto, mesmo com o olhar agradecido que me foi lançado, não consegui ser mais gentil ou me sentir aliviado por aquela ação sua, quando na minha mente estava apenas o plano que ela pretendia começar. Assim que a porta foi fechada atrás das costas dela, eu fecho os olhos com raiva. "Mas que d***os, Esmen!" Eu queria socar algo imediatamente, por isso, meus olhos procuraram um alvo, encontrando um pobre soldado que fingia não notar meu olhar assassino enquanto olhava para a parede. Sua mão balançou levemente sobre o cabo da espada, denunciando seu estado de vigília a mim. "Um novato?" Aquilo não era possível. Eu não havia pedido nenhum novo recrutamento ou tirado alguém do seu posto antigo e des