(Esmen) Os olhos de Tauron estavam cravados em mim, profundos e determinados. Não era só desejo, era algo mais, algo que ele queria que eu entendesse sem precisar dizer. “Não era mesmo minha intenção sair de seus braços. É o melhor lugar para se estar.” Não havia como sair; meu corpo também não obedeceria minha mente se eu quisesse. Estávamos quase obcecados um pelo outro. Antes que pudesse falar, seus lábios tomaram os meus de novo, dessa vez com mais urgência. Meu corpo reagiu no mesmo instante, sentindo seus ombros, enquanto ele insistia em me puxar mais para si. O mundo ao redor desapareceu. Havia apenas ele, seus toques e a intensidade daquele momento. Quando sua boca seguiu para o meu pescoço, senti um arrepio percorrer minha pele. Era como se cada movimento dele fosse calculado, mas ao mesmo tempo incontrolável por sua respiração ofegante soprando em minha audição. — Tauron… — chamei, tentando recuperar o fôlego, porém ele não parou. Seus lábios continuavam a traçar meu p
(Himal) Distraído com meu trabalho, não percebi que estava sendo observado de perto. Tudo que enchia o ar ao redor era o som seco da marreta batendo contra a lâmina em seus retoques finais. Mais algumas batidas e, então, ela era levada para a água, ainda fria pelo tempo meio nevado. Borbulhas subiam na água com o som de fervura das partículas de ar revestidas de calor. Algo chamou minha atenção de repente. Ao levantar os olhos, encontrei uma linda mulher loira concentrada no meu trabalho, observando de perto como a lâmina era movida abaixo da água. Com um sobressalto por ser pego de surpresa, puxei a lâmina com muita rapidez, fazendo-a cair na neve. — Merda! — praguejei, arrumando a luva quase danificada na mão. — Você se machucou? — Ernest já estava na minha frente, muito perto da vasilha funda com água morna pela condição da lâmina que estava dentro dela. — Não, tudo bem! Mas se afaste! — pedi com cautela. No entanto, Ernest apertou os olhos, confusa, dando um passo para trás
(Tauron) Ela poderia não saber o peso das minhas palavras, mas eu as sentia, sentia como se uma carga estivesse sido tirada de mim, como se finalmente os meus pulmões fraturados pudessem respirar normalmente. “Meu sopro de vida.” Eu estava apaixonado por Esmen há muito tempo, negar não faria diferença e ainda sim não pretendia viver em negação se era maravilhoso estar com ela. Agora, sentados diante de uma mesa gigante, separados pela distância entre cada prato que espalhava-se sobre a mesa. Me via ansioso por ficar perto dela, a observando intensamente, enquanto ela não parecia abalada com a situação. Esmen fazia sua refeição calmamente, elevando os cílios na minha direção para que pudesse vislumbrar seu olhar por algumas vezes. Eu não queria intimidá-la com tamanha análise, porém, estava o impelindo agora mesmo, uma vez mais, sem me conter. Ela me deslumbrava de um modo totalmente novo, inconscientemente. Tudo estava tranquilo, até Ghedal aparecer. Capturei o lenço ao lado
(Tauron) Eu queria perguntar se ela estava brincando com a minha cara, mas tinha certeza de que não era o caso. Mesmo assim, estava ficando irritado. Disposto a não causar uma cena e não permitir que o "convidado" ouvisse atrás da porta a nossa discussão, tive que aceitar sua escolha. Entretanto, mesmo com o olhar agradecido que me foi lançado, não consegui ser mais gentil ou me sentir aliviado por aquela ação sua, quando na minha mente estava apenas o plano que ela pretendia começar. Assim que a porta foi fechada atrás das costas dela, eu fecho os olhos com raiva. "Mas que d***os, Esmen!" Eu queria socar algo imediatamente, por isso, meus olhos procuraram um alvo, encontrando um pobre soldado que fingia não notar meu olhar assassino enquanto olhava para a parede. Sua mão balançou levemente sobre o cabo da espada, denunciando seu estado de vigília a mim. "Um novato?" Aquilo não era possível. Eu não havia pedido nenhum novo recrutamento ou tirado alguém do seu posto antigo e des
(Tauron) “Resposta sábia.” “Antes, ele teve medo de mim. Era por sua informação?” Ele parecia determinado a ser alguém no meu reino, mas a desconfiança não poderia me faltar. — Você será testado constantemente! — avisei. Anunciei que o permitiria agir, pois ele teve capacidade de conseguir uma informação valiosa que nem mesmo os meus sabiam. Os presentes tinham rostos espantados na minha direção; até mesmo Ghedal. A revelação de ser praticamente parte do exército mais temido de todo o século os fez recuar diante do meu olhar. Ele estufou o peito e, com orgulho, disse: — Serei muito leal ao último fantasma. Prometo! “Seria seu pai um dos antigos aliados de Tauric?” Eu o investigaria. Se por acaso fosse real, eu o teria como um dos meus. (Esmen) O homem de pé, observando o pátio da janela, era esguio, tinha os cabelos em um tom opaco de cinza, bem aparados em um corte baixo. Vestia roupas claras e longas, onde pude ver apenas a ponta de sandálias de couro em seus calcanhares.
(Esmen) Não havia como negar, ele sabia de muita coisa. Poderia até dizer com certeza que o homem diante de mim teve participação direta nos planos de Vitorian. — Quero respostas! — digo com firmeza. O homem sorriu de modo silencioso, mas tratou de me irritar novamente, justamente com o assunto que já deveria ter começado a dar explicações sobre sua participação. — Sua mãe a ensinou muito bem. — Por acaso está me fazendo perder meu tempo? Busca algo com isso? Seu filho, por exemplo? — Ele ficou sério imediatamente, então caminhou até mim, ficando próximo à cadeira que havia perto da pequena mesa. — Sente-se! Temos muito o que conversar! — disse ele. De má vontade, aceitei suas palavras, mas não antes de ele se afastar para sentar-se na cama, de frente para mim, mantendo uma distância segura. — Do que quer falar primeiro? — Vitorian. — E posso saber o motivo de ele ser sua primeira escolha? — mostrou curiosidade. — Foi a partir dele que tudo começou. — Resumo minha resposta
(Rinam) O sorriso no rosto de quem pensava que seus planos teriam êxito era evidente e, pessoalmente, me causava repulsa. “Se eu negar mais uma vez a sua proposta, posso não ter boas relações futuras com esse reino.” Recordei como ele compartilhava abertamente suas ambições com a maior parte dos reinos quando todos se juntavam. “Não há escolha. Apenas uma se faz a correta.” Era crucial que eu saísse daquele reino com uma boa influência; caso contrário, meus esforços não serviriam para nada. — Se a escolhida não for muito jovem. — Tento transmitir naturalidade. Vitorian agradou-se imediatamente por minhas palavras, por isso respondeu em seguida: — Você pode escolher quem desejar! — Isso não seria trabalhoso? Ter que tomar seu tempo em uma busca selecionada? — Sorrio com perspicácia. — Não. De modo algum, meu caro. — Parou para pensar por um segundo. Então, armou-se de uma ideia imediatamente. — Tenho as primeiras opções aqui! — Acenou para o cômodo adjacente. Apertei os olho
(Rinam) — Ninguém tocará em mim essa noite, entendeu? Eu estava impressionado com aquela mulher. Busquei não alertá-la de que sua força não era o bastante para me sufocar, permaneci do mesmo jeito que ela queria, quieto. — E como fará? — indaguei, fingindo dificuldade para falar, usando um tom mais forçado e baixo. — Faremos um trato. Já que não posso matá-lo sufocado com minha pouca força. — Ela era muito inteligente. — Mas poderia, com determinação. — Estava gostando de ter aquela mulher tentando me prender com seu corpo sobre minhas costas, e fazendo uso de sua inteligência ao mesmo tempo. “Seria uma rainha perfeita.” sorri. Ela não gostou de minhas palavras, apertando seu antebraço com mais força em meu pescoço. — Posso ser sua espiã em troca da minha pureza. — Por que precisaria de uma espiã aqui? — Vai saber se tiver uma. — Me deixou curioso. — Tentador. Mas se esquece de uma coisa. — E o que seria? Me liberto de seu aperto, conseguindo virá-la para dentro da banhei