“Malika enlouqueceu?”Ahmed apertou o aparelho com os dedos, buscando paciência. “Ela quer me expor?” “Acredito que algo aconteceu com ela.” — diz o diretor, do outro lado da linha. — Por quê pensa assim? — A voz rouca do ruivo já trazia indícios de inquietação. “Ela jamais faria algo assim sem motivos. Conheço bem a senhora Al-Madi… Digo, a Senhora Al-Haroon.” — tentou apaziguar o temperamento do professor.Sabendo agora se tratar de um casamento arranjado, ele acreditava que o temperamento mais forte da parte de ambos consigo mesmos era algo natural, já que não havia amor. — Como tem tanta certeza, senhor? — foi mais educado com seu superior, pelo menos era assim dentro da instituição. “Eu sempre observava seu desempenho e conduta antes, era um trabalho extra para Alim Al-Madini.” — confessou sem remorso ou vergonha. “Ela sempre foi monitorada, não se estranha ela está acostumada a ser tratada de qualquer jeito.” pensou Ahmed. — Está bem. Irei averiguar! — assegurou para o o
Malika adentrou a casa com cuidado, mesmo sabendo que estava sozinha, tinha receio de que o marido já soubesse do ocorrido. Buscou ao redor sinais dele, não o encontrando na sala, ela usou os dedos para arrumar os fios de cabelos que tinha certeza estarem desalinhados pela corrida de antes e a pressa de chegar em casa antes do marido ser avisado de suas faltas.Não procurou pela casa, tinha certeza da sua ausência, assim como todas as noites. Dedicou-se a preparar o jantar para si mesma, sempre deixando um pouco para ele, ciente do desperdício causado a maioria das vezes, Ahmed quase nunca jantava em casa, então a comida ficava para o outro dia, causando a invalidade de certas coisas preparadas separadamente.Malika estava se adequando bem, sempre fazia uma nota mental das coisas contendo pouco tempo de validade, procurando separar aquelas das outras. “O desperdício sempre é dele, mas um dia tudo recairá sobre mim.” pensava chateada por ter que preparar comida apenas para ela, todas a
Malika somente conseguiu abrir a boca para fazer sua tentativa de falar, no entanto, foi impedida novamente por um beijo mais intenso dessa vez, não era rude ou firme demais, era macio e embriagador.O coração dela batia descompassado, mas o som que ouvia era da respiração de ambos ficando cada vez mais ofegante.As mãos fortes e grandes começaram a apertar os lugares em que estavam, deixando que a mulher tivesse mais espaço contra seu corpo.Não estava mais sendo presa contra sua vontade, agora queria mais calor do corpo dele, era uma sensação urgente. Uma necessidade absurda se apoderava do seu corpo cada vez mais, a levando a apertar os atributos presos por baixo daquelas roupas aos dele.Ahmed a empurrou devagar de volta para a mesa, deixando-a livre de suas mãos quando tentou limpar o que houvesse daquele lado, como não encontrou, agarrou sua cintura a colocando sentada sobre a mesa.Separou os lábios dos seus com a respiração pesada batendo contra o rosto dela, mas ele não olhav
Faziam semanas que Malika tentava evitar o ruivo, ela mesma fazia tudo rapidamente para não precisar topar com ele na casa.Naquele dia, ela não quis pegar carona com ele, como costumava fazer já há algum tempo, por isso, esperou a saída de Ahmed, para então caminhar para fora da universidade.Ela teve sucesso em evitar também as outras colegas, dessa vez saia primeiro, quase acompanhando o ruivo. Ou era o que acreditava, até ter o caminho bloqueado por elas. — Então conseguimos pegar a pequena covarde. — diz uma delas. — Agora é covarde se abster de brigas em uma universidade de prestígio? Ao meu ver, estou mantendo minha dignidade de boa aluna e futura enfermeira exemplar. — cruzou os braços para as colegas. — Está tentando nos insultar? — arqueou a sobrancelha a mulher dos olhos negros. — Veja como quiser, eu estava falando de mim. — Malika não se intimidou com elas.O grupo de seis pessoas se aproximou ameaçadoramente dela, na intenção de intimidá-la. — Descobrimos o que quis
Novamente estava em apuros com o marido, dessa vez tinha consciência da real briga que teriam, pois Ahmed não parecia gostar de Zyan. — Bem, eu preciso ir! — ela quis correr para longe do homem. — Espere! — Zyan quase agarra seu braço, mas para sorte da jovem, ela foi mais rápida, se afastando antes de ter as suas mãos sobre ela. — Não faça isso! — pediu com cautela, esperando sua compreensão. — Isso é pelo seu marido? — o viu apertar a mandíbula. — Não apenas isso. Estamos em um lugar público e não somos nada um do outro. — corrigiu. — Então podemos nos encontrar em algum lugar mais privado? — ele arqueou a sobrancelha sugestivo. — Eu não poderei fazer isso. Tenho muitas coisas para fazer ainda, pelo meu estudo. — não queria se explicar mais para ninguém, muito menos a um ex-noivo. — Não está sendo uma esposa velada demais para um cara que não se importa com sua presença fora, ou dentro de casa? — ela o encarou. — Eu estava em dúvida, mas agora tenho certeza sobre está sendo
Heitor ficou em silêncio, enquanto seu chefe, repassava novamente a gravação do fim da manhã. Os horários de Malika alternavam as vezes, era uma tática para evitar o encontro entre mulheres e homens na instituição.Agora ele desejava retornar para casa rapidamente, confrontar a esposa sobre o ocorrido e ver como ela reagiria, mas tinha em mente que precisava também capturar toda a conversa para entender o ocorrido.No início ele repassou a conversa entre as colegas de Malika e ela, mesmo que antes tivesse deixado passar despercebido, agora colocava os fones para ouvir melhor, pois a câmera estava um pouco distante. “O que significa isso?” com surpresa assistiu a tentativa das mulheres de intimidar sua esposa, como Malika não se rebaixou, algo surgiu na imagem, eram coisas afiadas, das quais deixaram a jovem com receio do grupo.O mais surpreendente para o ruivo foi escutar com clareza qual era o motivo daquela perseguição e ameaça. Ele era o motivo da esposa estar sofrendo intimidaçõ
Enquanto desejava que o marido demorasse a retornar para casa aquela noite, se contradizia com o pensamento persistente de dever, acreditando ter que esclarecer a filmagem daquele dia.Andando de um lado para outro, ela repassou os acontecimentos, aquilo a fez recordar de quando descobriu que estava noiva de Zyan, algo só revelado depois de um trato já feito entre ele e seu pai. “Pare de pensar nisso. Não tenho mais nada com aquela família.” “Não deveria ter nada com ele também.” Sua mente não tinha rédeas. “Com certeza Ahmed não compreendeu a filmagem, ele não vai acreditar nas minhas palavras.” temeu por sua verdade.Então parou, reclamou consigo mesma por estar se preocupando com a imagem formulada por ele, era algo sem sentido, o ruivo não se importava tanto assim com suas palavras no fim das contas. “Por quê eu deveria me ocupar em uma tarefa que já está perdida?”Malika se sentiu sufocada por aquela realidade um pouco semelhante a do passado, não havia como esquecer o que ti
— Estás louco? — teve as mãos apertadas, causando uma leve mudança entre suas feições delicadas. — Malika, haja como uma mulher casada. — Diga, o que não estou fazendo? — indagou irritada. — Quebra as regras da sociedade sempre que pode e agora está marcando encontros com seu ex? Pense bem nas suas ações! — ordenou. — E o que te incomoda? Não disse que seríamos ligados apenas pelo contrato de casamento, então não vejo diferença. Estou fazendo tudo que uma esposa deveria, não estou? — Não, não está. — Vai reclamar de algo? Então faça! — não pestaneja em continuar o confrontando. — Tudo que faz prejudicará minha imagem no futuro. Então não é difícil ser uma mulher comportada. Basta seguir as ‘porcarias’ das regras. — deixou que a raiva fosse filtrada em sua voz. — Se parece tão fácil, então por quê não busca agir como marido? — provocou. — Malika! — avisou com o rosto próximo ao seu, mesmo mais alto. — Vamos, seja um marido e me ensine as regras de um casamento perante a s