Heitor ficou em silêncio, enquanto seu chefe, repassava novamente a gravação do fim da manhã. Os horários de Malika alternavam as vezes, era uma tática para evitar o encontro entre mulheres e homens na instituição.Agora ele desejava retornar para casa rapidamente, confrontar a esposa sobre o ocorrido e ver como ela reagiria, mas tinha em mente que precisava também capturar toda a conversa para entender o ocorrido.No início ele repassou a conversa entre as colegas de Malika e ela, mesmo que antes tivesse deixado passar despercebido, agora colocava os fones para ouvir melhor, pois a câmera estava um pouco distante. “O que significa isso?” com surpresa assistiu a tentativa das mulheres de intimidar sua esposa, como Malika não se rebaixou, algo surgiu na imagem, eram coisas afiadas, das quais deixaram a jovem com receio do grupo.O mais surpreendente para o ruivo foi escutar com clareza qual era o motivo daquela perseguição e ameaça. Ele era o motivo da esposa estar sofrendo intimidaçõ
Enquanto desejava que o marido demorasse a retornar para casa aquela noite, se contradizia com o pensamento persistente de dever, acreditando ter que esclarecer a filmagem daquele dia.Andando de um lado para outro, ela repassou os acontecimentos, aquilo a fez recordar de quando descobriu que estava noiva de Zyan, algo só revelado depois de um trato já feito entre ele e seu pai. “Pare de pensar nisso. Não tenho mais nada com aquela família.” “Não deveria ter nada com ele também.” Sua mente não tinha rédeas. “Com certeza Ahmed não compreendeu a filmagem, ele não vai acreditar nas minhas palavras.” temeu por sua verdade.Então parou, reclamou consigo mesma por estar se preocupando com a imagem formulada por ele, era algo sem sentido, o ruivo não se importava tanto assim com suas palavras no fim das contas. “Por quê eu deveria me ocupar em uma tarefa que já está perdida?”Malika se sentiu sufocada por aquela realidade um pouco semelhante a do passado, não havia como esquecer o que ti
— Estás louco? — teve as mãos apertadas, causando uma leve mudança entre suas feições delicadas. — Malika, haja como uma mulher casada. — Diga, o que não estou fazendo? — indagou irritada. — Quebra as regras da sociedade sempre que pode e agora está marcando encontros com seu ex? Pense bem nas suas ações! — ordenou. — E o que te incomoda? Não disse que seríamos ligados apenas pelo contrato de casamento, então não vejo diferença. Estou fazendo tudo que uma esposa deveria, não estou? — Não, não está. — Vai reclamar de algo? Então faça! — não pestaneja em continuar o confrontando. — Tudo que faz prejudicará minha imagem no futuro. Então não é difícil ser uma mulher comportada. Basta seguir as ‘porcarias’ das regras. — deixou que a raiva fosse filtrada em sua voz. — Se parece tão fácil, então por quê não busca agir como marido? — provocou. — Malika! — avisou com o rosto próximo ao seu, mesmo mais alto. — Vamos, seja um marido e me ensine as regras de um casamento perante a s
Zyan ainda se sentia nervoso pela ligação. Se recompôs quando chegou na entrada da sala de Alim, levantou a cabeça e desejou boa tarde a um dos assistentes do sogro. A empresa poderia estar em baixa, mas Alim preferia ter dois assistentes, um homem e uma mulher, os dois para diferentes tarefas.Logo se via a cumprimentar o sócio de forma profissional. Conversaram sobre coisas da empresa, novos projetos, o financiamento que Zyan provia diretamente dos fundos da outra empresa.A quantia retirada da Saudi eram valores balanceados, permitindo o levantamento daquela empresa, fazendo da outra, uma investidora matriz, a responsável pela Madini.Zyan ainda não havia parado para pensar sobre tudo que poderia envolver o verdadeiro dono da grande empresa, não fazia ideia de que cumpria cegamente com os planos de Ahmed, apenas agia de acordo com seu próprio projeto ambicioso de vida. No meio do assunto sobre trabalho, uma oportunidade surgiu, o mais novo não a deixaria passar. — Sei que a data d
— Diga-me, por quê me chamou até aqui? — A mulher de cabelos escuros, pele bronzeada e olhos igualmente negros, como seus fios médios e cheio de ondas, perguntou vendo o irmão adentrar a casa. — Que bela recepção, irmã. — sorriu para a mesma.Thurayya desconfiou de suas intenções imediatamente. Ambos eram próximos, mas apenas por meios de negócios que gerassem benefícios, caso contrário, eram apenas sangue sem importância, palavras dele. — Imaginei que era apenas um convite formal que receberia. — ela fingiu desapontamento.O homem se aproximou, sorrindo com astúcia, colocou a bolsa de negócios em cima da pequena mesa de centro. Sentando-se ao lado da mais nova. — Eu estou convidando você, claro. Quem seria, se não a minha bela e amada irmã. Um convite vip. — Soou menos falso do que poderia ser. — Alguém tem planos perversos novamente. — ela saboreou a ideia, mas não se conteve em perguntar do que se tratava. — Abra logo o jogo. Quanto vou ganhar? Querido soberano, dono da cadei
Ahmed acordou no seu horário habitual, não havia dormido bem, tinha passado a noite pensando em como agiu com a esposa durante os últimos tempos, sentia-se na obrigação de pedir desculpas, por não ser flexível, mesmo sabendo que Zyan era o culpado de tudo, sua esposa não queria se casar antes, casou-se com ele por ser forçada, mesmo o amando.O ruivo desceu as escadas com ansiedade, pronto para ser o mais cauteloso possível, evitando causar desentendimentos e ou mudanças em suas palavras por uma situação acalorada, da qual existia possibilidade de surgir de repente. Ele sempre mudava quando se tratava dela.Encontrou a mesa posta e o silêncio pairando no ar. — Malika. — não ouviu resposta ou qualquer ruído.Seguiu até a cozinha, não havia sinal dela. “Onde ela está?” voltou para o andar de cima, procurou no quarto dela, a porta estava aberta e o cômodo vazio.Vasculhou a casa inteira à sua procura, mesmo não ouvindo nenhum movimento ou barulho. — Onde ela se meteu? — Se perguntou,
— Mas não podemos perder os investimentos deles se não aprovarem a denúncia. — ressaltou novamente para Ahmed. — Não deveria se sujeitar a pessoas assim. — avisou o professor. — As vezes devemos nos rebaixar para conseguir o melhor para outras pessoas. Ahmed bufou, encarando o relógio, verificou as horas. — Estou atrasado. Quem sabe não seja meu último dia? — deixou no ar e saiu.Ouvindo o homem do outro lado da porta chamar pelo seu nome, soube o quanto o conselho escolar era manipulado às vezes.Caminhou a passos largos até a sala de sua esposa, chateado com a situação e ansioso por vê-la em segurança. Quando abriu a porta teve uma surpresa desagradável. Malika estava no chão, recolhendo suas coisas.Olhando ao redor percebeu rapidamente que as suas agressoras acabavam de se sentar nos seus lugares, tentavam disfarçar fingindo estarem a arrumar a postura, mas eram demasiadas fazendo a mesma coisa para se tratar apenas de comodidade.O ruivo apertou os punhos, se encaminhou para
Ahmed soltou uma risada anasalada. Poderia ficar nervoso a qualquer momento com aquela anunciação, não sabia se era sincera ou apenas seria um comentário feito para o desagradar propositalmente. — Ótimo. — diz chamando a atenção da esposa, logo é encarado com desconfiança. — Isso deve ser merecido. — completa, fazendo a mulher explicar seu ponto com rapidez. — Tudo estava se arranjando, muito lentamente, mas estava. Agora terei de traçar um novo caminho novamente. Tem ideia de como é difícil? — chateada virou o rosto para não permanecer observando as belas feições do marido, queria permanecer firme e não derreter com o sorriso contido que ele agora mostrava enquanto dirigia. — Pela primeira vez tinha tudo que poderia desejar, uma liberdade oculta, mas que poderia chamar de minha. — reclamou abertamente. — Estar se sentindo presa novamente? — foi uma pergunta retórica. O homem pensava em como havia conseguido manter o controle até aquele momento, sem atacá-la com insinuações, mesm