— Mas não podemos perder os investimentos deles se não aprovarem a denúncia. — ressaltou novamente para Ahmed. — Não deveria se sujeitar a pessoas assim. — avisou o professor. — As vezes devemos nos rebaixar para conseguir o melhor para outras pessoas. Ahmed bufou, encarando o relógio, verificou as horas. — Estou atrasado. Quem sabe não seja meu último dia? — deixou no ar e saiu.Ouvindo o homem do outro lado da porta chamar pelo seu nome, soube o quanto o conselho escolar era manipulado às vezes.Caminhou a passos largos até a sala de sua esposa, chateado com a situação e ansioso por vê-la em segurança. Quando abriu a porta teve uma surpresa desagradável. Malika estava no chão, recolhendo suas coisas.Olhando ao redor percebeu rapidamente que as suas agressoras acabavam de se sentar nos seus lugares, tentavam disfarçar fingindo estarem a arrumar a postura, mas eram demasiadas fazendo a mesma coisa para se tratar apenas de comodidade.O ruivo apertou os punhos, se encaminhou para
Ahmed soltou uma risada anasalada. Poderia ficar nervoso a qualquer momento com aquela anunciação, não sabia se era sincera ou apenas seria um comentário feito para o desagradar propositalmente. — Ótimo. — diz chamando a atenção da esposa, logo é encarado com desconfiança. — Isso deve ser merecido. — completa, fazendo a mulher explicar seu ponto com rapidez. — Tudo estava se arranjando, muito lentamente, mas estava. Agora terei de traçar um novo caminho novamente. Tem ideia de como é difícil? — chateada virou o rosto para não permanecer observando as belas feições do marido, queria permanecer firme e não derreter com o sorriso contido que ele agora mostrava enquanto dirigia. — Pela primeira vez tinha tudo que poderia desejar, uma liberdade oculta, mas que poderia chamar de minha. — reclamou abertamente. — Estar se sentindo presa novamente? — foi uma pergunta retórica. O homem pensava em como havia conseguido manter o controle até aquele momento, sem atacá-la com insinuações, mesm
— Teremos que viver nos confrontando? — ele a encarou. — Enquanto estivermos juntos, sim! — Então será a vida toda! — assegurou ele, com mais confiança que ela. “Não é possível. Ele quer me fazer pagar por alguém, por minha família?” ficou chateada.De repente recordou sobre o início da relação, ele não a queria de nenhuma forma, por sua aproximação e paixão, agora que o ignorava ele estava bem com o casamento. “Talvez eu devesse o incitar mais.” seu coração acelerou. — Eu não acho que devesse ter tanta confiança. — ela o fitou, um sorriso surgiu.Ahmed juntou as sobrancelhas, compreendendo haver a menção de jogo pessoal dela, algo para o fazer pedir o divórcio. “Oh! Você não vai conseguir.” pensou ele. — Tente! — ele incentivou, sem ter consciência dos pensamentos dela. “Vai fugir de mim dentro de um mês.” riu em seu íntimo. “Vamos ver o que você planeja, Malika.” ele os tirou da rua.Malika não agiria logo, esperaria pelo tempo certo, tinha certeza que o marido ficaria e
— Ahmed? — Malika falou espantada. — Esperava outra pessoa? — seus olhos percorreram o corpo dela para ressaltar a roupa indecente para se esperar outro alguém em sua casa.Quando voltaram para o rosto dela, os olhos já pegavam fogo de ira, somente por cogitar que ela estivesse esperando outro homem vestida daquela forma.O ruivo deu passos na sua direção, seu rosto retrata os sentimentos preso dentro de si no momento. — Não, eu não esperava ninguém. — ela se apressou a responder, querendo não parecer balançada com a intimidação dele agora, se virou para desligar os fogos que usava no fogão. — Malika. — o homem tinha um tom duro, mas ela não se virou enquanto não acabou sua tarefa, aproveitando para respirar e não parecer retraída. — Eu já disse… — sentiu as mãos grandes dele agarrando seus ombros e a virando bruscamente. — Por quê usa esse pedaço de pano quando não estou em casa? Estar me confrontando, me testando? — sua voz carregava raiva. — É apenas uma roupa. — tentou pare
Faltavam apenas algumas semanas para o casamento de Inês e Zyan, muitos falavam disso. “O CEO da grande multimilionária irá se casar…” era sempre a notícia relatada em todos os lugares.Ahmed continuava a frequentar uma das suas empresas, sempre revisando os passos de seu usurpador. Também revisava a empresa Madini que logo estaria sob sua posse. Tinha acesso a todos os relatórios, extratos de gastos, avanços, baixas prováveis, entrada e saída de funcionários na folha de pagamento... O homem havia conseguido fazer com que Zyan passasse as responsabilidades do projeto para aquela empresa que ele frequentava, não para suas mãos, pois ainda não sabia de sua participação, mas para as de Ayla.Agora o próprio Ahmed podia manejar as coisas como bem queria, aos olhos do seu rival, era apenas um bom trabalho de um administrador ciente das despesas e necessidades de uma empresa quase na falência, alguém com um ótimo conceito de necessidades prioritárias.Naquele momento, o ruivo recolhia to
— Está me demitindo? — Ahmed não esboçou nenhuma reação. — Não ouviu? — Zyan apertou a pasta nos dedos contra a palma. — Então nesse caso… Eu tenho direito a trabalhar ainda por um período de um mês. — O ruivo deu um passo para dar as costas para o outro, mas foi impedido por sua voz irritada. — Como é? Quem disse que tem esse direito? — O dono da Saudi não sabe sobre os direitos trabalhistas do seu país? — o deu um pequeno vislumbre de que iria sorrir.Zyan teve consciência naquele momento que estava sendo assistido por mais gente do que a recepcionista, o assistente e os demais daquele setor. Todos estavam parados, presenciando a falta de profissionalismo daquele que acreditavam ser o CEO da empresa. — Eu não recebi aviso prévio, não tenho uma carta de demissão escrita, e não sou obrigado a recebê-la hoje, já que ela nunca esteve pronta. — Foi paciente, deixando o outro com a cara vermelha de raiva e frustração.Zyan se aproximou mais, ficando quase abaixo do queixo do ruivo,
— Não venha descontar suas frustrações em cima de mim. — avisou Thurayya. — Estou perguntando a você. — insistiu o irmão mais velho.Levantando da cadeira onde mal sentou, o encarou: — Se houvesse evitado o casamento de Malika com esse Ahmed, não estaria aqui, sendo esse homem tão irritante. Estaria satisfeito ao menos na vida pessoal. — deu as costas para ele. — Espera, Thurayya! — ordenou com ar de irmão mais velho.A mulher não se virou para o dar atenção, apenas ouviu suas palavras daquela forma, demonstrando que não ficaria mais tempo esperando ser insultada. — Você não vai estragar meus planos indo embora novamente. Presenciou sua saída sem nada o responder. O homem apertou os punhos por cima dos papéis perfeitamente revisados, mas que ele não conseguia aceitar ter sido obra de um simples professor. “Se ele não fosse tão insignificante, irritante apenas por existir, eu o teria investigado.” pensou voltando os olhos para os relatórios. “Tenho certeza de ser apenas uma per
Era uma sexta-feira, Ahmed não iria trabalhar naquele dia na empresa e nem na universidade, o permitindo a chance de estudar o comportamento da mulher. Como era considerado fim de semana, ele se permitiu relaxar o corpo em sua sala, enquanto assistia a mulher se mover pela casa.Com o notebook sobre as coxas, revisava as mudanças no refinamento do petróleo de algumas empresas. — Onde está? — Já era a terceira vez que ouvia a mulher murmurar a mesma pergunta na cozinha.Curioso, deixou de encarar os valores e informações transmitidos na tela, para espiar de longe a porta do outro cômodo, apenas a sombra dela se movia lá e cá. — Alguma coisa de errado? — ele perguntou de onde estava. — Não. — respondeu de imediato.O silêncio reinou, logo o café da manhã havia ficado pronto, agora estava sendo colocado sobre a mesa.O ruivo se obrigou a deixar a pesquisa de lado quando avistou seus bolinhos preferidos, bolinhos de tâmaras. “Ela se adaptou muito bem a essa via sem luxo.” pensava a v