Era uma sexta-feira, Ahmed não iria trabalhar naquele dia na empresa e nem na universidade, o permitindo a chance de estudar o comportamento da mulher. Como era considerado fim de semana, ele se permitiu relaxar o corpo em sua sala, enquanto assistia a mulher se mover pela casa.Com o notebook sobre as coxas, revisava as mudanças no refinamento do petróleo de algumas empresas. — Onde está? — Já era a terceira vez que ouvia a mulher murmurar a mesma pergunta na cozinha.Curioso, deixou de encarar os valores e informações transmitidos na tela, para espiar de longe a porta do outro cômodo, apenas a sombra dela se movia lá e cá. — Alguma coisa de errado? — ele perguntou de onde estava. — Não. — respondeu de imediato.O silêncio reinou, logo o café da manhã havia ficado pronto, agora estava sendo colocado sobre a mesa.O ruivo se obrigou a deixar a pesquisa de lado quando avistou seus bolinhos preferidos, bolinhos de tâmaras. “Ela se adaptou muito bem a essa via sem luxo.” pensava a v
Envergonhada, se afastou cobrindo algumas partes de si como podia, de olhos baixos, ela respondeu com sinceridade a pergunta indireta que o marido vinha fazendo a horas. — Estou grávida. Por mais que pensasse na possibilidade, o homem ainda se surpreendeu por sua assistente estar certa. Não saiu do lugar, os pés estavam enterrados no chão enquanto a mulher o espiava com timidez. — Desde quando? — Foi as palavras saindo da sua boca automaticamente. — Algumas semanas… — não tinha certeza. — Como descobriu? — fitou seus avelãs tímidos. — Um teste de farmácia a poucos dias. — Onde está isso agora? — quis verificar, talvez assim sua ficha caísse.O ruivo havia dito antes sobre não pretender ser pai aqueles dias, mas como a assistente dele tinha alertado, ele não poderia escolher quando seria o tempo certo.Malika apontou para uma das gavetas do guarda-roupas, não querendo ficar desnuda por mais tempo na sua frente. — Peguei-o! — pediu ele.A jovem suspirou, não havia como manter a
Malika apertou os lábios, ciente da indiferença que queria mostrar há algum tempo, portanto, compreendia o motivo da pergunta dele. — Eu vou me aprontar para que possamos ir ao médico! — avisou com um meio sorriso, querendo relaxar.Ahmed não deixou a menção de um sorriso abandonar seu rosto. Se não havia resposta era o sinal de positividade, então ficaria sem uma concreta, não precisava realmente daquilo. — Certo. Irei esperar na sala. — se afastou, liberando o corpo da jovem. “Ele não se importa de verdade com os meus sentimentos?” o viu deixar o cômodo.Minutos depois, ambos esperavam o resultado no consultório médico. A profissional, estava com os resultados em mãos, havia sido feito uma série de testes com o sangue da paciente, agora era hora do resultado.Correndo os olhos pela folha, a mulher, com somente um lenço na cabeça, um jaleco por cima da abaya bonita e o olhar genuíno, deixou os papéis de lado para encontrar o casal à frente. — Meus parabéns, os resultados foram t
Haviam se passado outros corridos dias para Zyan, agora ele se via preso em um dilema angustiante de si mesmo, e prestes a enforcar-se em um casamento que para ele era puro negócio, mas que a noiva queria tornar um relacionamento amoroso. — Que droga estou disposto a usar para continuar com isso? — tentava afrouxar a gravata borboleta do pescoço ao invés de apertá-la mais um pouco para concluir seu traje recém-comprado para servir de noivo perfeito diante da alta sociedade da Arábia Saudita.Não tinha certeza se passaria os dias usando algum tipo de medicamento para aturar a mulher ou se precisaria apenas de máscaras de fingimento.O reflexo no espelho grande, o qual ele estava parado a frente o encarava projetando uma carranca pouco aceita para um noivo com os pés no altar. “Por quê não prendi Malika em um casamento adiantado antes daquela m*****a palestra naquele hotel?”Ainda remoía o passado de forma vergonhosa para si mesmo sempre no início de um novo dia, assim seguia o resto
— Como você pretende fazer isso? — Malika estudou o marido recostado na porta do seu quarto. — Como eu pretendo fazer o quê? — repetiu com calma, de braços cruzados, encarando o lugar onde deveria estar uma barriga maior na mulher a poucos metros dele. “Ele não está pensando no futuro, está? Em como minha barriga vai ficar redonda e grande?” Um rubor se espalhou por seu rosto delicado.A pele de Malika parecia cada dia mais atraente para o homem, o motivo… Talvez a falta de contato íntimo entre o casal. — Ir ao casamento, se nem foi convidado. — explicou, na intenção não apenas de obter respostas, também para distrair a atenção do marido para outro ponto.Malika estava começando a ficar incomodada com os dias em que ele ficava em casa, pois sempre parecia vigiá-la, até causava-lhe a ilusão de ter cuidado com a mesma. Doando proteção à mulher e ao bebê. Uma coisa desnecessária. Era o pensamento constante dela. Quem iria querer fazer mal a sua família se eles eram pobres. Quem pod
O caos estava montado na grande mansão dos Madinis. Todos corriam de um lado a outro, diversas pessoas contratadas para preparar a comemoração e os arranjos mais bonitos do lugar.Tudo tinha um tempo certo para dar por acabado os preparativos, então haviam muitos empregados fazendo aquele serviço, visando a boa impressão causada de início nos visitantes.Inês praticamente entrava correndo na casa, atrasada demais para se preparar para aquele dia.Quase topando com várias daquelas pessoas ocupadas e concentradas, ela gritou enquanto avançava: — Saiam da frente! Aquilo assustou os encarregados, os fazendo afastar-se do seu caminho, consequentemente desperdiçando alguns minutos, pois ao invés de correr para sair do meio deles e os permitirem concluir o trabalho, a jovem fez exatamente o contrário.Era notório sua infantilidade naquele momento, mesmo querendo ser uma mulher respeitada e dona de si, horas atrás, quando estava na comemoração da sua última festa de despedida de solteira. A
Inês acabava de descer as escadas da mansão onde lhe esperava diversas pessoas, com as quais apenas sonhara em se aproximar antes. Agora estavam praticamente a maior parte da grande alta sociedade presente na casa de seus pais, esperando para presenciar sua vitória em prosseguir aquela união com o grandioso CEO da renomada empresa do país.Com um grande sorriso exibido, ela pôde mostrar seu rosto para todos, apenas escondendo os preciosos cabelos. Os homens consideravam uma área íntima para eles, apenas para os parceiros desfrutarem, pois era sinônimo de pureza e respeito para com os mesmos.Na ponta da escada estava Alim, ele a conduziu como uma garotinha abaixo de seus olhos, até o momento em que a colocou ao lado de seu noivo. — Sei bem que irá cuidar da minha preciosa Inês. — diz com cautela para não chegar a insultar de alguma forma a responsabilidade do outro. O noivo avaliou a sua prometida com seus intensos negros, então encarou o pai dela, não sorrindo para nenhum deles. —
A grande sala ainda era preenchida pela tensão. Algumas mulheres se reuniram mais com seus maridos ricos para cochicharem entre si e com eles sobre aquele grande escândalo.O homem antes se gabando de CEO e poderoso, parecia um pequeno animal recuado em sua cadeira ao lado de sua agora mulher, essa estava em uma negação evidente. “Isso não é verdade. Como seria?” pensava em diversas formas de negar as evidências. “Como seria a mulher mais rica da Arábia Saudita agora?” tinha uma extrema amargura consumindo-a.Tudo ficou em silêncio quando dois seguranças com roupas negras da cabeça aos pés irromperam a sala.O juiz acompanhando tudo desde a celebração até a concretização dela, reapareceu no meio de todos, pronto para fazer seus questionamentos sobre aquela brusca interrupção. — O que está acontecendo aqui. Estão invadindo uma festa particular… Antes de terminar suas palavras como gostaria, calou-se quando os seguranças se dirigiram a ele, entregando-lhe uma pasta verde com um enve