Faltavam apenas algumas semanas para o casamento de Inês e Zyan, muitos falavam disso. “O CEO da grande multimilionária irá se casar…” era sempre a notícia relatada em todos os lugares.Ahmed continuava a frequentar uma das suas empresas, sempre revisando os passos de seu usurpador. Também revisava a empresa Madini que logo estaria sob sua posse. Tinha acesso a todos os relatórios, extratos de gastos, avanços, baixas prováveis, entrada e saída de funcionários na folha de pagamento... O homem havia conseguido fazer com que Zyan passasse as responsabilidades do projeto para aquela empresa que ele frequentava, não para suas mãos, pois ainda não sabia de sua participação, mas para as de Ayla.Agora o próprio Ahmed podia manejar as coisas como bem queria, aos olhos do seu rival, era apenas um bom trabalho de um administrador ciente das despesas e necessidades de uma empresa quase na falência, alguém com um ótimo conceito de necessidades prioritárias.Naquele momento, o ruivo recolhia to
— Está me demitindo? — Ahmed não esboçou nenhuma reação. — Não ouviu? — Zyan apertou a pasta nos dedos contra a palma. — Então nesse caso… Eu tenho direito a trabalhar ainda por um período de um mês. — O ruivo deu um passo para dar as costas para o outro, mas foi impedido por sua voz irritada. — Como é? Quem disse que tem esse direito? — O dono da Saudi não sabe sobre os direitos trabalhistas do seu país? — o deu um pequeno vislumbre de que iria sorrir.Zyan teve consciência naquele momento que estava sendo assistido por mais gente do que a recepcionista, o assistente e os demais daquele setor. Todos estavam parados, presenciando a falta de profissionalismo daquele que acreditavam ser o CEO da empresa. — Eu não recebi aviso prévio, não tenho uma carta de demissão escrita, e não sou obrigado a recebê-la hoje, já que ela nunca esteve pronta. — Foi paciente, deixando o outro com a cara vermelha de raiva e frustração.Zyan se aproximou mais, ficando quase abaixo do queixo do ruivo,
— Não venha descontar suas frustrações em cima de mim. — avisou Thurayya. — Estou perguntando a você. — insistiu o irmão mais velho.Levantando da cadeira onde mal sentou, o encarou: — Se houvesse evitado o casamento de Malika com esse Ahmed, não estaria aqui, sendo esse homem tão irritante. Estaria satisfeito ao menos na vida pessoal. — deu as costas para ele. — Espera, Thurayya! — ordenou com ar de irmão mais velho.A mulher não se virou para o dar atenção, apenas ouviu suas palavras daquela forma, demonstrando que não ficaria mais tempo esperando ser insultada. — Você não vai estragar meus planos indo embora novamente. Presenciou sua saída sem nada o responder. O homem apertou os punhos por cima dos papéis perfeitamente revisados, mas que ele não conseguia aceitar ter sido obra de um simples professor. “Se ele não fosse tão insignificante, irritante apenas por existir, eu o teria investigado.” pensou voltando os olhos para os relatórios. “Tenho certeza de ser apenas uma per
Era uma sexta-feira, Ahmed não iria trabalhar naquele dia na empresa e nem na universidade, o permitindo a chance de estudar o comportamento da mulher. Como era considerado fim de semana, ele se permitiu relaxar o corpo em sua sala, enquanto assistia a mulher se mover pela casa.Com o notebook sobre as coxas, revisava as mudanças no refinamento do petróleo de algumas empresas. — Onde está? — Já era a terceira vez que ouvia a mulher murmurar a mesma pergunta na cozinha.Curioso, deixou de encarar os valores e informações transmitidos na tela, para espiar de longe a porta do outro cômodo, apenas a sombra dela se movia lá e cá. — Alguma coisa de errado? — ele perguntou de onde estava. — Não. — respondeu de imediato.O silêncio reinou, logo o café da manhã havia ficado pronto, agora estava sendo colocado sobre a mesa.O ruivo se obrigou a deixar a pesquisa de lado quando avistou seus bolinhos preferidos, bolinhos de tâmaras. “Ela se adaptou muito bem a essa via sem luxo.” pensava a v
Envergonhada, se afastou cobrindo algumas partes de si como podia, de olhos baixos, ela respondeu com sinceridade a pergunta indireta que o marido vinha fazendo a horas. — Estou grávida. Por mais que pensasse na possibilidade, o homem ainda se surpreendeu por sua assistente estar certa. Não saiu do lugar, os pés estavam enterrados no chão enquanto a mulher o espiava com timidez. — Desde quando? — Foi as palavras saindo da sua boca automaticamente. — Algumas semanas… — não tinha certeza. — Como descobriu? — fitou seus avelãs tímidos. — Um teste de farmácia a poucos dias. — Onde está isso agora? — quis verificar, talvez assim sua ficha caísse.O ruivo havia dito antes sobre não pretender ser pai aqueles dias, mas como a assistente dele tinha alertado, ele não poderia escolher quando seria o tempo certo.Malika apontou para uma das gavetas do guarda-roupas, não querendo ficar desnuda por mais tempo na sua frente. — Peguei-o! — pediu ele.A jovem suspirou, não havia como manter a
Malika apertou os lábios, ciente da indiferença que queria mostrar há algum tempo, portanto, compreendia o motivo da pergunta dele. — Eu vou me aprontar para que possamos ir ao médico! — avisou com um meio sorriso, querendo relaxar.Ahmed não deixou a menção de um sorriso abandonar seu rosto. Se não havia resposta era o sinal de positividade, então ficaria sem uma concreta, não precisava realmente daquilo. — Certo. Irei esperar na sala. — se afastou, liberando o corpo da jovem. “Ele não se importa de verdade com os meus sentimentos?” o viu deixar o cômodo.Minutos depois, ambos esperavam o resultado no consultório médico. A profissional, estava com os resultados em mãos, havia sido feito uma série de testes com o sangue da paciente, agora era hora do resultado.Correndo os olhos pela folha, a mulher, com somente um lenço na cabeça, um jaleco por cima da abaya bonita e o olhar genuíno, deixou os papéis de lado para encontrar o casal à frente. — Meus parabéns, os resultados foram t
Haviam se passado outros corridos dias para Zyan, agora ele se via preso em um dilema angustiante de si mesmo, e prestes a enforcar-se em um casamento que para ele era puro negócio, mas que a noiva queria tornar um relacionamento amoroso. — Que droga estou disposto a usar para continuar com isso? — tentava afrouxar a gravata borboleta do pescoço ao invés de apertá-la mais um pouco para concluir seu traje recém-comprado para servir de noivo perfeito diante da alta sociedade da Arábia Saudita.Não tinha certeza se passaria os dias usando algum tipo de medicamento para aturar a mulher ou se precisaria apenas de máscaras de fingimento.O reflexo no espelho grande, o qual ele estava parado a frente o encarava projetando uma carranca pouco aceita para um noivo com os pés no altar. “Por quê não prendi Malika em um casamento adiantado antes daquela m*****a palestra naquele hotel?”Ainda remoía o passado de forma vergonhosa para si mesmo sempre no início de um novo dia, assim seguia o resto
— Como você pretende fazer isso? — Malika estudou o marido recostado na porta do seu quarto. — Como eu pretendo fazer o quê? — repetiu com calma, de braços cruzados, encarando o lugar onde deveria estar uma barriga maior na mulher a poucos metros dele. “Ele não está pensando no futuro, está? Em como minha barriga vai ficar redonda e grande?” Um rubor se espalhou por seu rosto delicado.A pele de Malika parecia cada dia mais atraente para o homem, o motivo… Talvez a falta de contato íntimo entre o casal. — Ir ao casamento, se nem foi convidado. — explicou, na intenção não apenas de obter respostas, também para distrair a atenção do marido para outro ponto.Malika estava começando a ficar incomodada com os dias em que ele ficava em casa, pois sempre parecia vigiá-la, até causava-lhe a ilusão de ter cuidado com a mesma. Doando proteção à mulher e ao bebê. Uma coisa desnecessária. Era o pensamento constante dela. Quem iria querer fazer mal a sua família se eles eram pobres. Quem pod