— Agora vai dizer que não gostou. — estava sentindo-se um cafajeste ao dizer aquilo, mas não havia gostado dos insultos, eram ridículos. — Esse é você de verdade, não é? — mostrou o quanto estava decepcionada. — E achou que me conhecia antes? — Ele a encarou, se erguendo de sua cadeira. — Talvez tenha idealizado demais um ser íntegro e gentil. — revelou com amargura. — Depende da pessoa que vos fala. — Ele não pensava mais. — E o que serei para você daqui para frente? Um corpo pra usar quando quiser? Ela estava ficando vermelha de raiva. Se estivesse pensando nas palavras Ahmed diria que não a tocaria mais, mas isso não aconteceu, foi exatamente o contrário. — Esse é o seu dever como minha mulher, não pode negar.Os lábios dela apertaram-se, unidos ficaram semelhantes a uma linha. — Ótimo! — saiu pisando duro, passando por ele com pressa.Ahmed apertou as mão irritado, ela o havia tirado a calma costumeira desde que surgiu naquele hotel, nem mesmo antes se importava em lembrar
Respirando profundamente, alisou a caixa marrom, era de tamanho grande, sem logotipo de loja na parte de cima, como costumava tentar descobrir nos pequenos presentes que pôde desfrutar quando sua mãe era viva, pois apenas ela dava-lhe presentes caros. Sua avó não tinha condições de mandar presentes de luxo, ela mesma não podia enviar tal presente, o dinheiro sempre foi do pai e depois da madrasta.Mas não se importava de verdade com o valor que poderia ter custado seu vestido, apenas se decepcionava por nem mesmo fora da família ter o poder de escolher seu traje. Afinal, aquilo mudaria sua vida. “Não tenho escolhas, afinal. Esse é meu destino.” Sempre soube que seria daquela forma, mesmo que fosse alguém de outra família, ainda teria tal dever a cumprir.A tradição se estendia em parte em casamentos arranjados, principalmente nas famílias tradicionais, como dizia seu pai ser parte desse grupo. “Ou Zyan, ou Ahmed. Parece que sempre foi assim.”Finalmente abriu a caixa com cuidado, de
— O quê? — ficou pasma. — Ninguém se apaixona por alguém sem investigar. A não ser que tenha apenas um interesse oculto. — Espera, o que quer dizer? — não acreditou que estava sendo insultada.Ahmed continuou dirigindo, mas respondeu: — Eu pouco a conheço. Como posso ter certeza se não está me investigando agora porque ganhou o que pretendia? Malika apertou os olhos irritada, sentindo-se injustiçada. — Então toda essa preparação sempre foi para isso? — se referiu as roupas caras, as casuais e alianças de ouro. — A preparação que você chama, é uma estratégia que coube bem a você. — Apertando as unhas nas palmas, ela cerrou os dentes. — Se por acaso quisesse dinheiro teria casado com Zyan. — não se preocupou se ele poderia se sentir mal com as palavras dela. — Isso porque ele ganha mais que eu, certo? — debochou ele. — Isso mesmo! — respondeu prontamente. — Só prova muita coisa. — deixou ainda mais irritada. — Qual é o seu problema? — perguntou se inclinando para ficar pert
Durante a noite, Malika jantou sozinha, não houve sinal de Ahmed. Mesmo que ambos não houvessem trocado contato, ele não ligaria para avisar sobre uma noite fora, era notório que não planejava uma noite de núpcias. Outra coisa que não aconteceria, ele praticamente havia deixado claro com suas ações e insultos.Mesmo assim, Malika esperou alguma ligação, um milagre; pois não havia como ele adivinhar seu contato. No fim das contas ainda o amava, não poderia deixar de se preocupar. “Ele vai dormir fora?” Se perguntou em seguida se ele não teria outra pessoa, se essa pessoa era a sortuda que havia ganhado seu coração. “Não, ele não poderia sustentar duas mulheres.” Lavava as louças enquanto pensava naquilo, dando uma rápida olhada no lugar para constatar a falta de luxo, no máximo era confortável e prática. “É um segundo trabalho que o toma muito tempo. Talvez dias.” estava pensativa, terminando o que tinha de fazer. “Mais que trabalho seria esse?” explodia em curiosidade.Secou o
Depois de ser descoberta como mulher de Ahmed pela vizinha e dona da loja, Malika foi levada pelo marido para dentro de casa com o aviso de precisavam conversar.Assim que a porta da frente foi fechada por ele, o homem a encarou: — Finalmente decidiu se habituar aqui? — O que mais eu devia fazer? Você disse que não me impediria de trabalhar assim que me formasse, mas me impede de estudar. — Demonstrou sua chateação. — Eu não estou te impedindo. — franziu o cenho um pouco confuso. — E como chama me deixar sozinha, sem ao menos uma direção para pegar um transporte até a instituição? Ahmed virou o rosto para o lado, suspirando. — Descaso, confesso. — quase riu, não dela, mas por sua falta de atenção, queria tanto se livrar das perseguições dela que esqueceu-se de ter que ampará-la e aconselhar em certas partes.Malika apertou as sacolas nas mãos, agora estava desconfiada, ele estava mudando novamente ou estava apenas reconhecendo seu erro como uma pessoa digna?Ahmed a fitou, aper
Malika tentou fingir que nada havia acontecido, o coração batia descontrolado, mas seu rosto mostrava raiva quando ela tentou se afastar foi impedida pela mão ainda agarrada a ela. — Não pertenço a você! — o enfrentou. — Isso é o que você pensa. — diz fitando seus olhos meio amarelos.Malika apertou os dentes, diminuindo os olhos com irritação. — Vamos acabar logo com isso. — não tinha mais paciência para brincar de gato e rato com o próprio coração.Ahmed aproximou seu rosto do dela, a única coisa que a manteve com confiança de não tentar se afastar era a burca cobrindo o rosto. — Não me deu sua palavra? — aproximou também o rosto do dele, com o salto nos pés ela podia aproximar até sua respiração soprar em seu rosto, como estava acontecendo agora.O ruivo puxou os cantos dos lábios, divertido. “Você tem muita confiança com esse pano no rosto, não é?” a liberou, deixando-a se afastar dele.Malika não olhou para trás, logo estava dentro do carro dele. Minutos depois, estavam se
Não parecia ter nada de errado com a ausência de Malika nos últimos dias, apenas sentiu uma certa dificuldade de recuperar os últimos minutos. Quando tudo acabou, caminhou para fora da grande construção, sem perceber de início os olhares estranhos em sua direção. — Como soube? — ouviu um murmúrio perto dela, duas garotas conversavam intimamente, sempre olhando para ela.Malika as encarou, fazendo a atenção delas ser direcionada para outro ponto, mesmo que continuassem a conversa. — Está nas notícias, não viu? — perguntou a outra. — E quem é o noivo dela? — Malika pegou as duas olhando para seus dedos. A compreensão lhe bateu. Ambas falavam dela. Olhando para o redor, notou de repente olhares furtivos, alguns intimidadores, curiosos e estranhos. — Espera! Ela se casou? — uma falou alto demais. “O que está acontecendo?” quis se situar.Seria possível que todos houvessem decidido depositar a atenção na vida pessoal dela de repente? Até mesmo pessoas que não a viam antes estavam inte
Malika estava concentrada no que tinha à sua frente, quando todos haviam saído, ela decidiu estudar mais para recuperar o tempo que havia perdido.Quando tudo parecia bem, um som alto a causa espanto. A porta da sala fez um imenso barulho, a levando a dar um pulinho na cadeira, quase derrubando seus livros.Para completar o ocorrido, ela encontrou alguém muito inesperada dividindo o mesmo espaço que ela, seu rosto se tornou sério por baixo da burca, mostrando os olhos frios ela perguntou em primeiro momento o que a irmã mais nova fazia ali: — Estava procurando você, é óbvio. — Para mim não é, pois não temos nada a tratar uma com a outra. — diz Malika. — Temos, temos o meu casamento… – começou a se aproximar da irmã devagar, parecendo ter muito em mente, além de intimidá-la. — … Temos o seu casamento para falar. Sua condição abaixo da minha… — Malika obrigou-se a interrompê-la, escondendo a aliança debaixo da capa do livro que lia. — Vejo que está muito preocupada com a minha con