Assim que retornou para o quarto, nĂŁo encontrou ninguĂ©m. A camisa nĂŁo estava na cama, apenas a calça. Um sorriso ameaçou surgir em seu rosto, mas ele o espantou como mosquito, nĂŁo era porque havia ficado com ela mais uma vez, dessa vez por opção que iria agir como um homem apaixonado. “Isso nĂŁo pode acontecer.” relembrou a si mesmo, pretendia seguir o curso dos planos anteriores, se apaixonar colocaria tudo a perder. NĂŁo era um homem que ficava com mulheres apenas por prazer e depois descartava, mas nĂŁo era o momento de gerar afeto por uma tambĂ©m apenas por ter ido alĂ©m.Respirou fundo, vestiu a calça, usou a toalha para bagunçar os cabelos, pretendendo secá-los um pouco. “O que eu estava pensando?” encarou a si mesmo com olhar crĂtico frente ao espelho grande em um suporte apropriado.Penteou os cabelos meio curtos com os dedos, nĂŁo estava arrependido e isso o preocupava. Agora tinha em mente que a escolha de avançar o sinal foi dele, que ela apenas aceitou a ultrapassagem, nĂŁo p
— Agora vai dizer que nĂŁo gostou. — estava sentindo-se um cafajeste ao dizer aquilo, mas nĂŁo havia gostado dos insultos, eram ridĂculos. — Esse Ă© vocĂŞ de verdade, nĂŁo Ă©? — mostrou o quanto estava decepcionada. — E achou que me conhecia antes? — Ele a encarou, se erguendo de sua cadeira. — Talvez tenha idealizado demais um ser Ăntegro e gentil. — revelou com amargura. — Depende da pessoa que vos fala. — Ele nĂŁo pensava mais. — E o que serei para vocĂŞ daqui para frente? Um corpo pra usar quando quiser? Ela estava ficando vermelha de raiva. Se estivesse pensando nas palavras Ahmed diria que nĂŁo a tocaria mais, mas isso nĂŁo aconteceu, foi exatamente o contrário. — Esse Ă© o seu dever como minha mulher, nĂŁo pode negar.Os lábios dela apertaram-se, unidos ficaram semelhantes a uma linha. — Ă“timo! — saiu pisando duro, passando por ele com pressa.Ahmed apertou as mĂŁo irritado, ela o havia tirado a calma costumeira desde que surgiu naquele hotel, nem mesmo antes se importava em lembrar
Respirando profundamente, alisou a caixa marrom, era de tamanho grande, sem logotipo de loja na parte de cima, como costumava tentar descobrir nos pequenos presentes que pĂ´de desfrutar quando sua mĂŁe era viva, pois apenas ela dava-lhe presentes caros. Sua avĂł nĂŁo tinha condições de mandar presentes de luxo, ela mesma nĂŁo podia enviar tal presente, o dinheiro sempre foi do pai e depois da madrasta.Mas nĂŁo se importava de verdade com o valor que poderia ter custado seu vestido, apenas se decepcionava por nem mesmo fora da famĂlia ter o poder de escolher seu traje. Afinal, aquilo mudaria sua vida. “NĂŁo tenho escolhas, afinal. Esse Ă© meu destino.” Sempre soube que seria daquela forma, mesmo que fosse alguĂ©m de outra famĂlia, ainda teria tal dever a cumprir.A tradição se estendia em parte em casamentos arranjados, principalmente nas famĂlias tradicionais, como dizia seu pai ser parte desse grupo. “Ou Zyan, ou Ahmed. Parece que sempre foi assim.”Finalmente abriu a caixa com cuidado, de
— O quê? — ficou pasma. — Ninguém se apaixona por alguém sem investigar. A não ser que tenha apenas um interesse oculto. — Espera, o que quer dizer? — não acreditou que estava sendo insultada.Ahmed continuou dirigindo, mas respondeu: — Eu pouco a conheço. Como posso ter certeza se não está me investigando agora porque ganhou o que pretendia? Malika apertou os olhos irritada, sentindo-se injustiçada. — Então toda essa preparação sempre foi para isso? — se referiu as roupas caras, as casuais e alianças de ouro. — A preparação que você chama, é uma estratégia que coube bem a você. — Apertando as unhas nas palmas, ela cerrou os dentes. — Se por acaso quisesse dinheiro teria casado com Zyan. — não se preocupou se ele poderia se sentir mal com as palavras dela. — Isso porque ele ganha mais que eu, certo? — debochou ele. — Isso mesmo! — respondeu prontamente. — Só prova muita coisa. — deixou ainda mais irritada. — Qual é o seu problema? — perguntou se inclinando para ficar pert
Durante a noite, Malika jantou sozinha, não houve sinal de Ahmed. Mesmo que ambos não houvessem trocado contato, ele não ligaria para avisar sobre uma noite fora, era notório que não planejava uma noite de núpcias. Outra coisa que não aconteceria, ele praticamente havia deixado claro com suas ações e insultos.Mesmo assim, Malika esperou alguma ligação, um milagre; pois não havia como ele adivinhar seu contato. No fim das contas ainda o amava, não poderia deixar de se preocupar. “Ele vai dormir fora?” Se perguntou em seguida se ele não teria outra pessoa, se essa pessoa era a sortuda que havia ganhado seu coração. “Não, ele não poderia sustentar duas mulheres.” Lavava as louças enquanto pensava naquilo, dando uma rápida olhada no lugar para constatar a falta de luxo, no máximo era confortável e prática. “É um segundo trabalho que o toma muito tempo. Talvez dias.” estava pensativa, terminando o que tinha de fazer. “Mais que trabalho seria esse?” explodia em curiosidade.Secou o
Depois de ser descoberta como mulher de Ahmed pela vizinha e dona da loja, Malika foi levada pelo marido para dentro de casa com o aviso de precisavam conversar.Assim que a porta da frente foi fechada por ele, o homem a encarou: — Finalmente decidiu se habituar aqui? — O que mais eu devia fazer? Você disse que não me impediria de trabalhar assim que me formasse, mas me impede de estudar. — Demonstrou sua chateação. — Eu não estou te impedindo. — franziu o cenho um pouco confuso. — E como chama me deixar sozinha, sem ao menos uma direção para pegar um transporte até a instituição? Ahmed virou o rosto para o lado, suspirando. — Descaso, confesso. — quase riu, não dela, mas por sua falta de atenção, queria tanto se livrar das perseguições dela que esqueceu-se de ter que ampará-la e aconselhar em certas partes.Malika apertou as sacolas nas mãos, agora estava desconfiada, ele estava mudando novamente ou estava apenas reconhecendo seu erro como uma pessoa digna?Ahmed a fitou, aper
Malika tentou fingir que nada havia acontecido, o coração batia descontrolado, mas seu rosto mostrava raiva quando ela tentou se afastar foi impedida pela mão ainda agarrada a ela. — Não pertenço a você! — o enfrentou. — Isso é o que você pensa. — diz fitando seus olhos meio amarelos.Malika apertou os dentes, diminuindo os olhos com irritação. — Vamos acabar logo com isso. — não tinha mais paciência para brincar de gato e rato com o próprio coração.Ahmed aproximou seu rosto do dela, a única coisa que a manteve com confiança de não tentar se afastar era a burca cobrindo o rosto. — Não me deu sua palavra? — aproximou também o rosto do dele, com o salto nos pés ela podia aproximar até sua respiração soprar em seu rosto, como estava acontecendo agora.O ruivo puxou os cantos dos lábios, divertido. “Você tem muita confiança com esse pano no rosto, não é?” a liberou, deixando-a se afastar dele.Malika não olhou para trás, logo estava dentro do carro dele. Minutos depois, estavam se
NĂŁo parecia ter nada de errado com a ausĂŞncia de Malika nos Ăşltimos dias, apenas sentiu uma certa dificuldade de recuperar os Ăşltimos minutos. Quando tudo acabou, caminhou para fora da grande construção, sem perceber de inĂcio os olhares estranhos em sua direção. — Como soube? — ouviu um murmĂşrio perto dela, duas garotas conversavam intimamente, sempre olhando para ela.Malika as encarou, fazendo a atenção delas ser direcionada para outro ponto, mesmo que continuassem a conversa. — Está nas notĂcias, nĂŁo viu? — perguntou a outra. — E quem Ă© o noivo dela? — Malika pegou as duas olhando para seus dedos. A compreensĂŁo lhe bateu. Ambas falavam dela. Olhando para o redor, notou de repente olhares furtivos, alguns intimidadores, curiosos e estranhos. — Espera! Ela se casou? — uma falou alto demais. “O que está acontecendo?” quis se situar.Seria possĂvel que todos houvessem decidido depositar a atenção na vida pessoal dela de repente? AtĂ© mesmo pessoas que nĂŁo a viam antes estavam inte