— O quê? — ficou pasma. — Ninguém se apaixona por alguém sem investigar. A não ser que tenha apenas um interesse oculto. — Espera, o que quer dizer? — não acreditou que estava sendo insultada.Ahmed continuou dirigindo, mas respondeu: — Eu pouco a conheço. Como posso ter certeza se não está me investigando agora porque ganhou o que pretendia? Malika apertou os olhos irritada, sentindo-se injustiçada. — Então toda essa preparação sempre foi para isso? — se referiu as roupas caras, as casuais e alianças de ouro. — A preparação que você chama, é uma estratégia que coube bem a você. — Apertando as unhas nas palmas, ela cerrou os dentes. — Se por acaso quisesse dinheiro teria casado com Zyan. — não se preocupou se ele poderia se sentir mal com as palavras dela. — Isso porque ele ganha mais que eu, certo? — debochou ele. — Isso mesmo! — respondeu prontamente. — Só prova muita coisa. — deixou ainda mais irritada. — Qual é o seu problema? — perguntou se inclinando para ficar pert
Durante a noite, Malika jantou sozinha, não houve sinal de Ahmed. Mesmo que ambos não houvessem trocado contato, ele não ligaria para avisar sobre uma noite fora, era notório que não planejava uma noite de núpcias. Outra coisa que não aconteceria, ele praticamente havia deixado claro com suas ações e insultos.Mesmo assim, Malika esperou alguma ligação, um milagre; pois não havia como ele adivinhar seu contato. No fim das contas ainda o amava, não poderia deixar de se preocupar. “Ele vai dormir fora?” Se perguntou em seguida se ele não teria outra pessoa, se essa pessoa era a sortuda que havia ganhado seu coração. “Não, ele não poderia sustentar duas mulheres.” Lavava as louças enquanto pensava naquilo, dando uma rápida olhada no lugar para constatar a falta de luxo, no máximo era confortável e prática. “É um segundo trabalho que o toma muito tempo. Talvez dias.” estava pensativa, terminando o que tinha de fazer. “Mais que trabalho seria esse?” explodia em curiosidade.Secou o
Depois de ser descoberta como mulher de Ahmed pela vizinha e dona da loja, Malika foi levada pelo marido para dentro de casa com o aviso de precisavam conversar.Assim que a porta da frente foi fechada por ele, o homem a encarou: — Finalmente decidiu se habituar aqui? — O que mais eu devia fazer? Você disse que não me impediria de trabalhar assim que me formasse, mas me impede de estudar. — Demonstrou sua chateação. — Eu não estou te impedindo. — franziu o cenho um pouco confuso. — E como chama me deixar sozinha, sem ao menos uma direção para pegar um transporte até a instituição? Ahmed virou o rosto para o lado, suspirando. — Descaso, confesso. — quase riu, não dela, mas por sua falta de atenção, queria tanto se livrar das perseguições dela que esqueceu-se de ter que ampará-la e aconselhar em certas partes.Malika apertou as sacolas nas mãos, agora estava desconfiada, ele estava mudando novamente ou estava apenas reconhecendo seu erro como uma pessoa digna?Ahmed a fitou, aper
Malika tentou fingir que nada havia acontecido, o coração batia descontrolado, mas seu rosto mostrava raiva quando ela tentou se afastar foi impedida pela mão ainda agarrada a ela. — Não pertenço a você! — o enfrentou. — Isso é o que você pensa. — diz fitando seus olhos meio amarelos.Malika apertou os dentes, diminuindo os olhos com irritação. — Vamos acabar logo com isso. — não tinha mais paciência para brincar de gato e rato com o próprio coração.Ahmed aproximou seu rosto do dela, a única coisa que a manteve com confiança de não tentar se afastar era a burca cobrindo o rosto. — Não me deu sua palavra? — aproximou também o rosto do dele, com o salto nos pés ela podia aproximar até sua respiração soprar em seu rosto, como estava acontecendo agora.O ruivo puxou os cantos dos lábios, divertido. “Você tem muita confiança com esse pano no rosto, não é?” a liberou, deixando-a se afastar dele.Malika não olhou para trás, logo estava dentro do carro dele. Minutos depois, estavam se
Não parecia ter nada de errado com a ausência de Malika nos últimos dias, apenas sentiu uma certa dificuldade de recuperar os últimos minutos. Quando tudo acabou, caminhou para fora da grande construção, sem perceber de início os olhares estranhos em sua direção. — Como soube? — ouviu um murmúrio perto dela, duas garotas conversavam intimamente, sempre olhando para ela.Malika as encarou, fazendo a atenção delas ser direcionada para outro ponto, mesmo que continuassem a conversa. — Está nas notícias, não viu? — perguntou a outra. — E quem é o noivo dela? — Malika pegou as duas olhando para seus dedos. A compreensão lhe bateu. Ambas falavam dela. Olhando para o redor, notou de repente olhares furtivos, alguns intimidadores, curiosos e estranhos. — Espera! Ela se casou? — uma falou alto demais. “O que está acontecendo?” quis se situar.Seria possível que todos houvessem decidido depositar a atenção na vida pessoal dela de repente? Até mesmo pessoas que não a viam antes estavam inte
Malika estava concentrada no que tinha à sua frente, quando todos haviam saído, ela decidiu estudar mais para recuperar o tempo que havia perdido.Quando tudo parecia bem, um som alto a causa espanto. A porta da sala fez um imenso barulho, a levando a dar um pulinho na cadeira, quase derrubando seus livros.Para completar o ocorrido, ela encontrou alguém muito inesperada dividindo o mesmo espaço que ela, seu rosto se tornou sério por baixo da burca, mostrando os olhos frios ela perguntou em primeiro momento o que a irmã mais nova fazia ali: — Estava procurando você, é óbvio. — Para mim não é, pois não temos nada a tratar uma com a outra. — diz Malika. — Temos, temos o meu casamento… – começou a se aproximar da irmã devagar, parecendo ter muito em mente, além de intimidá-la. — … Temos o seu casamento para falar. Sua condição abaixo da minha… — Malika obrigou-se a interrompê-la, escondendo a aliança debaixo da capa do livro que lia. — Vejo que está muito preocupada com a minha con
“Ahmed??” A garganta secou, as mãos suaram e o nervosismo lhe atingiu. “Agora não. Isso não!” pediu fechando os olhos e virando o rosto, desejou que fosse apenas fruto da sua imaginação fértil.Malika apertou as folhas do livro aberto, pediu em seu íntimo que fosse apenas uma recente paranoia causada pela paixão que sentia, uma recente cobiça por ele.Mas ainda podia ouvir o diretor dizer sobre seus atributos: — Ele foi aprovado aqui por responsabilidade, habilidade indiscutível e principalmente por não fazer distinção de ninguém. O professor que apresento a todas vocês, é capacitado também na área do conhecimento que procuram no curso de enfermagem. Então não se preocupem com ele. — Ele será um excelente mentor para cada uma de vocês! — assegurou, colocando elogios demais em um homem que estava ultrapassando os limites impostos no início dos tempos. — Senhor! — uma das mulheres ergueu a mão indecisa. — Sim? — o diretor a deu atenção de imediato. — Nossos responsáveis, maridos
Os olhos do homem do outro lado da mesa cresceram consideravelmente, Malika tinha os seus igualmente grandes na direção do ruivo, que até o momento a fitava sem cerimônia.Ela estava duvidando ter ouvido corretamente. “Ele não queria que ninguém soubesse e agora diz a verdade na primeira oportunidade?” Confusão se estendia por sua mente. “Poderia inventar qualquer mentira.” o encarou, mostrando agora o desagrado. — Como isso aconteceu? — foi a primeira pergunta que veio à mente do diretor.O professor deu atenção, vendo-o alternar o olhar entre eles. — Desde quando isso acontece, quer dizer… O relacionamento de vocês… — procurou a aliança no dedo de Ahmed, agora o ruivo fazia questão de mostrar, para confirmar a história. — Isso não estava aí. — Pareceu pensar alto o homem os observando. — Não se preocupe. Tecnicamente não quebramos as regras da instituição. – Ahmed assegurou para o homem mais velho. — Como pode me assegurar? — perguntou um pouco ansioso. — Malika e eu não n