Os olhos do homem do outro lado da mesa cresceram consideravelmente, Malika tinha os seus igualmente grandes na direção do ruivo, que até o momento a fitava sem cerimônia.Ela estava duvidando ter ouvido corretamente. “Ele não queria que ninguém soubesse e agora diz a verdade na primeira oportunidade?” Confusão se estendia por sua mente. “Poderia inventar qualquer mentira.” o encarou, mostrando agora o desagrado. — Como isso aconteceu? — foi a primeira pergunta que veio à mente do diretor.O professor deu atenção, vendo-o alternar o olhar entre eles. — Desde quando isso acontece, quer dizer… O relacionamento de vocês… — procurou a aliança no dedo de Ahmed, agora o ruivo fazia questão de mostrar, para confirmar a história. — Isso não estava aí. — Pareceu pensar alto o homem os observando. — Não se preocupe. Tecnicamente não quebramos as regras da instituição. – Ahmed assegurou para o homem mais velho. — Como pode me assegurar? — perguntou um pouco ansioso. — Malika e eu não n
Zyan estava sozinho com Inês, Alim havia se ausentado para ir atender um telefonema urgente. Inês não estava com a mínima vontade de mostrar sua inteira hospitalidade com o noivo. O mesmo por sua vez, não deixou de notar. Era um sinal, mostrando o quanto Inês era dissimulada, quando era prometido de Malika, Inês parecia muito gentil e prestativa. Agora não lhe oferecia sequer um copo de água, muito menos café. — Eu me pergunto como você ainda consegue enganar seu pai. — Zyan colocou uma perna por cima da outra, encarando a noiva. — Não estou enganando ninguém. — Inês se fingiu de ofendida. — Não a mim. — diz ele, analisando até mesmo a vestimenta dela.Inês o via apertar os olhos na sua direção. Ele claramente não confiava em nada. — Por que acha que estou fingindo? — ela descansou as costas no encosto do sofá, colocando as mãos com as palmas viradas para as coxas apertadas uma a outra, como sinal de ser uma pessoa recatada.Acreditava que um dia ele poderia ver os pequenos gest
Nos próximos dias, Malika seguia sua rotina, Ahmed sempre saia algumas tardes e voltava apenas durante a madrugada, a mulher acreditava que ele estava com Ayla, por isso sentia o coração doer. No entanto, tentava evoluir apenas com aquele desejo de independência pessoal, mesmo tendo que engolir seu coração no processo.Novamente adentrava a sala de aula, sempre entrava primeiro para não ser vista com o marido, mesmo assim, acreditava está sendo observada todas as vezes. Sentia estar ligada a um tipo de rastreador, pois nunca estava sozinha, sempre havia alguém próximo dela, espiando.Aquele era um dos momentos. O mesmo grupo de mulheres ficavam em seus lugares, mas sempre a observando, vezes ou outra sussurrando entre si.Tentando evitar confusões desnecessárias ou qualquer coisa que mais tarde tivesse que envolver Ahmed como seu legítimo responsável, ela evitava prestar atenção nelas e seus murmúrios.De repente tudo silenciou, era o momento da aula de Ahmed. Fingindo não prestar at
“Não era desse tipo de coisa concreta que eu falava.” pensou consigo.Suspirou cansada, estava perdendo tempo e provavelmente já havia perdido a carona também, pois Ahmed não iria esperá-la para saber se algo havia acontecido, afinal, o intuito dele sempre havia sido ficar o mais longe possível dela. — Então você está cansada de nós, não é? — a líder chamou sua atenção.Malika não sentia necessidade de se explicar, não faria diferença alguma, elas nem eram próximas, muito menos seriam no futuro. Todas estavam ali para intimidá-la e não para oferecerem amizade. — Olha! — a jovem pediu, com o tom cansativo, parecia suspirar internamente há um tempo. — Eu não sei vocês, mas eu já estou cansada disso aqui. — apontou para todas de forma rápida. — Oh! Devemos liberar a princesinha agora? Ela deve ter muito o que fazer. Ah é verdade, agora ela tem. Ela é pobre. — gargalharam de forma ruidosa, deixando a vítima impaciente. — Allah! O que mais querem? O recado foi dado, e ainda estão per
“Malika enlouqueceu?”Ahmed apertou o aparelho com os dedos, buscando paciência. “Ela quer me expor?” “Acredito que algo aconteceu com ela.” — diz o diretor, do outro lado da linha. — Por quê pensa assim? — A voz rouca do ruivo já trazia indícios de inquietação. “Ela jamais faria algo assim sem motivos. Conheço bem a senhora Al-Madi… Digo, a Senhora Al-Haroon.” — tentou apaziguar o temperamento do professor.Sabendo agora se tratar de um casamento arranjado, ele acreditava que o temperamento mais forte da parte de ambos consigo mesmos era algo natural, já que não havia amor. — Como tem tanta certeza, senhor? — foi mais educado com seu superior, pelo menos era assim dentro da instituição. “Eu sempre observava seu desempenho e conduta antes, era um trabalho extra para Alim Al-Madini.” — confessou sem remorso ou vergonha. “Ela sempre foi monitorada, não se estranha ela está acostumada a ser tratada de qualquer jeito.” pensou Ahmed. — Está bem. Irei averiguar! — assegurou para o o
Malika adentrou a casa com cuidado, mesmo sabendo que estava sozinha, tinha receio de que o marido já soubesse do ocorrido. Buscou ao redor sinais dele, não o encontrando na sala, ela usou os dedos para arrumar os fios de cabelos que tinha certeza estarem desalinhados pela corrida de antes e a pressa de chegar em casa antes do marido ser avisado de suas faltas.Não procurou pela casa, tinha certeza da sua ausência, assim como todas as noites. Dedicou-se a preparar o jantar para si mesma, sempre deixando um pouco para ele, ciente do desperdício causado a maioria das vezes, Ahmed quase nunca jantava em casa, então a comida ficava para o outro dia, causando a invalidade de certas coisas preparadas separadamente.Malika estava se adequando bem, sempre fazia uma nota mental das coisas contendo pouco tempo de validade, procurando separar aquelas das outras. “O desperdício sempre é dele, mas um dia tudo recairá sobre mim.” pensava chateada por ter que preparar comida apenas para ela, todas a
Malika somente conseguiu abrir a boca para fazer sua tentativa de falar, no entanto, foi impedida novamente por um beijo mais intenso dessa vez, não era rude ou firme demais, era macio e embriagador.O coração dela batia descompassado, mas o som que ouvia era da respiração de ambos ficando cada vez mais ofegante.As mãos fortes e grandes começaram a apertar os lugares em que estavam, deixando que a mulher tivesse mais espaço contra seu corpo.Não estava mais sendo presa contra sua vontade, agora queria mais calor do corpo dele, era uma sensação urgente. Uma necessidade absurda se apoderava do seu corpo cada vez mais, a levando a apertar os atributos presos por baixo daquelas roupas aos dele.Ahmed a empurrou devagar de volta para a mesa, deixando-a livre de suas mãos quando tentou limpar o que houvesse daquele lado, como não encontrou, agarrou sua cintura a colocando sentada sobre a mesa.Separou os lábios dos seus com a respiração pesada batendo contra o rosto dela, mas ele não olhav
Faziam semanas que Malika tentava evitar o ruivo, ela mesma fazia tudo rapidamente para não precisar topar com ele na casa.Naquele dia, ela não quis pegar carona com ele, como costumava fazer já há algum tempo, por isso, esperou a saída de Ahmed, para então caminhar para fora da universidade.Ela teve sucesso em evitar também as outras colegas, dessa vez saia primeiro, quase acompanhando o ruivo. Ou era o que acreditava, até ter o caminho bloqueado por elas. — Então conseguimos pegar a pequena covarde. — diz uma delas. — Agora é covarde se abster de brigas em uma universidade de prestígio? Ao meu ver, estou mantendo minha dignidade de boa aluna e futura enfermeira exemplar. — cruzou os braços para as colegas. — Está tentando nos insultar? — arqueou a sobrancelha a mulher dos olhos negros. — Veja como quiser, eu estava falando de mim. — Malika não se intimidou com elas.O grupo de seis pessoas se aproximou ameaçadoramente dela, na intenção de intimidá-la. — Descobrimos o que quis