Parte 3...— Isso é bobagem, Luca. Sua prima me contou que ele achava que você tinha mágoa dele - passei os braços por seu pescoço — Os dois perderam tempo. Deveriam ter sentado para conversar e entender mais o que o outro sentia. A gente não pode só fazer uma ideia de algo sem antes ter certeza do que pensamos.— Eu sei - a voz dele falhou um pouco.— Será que você não está confundindo as coisas de novo? Ter voltado até aqui, as recordações, depois Diana aparecendo com o amigo corretor... É muita pressão.— Não! Eu sei viver sob pressão, Carina. E eu sei diferenciar as coisas. Não me tome como um tolo que se deixa influenciar.— Não estou dizendo isso, Luca. É só... Bem, amor é algo muito sério e você diz que me ama, mas nós somos de mundos diferentes. Agora que eu estou tendo a oportunidade de viver coisas que só via nos filmes. Tudo aqui é maravilhoso pra mim, mas pra você é comum.— Carina, quando você viu o dinheiro na sua conta, você mudou?— Claro que não - eu ri — É só dinhei
Parte 1...* CarinaTem dois dias que Luca saiu para uma viagem. Estou quase terminando de arrumar o quarto de visita para Diana. Dessa vez ela está vindo com um namorado novo.Quando estivemos todos juntos aqui na última vez, foi muito emotivo para todos nós, em especial para Luca. Meu marido.Essa semana vai ser a comemoração de um ano de casados. E os tios dele já estão aqui com a gente. Gorete também.Gorete mora no casarão ao lado do castelo. Ela preferiu. Disse que está tão velha e cheia de doenças que podemos acabar confundindo ela com uma das decorações espalhadas pelos corredores do castelo, como as armaduras antigas medievais. Ela sempre tem algo assim a dizer e o Luca apenas concorda com tudo o que ela fala.Eu já disse que ele é puxa-saco dela, mas ele diz que não. É apenas porque ela está sempre certa.Eu acho bom e engraçado ao mesmo tempo. E entendo que ele colocou Gorete como uma substituta do pai dele. Ele dá a ela toda a atenção que não deu ao pai em vida, como uma
Parte 2...— Obrigado esposa - me deu um beijo na testa — Mais tarde você vai poder abusar desse corpo que é só seu - piscou.Eu ri. Luca se mostrava carinhoso e divertido. De vez em quando ele ficava rabugento quando ela assunto de trabalho e ele tinha que viajar para resolver.Desde que nós casamos que ele mudou uma parte do escritório para cá, mas de vez em quando Sueli precisa da presença dele na sede e ele tem que se deslocar. o que faz sempre com reclamações.Por Luca não sairia daqui. Ele realmente tem um pé nesse chão e acho que agora está retomando a vida que tinha planejado antes, mas que estava demorando a acontecer.E eu fico feliz de estar ajudando.— Eu te amo, senhora Bertolini.— Eu sei que ama - me esfreguei contra ele, que sorriu malicioso — E eu não gosto de você - ele ergueu uma sobrancelha e fez uma cara de susto — Hoje eu posso dizer com toda certeza que eu te amo - me declarei.Ele sorriu de uma forma linda e me apertou, me rodando nos braços.— Repete! E alto d
Parte 3... Ele pediu licença e saiu para ler a carta sozinho. Fiquei cuidando das coisas, dando atenção aos nossos amigos e familiares.Gorete estava conversando com os pais de Diana e aproveitei para contar a eles sobre a novidade. Recebi abraços e beijos e Gorete ficou emotiva, mas consegui impedir que caísse no choro, mesmo sendo de felicidade.Depois de um tempo decidi ir atrás de Luca. Ele ainda não tinha retornado. Espero que não tenha sido nada de ruim na carta. O encontrei sentado na poltrona grande na sala de tevê, com a carta aberta nas mãos.— Luca, tudo bem?Me aproximei por trás dele e apertei seus ombros de leve.— Parece até que foi combinado... Sabe o que meu pai diz na carta?— O que é? - sentei no encosto de braço ao lado dele.— Ele repete que me ama e diz que espera que agora eu já esteja feliz, com meu filho no colo, como ele fazia comigo... E que eu o crie aqui na propriedade - ele fungou e suspirou — E que eu seja muito apaixonado por minha mulher, que fique mo
Parte 1...Eu estou cansado. Os últimos três meses foram bem cansativos, tanto fisicamente quanto emocionalmente.Meu pai morreu.Eu já esperava, afinal, ele vinha lutando contra um câncer há mais de um ano e era muito agressivo. Foi tomando todo o seu corpo com uma rapidez que até a equipe médica ficou surpresa.Tentaram todos os tratamentos possíveis, mas infelizmente meu velho não resistiu. Acho que posso dizer que isso foi bom para ele, de certa forma.É melhor morrer e se libertar, do que viver com dor e sofrimento por anos, sabendo que uma hora tudo vai acabar. Acho que foi melhor assim, ele ter morrido.Apesar de nossas diferenças e problemas, eu o amava. Ele era meu pai e foi o único que ficou depois da separação. Minha mãe apenas sumiu no mundo com um amante. Não parou um minuto para pensar em mim, apenas seguiu sua vida e me largou na casa de meus avós.Quando meu pai soube disso ele voltou para o Brasil às pressas, mas nada pode fazer diante do abandono de sua esposa.Eu ai
Parte 2...Me deu até vontade de jogar o copo contra a mureta de proteção da varanda, mas não sou tão maluco de fazer isso. Só apertei o copo mesmo.A propriedade que Roberto se refere, é o lugar mais importante para mim, desde que me entendo como gente, por assim dizer. Na verdade é uma grande área na Itália, na região da Toscana.Lá tem um castelo de mais de mil anos e que é cheio de história. Tem também mais duas grandes casas, com pouco mais de setecentos anos, que foram construídas depois que o castelo mudou de dono. Tem oito hectares de plantação de oliva e quatro de uva, que produz um dos melhores vinhos da região e que é muito lucrativo. O local é maravilhoso. Depois que fui morar um tempo com meus avós paternos, para que meu pai pudesse ter liberdade e tranquilidade para continuar a trabalhar, as melhores recordações de minha vida são de lá.A beleza do lugar é incomum. Morei com meus avós em uma das casas, mas o castelo era meu lugar preferido. Meus avós o deixavam aberto p
Parte 1...Hoje amanheci um pouco lenta. Choveu a noite toda e eu tenho pavor de trovão. Me enfiei na cama e me encolhi bem no cantinho até que acabei dormindo. Vou trabalhar sem muita vontade, mas eu preciso. Não posso me atrasar e nem quero. Gosto de chegar um pouco antes porque assim posso me organizar e me preparar para a chegada de meu chefe.Luca Bertolini.Meu Deus, o que ele tem de bonito, tem de ignorante. O homem tem um jeito rude de tratar as pessoas e acho que eu sou sua vítima preferida.Trabalho para ele diretamente há dois anos, mas na empresa já estou há cinco anos. Gosto muito de trabalhar lá, só não curto muito ser secretária dele, mas o salário é muito bom.A empresa me dá algumas vantagens, como plano de saúde, que cobre quase tudo e também tenho plano dentário. Eu até já usei por duas vezes, quando tive um problema em um dente e que me deixou presa em casa por quatro dias.Pude descansar porque a empresa cobre esse tipo de situação. Sou muito agradecida ao meu em
Parte 2...Nossa, que homem grosso. Logo de manhã e já dando coiçe. Respirei fundo. Preciso do empregro, não posso esquecer.— Não, senhor - dei um sorriso meio sem graça — É que não o vi chegar.— E iria ver como, se estava batendo perna por aí? - me encarou de modo feio — A santinha demorou a chegar hoje.Eu não suporto que ele me chame dessa forma, ainda mais que sei que é de modo irônico. Já tem uns seis meses que começou a me chamar assim.— Eu não estava batendo perna, estava no banheiro e...— Me poupe - ele ergueu a mão — Não quero saber o que você fazia. Pegue logo essa papelada espalhada e traga para mim o que tenho que assinar. Vê se não demora, lenta.Eu assenti com a cabeça, fazendo que sim, mas só Deus sabe como estou chateada com esse começo de manhã.— Leve meu café - ele disse e entrou na sala de novo.Respiro fundo. Me abaixei e catei logo tudo que estava espalhado. Na volta eu faço a separação novamente. Agora tenho que levar o café dele.** ** ** ** ** ** **Bati n