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Capítulo Dois - Carina -2

Parte 2...

Nossa, que homem grosso. Logo de manhã e já dando coiçe. Respirei fundo. Preciso do empregro, não posso esquecer.

— Não, senhor - dei um sorriso meio sem graça — É que não o vi chegar.

— E iria ver como, se estava batendo perna por aí? - me encarou de modo feio — A santinha demorou a chegar hoje.

Eu não suporto que ele me chame dessa forma, ainda mais que sei que é de modo irônico. Já tem uns seis meses que começou a me chamar assim.

— Eu não estava batendo perna, estava no banheiro e...

— Me poupe - ele ergueu a mão — Não quero saber o que você fazia. Pegue logo essa papelada espalhada e traga para mim o que tenho que assinar. Vê se não demora, lenta.

Eu assenti com a cabeça, fazendo que sim, mas só Deus sabe como estou chateada com esse começo de manhã.

— Leve meu café - ele disse e entrou na sala de novo.

Respiro fundo. Me abaixei e catei logo tudo que estava espalhado. Na volta eu faço a separação novamente. Agora tenho que levar o café dele.

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Bati na porta de leve e abri, entrando com o café dele que ainda está quente como gosta.

— Aqui está - deixei o copo em cima da mesa dele.

— O que é isso? - ele apontou com a caneta, fazendo careta.

— É o café que o senhor pediu.

— Não é isso o que eu quero... - ele puxou o ar fundo — Eu estou com fome, não tive tempo de comer em casa. Quero um café completo - meneou a cabeça — Saia e me traga algo decente para comer.

— Mas... O que o senhor quer?

Ele fez um bico torcendo a boca de um lado para outro. Bateu a caneta em cima da mesa, me encarando.

— Atravesse a rua... Vá até a cafeteria novamente... - ele falava pausado me olhando feio — Peça o cardápio completo... E... Me... Traga algo para... Comer - sorriu ironicamente — Será que isso é difícil para sua capacidade?

Eu fiz que não com a cabeça. Peguei o café de novo e saí da sala. Como ele não iria tomar, eu mesma o tomei. Pelo menos está pago na conta da empresa.

Que homem chato, Jesus!

Suspiro fundo e sigo para o elevador. Apertei o botão e logo as portas se abriram. Eu vi Roberto lá dentro e sorri. Ele sai e segura a porta para mim.

— Como está, Carina? - ele sorri.

— Bem... - dei de ombro e sorri sem ânimo — Pode entrar, eu vou até ali comprar algo para ele - fiz uma careta indicando a sala e ele riu.

— Tudo bem. Tenho que falar com o Luca. Depois a gente se fala.

Eu aceno e as portas se fecham. Roberto é uma pessoa muito gentil comigo, desde que nos conhecemos. Diferente de outros funcionários e muito mais de meu chefe, ele se interessa em saber sobre mim. Mesmo sendo algo apenas por educação, é bom saber que tem gente que se preocupa conosco.

Roberto sabe um pouco sobre minha situação. Eu não dou muitos detalhes porque não quero que fique incomodado, achando que tem obrigação de me ajudar.

Ele sabe que sou adotada e que a Gorete tem sérios problemas de saúde, mas nunca lhe disse que passo necessidades para poder manter seu tratamento. E não é por vergonha, afinal, a vida acontece para todos, não importa se é pobre ou rico.

Meus colegas de trabalho têm uma ideia, mas não a certeza de tudo o que se passa comigo. Às vezes eles me trazem lanches, já aceitei almoçar duas vezes com a Miranda do recursos humanos e ela foi quem pagou a conta. Eles sabem que eu tenho dificuldades e de vez em quando tentam me ajudar, mas eu evito envolver outras pessoas em minha vida.

Não é por vergonha e nem por orgulho, é por trauma mesmo. Já me decepcionei tanto com as pessoas que se diziam interessadas em me ajudar, que hoje tenho dificuldade em aceitar quando alguém oferece ajuda.

Atravesso a rua correndo. A cafeteria já está mais cheia agora e tenho que ser rápida ou o outro vai ter mais um chilique. Pedi o cardápio completo e não sei o que poderia agradar ao apetite matutino dele.

— Oi, pode me ajudar? - pedi ajuda a atendente — O que você sugere como um bom café da manhã, para um chefe bem chato?

Ela começou a rir e pegou o cardápio.

— Sei como é isso - correu o dedo pela folha — Olha, essa opção aqui é bem legal, é leve para um começo de manhã e é bem gostoso. O que acha?

— Não sei - dei de ombro — Mas vou confiar na sua dica e quero esse pra levar, por favor. Tenho que correr de volta.

Ela sorriu balançando a cabeça e foi preparar o pedido. Espero que o Grinch goste e não queira me devorar.

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Autora Ninha Cardoso

* livro completo. Continue lendo para saber o que vai acontecer na trama.

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