Embora no mundo houvesse muitos homens e mulheres que, ao se depararem com o amor, acabavam se machucando profundamente, quem estava de fora sempre preferia não ver a pessoa por quem se importava cair em dificuldades.Marcelo apoiou os braços na cama, sua postura refletindo a de um adulto maduro. No entanto, esse gesto não era apenas de maturidade; ele revelava, sem querer, um toque de preocupação e o desejo de se aproximar mais dela, algo que seu coração, agora cheio de sentimentos por ela, não podia esconder.— Poli, você já falou antes, o Gugu também quer se divorciar, e agora o Delfim ainda está te tratando assim... Como você vê o seu casamento com o Gugu agora? Poliana compartilhou com ele o que realmente pensava.— Eu acho que há algo estranho. Logo depois de nós termos nos reconciliado, aconteceu tudo aquilo. Tenho a sensação de que as pessoas que já nos prejudicaram antes estão de volta. Tio, a gente já discutiu isso antes, sabemos que a outra parte tem muito poder. Então, se
Poliana hesitou antes de bloquear o Guilherme. Para ela, sua explicação era compreensível: uma pessoa precisava saber ser grata. Se alguém fosse muito insensível, quem mais iria querer ajudar em situações futuras? E quem poderia ser forte o suficiente para resolver todas as dificuldades da vida sozinho?Porém, para Gustavo, a situação era diferente. Ele e Poliana eram casados, e, tanto fisica quanto emocionalmente, ela deveria ser fiel e exclusiva a ele. Além disso, ele não via em Guilherme ninguém inferior a si, e pensava que, se Poliana fosse mais indiferente, ao deixar Guilherme de lado, ela não perderia nada. Por isso, ele queria que Poliana bloqueasse Guilherme, como uma forma de demonstrar sua posição.Para Gustavo, o ato de Poliana não bloquear Guilherme significava que ela não queria se desvencilhar dele, o que facilmente poderia levá-lo a acreditar que ela estava emocionalmente envolvida com outro homem. E uma vez que Gustavo começasse a pensar que Poliana estava com
Edmar assentiu com a cabeça. — A família do chefe não tem como ajudar, só vai piorar a preocupação deles. Agora, só podemos confiar nos médicos. Marcelo franziu as sobrancelhas, claramente incomodado. — Mesmo assim, algo tão sério como isso... Edmar o interrompeu: — O ferimento do chefe foi causado pelos seguranças do Guilherme, e, aparentemente, tem algo a ver com a jovem Sra. Codelle. Se a família souber disso, podem surgir outros problemas. Por isso, acho melhor esperarmos ele acordar e vermos o que ele diz. Depois de um breve silêncio, Marcelo, com uma expressão ainda mais sombria, perguntou: — Eles dois chegaram a esse ponto? Edmar suspirou. — Ambos têm temperamentos difíceis e gostam de criar confusão. Não é surpreendente que tenha chegado a esse ponto. Marcelo, com dor de cabeça, levantou a mão e massageou o nariz. Se sentou ao lado de Edmar e ambos ficaram ali esperando. Às nove e meia, as portas da sala de cirurgia se abriram, e um médico apareceu. Marc
Após dizer isso, ele fechou os olhos, se recusando a continuar conversando com Marcelo.A expressão de Marcelo estava carregada, claramente incomodado com as palavras duras que Gustavo usaou para descrever Poliana.— Você pode estar com raiva, mas o que disse foi excessivo. Você vive questionando a Poliana, perguntando por que ela é assim, por que não age de outra forma. Então, me permita perguntar algo: quando ela estava doente, por que foi o Guilherme quem foi primeiro visitá-la? E você, sendo o marido dela, por que não estava lá, ao lado da esposa que precisava de cuidados?— Eu tenho os meus motivos!— Sim, você tem seus motivos e justificativas, então você pode ser perdoado. Mas ela, ela não pode ter razões ou justificativas, tem que seguir tudo de acordo com o que você pensa, sem nenhum erro. E se errar, tem que se desculpar com você. Gustavo, quando surgem problemas no casamento, o certo é resolvê-los. Você pode ter seus problemas, mas ela não pode ter nenhum? Qual pessoa inocen
A segunda protagonista não tinha traços de beleza excepcional, mas suas proporções eram harmoniosas, o que a tornava atraente nas câmeras, embora no mundo do entretenimento, ela não fosse exatamente uma pessoa de destaque.Com isso, Edmar se virou completamente, surpreso.— Hmm? Gustavo respondeu:— Hmm.A expressão de Edmar se tornou ainda mais sutil, como se sentisse que Gustavo ainda estivesse tentando dificultar as coisas para Poliana.Pois Poliana era daquelas pessoas cuja beleza impressionava à primeira vista e só ficava mais encantadora com o tempo; uma verdadeira raridade. Embora tivesse pensado nisso, Edmar não deu atenção a Gustavo e os dois continuaram assistindo à televisão.O tempo passou.Uma batida na porta interrompeu o silêncio.Gustavo olhou na direção do som, enquanto Edmar se levantava para abrir a porta.Quem entrou fez os olhos de Gustavo se ampliarem com surpresa.— Wanessa?Wanessa entrou cuidadosamente.— Finalmente acertei o caminho!Gustavo franziu a testa
Ele e o pai de Gustavo eram grandes amigos, com uma amizade profunda, o que naturalmente os tornava também amigos. Poliana, portanto, era simplesmente a filha do amigo. E o termo "criança", vindo de um homem que era dezesseis anos mais velho do que Poliana, não só soava apropriado, mas carregava também um tom de carinho e de mimos.Após enviar a mensagem, ele não procurou seu secretário, mas fez uma ligação para a empregada da casa, perguntando se Vic já tinha ido dormir, e então foi descansar.Sua equipe era muito competente; assim que ele esclareceu a situação, sem precisar de ordens, a assessoria de imprensa cuidaria do resto.Mal ele havia adormecido, quando, de repente, um grito agudo de Poliana cortou a noite.Ele acordou de sobressalto, levou apenas um segundo para se recompor e, imediatamente, se levantou, calçando os sapatos e indo em direção à porta....No meio da noite, a enfermeira foi verificar os quartos, e, naturalmente, o quarto de Poliana não podia ser trancado po
Desde o início, Guilherme estava em desvantagem, e agora ele não conseguia mais se defender. Quando percebeu que quem o estava espancando era Marcelo, ele não ousou reagir. Apenas repetia, com a voz trêmula:— Eu errei, senhor, por favor, não me bata mais.Mas Marcelo não cessava os golpes. Foi só quando as enfermeiras chegaram correndo que ele finalmente parou.Uma das enfermeiras acendeu a luz, e Marcelo rapidamente foi até Poliana, enquanto Guilherme, caído no chão, provavelmente com vergonha, levantou a mão para cobrir o rosto.Embora Poliana tivesse visto Marcelo lutar por ela, o medo em seu peito não se acalmou imediatamente. Ela ainda estava em choque. Tinha acabado de adormecer tranquilamente, quando, de repente, um homem surgiu para tentar abusar dela. Aquilo era mais aterrorizante do que encontrar um fantasma no meio da noite.As enfermeiras perceberam o medo nos olhos dela e, ao verem a desordem no colarinho de sua blusa, logo entenderam o que havia acontecido. Uma del
Guilherme evitou seu olhar. Na verdade, ele também estava um pouco curioso sobre o motivo de Marcelo estar ali, mas não ousou perguntar. Se levantou e, com um ar desanimado, saiu.Quando Marcelo voltou ao quarto, a enfermeira já havia saído. Poliana ainda estava apavorada, com as mãos firmemente agarradas ao cobertor, e seus olhos fechados tremiam levemente pelas longas pestanas.— Poli.Ele disse, com uma voz suave. Poliana, porém, ainda se assustou e deu um pequeno sobressalto.Ao abrir os olhos, ela moveu os lábios, mas sua voz estava fraca.— Ele foi embora?— Hum.Marcelo se aproximou dela e notou que, apesar do curativo sobre o dorso de sua mão esquerda, o sangue ainda vazava por baixo do band-aid. Um sentimento de dor por Poliana aumentou dentro dele.A jovem mulher não havia feito nada de errado, mas, por ter sido alvo de um homem, suas dificuldades não paravam de crescer. Seus ferimentos aumentavam cada vez mais.Ele não sabia o que poderia dizer a ela, afinal, ele também era