— Certo. — Wanessa abriu a bolsa novamente e tirou um cheque preenchido no valor de quinhentos mil reais. — Isto é um quarto dos dois milhões de reais que deveriam ser destinados à sua filha. Fique com ele. Ao ver o cheque, os olhos da mãe de Naomi brilharam imediatamente. Ela o pegou com pressa, segurando ele firmemente nas mãos. Em seguida, Wanessa retirou um frasco de remédio da bolsa. — E isto aqui. Triture e dê a ela misturado em água. O rosto da mãe de Naomi mudou de imediato. — Isso é... — Não se preocupe, não vai tirar a vida da sua filha. — Os únicos olhos visíveis de Wanessa assumiram um tom sombrio e gelado. — Apenas vai deixá-la em estado vegetativo. — Estado vegetativo? Wanessa suspirou. — O Gustavo deixou sua filha aqui esperando que ela acorde para interrogá-la sobre os fatos. Ele já lidou com muitos criminosos no passado, e, se ela acordar, provavelmente ele vai conseguir arrancar a verdade dela. Por isso, é melhor que ela fique em estado vegetativo. A
Wanessa sentiu que já havia organizado tudo e, cheia de energia, entrou no carro, rumando de volta ao hospital no centro da cidade.Nesse momento, a bomba de analgesia que Poliana usava começou a fazer efeito, e seu corpo, que sofreu com a dor o dia inteiro, finalmente encontrou algum alívio. Aos poucos, ela adormeceu, ainda atordoada.No entanto, não conseguiu dormir por muito tempo. O celular vibrou de repente, acordando ela novamente.Era uma chamada de Edmar.Poliana, ao ver o nome dele na tela, sentiu uma esperança se acender. Afinal, quando Edmar ligava, provavelmente era a pedido de Gustavo.Com essa expectativa, atendeu ao telefone, mas, assim que ouviu as palavras dele, sentiu como se fosse mergulhada em água gelada. Um calafrio percorreu seu corpo, e por um momento, ela não conseguiu pensar direito.Edmar disse:— Jovem Sra. Codelle, o chefe se machucou. Você ainda não se divorciou dele, continua sendo a esposa dele. Acho que você deveria vir cumprir sua responsabilidade como
Ela viu que Poliana estava chorando novamente e perguntou:— Poli, quem se machucou?Poliana tentou controlar suas emoções, sorriu e balançou a cabeça.— Não é ninguém. Vai, faça sua lição de casa, não vou te atrapalhar.Depois de falar isso, ela puxou o biombo entre as duas camas.Mas Vic não conseguiu se concentrar na lição de casa. Ela deixou o livro de lado e, depois de refletir por um momento, pegou o celular, que estava carregando, e mandou uma mensagem para Marcelo.[Papai, você está vendo minha mensagem?]Marcelo estava vendo.Enquanto isso, Poliana estava imersa em suas emoções reprimidas e sufocantes, sem disposição para mexer no celular. Mal sabia ela que, naquele momento, os rumores sobre ela e Marcelo já haviam se espalhado ao máximo.Era como Vic desejava: que ele descansasse mais no avião, sem ser interrompido. Mas Sérgio, ao saber dos rumores, fez uma ligação via satélite diretamente para ele, que estava no voo.Embora Marcelo tivesse explicado tudo a Sérgio, a discussã
Porque, mesmo que a filha tivesse deixado claro que ele estava agindo por impulso, ele ainda não conseguia abandonar o pensamento de voltar. ... Antes de meia-noite, Wanessa voltou. Ela ainda carregava várias sacolas de marcas de luxo. Neste momento, Vic já estava dormindo, e Poliana também havia acalmado seus sentimentos, se concentrando no celular. Mais tarde, ela mandou uma mensagem para Edmar, pedindo-lhe que enviasse algumas fotos ou vídeos do Gustavo, já que não podia ir vê-lo pessoalmente, mas queria saber como ele estava. Ao ver que Wanessa tinha saído e retornado com tantas coisas, Poliana perguntou: — Wane, o que é isso que você está carregando? Wanessa se sentou ao lado dela, sorrindo doce e calmamente enquanto colocava as sacolas ao seu lado e retirava os itens uma a um. — Quando voltei, percebi que o tempo tinha esfriado um pouco, e vi que a Vic e a Dona Cleusa estavam com pouca roupa, então comprei roupas para elas duas. Também comprei para você um laço
Sob as cobertas, o dedo da mão dela, ainda com o soro na veia, se moveu silenciosamente. Se Guilherme realmente ousasse fazer aquilo, ela certamente lhe daria um tapa no rosto. Justo quando ela tomava essa decisão, ouviu Guilherme suspirar suavemente. Depois, algo foi colocado na superfície do armário ao lado. Em seguida, se ouviu o som suave de passos se afastando em direção à porta, que se fechou alguns segundos depois. Guilherme havia partido.Mas Poliana não se atreveu a abrir os olhos imediatamente. Só depois de muito tempo, quando ela teve certeza de que ele realmente havia ido embora, abriu os olhos, ligou a luz de cabeceira e olhou ao redor. Sobre o armário, havia um modelo de carro de corrida vermelho. Poliana não sabia por que Guilherme havia colocado aquilo ali. Felizmente, ele não tinha feito nada com ela. Ela soltou um suspiro de alívio, apagou a luz e voltou a se perder em seus pensamentos, até adormecer novamente.Com o alívio da dor devido à bomba de analgesia, e
Pensando melhor, ela percebeu que ainda estava começando a conhecer Guilherme e que não poderia simplesmente convidá-lo para um jantar sem motivo, ou ele poderia achar que ela estava se interessando por ele. Ela precisaria encontrar uma desculpa convincente. Não demorou muito para Wanessa ter uma ideia. Ela esperaria Poliana acordar e então faria questão de que ela visse o bilhete. Sabia que, após ler, a amiga ficaria ainda mais angustiada, e com isso ela poderia alegar que se preocupava com ela e, por esse motivo, ir até Guilherme para conversar.Com seu plano em mente, Wanessa sorriu para si mesma, pegou o celular e começou a passar o tempo. Mas sua paz durou pouco. Cerca de vinte minutos depois, seu celular tocou. O nome exibido era o de "Marido". Ao ver esse nome tão íntimo, ela não pôde evitar um olhar de nojo. Desligou a tela, fechou os olhos por um instante, tentando dissipar a sensação de desgosto, antes de sair do quarto para atender ao telefone.— Oi, esposa. — A voz
As feridas causadas pelo chicote eram graves, e agora, mesmo tendo despertado, Poliana ainda lutava contra a febre alta, permanecendo atordoada e confusa. Quando viu Marcelo entrar de repente, ela não conseguiu reagir de imediato. Foi somente quando ele se sentou ao seu lado que ela finalmente recobrou o sentido.— Tio, o senhor não tinha ido para o exterior? — Perguntou ela, com os olhos um tanto atônitos.Marcelo a observava atentamente, de cima a baixo. Seus olhos se fixaram nas faixas de gaze que cobriam seu pescoço e ombros, ainda visíveis por baixo das roupas. Percebeu também que o local da mão esquerda, onde uma agulha ainda estava inserida, já apresentava uma coloração arroxeada. Ele ainda se lembrava de como ela parecia envolta em uma aura suave e luminosa quando havia ido com Gustavo à festa de aniversário da Vic, mas agora as suas mãos pareciam mais magras e cansadas.Uma sensação de desconforto, como se seu estômago estivesse apertado, tomou conta dele. Sentiu uma pontad
Embora no mundo houvesse muitos homens e mulheres que, ao se depararem com o amor, acabavam se machucando profundamente, quem estava de fora sempre preferia não ver a pessoa por quem se importava cair em dificuldades.Marcelo apoiou os braços na cama, sua postura refletindo a de um adulto maduro. No entanto, esse gesto não era apenas de maturidade; ele revelava, sem querer, um toque de preocupação e o desejo de se aproximar mais dela, algo que seu coração, agora cheio de sentimentos por ela, não podia esconder.— Poli, você já falou antes, o Gugu também quer se divorciar, e agora o Delfim ainda está te tratando assim... Como você vê o seu casamento com o Gugu agora? Poliana compartilhou com ele o que realmente pensava.— Eu acho que há algo estranho. Logo depois de nós termos nos reconciliado, aconteceu tudo aquilo. Tenho a sensação de que as pessoas que já nos prejudicaram antes estão de volta. Tio, a gente já discutiu isso antes, sabemos que a outra parte tem muito poder. Então, se