Enquanto Gustavo, frustrado por não conseguir atender o telefone a tempo, tentava novamente, uma sensação amarga e metálica subiu violentamente por sua traqueia. O gosto de sangue invadiu sua boca, cortante e inesperado. Ele não conseguiu se recuperar. O celular escapou de seus dedos, caindo no chão e se espatifando. Sem forças, ele perdeu a consciência e caiu lentamente ao chão. ... Poliana não conseguiu completar a ligação. Quando tentou pela segunda vez e ouviu a mensagem indicando que o telefone estava desligado, soltou uma risada amarga. De repente, se sentiu incrivelmente estúpida. Dessa vez, Gustavo havia deixado claro que queria o divórcio a todo custo. Se ele descobrisse que até mesmo seu avô estava ajudando ela, não haveria a menor chance de ele querer encobrir algo com ela; ao contrário, a situação só pioraria. Mesmo que Gustavo fosse atrás dela até a casa de Guilherme, não seria por preocupação com sua saúde. O mais provável era que ele quisesse apenas reafi
... Pouco depois, Vic voltou do almoço. Como houve uma mudança de planos, Poliana, com um olhar de desculpas, explicou a situação para a menina. Para sua surpresa, Vic respondeu: — Tirei a tarde de folga! Vou acompanhar a Poli ao hospital! Poliana ficou surpresa e comovida. — Como assim tirou folga? Isso vai atrapalhar seus estudos! Em seguida, Vic pegou o celular e mostrou um vídeo curto a ela. Guilherme, que também estava presente, se aproximou para ver. Ao assistirem o conteúdo, os dois ficaram estupefatos. [Marcelo supostamente tem um romance! Foi visto carregando uma mulher misteriosa para casa no meio da noite.] O vídeo exibia apenas uma imagem: Marcelo carregando Poliana, desacordada, nas costas. Na foto, ele aparecia de perfil, enquanto Poliana, de rosto bem visível, estava com os olhos fechados. Ainda assim, sua beleza deslumbrante não passava despercebida. O vídeo estava com números exorbitantes de curtidas, comentários e compartilhamentos, algo nunca vist
Guilherme, vendo a mistura de emoções no rosto de Poliana, perguntou de forma desnecessária: — E eu? O semblante de Poliana mudou instantaneamente. — Também obrigada a você. Ele suspirou. — A propósito, quando sua amiga vai chegar? Poliana deu outra olhada no celular. — Ela disse que leva mais ou menos uma hora para chegar. Guilherme, com um brilho travesso nos olhos, se lembrou de que Gustavo ainda estava na entrada principal de sua casa e sugeriu: — Hoje a entrada principal está fechada. Diga para ela usar o portão do lado norte. — Certo. — Poliana respondeu. ... Wanessa recebeu a mensagem de Poliana quando já estava próxima à Mansão dos Pires. Ela dirigia sozinha e, como não era exatamente habilidosa no volante, decidiu não mudar a rota. Planejava chegar à entrada principal e, só então, seguir para o portão norte. No entanto, ao chegar, viu o portão principal aberto. Isso a deixou desconfiada, mas decidiu ir direto até lá. Após estacionar o carro, Wanes
Gustavo não respondeu. Cambaleando, se levantou e começou a andar, mas logo tropeçou na área verde ao lado, perdendo o equilíbrio. Uma das pernas fraquejou, e ele caiu de joelhos no chão com força. A atitude distante de Gustavo, se recusando a dizer uma palavra a mais para Wanessa, a deixou desolada. Ainda assim, ela rapidamente correu para ajudá-lo, segurando ele com firmeza para levantá-lo. — Liguei para o serviço de emergência. A ambulância chegará em breve, aguarde só um pouco. Gustavo se desvencilhou do braço dela mais uma vez. — Obrigado. Wanessa, que estava concentrada em ajudá-lo, quase caiu quando ele a empurrou bruscamente. Recuperando o equilíbrio, disse: — Gustavo, você está machucado! A Poli está descansando na casa do Guilherme, não há como alguém interpretar isso de outra forma. Deixe-me ajudá-lo! Embora os olhos de Gustavo estivessem vazios, suas sobrancelhas estavam franzidas em um nó apertado. — Não precisa. Ele desprezava a ideia de se aproximar de
— Há cerca de uma hora, o Sr. Guilherme deu ordens para ninguém entrar por aqui. Quem quiser entrar deve usar a entrada norte. Wanessa assentiu com um sorriso. — Entendido, obrigada. De volta ao carro, ela segurou o volante com força, seu olhar fixo na Mansão dos Pires, uma construção tão luxuosa quanto a da família Codelle. Seus olhos transbordavam de uma fúria sinistra e perturbadora. — Guilherme, pode esperar pela sua morte! Porém, ao chegar à mansão onde Guilherme residia, Wanessa rapidamente trocou a expressão de ódio por uma máscara doce e humilde. Mesmo que Poliana mantivesse uma atitude fria e distante em relação a Guilherme, Wanessa, com um sorriso gentil, disse a ele: — Sr. Guilherme, o senhor é realmente incrível. Muito obrigada por cuidar tão bem da Poli. Na despedida, Guilherme ficou com uma boa impressão dela, a ponto de trocarem contatos no WhatsApp. Mais tarde, a pedido de Poliana, Wanessa dirigiu até o hospital de Bellafoz, levando Poliana e Vic. Em n
No caminho de volta, Poliana sentiu uma dor intensa nas costas enquanto estava sentada no carro, e as duas não conversaram muito. Com o humor abatido, Poliana também não se explicou muito. — Dizem que ele está me traindo com a Naomi, e ele ainda acha que eu e o Guilherme temos um relacionamento inapropriado. Nesse momento, se eu me divorciar, ele vai ter certeza de que realmente existe algo entre mim e o Guilherme. Por isso, não vou me divorciar. Wanessa demonstrou um leve desapontamento em seus olhos, mas logo respondeu: — Poli, por que tenho a impressão de que isso tudo é só uma desculpa sua? Poliana virou o rosto, franzindo levemente as sobrancelhas. — Por que você acha isso? Wanessa suspirou e explicou: — Você foi espancada pelo avô dele e ainda assim não quer se divorciar. Está esperando que algo aconteça com a sua avó para finalmente desistir? Mas se esse dia chegar e sua avó se machucar, já será tarde demais. Todos, incluindo eu, vão te chamar de idiota! Mas você
Embora Poliana tivesse pedido a Vic para não contar ao pai que ela havia sido agredida, a garota ainda considerava falar com Marcelo. Wanessa, por sua vez, olhava pela janela, mas sua preocupação não estava com Poliana, que estava prestes a ser operada, e sim com Gustavo. Enquanto isso, Gustavo havia sido levado para a sala de emergência do Hospital Sta. Inêz, onde Edmar o observava com uma expressão sombria. Quando estava na ambulância, Gustavo usou o telefone de um dos médicos para entrar em contato com Edmar. Depois disso, seguiu as orientações médicas e se deitou. Não demorou muito até que adormecesse. Mas, ao adormecer, Gustavo não voltou a acordar. Quando a noite caiu, Poliana já havia sido levada de volta ao quarto após a cirurgia. Apesar da dor nos ferimentos, o procedimento tinha sido um sucesso. Os médicos a parabenizaram, informando que, em um mês, ela já poderia começar a se preparar para uma gravidez, caso quisesse. Ao ouvir isso, os lábios de Wanessa se fech
— Certo. — Wanessa abriu a bolsa novamente e tirou um cheque preenchido no valor de quinhentos mil reais. — Isto é um quarto dos dois milhões de reais que deveriam ser destinados à sua filha. Fique com ele. Ao ver o cheque, os olhos da mãe de Naomi brilharam imediatamente. Ela o pegou com pressa, segurando ele firmemente nas mãos. Em seguida, Wanessa retirou um frasco de remédio da bolsa. — E isto aqui. Triture e dê a ela misturado em água. O rosto da mãe de Naomi mudou de imediato. — Isso é... — Não se preocupe, não vai tirar a vida da sua filha. — Os únicos olhos visíveis de Wanessa assumiram um tom sombrio e gelado. — Apenas vai deixá-la em estado vegetativo. — Estado vegetativo? Wanessa suspirou. — O Gustavo deixou sua filha aqui esperando que ela acorde para interrogá-la sobre os fatos. Ele já lidou com muitos criminosos no passado, e, se ela acordar, provavelmente ele vai conseguir arrancar a verdade dela. Por isso, é melhor que ela fique em estado vegetativo. A