Mas depois que Albano partiu, ela suportou a agonia dentro de si, como se milhares de formigas a estivessem mordendo. Finalmente, quando a porta foi aberta e fechada novamente, ela foi a primeira a falar:— Prazer em conhecê-lo, irmão. Podemos conversar?No entanto, não houve nenhuma resposta.Ela fez um esforço para se sentar, com os olhos arregalados, embora não pudesse ver nada.— Oi?Assim que sua voz se apagou, uma mão poderosa, com um forte cheiro de sangue, a empurrou de volta para a cama.O toque repentino fez sua mente ficar em branco, mas no segundo seguinte, ela recuperou a consciência.Seus lábios, ressecados pela sede, foram ferozmente sugados por lábios finos e embriagados. Ao mesmo tempo, sua roupa foi rasgada com um som seco, enquanto uma grande mão apertava com força seu peito.Ela tentou lutar, mas seu corpo já não tinha mais forças, como um peixe prestes a ser abatido.Nos momentos iniciais em que foi beijada por aquele homem desconhecido, cujo rosto ela nem sequer
O rosto dela foi gentilmente segurado pelas mãos dele, que a acariciaram com delicadeza. Seus lábios pousaram suavemente sobre os olhos dela, como se, em silêncio, ele dissesse: "Não tenha medo, eu realmente não consegui me segurar... Desculpa."Naquele momento, ela acreditou mais uma vez nas palavras de Albano: aquele homem realmente gostava dela.Às vezes, as ações das pessoas são mais sinceras do que suas palavras.Ela pôde sentir a ternura.Apesar da dor e da raiva de ter sido manipulada, no meio de seu desespero, havia uma melancólica sensação de alívio. O homem, ao invés de tratá-la com brutalidade, se mostrou gentil, o que, de maneira trágica, lhe trazia algum consolo.Mais tarde, quando ela começou a se acostumar, ele finalmente se moveu.Depois disso, a dor desapareceu, e ela foi completamente tomada pelo desejo.Muito, muito tempo depois...Ela estava coberta de suor e seus olhos, antes embaçados, começaram a recuperar a visão.Ela viu que o homem, que estava debruçado sobr
De repente, o impulso em seu coração desapareceu, e ela rapidamente se levantou para abrir a porta.O assistente de Otávio havia chegado, carregando uma caixa de madeira nas mãos. Otávio também se levantou e deu uma olhada ao redor do quarto. Embora os quartos do Resort N tivessem apenas um dormitório, todos contavam com um escritório para trabalhar e uma cozinha para preparar comida.Ele caminhou em direção ao escritório e disse:— Bárbara, ajude a Poliana a se vestir, e me chame quando terminar.O assistente o seguiu até o escritório. Bárbara suspirou e foi até Poliana.Viu que o pijama dela estava dobrado ao lado, então o pegou e começou a vesti-la. No entanto, sua atenção estava dispersa, seus pensamentos ainda presos no passado e no momento de emoção recente.Quando finalmente terminou de colocar o pijama, percebeu que, ao vestir a camisa, havia abotoado os botões de forma errada. Ao perceber o erro, fechou os olhos e sacudiu a cabeça com força, tentando afastar aqueles pensa
Bárbara exclamou, animada:— Acordou!Poliana estava prestes a falar, mas pelo canto do olho percebeu uma agulha fina presa em sua mão. Embora nunca tivesse feito acupuntura e moxabustão, ela sabia o que era, e reconheceu de imediato. Ela então lançou um olhar para as duas pessoas que estavam ao seu lado.— Babi, o que está acontecendo?Bárbara respondeu:— Não foi você que me pediu para afastar o Gustavo e vir acordar você em segredo? Quando cheguei aqui, ouvi você falando enquanto dormia. Você até mencionou o nome do Adílson, e seus lábios ficaram roxos enquanto falava, me assustou muito. Ao dizer isso, ela olhou para Otávio.— Eu vim aqui acompanhada do Sr. Otávio. Quando percebi que você não estava bem, pensei em pedir ajuda para encontrar um médico, mas o Sr. Otávio entende de medicina tradicional chinesa. Ele fez um diagnóstico e soube o que estava acontecendo com você. Com a ajuda de acupuntura e moxabustão, ele conseguiu te acordar.Poliana hesitou um pouco e olhou para Otáv
Mais tarde, a médica guiou Poliana para contar suas experiências desde a infância. Ela ouviu atentamente, com o coração apertado e um sentimento de tristeza crescente.De fato, tudo havia começado na adolescência.Foi quando Poliana tinha dezesseis anos, no primeiro ano do ensino médio. Ela contou à mãe que queria se inscrever em uma escola de arte e, no futuro, tentar uma faculdade de artes.Aprender arte era caro, e as mensalidades em uma boa escola de arte também eram bastante altas.No início, Luísa matriculou Poliana no estúdio de arte, comprou-lhe os materiais e a levava até lá. Poliana estava radiante de felicidade.Mas não demorou muito até que ela presenciasse Luísa sendo humilhada e assediada por homens perversos enquanto fazia trabalhos extras para ganhar mais dinheiro e ajudar nas despesas da casa.Foi o primeiro grande choque de Poliana, e também o momento em que ela entendeu profundamente o quanto era difícil para sua mãe criar ela sozinha e ainda cuidar da avó. Poliana
Como não amar? Como não se afundar tão profundamente? Naquela época, Gustavo não salvou apenas ela. Ele salvou sua família inteira. Ela acreditava que, dali em diante, seria feliz. Que poderia, ao lado de Gustavo, trazer felicidade para sua mãe e para sua avó. Mas, quatro anos atrás, quando ela e Gustavo já tinham um bebê e ele até havia prometido que, no dia da formatura dela, iriam se casar, tudo desmoronou. Estavam prestes a formar uma pequena e feliz família, mas foram atingidos por um golpe devastador. Ela não suportou a dor de perder o filho, de perder Gustavo. E, embora Adílson tivesse sentimentos por ela, nunca passou dos limites nem demonstrou abertamente, mas aquilo fez todos os esforços de Adílson serem em vão. Ela se sentia confusa sobre por que as coisas aconteceram daquele jeito e se culpava por ter envolvido Adílson. Até mesmo Luísa, que lutava contra o câncer há anos, já não aguentava mais, e sua vida estava chegando ao fim. O que fez o frágil equi
— Você tem tanto medo de que o Gustavo te ouça falando enquanto dorme, isso mostra que, no fundo, você sabe que, se ele te escutar de novo, há uma grande chance de que ele perca a cabeça e brigue com você. Eu nunca amei ninguém, então não sei como é se apaixonar. Não consigo entender seus sentimentos. Mas eu sei que algumas mulheres continuam em um relacionamento tóxico por causa dos filhos. Agora, se não há filhos, sem essas amarras, será que alguém realmente aceitaria se reprimir e se sufocar por amor? Poli, se você me dissesse que, além de amar o Gustavo, também amava o dinheiro dele e a posição de esposa dele, seria muito mais fácil. Assim, o amor não pareceria tão profundo quanto antes. Poliana riu, mas seus olhos estavam marejados de lágrimas. Ela também respondeu: — Ninguém quer viver em uma família sufocante ou passar por uma relação opressiva. O que nos prende ao passado é o apego e o fato de que a outra pessoa não nos fez desistir completamente. Por exemplo, eu sei que
Três minutos depois, Bárbara se endireitou, com uma expressão que misturava timidez, charme e um toque de complexidade. Poliana, observando o semblante de Bárbara, viu sua própria expressão esfriar um pouco. Ela falou com seriedade: — Se você me perguntar, eu também não sei. Bárbara questionou: — O que você quer dizer com isso? Poliana demonstrou um leve ar de arrependimento. — Na verdade, eu realmente espero que você fique com o Presidente Otávio. Ele é uma ótima pessoa, humilde e discreto. Se ele quisesse namorar com você, com certeza iria assumir isso publicamente, jamais seria como o Breno, que não teve coragem de admitir o relacionamento com você. Mas, se algum dia o Presidente Otávio reconhecer publicamente que você é a namorada dele, como você acha que as pessoas que conhecem os dois irmãos irão reagir? Se o Breno perder a reputação, como ele vai ver você? Como vai ver o Presidente Otávio? Além disso, sinto que o Breno nem acredita que terminou com você. Ele acha que