Ela rapidamente entrou no carro. O empregado, pensando que ela estava com pressa, sorriu e acenou:— Tudo bem, cuidado na estrada.A porta do carro se fechou, e o veículo começou a se mover. O empregada acenava para ela do lado de fora, enquanto ela olhava através da janela. Quando o empregada desapareceu de sua visão, seus olhos voltaram para o caderno em suas mãos. Sua mão começou a tremer levemente, e ela abriu a primeira página. No segundo seguinte, sua mão trêmula se estendeu para pressionar o botão que ativava a divisória de privacidade dentro do carro. Quando a divisória se fechou completamente, isolando o compartimento traseiro, toda a força que ela tentava manter desmoronou, e ela desabou em lágrimas. Quando descobriu que estava grávida, antes mesmo de ter certeza, ela começou a se sentir diferente, mais sensível, insegura, e até mesmo mais desconfiada. Ela sabia que Gustavo estava muito ocupado com trabalho, às vezes passava o dia inteiro em reuniões ou encontrando clien
O silêncio tomou conta do ambiente por alguns segundos. Vânia soltou uma risada feliz e rapidamente se serviu de uma tigela de sopa.— Bem feito!O rosto do avô Delfim ficou sombrio.— O que você disse?Sérgio pegou o celular, abriu um vídeo de vigilância e o entregou ao avô Delfim.No vídeo, mostrava o corredor do hospital privado K. Duas enfermeiras corriam apressadas empurrando Fernanda em direção à sala de cirurgia. Mesmo com a imagem borrada, era possível ver uma grande mancha de sangue vermelho no lençol branco da cama.A expressão do avô Delfim se tornava cada vez mais chocada, enquanto Sérgio, com um tom frio, disse:— Se você acha que esse vídeo foi forjado por mim em apenas cinco minutos, se sinta à vontade para chamar alguém para verificar.Ao ouvir isso, o avô Delfim fechou os olhos, extremamente desapontado. Ele sabia que, por mais capaz que Sérgio fosse, não teria conseguido falsificar um vídeo de vigilância em tão pouco tempo.O celular foi entregue de volta pelo avô De
O motorista ficou um pouco surpreso. Só podia dizer que, de fato, seu chefe era extremamente atento e cuidadoso. Em seguida, ele foi recolher os pedaços do caderno que Poliana havia rasgado, enquanto Marcelo, disfarçadamente, seguiu Poliana pelas sombras.De longe, ele viu Poliana, com o rosto coberto de lágrimas, parar ao lado de um gramado recém-construído. Ela virou a cabeça, aparentemente fixando o olhar em um aspersor que lançava água sobre o gramado.Marcelo franziu levemente a testa, achando estranho. Talvez ela não estivesse realmente olhando para o aspersor. Afinal, o que havia de interessante nisso?Enquanto ele ponderava, Poliana deu alguns passos em direção ao gramado. Segundos depois, sua ação deixou Marcelo chocado.Poliana se posicionou diretamente sob o aspersor, deixando que a água que jorrava caísse sobre ela como uma chuva intensa. A temperatura naquela noite de outono estava baixa, e quando a água a encharcou completamente, ela estremeceu de frio. Mas, em seguid
De repente, os olhos de Poliana brilharam.Em pouco tempo, Marcelo desligou o aspersor, e a água começou a jorrar das duas mangueiras. Poliana mal havia segurado sua mangueira quando Marcelo, com um sorriso, avisou:— Vou começar a atacar!Assim que Poliana levantou a cabeça, um jato de água atingiu seu braço. Marcelo estava levando o jogo a sério, sem qualquer traço de hesitação, completamente empenhado.Poliana, instintivamente, se virou para desviar, mas não conseguiu conter o riso. Em seguida, apontou a mangueira para Marcelo.— Agora é minha vez de contra-atacar!Marcelo fingiu desviar, mas deixou que ela o atingisse.Naquele ambiente tranquilo e isolado, o único som que se ouvia no gramado era o da água, as vozes deles e as risadas de Poliana.Era incrível como a relação entre duas pessoas poderia se aproximar rapidamente em meio a brincadeiras.Logo, a voz sorridente de Poliana ecoou novamente:— Tio Marcelo, qual é o seu signo?Marcelo respondeu:— Não sei. Meu aniversário é em
Poliana se sentia agora não apenas bem, mas também intrigada, com uma sensação de confusão que não conseguia definir completamente. Embora fosse de conhecimento geral que Marcelo era uma pessoa de bom caráter, ela começou a se perguntar se ele sempre era tão atencioso e cuidadoso com os outros.Apesar de sua confusão, ela expressou sinceramente:— Obrigada, tio Marcelo, de verdade.Marcelo ajeitou sua roupa, ainda úmida.— Agora, você quer ficar mais um pouco aqui fora ou prefere voltar para o hospital?Poliana hesitou por um momento.— Eu quero passar na casa da minha avó.— Certo, vou te levar até lá.Os dois começaram a caminhar lado a lado.Enquanto segurava o paletó de Marcelo, Poliana não conseguia parar de pensar.— Quando te deixei lá, você ainda não estava tão abatida. Conversou sobre algo com sua família que possa compartilhar? — Marcelo perguntou de repente.Poliana afastou as dúvidas de sua mente, sendo puxada de volta para os acontecimentos na mansão da família Codelle.
— Minha amiga, Wanessa Campos.Marcelo disse:— Ah, é sua amiga? Vocês se conhecem há muito tempo?O olhar de Poliana se suavizou, e a alegria em seus olhos se intensificou. Só de observar sua expressão, era evidente que ela e Wanessa tinham uma relação muito próxima.— Sim, nós duas não temos pai e crescemos juntas no mesmo lugar. Desde que me lembro, estávamos sempre brincando juntas. — Ao falar de Wanessa, o olhar de Poliana ficou ainda mais terno.Apenas observando sua expressão, era fácil perceber o quão profunda era a ligação entre ela e Wanessa, e, de fato, era assim.Marcelo nem precisou perguntar mais; Poliana, espontaneamente, acrescentou:— A Wanessa é uma pessoa maravilhosa, é linda, tem um coração puro e sempre me ajuda! Mas depois ela saiu da Cidade Bellafoz para seguir seu caminho, então acabamos nos vendo menos. Porém, mesmo sem nos encontrarmos, nossa amizade continua forte.Marcelo observava o semblante de Poliana, que já não escondia mais a tristeza, e seus lábios ma
Gustavo ignorou Edmar completamente, se apressando para frente. A longa capa preta que ele vestia, que chegava até os tornozelos, balançava ao ritmo de seus passos, emanando uma aura tensa e sombria. As pessoas que vinham em sua direção instintivamente se afastavam, dando-lhe mais espaço.Os dois entraram em um carro. Edmar colocou o pacote de brinquedos com cuidado, franzindo as sobrancelhas enquanto observava Gustavo ao seu lado. Gustavo mantinha uma expressão impassível, sem revelar qualquer emoção. Ele retirou dos colarinhos de seu casaco o fone de ouvido que usava pendurado no pescoço, colocou ele nos ouvidos e pegou seu celular.Desbloqueando o telefone, ele abriu um aplicativo de mensagens que exibia um chat já aberto. No topo, o contato estava salvo como "Fernanda", e a pequena foto ao lado era uma imagem bem conhecida de Fernanda.Havia várias novas mensagens recebidas havia cerca de meia hora:[Presidente Codelle, onde você está? A Fê está em apuros!][O Gonçalo é um louco
Poliana abriu a porta, e as duas entraram na casa.– Não, eu só dei uma surtada. – Enquanto trocava de sapatos, Poliana levantou a cabeça e sorriu timidamente para Wanessa.Wanessa balançou a cabeça.– Foi a Bárbara que te levou de novo, não foi? Poli, acho que você deveria se afastar um pouco da Bárbara, esse tipo de pessoa pode acabar te influenciando de forma negativa.– Não foi ela, fui eu mesma. – Poliana olhou seriamente para Wanessa. – Wanessa, a Babi não é tão ruim quanto você pensa, ela é uma boa pessoa.Wanessa terminou de trocar os sapatos, foi até o sofá e se sentou, cruzando as pernas.– Aquilo é só um defeito? Ela abandonou o namorado da escola, que pagava os estudos dela, e foi ser amante de um homem rico para ganhar dinheiro. Eu vou continuar desprezando esse tipo de gente, não importa o que você diga.Poliana franziu a testa, visivelmente incomodada, querendo defender Bárbara, mas sem saber exatamente como.Wanessa continuou:– Deixe para lá, já que ela não te prejudic