Capitulo 4 – Cloé estava por trás das cartas!

Determinada, Melissa abriu o envelope novamente, seu coração batendo acelerado. A primeira carta já havia sido suficiente para deixá-la inquieta, mas ao retirar um segundo papel, ela imediatamente sentiu uma onda de frio percorrer sua espinha. As palavras que encontrou a deixaram atônita:

“Oi Afonso! Espero que esteja bem?... Ou melhor... Quero que se ferre!”

A incredulidade tomou conta dela. Quem poderia ser tão cruel a ponto de desejar isso a alguém? Melissa segurou a carta com firmeza, tentando processar a revolta que borbulhava dentro de si. O que mais ela poderia encontrar ali?

Ela continuou lendo, cada palavra a cortando como uma lâmina afiada:

“Me senti tão bem quando descobri a verdade sobre seu casamento com esta desclassificada que poderia abrir um champanhe para comemorar. Estou aqui imaginando como ela reagiria se soubesse que você está por trás da doença da mãe dela.

Enviei algumas cópias dos exames que você forjou para fingir que sua mãe estava doente. Isso foi apenas para chantageá-la a casar-se com você? Não imaginei que seria capaz disso. Poderia ter a mulher que quisesse, mas escolheu a mais sem sal de todas. HÁ HA ... e ainda pobre. Não sei o que pretende com isso, mas vou descobrir.”

Melissa sentiu um frio na barriga. As palavras eram venenosas, e a insinuação de que Afonso poderia estar envolvido em algo tão sombrio a deixava paralisada. A ideia de que a doença de sua mãe, estivessem ligadas a alguma manipulação a deixou perplexa. Como poderia acreditar que Afonso estaria envolvido em algo tão cruel?

A mente de Melissa começou a girar. Era evidente que havia um inimigo por trás dessas cartas, alguém que queria arruinar a memória de Afonso e causar dor a todos ao seu redor. A raiva e a confusão se misturavam, e a dor da perda de Afonso foi substituída por um impulso de luta. Ela precisava entender o que estava acontecendo.

— Quem é você? — murmurou para si mesma, segurando a carta como se fosse um artefato sagrado que poderia levá-la à verdade.

Melissa decidiu que precisava de respostas. A primeira coisa que faria seria investigar a identidade de quem poderia ter enviado aquelas cartas. Seria alguém próximo, ou uma figura do passado que Afonso havia desafiado? O que mais eles poderiam saber sobre a vida dele, e como isso se conectava a ela e sua família?

Melissa respirou fundo, as peças do quebra-cabeça começando a se encaixar em sua mente. “Desclassificada e pobre” eram palavras que a cutucavam, e a única pessoa que poderia usá-las dessa forma era Cloé. A rivalidade entre elas era antiga, repleta de ressentimentos e provocações. Ela se lembrou claramente do dia em que Afonso, tomado por uma fúria cega, destruiu seu escritório por causa de algo que ela não entendia.

A cena ainda estava fresca em sua memória: Afonso quebrando tudo à sua volta, as prateleiras caindo, os papéis voando pelo ar. Ele se machucou durante a explosão de raiva, e Melissa teve que cuidar dele, enquanto as marcas da batalha emocional ainda estavam visíveis em seus rostos. Mas, por que Cloé, que havia sido apenas uma rival em sua vida, se importaria com a doença de Aurora?

A ideia de Cloé sabendo de algo tão íntimo e perturbador a deixou inquieta. O que mais ela poderia estar escondendo? O que sabia sobre a família de Afonso que a tornava uma ameaça? Melissa decidiu que precisava confrontar essa questão.

— Eu vou atrás dela — sussurrou para si mesma, um novo propósito fervendo em seu interior. Se Cloé estava por trás das cartas, ela precisaria de respostas. E a única maneira de obtê-las era encarando a mulher de frente.

Melissa pegou seu celular e, com um misto de determinação e nervosismo, começou a procurar informações sobre Cloé. Nos últimos anos, sua rival havia se afastado do círculo social de Afonso e Melissa, mas isso não significava que ela havia desaparecido. Uma rápida pesquisa nas redes sociais revelou que Cloé ainda estava ativa em seus negócios, promovendo eventos e participando de reuniões da comunidade.

O coração de Melissa disparou ao pensar na possibilidade de que Cloé pudesse ter se envolvido em algo sombrio. Se ela tivesse algum tipo de informação, precisava descobrir o que era antes que essa sombra se aproximasse ainda mais da sua família.

Decidida, Melissa vestiu-se rapidamente e saiu da mansão. Cada passo em direção ao local onde Cloé costumava trabalhar parecia um desafio. A raiva e a dor a guiavam, mas, ao mesmo tempo, a incerteza a acompanhava. O que ela diria? Como abordaria alguém que não hesitou em feri-la no passado?

Enquanto dirigia, os pensamentos de Melissa se voltaram para o que Afonso sempre dizia sobre lidar com pessoas tóxicas: “Conheça o seu inimigo e saiba como agir.” Agora, ela precisava aplicar esse conselho em sua vida, não apenas pela memória dele, mas pela proteção de sua família.

Ao chegar ao elegante escritório onde Cloé trabalhava, Melissa parou por um momento. A fachada imponente parecia ameaçadora, e a ideia de entrar e confrontar sua rival a fez hesitar. Mas, lembrando-se das palavras da carta, a determinação tomou conta dela novamente.

Ela entrou no prédio, sentindo-se como se estivesse atravessando uma linha invisível entre o passado e o presente. Melissa pediu para falar com Cloé na recepção, e a recepcionista a olhou com um ar de surpresa, mas fez a ligação.

Momentos depois, Cloé apareceu. O olhar que Melissa recebeu foi uma mistura de reconhecimento e desdém. Cloé era uma mulher linda e sofisticada, mas havia uma frieza em seus olhos que deixava claro que ela não era alguém a quem se poderia subestimar.

— O que você quer, Melissa? — perguntou Cloé, cruzando os braços de maneira desafiadora.

Melissa sentiu a adrenalina percorrer seu corpo, mas não iria recuar. O que quer que Cloé soubesse, ela precisava descobrir.

— Precisamos conversar — respondeu Melissa, a voz firme. — Sobre Afonso. E sobre as cartas.

Cloé olhou para Melissa com um sorriso frio, as palavras saindo de seus lábios como veneno.

— Conversar sobre o quê? Afonso está morto e você está exatamente como eu queria que estivesse... Abandonada e sozinha!

A provocação atingiu Melissa como uma lâmina afiada, mas ela se recuou. Não podia permitir que Cloé a desestabilizasse. A dor da perda de Afonso era ainda muito fresca, e a última coisa que queria era dar satisfação a alguém que havia se alegrado com sua tragédia.

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