"Capítulo Três."

Cold Mancini

Eloise, aproxima-se e após observar a Harper, diz :

—Ela é apenas a sua motorista?

Antes que eu explicasse a Eloise a situação, minha mãe olha atentamente para mim e aponta para a minha mão, revelando a aliança que eu estava usando.

—Eles chegaram de mãos dadas, os dois estão usando o mesmo modelo de alianças, ela irá morar conosco, tudo indica que eles são casados, então o Cold não mentiu quando disse que estava casado —diz o meu pai.

— Desculpe senhor e senhora Mancini, o Cold queria contar desde o princípio que somos um casal, mas eu tive receio, pois não queria que pensassem que estou com ele apenas por puro interesse.

— Vocês estão casados a quanto tempo?—perguntou a minha mãe, olhando para Harper.

Fiquei surpreso como ela conseguiu mentir tão bem.

—Estamos casados a pouco tempo, mas o conheço tem mais de seis anos, eu sempre o mantive seguro, quando saia bêbado do cassino infinite money, foi difícil fazer com que ele me notasse, até que me lembro como se fosse ontem, ele pela primeira vez, falou comigo, nos conhecemos e tivemos uma noite agradável, depois acabamos perdendo contato e a pouco mais de um ano voltamos a nos ver, quando em uma noite, ao entrar no meu carro, ele voltou a me notar e então desde aquela noite, estamos juntos, não demorou muito e nos casamos no civil.

— E por que só agora está vindo nos conhecer e morar conosco?—perguntou minha mãe.

— É que ele disse que não poderia mais continuarmos dessa forma, e me obrigou a aceitar que somos um casal e devemos estar juntos, eu não pude negar o pedido dele, mas fiquei receosa com o que diriam com a minha chegada e implorei a ele que mentisse dizendo que sou apenas a motorista dele.

— Para mim, você é apenas a motorista dele, mesmo que use uma aliança, pois até ontem ele não queria se casar com ninguém e essa aliança que ele usa hoje, ontem não estava no seu dedo— disse Eloise, desprezando a Harper.

— Eloise, sei que é difícil para você, mas a Harper não está mentindo, eu não usei a aliança antes porque não queria que se sentisse mal, mas a minha esposa está aqui, para que não tentem casar-me, já que sou um homem casado.

Subo as escadas com a mala dela e assim que entro no nosso quarto, digo:

— Você sempre trabalhou como motorista? —pergunto a encarando.

— Já trabalhei na oficina com o meu pai, tínhamos uma empresa, mas desde que ele morreu, precisei também ser taxista, após alguns acontecimentos com minha família.

—Poderia ser atriz, sabe atuar muito bem, até criou uma história de que já nos conhecíamos a muito tempo, até mesmo eu quase acreditei, apesar de ter certeza que se tivesse a conhecido, lembraria de você.

Ela me olha tentando disfarçar, mas me encarava como se soubesse de algo que não havia me contado.

— Senhor perigo, como quer que eu o chame na frente da sua família?—ela me pergunta e então sento na poltrona.

—Pode me chamar como quiser, tenho certeza que saberá lidar com isso, depois de ver o que foi capaz de contar hoje a eles.

— Você sabe que a sua cunhada, a tal da Eloise é apaixonada por você nao é?—ela me pergunta sentando na cama.

— Do que está falando? Você deixou o bon senso em sua casa?

— Por isso que sempre o pior cego é aquele que não quer enxergar, imaginei que não percebesse, por isso decidi te contar, mas não se preocupe, farei com que ela entenda que o número de chances...

A interrompo e logo digo:

—Que ela tem comigo é zero. Não pretendo me envolver em jogos de sentimentos complicados, especialmente com alguém da família.

— Entendo... — ela murmura, parecendo um pouco desapontada. — E quanto a nós dois? O que somos?

Fico em silêncio por um momento, ponderando sobre como responder a essa pergunta delicada. Finalmente, decido ser honesto.

— Somos... parceiros, Harper. Nada mais, nada menos. Eu já deixei claro desde o início que não há espaço para sentimentos entre nós. Apenas um acordo de conveniência.

Ela abaixa o olhar, parecendo resignada. Eu me levanto da poltrona e me aproximo dela.

— Mas isso não significa que não possamos nos entender, certo? — digo, tocando levemente seu queixo para fazê-la olhar para mim. — Desde que saibamos onde está o limite.

Harper assente, com uma expressão mista de tristeza e aceitação.

— Sim, Senhor Perigo. Eu entendo.

— Onde você vai dormir então? — Harper pergunta, olhando para mim com curiosidade enquanto se ajeita na cama.

Eu a observo por um momento antes de responder, ponderando sobre como explicar minha rotina peculiar para ela.

— Eu durmo muito pouco, Harper. Muitas vezes, prefiro ficar acordado trabalhando. Não se preocupe comigo, eu tenho meus próprios lugares para descansar quando necessário.

Ela parece surpresa com a resposta, mas assente, compreendendo.

— Entendo... Você é mesmo um homem ocupado.

— É verdade. Mas estarei por perto se precisar de alguma coisa. Boa noite, Harper.

Com um último olhar para ela, me viro e saio do quarto, deixando-a sozinha com seus pensamentos.

Ao descer e chegar à cozinha, sou surpreendido pela presença de Eloise, que parece ter algo a dizer. Ela me lança um olhar curioso e pergunta:

— Cold, você não vai dormir com a esposa hoje?

Eu ergo uma sobrancelha, surpreso com sua pergunta direta. Decido responder de forma evasiva, sem revelar demais.

— Na verdade, Eloise, tenho que sair por um tempo. Mas não se preocupe, logo estarei de volta, para a minha esposa. - Respondo, mantendo um tom calmo, mas firme.

Eloise franze a testa, claramente irritada com a resposta.

— Agora está priorizando ela, não é? Nunca tem tempo para sua própria família. Mas tudo bem, vá, faça o que precisa fazer. Eu não me importo mais.

Ela vira as costas e começa a mexer nas frutas com mais força do que o necessário, deixando claro seu descontentamento. Eu apenas suspiro e saio da cozinha, sabendo que teria que lidar com as consequências dessa interação mais tarde.

Continua....

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