Estou sentada no jardim, o sol começa a se pôr e a brisa suave balança as folhas das árvores ao nosso redor. Minha melhor amiga, Carmen, está ao meu lado, seus olhos brilhando de preocupação enquanto desabafo sobre o pesadelo que se torna minha vida. O jardim parece um refúgio de paz neste momento. As flores exalam um perfume suave e os pássaros cantam suas melodias vespertinas. Sinto uma conexão profunda com a natureza ao meu redor e, por um instante, todos os meus problemas parecem menores. Respiro fundo, colhendo um pouco de paz que ainda tenho, antes de tudo mudar amanhã e nova vida começar, me despedindo deste lugar, da minha casa.
Nós duas ficamos em silêncio, apreciando a serenidade do entardecer. O mundo continua a girar, mas neste pequeno canto do jardim, tudo está em perfeita harmonia. — Não posso acreditar que se casará amanhã. Sabíamos que uma hora isso poderia acontecer, mas não tão cedo e tão rápido, Audreen — diz Carmen, segurando minha mão. — Um casamento arranjado com um homem que você mal conhece, e ainda por cima, um velho! Suspirei, sentindo o peso da situação esmagar meu peito. Não sabemos se é um velho, mas pelo jeito que ele fala sobre o cara, é o que parece. — Eu sei, Carmen. Ele acha que está fazendo o melhor para mim, mas não consigo imaginar minha vida ao lado desse tal homem. Não entregarei minha virgindade para esse tal inglês, nem pensar. — Carmen aperta a minha mão com mais força, seu olhar determinado. — Você não precisa fazer nada contra sua vontade, Audreen. Precisamos encontrar uma maneira de você sair dessa. Talvez possamos falar com sua mãe ou algum parente que possa te ajudar. — Balanço a cabeça, tentando manter a compostura. — Minha mãe está tão submissa quanto ele. Ela não vai me ajudar. Preciso encontrar uma solução por conta própria. — Não poderei fugir, meu pai é um Capucha. Ele prefere matar a própria filha do que ser um líder mafioso que não consegue colocar ordem em sua própria casa. Carmen me puxa para um abraço, suas palavras sussurradas em meu ouvido como um bálsamo para minha alma aflita. — Sinto muito Audreen, fico sonhando com uma vida diferente da nossa, com pais que não tenham o dever de lealdade e honra com a máfia, onde não somos obrigadas a ter nosso casamento arranjado por eles, sem podermos fazer nada. — Tenho um plano. — digo baixo para a minha melhor amiga — E você irá me ajudar. Não posso fugir desse casamento, mas meu esposo terá uma surpresa na nossa noite de núpcias. — O que você irá fazer? Audreen… — ela se afasta e me olha desconfiada. — Meu pai prometeu a ele uma virgem, mas não será isso que ele terá. Não entregarei minha virgindade para um velho asqueroso. — ela me encara em choque — Isso ele não poderá tirar de mim. — E o que pensa em fazer? — me pergunta. — Primeiro faremos a minha despedida de solteira. — pisco para ela. — Mas seu casamento é amanhã a tarde! — exclama. — Que bom que ainda temos o hoje — me levanto, adentrando a minha casa, com ela vindo ao meu encalço. Mas isso não é a única coisa na qual eu estive pensando, tenho um plano em mente de como livrar desse casamento. Estive a refletir sobre isso ao longo da semana. Não tem como falhar, mas se acontecer, tenho um plano B. No entanto, ninguém deve saber sobre isso, nem mesmo a minha melhor amiga, todos devem acreditar, e só assim poderei me ver livre desse casamento. Sempre quis me casar por amor, com alguém da minha escolha e nunca imaginei que a minha despedida de solteira seria assim, tão de última hora e tão carregada de intenções ocultas. Encontro sentada no meu quarto, encarando a mala que ainda nem comecei a fazer, quando Carmem entra, toda animada. — Audreen, já está na hora! Temos que nos arrumar para a sua despedida! — diz ela, com um brilho nos olhos que só ela consegue ter. — Você sabe que eu não quero me casar, né? — eu a lembro, suspirando profundamente. Carmem se aproxima e segura as minhas mãos. — Eu sei, amiga, e é por isso que vamos fazer esta noite inesquecível. Quem sabe você não encontra uma maneira de escapar dessa vida que te espera em Nova York? — É, queria que suas palavras se concretizasse e as coisas fossem tão fáceis assim. Com esse plano em mente, ligamos para mais algumas amigas e nos encontramos no bar mais badalado da cidade. O bar se encontra cheio, a música alta e as luzes piscando em um ritmo frenético. Olho ao redor, sentindo uma pontada de nostalgia por estar em minha terra natal, México, sabendo que logo estarei partindo para Nova York com um homem que eu mal conheço e que lidera a máfia nova-iorquina. Se fosse em outras circunstâncias até estaria animada em conhecer umas das cidades mais famosas, dos Estados Unidos. — Vamos brindar à liberdade! — grita Carmem, levantando seu copo de tequila. Todas nós nos juntamos a ela, brindando e rindo, mas, no fundo, meu coração está pesado. “Eu preciso colocar o meu plano em prática”, penso, enquanto sinto o sabor forte da bebida descer pela minha garganta. Avisto o meu alvo do outro lado do bar, com os seus amigos, sorrindo, vou me aproximando deles. — Olá, rapazes! — me faço presente ao chegar até eles. Meu alvo se vira para mim, ele é ainda mais lindo de perto. Com os meus olhos focados apenas nele, seus amigos saem de perto, nos deixando sozinhos. — Não vai me oferecer uma bebida? Ele sorri, um sorriso que parece iluminar todo o ambiente ao redor. — Claro, o que você gostaria de beber? — ele pergunta, sua voz suave e convidativa. — Uma cerveja está bom para mim — respondo, tentando manter a calma enquanto meu coração b**e acelerado no peito. Ele faz um sinal para o barman e logo duas cervejas geladas aparecem à nossa frente. Pegamos nossas bebidas e nos dirigimos a um canto mais tranquilo do bar. — Então, estava se divertindo? — ele pergunta, seus olhos brilhando de curiosidade. Fico feliz que ele não tenha feito igual aos outros ao perguntar meu nome. Não preciso que ele saiba o meu nome e descobra que sou a princesinha da máfia mexicana. E isso evita dele me dizer o seu nome, não precisamos saber os nomes um do outro para que ele me leve para cama, sabendo que essa noite será a única noite que nos veremos. — Ainda não — respondo com um sorriso. —, mas espero que o cavaleiro possa me ajudar nisso. — pisco para e ele e ele me dá outro do seu sorriso charmoso e consigo ver a covinha em suas bochechas. Conversamos por alguns minutos, antes de me convidar para dançar, na qual eu aceito rindo. A batida da música é lenta e dançamos com nossos corpos colados um no outro, sua mão grande e com aperto firme em minha cintura. Balançamos ao ritmo da música nos deixando nos levar. Sinto seus lábios tocarem a curva do meu pescoço, espalhando arrepios pela minha pele, fecho os meus olhos e deixo me levar pelo momento. A melodia nos envolve como um manto invisível, e cada nota parece sincronizar com as batidas dos nossos corações. A pista de dança se torna um universo paralelo onde só existimos nós dois, flutuando em um mar de sensações. Seus braços me envolvem com firmeza e carinho, e eu posso sentir a segurança e a ternura em cada toque. A música muda suavemente para uma balada lenta, e nossos movimentos se tornam mais suaves e íntimos. As luzes ao nosso redor parecem cintilar em um ritmo próprio, criando um ambiente mágico. Sou virada para ficar de frente para ele e abro os olhos por um instante, mas não é mais o cara que chamei para dançar comigo. Ele tem os cabelos castanhos claros, usa ternos caros e bem alinhados. A pele é branca como a neve. Seus olhos são pequenos e azuis-acinzentados. Vejo o brilho nos seus olhos, refletindo a intensidade do momento que compartilhamos. A barba é curta e bem aparada. Ele é ainda mais lindo do que o cara interior. Cada segundo parece eternizar-se enquanto dançamos juntos, desenhando uma coreografia única e irrepetível. A conexão entre nós é palpável, quase como se nossos corpos e almas conversassem em uma linguagem secreta, compreendida apenas por nós dois. O mundo exterior desaparece, e tudo o que importa é essa dança, esse momento, e a promessa de uma noite inesquecível e agitada, em uma cama em meios aos lençóis bagunçados. Sinto o calor de suas mãos na minha cintura, e a forma como ele me guia com tanta suavidade me faz esquecer de tudo ao redor. A música parece ter sido feita só para nós, cada nota ressoando em nossos corações, tornando cada passo mais significativo. Ele se inclina ligeiramente e sussurra algo no meu ouvido, mas suas palavras são abafadas pela melodia e pelo meu próprio batimento cardíaco acelerado. No entanto, não preciso ouvir para entender; o brilho em seus olhos e o sorriso suave em seus lábios dizem tudo. A noite avança, e a música muda novamente, mas continuamos dançando, como se estivéssemos em nosso próprio mundo, onde o tempo não existe. O salão ao nosso redor se enche de outras pessoas, mas nenhuma delas parece importar. Estamos apenas nós dois, perdidos em um momento de pura magia e conexão. Quando a última nota da música finalmente ecoa, ele me puxa para mais perto, nossos rostos a centímetros de distância. Sinto sua respiração quente contra minha pele, e por um instante, o mundo inteiro parece prender a respiração. E então, ele me beija, e tudo ao nosso redor se dissolve em uma explosão de sensações, cores e emoções. É um beijo que promete muito mais do que palavras jamais poderiam, mas precisarei dele, apenas por essa noite. Por essa noite o deixarei tomar de mim tudo o que ele quiser. Está noite serei dele.Só um de meu trio, Vasily, se encontra aqui hoje comigo, e estou feliz que ele tenha conseguido encaixar um tempo para estar aqui comigo, depois de tudo o que tem acontecido neste ano com ele e a sua garota. Mas sei que a nossa outra metade de nós, nossa trigêmea Darya, ficará puta ao saber que ela não esteve no meu casamento, assim como toda a nossa família, principalmente a nossa mãe, a dona Faina. Não a chamei, pois sei que minha irmã não iria aceitar muito bem o fato de eu estar me casando sem amor. Minha outra gêmea, é uma completa apaixonada, mas eu me a entenderei e mamãe depois. Negócios são negócios e esse acordo de casamento é muito importante para me aliar com o Capucha Santiago, o líder da máfia mexicana. Tê-los ao nosso lado, nos fortalecerá ainda mais e unificados contra qualquer outro inimigo. Mas me aliar a ele, não tenho como apenas em objetivo de garantir mais poder, mais também como descobrir seus atos ilícitos que nós da família Petrov-Green não aceitamos como o tr
A festa de casamento ocorre nos jardins aqui da casa dos meus pais, consegui fugir do meu “marido” e o dos meus pais um pouco, e agora me encontro aqui no bar montado em nosso jardim para os convidados poderem se servir a vontade. — Encontrei você — Carmen diz, parando ao meu lado. Estive fugindo dela também e de suas perguntas, sobre o meu noivo gostoso. — Amiga, você deveria estar feliz, ganhou na loteria o cara é gostoso demais. E você já até fez um teste drive… o que era mesmo o que me disse hoje de manhã? Que teve uma noite mágica com o tal estranho e que possa ser que jamais tenha uma noite de sexo tão bom quanto teve com ele? Ainda não acredito que você acabou perdendo a virgindade com o próprio noivo e nem sabia. — Carmen, por favor! — corto-a para que ela não continue a falar sobre isso. — Eu ainda pretendo não ir adiante nesse casamento. O fato dele ser lindo, jovem e gostoso, não diz muito sobre o caráter dele. Não acha que o fato dele estar em um bar nas vésperas do seu
Chegamos à casa dos meus pais e a sensação de nostalgia me invade imediatamente. Era véspera de Natal e a casa estava decorada com luzes piscantes, guirlandas e um aroma delicioso de biscoitos recém-assados. Vasily foi direto para a casa do seu sogro, buscá-los para virem passar o Natal conosco. Audreen está ao meu lado, percebo-a apertando as mãos nervosamente. Tudo é novo para ela — o país, a cidade, o idioma — e será a primeira vez que ela conhecerá minha família. Quando entramos, minha mãe, dona Faina, nos recebe com um sorriso caloroso, mas logo sua expressão muda para uma mistura de surpresa e curiosidade. Nenhum deles sabendo que eu me casei algumas horas atrás, apenas Vasily.— Yakov, quem é a bela moça ao seu lado? — minha mãe pergunta, olhando diretamente para Audreen, antes do seu olhar focar na aliança em nossos dedos. Minha esposa me olha rapidamente, antes de voltar para a minha mãe e sorrir.Respiro fundo, sabendo que aquele era o momento de revelar tudo. — Mãe, esta é
Conhecer a família dele até que não foi tão ruim, além de ser grande, eles são bastante divertidos e descontraídos. Sua mãe, pelo que parece, só teve gêmeos e mesmo aos quarenta e poucos anos que sugiro que ela tenha, carrega uma barriga de quase sete meses, conforme o relato de minhas cunhadas, mais um casal de gêmeos. A mulher após ter trigêmeos em sua primeira gravidez, teve quíntuplos! Que loucura, e isso, pelo visto, se reflete nas genéticas dos seus filhos. Darya, a trigêmea de Yakov, teve gêmeos na primeira gestação e, por um momento, penso na possibilidade de ter múltiplos se eu engravidar de Yakov, assim como a sua mãe, o que me apavora um pouco. E mais louco ainda é o fato de minha sogra ser casada com cinco irmãos, Darya me explica que seus pais são irmãos adotivos, e o relacionamento deles funciona muito bem assim. A minha sogra tem seu próprio harém. Só espero que o seu filho não queira que eu faça parte do seu. — Fique tranquila, esse negócio de harém ficou só para os
Levo-a para a nossa casa, saindo em silêncio com ela, ainda não havíamos tido a nossa noite de núpcias, então acredito que a minha família entenderá ao não termos nos despedidos deles ao virmos embora.Mal entramos em casa e nossas roupas vão ficando espalhadas no chão da casa pelos corredores até chegarmos ao nosso quarto, onde a deixo nua em minha cama, ela rir e gosto do som do seu riso. Meus lábios tocam a sua pele, macia e cheirosa, deixando meus beijos dos seus ombros aos seus lábios. Engulo os seus gemidos e seus arquejos, enquanto as minhas mãos deslizam pelo seu corpo, passando pelas suas curvas suaves e avantajadas, minha esposa tem uma bela bunda e seios fartos, tão linda e gostosa. Ela suspira quando minhas mãos tocam seus seios e meus dedos instigam seus mamilos. Brinco com eles, os sentindo ficarem mais rígidos e excitados em minhas mãos. Suas mãos vão para os meus cabelos, bagunçando os meus fios. Meus lábios deixam os seus para descer com eles para os seus seios, colo
“É crucial que Audreen não seja informada sobre isso, então sugiro mantermos a questão do tráfico de mulheres e crianças longe dessa casa. Não desejo que ela saiba que estamos lidando com isso.” — Então ele não é tão bonzinho assim como ele e sua família me fizeram enxergar nesses últimos dias. Ele é tão pior ou igual ao meu pai quando se trata da Máfia. E quanto mais terei que esperar para ele se tornar o meu pai, aqui em casa também? Não serei a minha mãe, não mesmo. Seco as minhas lágrimas e volto para o “nosso” quarto silenciosamente e ligo para a Raul, o plano que eu havia desistido para dar uma chance a ele, colocarei em prática. E preciso acontecer ainda hoje, antes dele iniciar a nossa lua de mel daqui a alguns dias. Ando de um lado para o outro com a mão nos cabelos e respiro fundo ao tentar me acalmar. Como ele pode ser capaz de traficar mulheres e crianças? Pelo amor, são mulheres e crianças… não posso acreditar que me casei com um cara capaz de fazer um ato hediondo desses
Fico puto ao acordar e não encontrar Audreen ao meu lado na cama, tentei ligar para ela várias vezes e também para as minhas irmãs. Perguntei aos meus soldados e eles me informaram que ela havia saído de carro e que seu guarda pessoal a seguia em outro. Quando volto para o quarto, vejo que suas coisas ainda se encontram aqui, então ela não deve ter ido muito longe e apenas saído com as minhas irmãs como ela me disse que faria. Tento ficar mais relaxado e vou para o banheiro. Depois que saio do banho, desço para fazer algo para comer. Abro a geladeira e pego alguns ovos para fazer uma omelete rápida. Enquanto os ovos fritam na frigideira, pego meu celular e mando uma mensagem de texto para as minhas irmãs, querendo saber onde elas levaram a Audreen. Mas nenhuma delas me responde, o que me deixa bem frustrado. Como ela tem seu próprio guarda pessoal a mando do seu pai, não me preocupei de mandar o meu atrás dela, mas neste momento começo a me arrepender. Termino de preparar a omelete e
A cabana no meio da mata era exatamente o que eu precisava: um refúgio seguro, isolado, longe de qualquer olhar curioso. Após horas de caminhada, finalmente chego, exausta, mas aliviada. Raul chega pouco depois, como sempre pontual e eficiente. Ele é mais que um guarda pessoal, é meu cúmplice, e sem ele, nada disso teria sido possível.— Trouxe o que você pediu, Audreen — ele me diz, entregando-me uma mochila cheia de roupas novas, mantimentos e algumas ferramentas. — Espero que isso te ajude a se sentir mais confortável aqui.— Obrigada, Raul — respondo, tentando esconder a ansiedade na minha voz. — Você sabe se o meu marido desconfiou de alguma coisa? E meu pai, ele já sabe de tudo?Raul suspira e assente. — Seu pai está a caminho. Yakov, por outro lado, está desolado. Ele suspeitou no início, mas eu consegui convencê-lo de que tudo não passou de um trágico acidente. Ficamos horas a sua procura, comigo desviando o caminho deles.Agradeço ao Raul mais uma vez e peço-lhe que mantenha