A festa de casamento ocorre nos jardins aqui da casa dos meus pais, consegui fugir do meu “marido” e o dos meus pais um pouco, e agora me encontro aqui no bar montado em nosso jardim para os convidados poderem se servir a vontade.
— Encontrei você — Carmen diz, parando ao meu lado. Estive fugindo dela também e de suas perguntas, sobre o meu noivo gostoso. — Amiga, você deveria estar feliz, ganhou na loteria o cara é gostoso demais. E você já até fez um teste drive… o que era mesmo o que me disse hoje de manhã? Que teve uma noite mágica com o tal estranho e que possa ser que jamais tenha uma noite de sexo tão bom quanto teve com ele? Ainda não acredito que você acabou perdendo a virgindade com o próprio noivo e nem sabia. — Carmen, por favor! — corto-a para que ela não continue a falar sobre isso. — Eu ainda pretendo não ir adiante nesse casamento. O fato dele ser lindo, jovem e gostoso, não diz muito sobre o caráter dele. Não acha que o fato dele estar em um bar nas vésperas do seu casamento e ter transado com uma garota, horas antes de se casar, já não diz o que esperar dele neste casamento? — A garota que o seu noivo estava horas antes do casamento dele era você, Audreen. — ela aponta. — Que ele não sabia, achando ser qualquer outra pessoa. O que diz muito sobre ele; um marido infiel, que estará se divertindo com várias outras, enquanto a sua esposa está em casa aquecendo a sua cama. Eu não serei a minha mãe, vivendo em um casamento infeliz. — digo, logo preparando outra bebida para mim mesma, dispensando a ajudar do barman contratado. — Audreen, você nem o conhece, se dê a chance de conhecê-lo primeiro, ele pode ser o grande amor da sua vida, nem todos os homens serão a versão do seu pai ou do meu cunhado. — Carmen, um cara que aceita se casar por um contrato como se estivéssemos em um século passado… pelo amor, me sinto comprada por ele. — me encontro no meu terceiro drink. — Audreen, sabemos que casamento assim é bastante comum entre famílias poderosas e membros da Máfia, existem alianças em que muitas vezes são feitas quando ainda somos crianças e em muitos casos com caras bem mais velhos, com o dobro ou triplo de nossa idade, deveria estar feliz que no seu caso, o seu marido ser jovem e lindo — Haidee, aparece do meu outro lado, a irmã mais velha de Carmen que também teve seu casamento por contrato. Seu marido é um cara vinte anos mais velho que ela, e sua relação com ele não é uma das melhores, já que o seu marido é um velho, possessivo e agressivo e todos sabemos e infelizmente não podemos fazer nada. Por seu marido ser um membro da Máfia, existe um código de silêncio que demonstra lealdade total, um código que começou através da Máfia Italiana. Quem não cumpre, é considerado traidor e pode ser torturado ou morto — e a punição pode ser estendida à família inteira. E isso diz respeito também sobre o que ela convive na sua casa com seu marido. Essa é a parte sombria da família dos integrantes da Máfia que ninguém quer contar. Ela nunca conseguirá se livrar dele. Uma cópia de como é o casamento dos meus pais. É o que eu nunca quis para mim e não planejo ter, não posso ficar esperando para conhecer o meu marido para agir. Ter que esperar pelo primeiro tapa dele em mim e não poder contar ou pedir ajudar a ninguém para me livrar dele. Não vou mesmo! — Não se pode deixar se levar por um rosto bonito — digo, e logo mudo de assunto, assim que vejo o mesmo caminhando em minha direção. Não nego o traste é muito lindo, assim como o seu irmão que era o único que estava presente em nosso casamento. — Estava fugindo de mim, baby? — ele me dar um sorriso de lado e sua covinha aparece, parando logo atrás de mim, ainda nos mantemos com as vestes da cerimônia. — Haidee, acho que escutei a mamãe nos chamar — Carmen diz, puxando o braço da irmã e eu imploro a ela com um olhar para que ela não me deixe a sós com ele. — Eu te machuquei? — O quê? — pergunto, um pouco desnorteada pelo som de sua voz, bem próxima do meu ouvido, ele tem um sotaque gostoso. — Ontem, eu te machuquei? — ela volta a me perguntar — Não teria sido tão bruto se soubesse que era virgem, e segundo os ensinamentos de minha mãe e sem a presença de sangue… sinto muito. — E se eu dizer que sim, que me machucou, isso mudaria alguma coisa? Já aconteceu, não é mesmo? — sou ríspida e tento me afastar dele, mas sua mão grande e pesada me mantém no lugar. — Infelizmente não posso voltar no tempo e fazer tudo diferente o que me resta é minhas desculpas e passar os próximos dias de nossa lua de mel me redimindo com você — ele diz, deixando beijos atrás de minha orelha, antes de descer seus lábios pela minha nuca até os meus ombros. Arrepios se alastrando pelo meu corpo. — Sei muito bem como funciona casamentos assim, eu não serei uma submissa que estará disposta e disponível para você quando, e na hora que você quiser. — digo, tentando não ceder aos seus beijos e carícias na minha pele. — Não é disso que espero de você, uma boneca inflável. Quero uma esposa que esteja presente ao meu lado e que consiga me amar da mesma forma que pretendo amá-la. — Ele sobe os seus lábios de volta para o meu ouvido — Por mais que o nosso casamenta tenha ocorrido dessa forma, por meio de um contrato com o seu pai; quero que ele seja real, como todos os outros. — prendo o gemido, quando os seus dentes, mordiscam o lóbulo de minha orelha. — E-eu… — Precisamos ir, nosso voo está marcado para daqui a uma hora — ele se afasta de mim, ficando a uma distância respeitável. Sua mão fica a na base de minha coluna, quando começamos a caminhar para o centro da festa onde a minha família se encontra. Droga, eu esperava que ficássemos por aqui, pelo menos essa noite ainda. — Papai, mamãe… precisamos ir. — digo aos meus pais a contra gosto. — Mas já? Achei que ficariam aqui e só iriam embora depois das vésperas de Natal — Minha mãe, dona Maria, diz um pouco desapontada e meu pai, prende-a em seus braços em um abraço de lado um pouco exagerado. — Querida, Yakov é um homem de negócios e não pode ficar muito tempo distante deles, nossa filha agora é uma mulher casada e estará segura com o seu esposo. — ele sorri para nós e minha mãe um pequeno sorriso, com um leve assentir de cabeça. — Sim, ela será muito bem cuidada — meu esposo, me olha com um sorriso convencido em seu rosto. Faço um grande esforço para não revirar os meus olhos. Seu irmão aparece e diz algo no ouvido dele. Yakov franze a testa ligeiramente, mas logo se recompõe e dá um tapinha no ombro do irmão, como se para acalmar qualquer preocupação. — Com licença, baby, preciso resolver algo importante — ele diz, dando-me um beijo rápido na minha testa antes de se afastar com o irmão. Aproveito o momento de distração para me aproximar da janela da sala, observando o movimento das folhas lá fora. O vento frio de dezembro faz com que as árvores balancem suavemente, criando um cenário quase mágico. Minha mãe se junta a mim, colocando uma mão carinhosa no meu ombro. — Vai sentir falta de casa, não vai? — ela pergunta com um olhar compreensivo. — Claro, mãe. Sempre vou sentir falta — respondo, segurando sua mão. — Mas estou animada para começar essa nova fase da minha vida. — Não, a que todos imaginam… Ela sorri, um sorriso cheio de amor e um pouco de melancolia. — Só quero que você seja feliz, minha filha. — E serei, mãe. Prometo. — Retribuo o sorriso, tentando passar a segurança que ela precisa. Nesse instante, Yakov retorna, já com a expressão mais tranquila. Ele se aproxima de nós e coloca um braço ao redor da minha cintura. — Pronto, tudo resolvido. Podemos ir? Dou um último abraço em minha mãe e meu pai, sentindo o calor e o carinho deles me envolverem. — Até breve — digo, tentando segurar as lágrimas. — Até breve, minha querida — responde minha mãe, com os olhos brilhando. Saímos de casa e entro no carro ao lado de Yakov. Enquanto nos afastamos, olho pela janela, vendo minha casa ficando cada vez menor no horizonte.Chegamos à casa dos meus pais e a sensação de nostalgia me invade imediatamente. Era véspera de Natal e a casa estava decorada com luzes piscantes, guirlandas e um aroma delicioso de biscoitos recém-assados. Vasily foi direto para a casa do seu sogro, buscá-los para virem passar o Natal conosco. Audreen está ao meu lado, percebo-a apertando as mãos nervosamente. Tudo é novo para ela — o país, a cidade, o idioma — e será a primeira vez que ela conhecerá minha família. Quando entramos, minha mãe, dona Faina, nos recebe com um sorriso caloroso, mas logo sua expressão muda para uma mistura de surpresa e curiosidade. Nenhum deles sabendo que eu me casei algumas horas atrás, apenas Vasily.— Yakov, quem é a bela moça ao seu lado? — minha mãe pergunta, olhando diretamente para Audreen, antes do seu olhar focar na aliança em nossos dedos. Minha esposa me olha rapidamente, antes de voltar para a minha mãe e sorrir.Respiro fundo, sabendo que aquele era o momento de revelar tudo. — Mãe, esta é
Conhecer a família dele até que não foi tão ruim, além de ser grande, eles são bastante divertidos e descontraídos. Sua mãe, pelo que parece, só teve gêmeos e mesmo aos quarenta e poucos anos que sugiro que ela tenha, carrega uma barriga de quase sete meses, conforme o relato de minhas cunhadas, mais um casal de gêmeos. A mulher após ter trigêmeos em sua primeira gravidez, teve quíntuplos! Que loucura, e isso, pelo visto, se reflete nas genéticas dos seus filhos. Darya, a trigêmea de Yakov, teve gêmeos na primeira gestação e, por um momento, penso na possibilidade de ter múltiplos se eu engravidar de Yakov, assim como a sua mãe, o que me apavora um pouco. E mais louco ainda é o fato de minha sogra ser casada com cinco irmãos, Darya me explica que seus pais são irmãos adotivos, e o relacionamento deles funciona muito bem assim. A minha sogra tem seu próprio harém. Só espero que o seu filho não queira que eu faça parte do seu. — Fique tranquila, esse negócio de harém ficou só para os
Levo-a para a nossa casa, saindo em silêncio com ela, ainda não havíamos tido a nossa noite de núpcias, então acredito que a minha família entenderá ao não termos nos despedidos deles ao virmos embora.Mal entramos em casa e nossas roupas vão ficando espalhadas no chão da casa pelos corredores até chegarmos ao nosso quarto, onde a deixo nua em minha cama, ela rir e gosto do som do seu riso. Meus lábios tocam a sua pele, macia e cheirosa, deixando meus beijos dos seus ombros aos seus lábios. Engulo os seus gemidos e seus arquejos, enquanto as minhas mãos deslizam pelo seu corpo, passando pelas suas curvas suaves e avantajadas, minha esposa tem uma bela bunda e seios fartos, tão linda e gostosa. Ela suspira quando minhas mãos tocam seus seios e meus dedos instigam seus mamilos. Brinco com eles, os sentindo ficarem mais rígidos e excitados em minhas mãos. Suas mãos vão para os meus cabelos, bagunçando os meus fios. Meus lábios deixam os seus para descer com eles para os seus seios, colo
“É crucial que Audreen não seja informada sobre isso, então sugiro mantermos a questão do tráfico de mulheres e crianças longe dessa casa. Não desejo que ela saiba que estamos lidando com isso.” — Então ele não é tão bonzinho assim como ele e sua família me fizeram enxergar nesses últimos dias. Ele é tão pior ou igual ao meu pai quando se trata da Máfia. E quanto mais terei que esperar para ele se tornar o meu pai, aqui em casa também? Não serei a minha mãe, não mesmo. Seco as minhas lágrimas e volto para o “nosso” quarto silenciosamente e ligo para a Raul, o plano que eu havia desistido para dar uma chance a ele, colocarei em prática. E preciso acontecer ainda hoje, antes dele iniciar a nossa lua de mel daqui a alguns dias. Ando de um lado para o outro com a mão nos cabelos e respiro fundo ao tentar me acalmar. Como ele pode ser capaz de traficar mulheres e crianças? Pelo amor, são mulheres e crianças… não posso acreditar que me casei com um cara capaz de fazer um ato hediondo desses
Fico puto ao acordar e não encontrar Audreen ao meu lado na cama, tentei ligar para ela várias vezes e também para as minhas irmãs. Perguntei aos meus soldados e eles me informaram que ela havia saído de carro e que seu guarda pessoal a seguia em outro. Quando volto para o quarto, vejo que suas coisas ainda se encontram aqui, então ela não deve ter ido muito longe e apenas saído com as minhas irmãs como ela me disse que faria. Tento ficar mais relaxado e vou para o banheiro. Depois que saio do banho, desço para fazer algo para comer. Abro a geladeira e pego alguns ovos para fazer uma omelete rápida. Enquanto os ovos fritam na frigideira, pego meu celular e mando uma mensagem de texto para as minhas irmãs, querendo saber onde elas levaram a Audreen. Mas nenhuma delas me responde, o que me deixa bem frustrado. Como ela tem seu próprio guarda pessoal a mando do seu pai, não me preocupei de mandar o meu atrás dela, mas neste momento começo a me arrepender. Termino de preparar a omelete e
A cabana no meio da mata era exatamente o que eu precisava: um refúgio seguro, isolado, longe de qualquer olhar curioso. Após horas de caminhada, finalmente chego, exausta, mas aliviada. Raul chega pouco depois, como sempre pontual e eficiente. Ele é mais que um guarda pessoal, é meu cúmplice, e sem ele, nada disso teria sido possível.— Trouxe o que você pediu, Audreen — ele me diz, entregando-me uma mochila cheia de roupas novas, mantimentos e algumas ferramentas. — Espero que isso te ajude a se sentir mais confortável aqui.— Obrigada, Raul — respondo, tentando esconder a ansiedade na minha voz. — Você sabe se o meu marido desconfiou de alguma coisa? E meu pai, ele já sabe de tudo?Raul suspira e assente. — Seu pai está a caminho. Yakov, por outro lado, está desolado. Ele suspeitou no início, mas eu consegui convencê-lo de que tudo não passou de um trágico acidente. Ficamos horas a sua procura, comigo desviando o caminho deles.Agradeço ao Raul mais uma vez e peço-lhe que mantenha
Eu e meus irmãos recebemos Santiago, meu “querido” sogro, que veio até mim furioso, sendo interceptado pelos nossos homens, Philip e Ralph, meus guardas pessoais ficam na minha frente com a mão sobre as suas armas, assim como os de Vasily. Enquanto Drake e Drew estão com a um terço dos meus soltados ainda a procura de Audreen na mata onde foi encontrado o seu carro. Santiago estava com a boca espumando de raiva e me acusando de ter feito algo com a filha dele. Quinze minutos depois e estamos sentados na minha sala.— Onde está a minha hija? — ele me questiona com firmeza.— Eu que te pergunto. Não tenho motivos para sumir com a sua filha… agora você… — insinuo, deixando a dúvida no ar.— E que vantagem eu teria de sumir com a hija, depois dela se unir a você, podendo ter um herdeiro que ligue nossas Máfias para sempre? — ele passa as mãos pelos cabelos grisalhos. — Posso ser muitas coisas, Don, mas uma delas é ser leal com quem faço alianças de negócios. Eu lhe entreguei a minha hija
Estou sentada na pequena mesa da cozinha, olhando fixamente para uma caneca de chá esfriando em minhas mãos, quando ouço uma batida leve na porta. Meu coração dá um salto, mas logo reconheço o ritmo familiar. É Raul. Ele vem me ver pelo menos uma fez por semana.— Entre — falo, tentando manter minha voz calma, apesar da onda de ansiedade crescendo dentro de mim. A porta range ao ser aberta, e Raul entra, trazendo consigo o ar gelado do lado de fora.— Audreen — ele começa, tirando o sobretudo pesado e se aproximando. — Tenho notícias… Yakov continua te procurando, e não demorará muito até que ele acabe descobrindo onde você está. Ele já encontrou a outra cabana.Minha cabeça começa a girar com a notícia. — Não posso acreditar que ele está tão perto — murmuro, mais para mim mesma do que para Raul — Precisamos pensar em algo rápido.— Sei — responde Raul, preocupado. — Mas não entendo o porquê de estar tentando fugir tanto dele, ele me parece uma boa pessoa e não tem estado bem desde do