Laura Stevens –Sophie ainda estava pálida, encostada na parede, com a pasta de documentos apertada contra o peito, como se aquilo pudesse protegê-la do mundo.Eu caminhei de um lado para o outro, nervosa, ainda escutando o eco da porta do apartamento batendo com força quando Christian saiu.— Meu Deus, Sophie! — soltei em um sussurro rouco, me virando para ela, colocando as mãos na cabeça. — Você quase foi pega!Ela respirava fundo, tentando se recompor.— Eu sei! — murmurou ela, largando a pasta no balcão e passando as mãos pelos cabelos. — Você não me avisou que ele estava aqui!— Eu não sabia que ele ia voltar! — rebati, ainda com o coração acelerado. — Ele saiu para trabalhar, eu juro!Sophie me olhou com os olhos arregalados, a voz ainda tremendo:— Se o Christian me visse aqui, Ivy... ele nunca iria acreditar que eu estou do seu lado. Nunca!Suspirei, andando até ela e segurando suas mãos.— Eu sei, eu sei... e é por isso que a gente tem que ter mais cuidado. Se ele descobre qu
Christian Müller –O motor do carro continuava ligado e meus olhos estavam fixos na entrada do prédio, como se a qualquer momento a verdade fosse descer por aquela porta.E derepente eu a vi. A maldita mulher de capuz e boné.Seus passos estavam apressados, como se quisesse desaparecer. Como se soubesse que eu estava ali.— É ela. Siga! - Ordenei.O motorista começou a dirigir e a seguimos até um prédio distante. Cada segundo que passava, só fazia a raiva crescer ainda mais dentro de mim.Assim que a mulher desceu do carro e correu em direção a entrada do prédio, saí do carro indo atrás dela.Entrei no prédio e subi os degraus dois a dois, sentindo minha respiração pesada enquanto eu mantinha o olhar fixo nela.Meu corpo estava tenso, pronto para atacar a qualquer momento.Eu a vi entrar pela porta de emergência do terceiro andar e eu fui atrás. Ela parou diante da porta do apartamento e antes que pudesse entrar, eu a agarrei pelo braço a jogando contra a parede.— O que pensa que est
Christian MüllerEu estava irritado. A cada segundo que passava, minha mente se tornava um caos completo, as palavras da Sophie martelando em minha cabeça.Se aquilo fosse verdade... Todas aquelas informações...Levei a mão ao celular, discando o número do Mark.— Christian. — Ele atendeu, já em alerta.— Preciso que fique de olho na Sophie. Cada passo. Cada movimento. Não a deixe sair da sua vista.— O que aconteceu? — ele perguntou, surpreso.— Vou te mandar os dados dela por mensagem. Nome completo, endereço, o carro. Tudo. — Continuei a falar, ignorando a pergunta. — Quero que ela sinta que tem alguém respirando no pescoço dela.— Certo. Vou cuidar disso. — Respondeu Mark com firmeza.— Mark. — Chamei antes de desligar. — Se ela tentar fugir, me avisa na mesma hora.— Pode deixar.Desliguei a chamada com tanta força que quase quebrei o telefone.Olhei para o motorista, que mantinha os olhos fixos na estrada.— Antes de irmos para o apartamento dela, passe naquele restaurante. — Or
Laura Stevens –Quando ouvi aquelas palavras, senti meu coração bater forte dentro do peito e meu mundo perder o chão. Tudo estava indo bem, mas aquelas palavras ecoavam na minha cabeça como facas cortando a carne."O quanto você me ama?"Eu tentei respirar fundo, mas o ar parecia preso na minha garganta.— Christian... — chamei, quase em um sussurro, sentindo os olhos se encherem de lágrimas. — Por favor, me dá um tempo...Ele riu, mas foi um riso seco, amargo, que me arrepiou inteira.— Tempo? — Ele repetiu, passando a mão pelos cabelos com força, como se quisesse arrancar a própria raiva. — Tempo para quê, Laura? Para continuar mentindo? Para deixar aquele desgraçado te ameaçar?— Não é isso... — sussurrei, sentindo o choro preso na garganta. — É mais complicado do que você pensa...Ele se abaixou na minha frente de novo, e quando os olhos dele encontraram os meus, eu vi algo que nunca tinha visto antes: decepção.— Então me explica! — ele exigiu, a voz grave, controlada, mas com t
Laura Stevens –O bar estava abafado e cheio de gente. As luzes coloridas piscavam, enquanto o som da música vibrava nas paredes.Meus passos ecoavam no piso de madeira, firmes, mesmo que por dentro, meu corpo inteiro estivesse tremendo.Ajeitei o sobretudo no corpo, escondendo a roupa curta e justa que usava por baixo. Um vestido preto, colado como uma segunda pele, com as costas nuas e um decote que eu preferia esquecer que estava usando.Meus cabelos caiam soltos, as ondas bem-marcadas, e minha maquiagem estava impecável. Tudo isso era parte do plano. Eu precisava parecer confiante, segura, embora estivesse quebrada por dentro.Quando o vi sentado em um dos sofás mais afastados, com um copo de whisky na mão e aquele sorriso debochado nos lábios, senti meu estômago revirar. Dylan estava ainda mais asqueroso do que da última vez.Seus olhos me percorreram inteira, como se pudesse me despir ali mesmo.— Não esperava que viesse tão... — ele parou, me analisando com um sorriso maldoso.
Christian Müller –A imagem de Laura deitada na cama, com o vestido meio erguido e o olhar perdido, me fez ver vermelho, com a ira correndo em minhas veias.Dylan virou, surpreso, com um sorriso cínico nos lábios.— Ora, ora...Parece que o namorado chegou. — Ele riu, ajeitando o paletó, como se não estivesse prestes a abusar de uma mulher indefesa.Em dois passos, agarrei a gola da camisa dele e o joguei contra a parede com força, acertando o rosto dele antes que ele pudesse reagir.— Seu desgraçado, eu vou te matar. — Cuspi as palavras, socando o rosto dele de novo, sentindo o gosto metálico da minha própria raiva.— Tá maluco, Müller? Essa vadia queria...Não o deixei terminar. Acertei outro soco, dessa vez no estômago, vendo-o se curvar de dor.— Chama ela de vadia mais uma vez, Dylan, e eu juro que vai sair daqui em um caixão. — Murmurei no ouvido dele, com a voz baixa e ameaçadora.Ele tentou me empurrar, mas segurei o rosto dele com uma das mãos, forçando-o a me encarar.— Se to
Christian Müller –Fechei os olhos por um instante, respirando fundo, lutando contra o próprio instinto.— Você precisa beber água, não faz isso. — Falei entre os dentes.Puxei mais água e, sem opção, levei à minha boca de novo, selando nossos lábios, forçando-a a engolir. E dessa vez, quando nossos lábios se tocaram, o gemido dela contra minha boca me fez perder o ar por um segundo.Quando eu tentei afastar, ela se esfregou mais, arfando e exibindo os olhos embriagados de luxúria.— Porra, Laura... — murmurei, colocando a mão em sua cintura para segurá-la, mas ela deslizou as mãos pelo meu peito.Me inclinei sobre ela, colocando a perna entre as dela, forçando-a a ficar no lugar. Ela gemeu de novo, se apertando contra mim, quente, completamente entregue.— Fica quieta. — Ordenei com a voz baixa, sentindo o cheiro doce dela invadir todos os meus sentidos.Ela tentou me beijar de novo e, dessa vez, quando fui colocar mais água na boca dela, acabei a beijando de verdade, incapaz de evit
Christian Müller –Carreguei Laura no colo até o quarto, sentindo o corpo dela pesar contra o meu, e a deitei com cuidado sobre a cama, ajeitando o travesseiro atrás da cabeça dela. Ela gemeu baixo, se encolhendo, e eu suspirei pesado, passando a mão pelo rosto antes de me afastar.Fui até o banheiro e liguei a banheira, deixando a água correr enquanto ajeitava algumas toalhas. Ela precisava de um banho quente para relaxar e tentar eliminar o resto do efeito daquilo que colocaram na bebida dela.Quando voltei, encontrei-a deitada, com os olhos semicerrados, me observando em silêncio.— Onde estamos? — ela perguntou, a voz rouca, arranhada.— Na minha casa — respondi, afrouxando os botões da camisa. — Eu não podia te deixar na sua casa, não assim. Nathan não pode te ver nesse estado.Ela assentiu devagar, levando a mão à cabeça, como se o mundo ao redor ainda girasse.— E com quem ele está? — Perguntou ela, franzindo a testa, preocupada.— Com Amanda. Ela vai dormir com ele no apartame