Laura Stevens –O bar estava abafado e cheio de gente. As luzes coloridas piscavam, enquanto o som da música vibrava nas paredes.Meus passos ecoavam no piso de madeira, firmes, mesmo que por dentro, meu corpo inteiro estivesse tremendo.Ajeitei o sobretudo no corpo, escondendo a roupa curta e justa que usava por baixo. Um vestido preto, colado como uma segunda pele, com as costas nuas e um decote que eu preferia esquecer que estava usando.Meus cabelos caiam soltos, as ondas bem-marcadas, e minha maquiagem estava impecável. Tudo isso era parte do plano. Eu precisava parecer confiante, segura, embora estivesse quebrada por dentro.Quando o vi sentado em um dos sofás mais afastados, com um copo de whisky na mão e aquele sorriso debochado nos lábios, senti meu estômago revirar. Dylan estava ainda mais asqueroso do que da última vez.Seus olhos me percorreram inteira, como se pudesse me despir ali mesmo.— Não esperava que viesse tão... — ele parou, me analisando com um sorriso maldoso.
Christian Müller –A imagem de Laura deitada na cama, com o vestido meio erguido e o olhar perdido, me fez ver vermelho, com a ira correndo em minhas veias.Dylan virou, surpreso, com um sorriso cínico nos lábios.— Ora, ora...Parece que o namorado chegou. — Ele riu, ajeitando o paletó, como se não estivesse prestes a abusar de uma mulher indefesa.Em dois passos, agarrei a gola da camisa dele e o joguei contra a parede com força, acertando o rosto dele antes que ele pudesse reagir.— Seu desgraçado, eu vou te matar. — Cuspi as palavras, socando o rosto dele de novo, sentindo o gosto metálico da minha própria raiva.— Tá maluco, Müller? Essa vadia queria...Não o deixei terminar. Acertei outro soco, dessa vez no estômago, vendo-o se curvar de dor.— Chama ela de vadia mais uma vez, Dylan, e eu juro que vai sair daqui em um caixão. — Murmurei no ouvido dele, com a voz baixa e ameaçadora.Ele tentou me empurrar, mas segurei o rosto dele com uma das mãos, forçando-o a me encarar.— Se to
Christian Müller –Fechei os olhos por um instante, respirando fundo, lutando contra o próprio instinto.— Você precisa beber água, não faz isso. — Falei entre os dentes.Puxei mais água e, sem opção, levei à minha boca de novo, selando nossos lábios, forçando-a a engolir. E dessa vez, quando nossos lábios se tocaram, o gemido dela contra minha boca me fez perder o ar por um segundo.Quando eu tentei afastar, ela se esfregou mais, arfando e exibindo os olhos embriagados de luxúria.— Porra, Laura... — murmurei, colocando a mão em sua cintura para segurá-la, mas ela deslizou as mãos pelo meu peito.Me inclinei sobre ela, colocando a perna entre as dela, forçando-a a ficar no lugar. Ela gemeu de novo, se apertando contra mim, quente, completamente entregue.— Fica quieta. — Ordenei com a voz baixa, sentindo o cheiro doce dela invadir todos os meus sentidos.Ela tentou me beijar de novo e, dessa vez, quando fui colocar mais água na boca dela, acabei a beijando de verdade, incapaz de evit
Christian Müller –Carreguei Laura no colo até o quarto, sentindo o corpo dela pesar contra o meu, e a deitei com cuidado sobre a cama, ajeitando o travesseiro atrás da cabeça dela. Ela gemeu baixo, se encolhendo, e eu suspirei pesado, passando a mão pelo rosto antes de me afastar.Fui até o banheiro e liguei a banheira, deixando a água correr enquanto ajeitava algumas toalhas. Ela precisava de um banho quente para relaxar e tentar eliminar o resto do efeito daquilo que colocaram na bebida dela.Quando voltei, encontrei-a deitada, com os olhos semicerrados, me observando em silêncio.— Onde estamos? — ela perguntou, a voz rouca, arranhada.— Na minha casa — respondi, afrouxando os botões da camisa. — Eu não podia te deixar na sua casa, não assim. Nathan não pode te ver nesse estado.Ela assentiu devagar, levando a mão à cabeça, como se o mundo ao redor ainda girasse.— E com quem ele está? — Perguntou ela, franzindo a testa, preocupada.— Com Amanda. Ela vai dormir com ele no apartame
Laura Stevens –Acordei com uma dor insuportável na cabeça, como se mil martelos estivessem batendo ao mesmo tempo.Levei a mão à testa, sentindo o peso do próprio corpo, e só então percebi que não estava no meu quarto e ao abrir os olhos, encarei o teto branco, alto, que eu já conhecia.O quarto de Christian.Engoli em seco, sentindo o estômago revirar, e empurrei os lençóis para o lado.Me sentei na beira da cama, respirando fundo, tentando organizar as ideias. A última coisa que me lembrava era do olhar dele, tenso, intenso, me colocando na banheira e dizendo que cuidaria de mim.Me levantei devagar, ainda tonta, e andei em direção à porta, apoiando a mão na parede. Cada passo parecia pesar o triplo, mas eu precisei descer.Precisava saber o que estava acontecendo e procurar por Christian.Quando cheguei à sala, meus olhos bateram numa mulher que carregava uma bandeja com as coisas do café e assim que os olhos dela bateram nos meus, a bandeja caiu no chão e um grito ecoou por todo
Christian Müller –Entrei no quarto e fechei a porta atrás de mim, sem fazer barulho.Meus olhos pousaram sobre Laura, que estava deitada na cama, com o corpo pequeno encolhido sob os lençóis.O rosto dela estava mais calmo, como se o sono a tivesse livrado por um momento, de toda a dor e confusão dos últimos dias.Me aproximei devagar e me sentei na beira da cama, observando cada detalhe dela, como se precisasse gravar sua imagem na minha memória.Respirei fundo e acariciei com cuidado o rosto dela, afastando os fios de cabelo que caíam sobre os olhos fechados.Suspirei pesado, sentindo o peito apertar.— Você não faz ideia do que está acontecendo, não é? — murmurei, com a voz baixa, a fim de não a acordar. — Se eu pudesse, te manteria longe de tudo isso para sempre.Ela respirou fundo no sono, como se, de alguma forma, ouvisse.Meu celular vibrou no bolso, me arrancando daquele momento. Fechei os olhos por um instante, sentindo a raiva subir, antes de atender e levar o aparelho ao o
Laura Stevens –Estávamos sentadas na mesa da sala de jantar, eu, Sophie e Amanda. Era estranho ver aquele cenário quase doméstico, mas carregado de tensão. As três com café diante de si, mas ninguém tocava na bebida. Minhas mãos estavam apoiadas sobre a mesa, inquietas, enquanto meus olhos alternavam entre elas.— Então, o que vamos fazer? — perguntei, finalmente quebrando o silêncio. Minha voz saiu mais firme do que eu esperava, embora o medo ainda vivesse dentro de mim.Sophie foi a primeira a falar.— Não dá mais para ficarmos sentadas esperando que o próximo ataque aconteça. — Ela me encarou séria, o olhar frio, mas cheio de determinação. — Precisamos começar por Andressa. Ela é a peça mais fraca desse tabuleiro.Amanda assentiu ao lado dela, com o queixo erguido.— Concordo. Se derrubarmos Andressa, o resto começa a desmoronar.Suspirei fundo, apoiando o cotovelo na mesa e passando a mão pelo rosto, cansada, mas determinada.— Eu descobri algo sobre ela. — Falei, olhando para as
Laura Stevens -Levei a mão ao peito, ainda sentindo o coração acelerado com o grito de Amanda. Olhei para Christian, que estava ao meu lado, tenso, já de pé.— O que será agora? — murmurei, puxando o robe e saindo do quarto apressada.Christian caminhava colado em mim, e ao chegarmos na sala, encontramos Amanda de pé, com os olhos arregalados, apontando para o notebook ainda aberto na mesa. Sophie também já estava ali, com os cabelos loiros desgrenhados e a cara de quem acabara de acordar.— O que está acontecendo? — Perguntei, me aproximando e tentando ler o que havia na tela.Amanda respirava ofegante, como se tivesse corrido uma maratona.— Já está em todos os sites, Laura. Em todos! — ela exclamou, puxando o notebook para que eu visse melhor.As manchetes saltavam aos meus olhos como socos:"Escândalo: Filha de empresário envolvida em bordel de luxo com políticos influentes.""Richard Thompson é acusado de lavagem de dinheiro; polícia encontra provas em investigação secreta."Min