Laura Stevens –Acordei com uma dor insuportável na cabeça, como se mil martelos estivessem batendo ao mesmo tempo.Levei a mão à testa, sentindo o peso do próprio corpo, e só então percebi que não estava no meu quarto e ao abrir os olhos, encarei o teto branco, alto, que eu já conhecia.O quarto de Christian.Engoli em seco, sentindo o estômago revirar, e empurrei os lençóis para o lado.Me sentei na beira da cama, respirando fundo, tentando organizar as ideias. A última coisa que me lembrava era do olhar dele, tenso, intenso, me colocando na banheira e dizendo que cuidaria de mim.Me levantei devagar, ainda tonta, e andei em direção à porta, apoiando a mão na parede. Cada passo parecia pesar o triplo, mas eu precisei descer.Precisava saber o que estava acontecendo e procurar por Christian.Quando cheguei à sala, meus olhos bateram numa mulher que carregava uma bandeja com as coisas do café e assim que os olhos dela bateram nos meus, a bandeja caiu no chão e um grito ecoou por todo
Christian Müller –Entrei no quarto e fechei a porta atrás de mim, sem fazer barulho.Meus olhos pousaram sobre Laura, que estava deitada na cama, com o corpo pequeno encolhido sob os lençóis.O rosto dela estava mais calmo, como se o sono a tivesse livrado por um momento, de toda a dor e confusão dos últimos dias.Me aproximei devagar e me sentei na beira da cama, observando cada detalhe dela, como se precisasse gravar sua imagem na minha memória.Respirei fundo e acariciei com cuidado o rosto dela, afastando os fios de cabelo que caíam sobre os olhos fechados.Suspirei pesado, sentindo o peito apertar.— Você não faz ideia do que está acontecendo, não é? — murmurei, com a voz baixa, a fim de não a acordar. — Se eu pudesse, te manteria longe de tudo isso para sempre.Ela respirou fundo no sono, como se, de alguma forma, ouvisse.Meu celular vibrou no bolso, me arrancando daquele momento. Fechei os olhos por um instante, sentindo a raiva subir, antes de atender e levar o aparelho ao o
Laura Stevens –Estávamos sentadas na mesa da sala de jantar, eu, Sophie e Amanda. Era estranho ver aquele cenário quase doméstico, mas carregado de tensão. As três com café diante de si, mas ninguém tocava na bebida. Minhas mãos estavam apoiadas sobre a mesa, inquietas, enquanto meus olhos alternavam entre elas.— Então, o que vamos fazer? — perguntei, finalmente quebrando o silêncio. Minha voz saiu mais firme do que eu esperava, embora o medo ainda vivesse dentro de mim.Sophie foi a primeira a falar.— Não dá mais para ficarmos sentadas esperando que o próximo ataque aconteça. — Ela me encarou séria, o olhar frio, mas cheio de determinação. — Precisamos começar por Andressa. Ela é a peça mais fraca desse tabuleiro.Amanda assentiu ao lado dela, com o queixo erguido.— Concordo. Se derrubarmos Andressa, o resto começa a desmoronar.Suspirei fundo, apoiando o cotovelo na mesa e passando a mão pelo rosto, cansada, mas determinada.— Eu descobri algo sobre ela. — Falei, olhando para as
Laura Stevens -Levei a mão ao peito, ainda sentindo o coração acelerado com o grito de Amanda. Olhei para Christian, que estava ao meu lado, tenso, já de pé.— O que será agora? — murmurei, puxando o robe e saindo do quarto apressada.Christian caminhava colado em mim, e ao chegarmos na sala, encontramos Amanda de pé, com os olhos arregalados, apontando para o notebook ainda aberto na mesa. Sophie também já estava ali, com os cabelos loiros desgrenhados e a cara de quem acabara de acordar.— O que está acontecendo? — Perguntei, me aproximando e tentando ler o que havia na tela.Amanda respirava ofegante, como se tivesse corrido uma maratona.— Já está em todos os sites, Laura. Em todos! — ela exclamou, puxando o notebook para que eu visse melhor.As manchetes saltavam aos meus olhos como socos:"Escândalo: Filha de empresário envolvida em bordel de luxo com políticos influentes.""Richard Thompson é acusado de lavagem de dinheiro; polícia encontra provas em investigação secreta."Min
Christian Müller-Laura estava sentada na beirada da cama, com o olhar fixo no pequeno corpo adormecido de Nathan.Eu a observava da porta, sem querer interromper aquele momento entre mãe e filho.— Christian — ela chamou, em um tom baixo, sem olhar para trás.Me aproximei devagar, parando ao lado dela.Eu ia dizer alguma coisa, mas ela se levantou devagar, caminhando até a cômoda de Nathan. Laura abriu a gaveta com cuidado e retirou um pequeno objeto o estendendo para mim.— O que é isso? — perguntei, franzindo o cenho, sem entender.Laura respirou fundo antes de responder, e o olhar dela encontrou o meu com uma intensidade que me fez gelar por dentro.— Essa é a sua recompensa por me ajudar hoje. Eu pensei muito antes de decidir te entregar isso, Christian, mas acho que você precisa ouvir.Peguei o gravador da mão dela, ainda confuso, analisando o objeto como se ele pudesse me explicar o que estava acontecendo.— O que tem aqui?— É uma prova contra o seu pai.Senti o chão sumir sob
Laura Stevens –Mesmo com todo aquele caos, ainda estávamos em clima de festa, por termos conseguido chegar a algum lugar com o nosso plano. E para comemorarmos, decidimos as três, fazermos um jantar especial, mas não tinha nada nos armários de casa.Decidimos então, irmos ao mercado.Elas me vestiram de forma disfarçada para que eu não chamasse atenção, mantendo minhas roupas pretas e o boné e então, fomos dar uma volta com Nathan.Fomos ao mercado no centro da cidade, que ficava dentro do shopping; Amanda gostava muito de ir nesse lugar.Eu ajeitei a bolsa no ombro enquanto observava Amanda empurrar o carrinho com as compras pelos corredores do mercado. Sophie, como sempre, comentava alto sobre as frutas mais frescas, enquanto meu pequeno sorria, empolgado com o brinquedo novo que elas tinham acabado de lhe dar.— Mamãe, olha! — Nathan chamou, segurando o bonequinho nas mãos, girando-o no ar como se voasse.Sorri, balançando a cabeça.— Só não corre muito, filho.Mas era tarde demai
Laura Stevens –Assim que entramos no apartamento, ainda com Nathan agarrado ao meu pescoço, me joguei no sofá com ele no colo. Eu o abraçava como se quisesse protegê-lo do mundo, sentindo o coração acelerar só de lembrar do olhar de ódio de Solange e Linda.Amanda e Sophie se entreolharam, mas não disseram nada por alguns segundos, apenas observando o quanto aquilo mexera comigo.— Você está bem? — Amanda perguntou, sentando-se ao meu lado, colocando a mão sobre a minha perna, num gesto de carinho.Assenti devagar, beijando a testa de Nathan, que começava a relaxar em meus braços.— Estou. Só…não esperava por isso hoje. — Suspirei, encostando a cabeça no encosto do sofá. — Ver a Linda... e aquela mulher... tão arrogantes.— E o pior — Sophie completou, sentando-se do outro lado — é que elas nem perceberam quem estavam enfrentando.Soltei um sorriso fraco.— Talvez tenha sido melhor assim. Se elas soubessem que eu voltei, não deixariam pedra sobre pedra para me destruir de novo.Amand
Christian Müller –Assim que meus olhos encontraram os de Laura, sentada no sofá, com aquele vestido que moldava cada curva do corpo dela, exibindo aquelas pernas cruzadas e o copo de whisky entre os dedos... Meu coração, que sempre se manteve frio e calculista, pareceu esquecer como bater.Ela ergueu o olhar para mim, com um leve sorriso no canto dos lábios, como se tivesse todo o controle daquela situação. E talvez tivesse.— Laura... — murmurei, quase sem voz, sentindo o corpo inteiro reagir à presença dela.Fechei a porta atrás de mim, sem conseguir tirar os olhos dela.Soltei a gravata, afrouxando-a com uma mão e fui me aproximando, devagar, sem saber ao certo o que faria quando chegasse perto.Ela inclinou a cabeça levemente, com aquele olhar provocante, levando o copo aos lábios e bebendo com uma calma que me enlouquecia.— Eu estava te esperando. — disse ela, com a voz baixa, como se soubesse exatamente o efeito que tinha em mim.Eu sorri de lado, passando a língua pelos lábio