O silêncio no carro era sufocante. Estávamos voltando para casa e Christian dirigia, mantendo os olhos fixos no caminho que o carro fazia. Sua mandíbula estava travada e seus dedos apertavam firme o volante, como se tentasse controlar algo dentro de si. Eu por outro lado, estava com os olhos fixos na vista da janela, que passava diante dos meus olhos como um borrão. Mas na verdade, minha mente estava no que havíamos acabado de fazer. Eu sei que era loucura, mas eu não conseguia parar de pensar nele. - Em nós. Quando chegamos em casa, desci do carro sem dizer nada e segui direto para dentro. Eu estava cansada. Cansada de tentar entender Christian, de tentar decifrar o que se passava na cabeça dele. E quando eu estava prestes a subir os degraus da escada, ouvi a voz dele me chamar. — Ivy. Eu me virei devagar, encontrando os olhos dele procurando os meus. Ele estava parado perto da porta, com as mãos dentro dos bolsos da calça. Ele exibia o semblante fechado, como se estivess
A tensão no ar era quase sufocante. O olhar frio de Christian para Arthur fazia um arrepio percorrer minha espinha e antes que eu pudesse reagir, ele deu um passo à frente e segurou meu braço com firmeza. — Vem comigo. Sem tempo para protestar, fui puxada junto a ele para dentro do escritório. Arthur nos seguiu tranquilamente, como se estivesse se divertindo com a situação. E assim que passamos pela porta, ela foi fechada atrás de nós, e eu aproveitei o momento para tentar me afastar. — Se me permitam, eu já estou de saída… — comecei a dizer, mas fui interrompida. — Fique. - Disseram os dois em uníssono, se olhando primeiro para depois me encararem ao mesmo tempo. Olhei para Christian, depois para Arthur, sentindo que algo muito maior do que uma simples discussão de irmãos estava acontecendo ali. Christian estreitou os olhos para Arthur o questionando diretamente: — O que você está fazendo aqui? E por que estava de papo com a minha mulher? Arthur soltou uma risada baixa e c
Christian de repente se afastou, me deixando completamente sem reação. Meu coração ainda batia acelerado, e eu ainda podia sentir o toque dos lábios dele nos meus, mas ele simplesmente se virou como se nada tivesse acontecido e foi embora. Era como se o que tínhamos acabado de fazer, fosse algo que ele pudesse simplesmente apagar. Fiquei parada por mais alguns segundos, tentando assimilar o que estava acontecendo, mas o orgulho falou mais alto. Respirei fundo, engolindo o nó na garganta e saí da sala com passos firmes, voltando para minha mesa. Sentei e tentei me concentrar no trabalho, mas tudo parecia estranho. Minha mente estava inquieta relembrando cada toque, cada olhar intenso de Christian sobre mim. Eu não entendia o porquê de ele se dar o trabalho de se aproximar, só para me afastar depois. Essa dualidade dele estava me enlouquecendo. Eu estava absorta em meus devaneios, quando de repente, o toque do meu celular me trouxe de volta. Assim que olhei para a tela e vi o
Assim que entrei em casa, parei ao ver Christian prestes a sair. Ele vestia uma camisa branca de algodão e jeans escuros. Era estranho vê-lo sem terno. De alguma forma, ele parecia mais humano… e ainda mais perigoso. Assim que ele me viu, ele deu um passo à frente e sua expressão se suavizou. Seus olhos me analisaram rapidamente, como se estivesse conferindo se eu estava inteira. — Até que enfim — murmurou ele, antes de me puxar para um abraço inesperado. Fiquei paralisada por um momento, sentindo o calor do corpo dele contra o meu. A respiração de Christian era firme, o cheiro amadeirado de seu perfume me envolvia intensamente inebriando meus sentidos. E por mais que eu soubesse que deveria me afastar, meu corpo não se moveu. Mas então a realidade me atingiu. Ele estava de saída e eu sabia exatamente para onde e com quem ele iria se encontrar. Me afastei devagar, colocando um espaço seguro entre nós. — Christian... Eu...não quero estragar o seu programa — murmurei, tendo e
Christian Müller - Me levantei do sofá para preparar algo para comermos. Fui até a cozinha e preparei uma pasta simples, mas bem feita. Nada muito elaborado, mas o suficiente para garantir que Ivy se alimentasse. Quando voltei até a sala com o prato em mãos, parei ao ver Ivy adormecida sobre as almofadas. Ela estava encolhida, respirando suavemente, com seus cabelos levemente bagunçados e caídos sobre os ombros. Soltei um riso e me aproximei, me abaixando ao lado dela para notar melhor seus traços. Ivy era delicada e estava com os lábios entreabertos, em um descanso sereno. Até assim, ela conseguia ser linda. Sem pensar muito, passei um braço sob suas costas e o outro sob suas pernas, levantando-a com cuidado. Ivy nem se mexeu, apenas suspirou, aconchegando-se contra meu peito. Aquilo me desarmou. Eu a levei para o quarto, afastando os lençóis antes de deitá-la sobre a cama. Me movi com cuidado cobrindo seu corpo e ajeitando seu cabelo para que não caísse sobre seu rosto. E a
Yvy Hunter -Assim que despertei, esfreguei meus olhos enquanto tentava me situar. Olhei em volta, percebendo estar em meu quarto, mas como se eu havia adormecido no sofá? E então, tive flashes de sentir Christian me carregando degraus a cima e então, soltei um riso involuntário como se aquilo fosse uma boa coisa. Me sentei na cama pronta para me levantar e ao olhar no canto do quarto, vi as sacolas as compras, organizadas lá, mas havia algo diferente. Havia mais duas e eu não me lembrava de tê-las comprado. Fui até lá e ao abrir a primeira sacola. Lá havia um macacão de viscolino azul-claro que chamou minha atenção. A textura macia do tecido deslizava entre meus dedos e os pequenos botões de pérola na frente davam um toque delicado. Sorri involuntariamente, sentindo uma onda de calor no peito. Ele tinha comprado isso para mim? A segunda sacola me surpreendeu ainda mais. Tirei um vestido de festa, não muito curto, em um tom de vermelho vibrante. Assim que o desenrolei sobre a ca
Ivy Hunter -Assim que saímos do elevador e caminhamos em direção ao escritório, notei os olhares das pessoas sobre nós, mas nenhum me incomodava mais do que os de Sophie e Bianca. Não era a primeira vez que elas cochichavam sobre mim, mas, sinceramente, eu já estava cansada de ser o centro da fofoca sem nem saber o motivo. Segui Christian até o escritório e ao chegar na minha mesa, notei uma sacola sobre ela. Era de uma loja cara. Meu coração acelerou de leve, e meu olhar instintivamente foi para Christian, que passou direto, sem dar nenhuma explicação. Achei aquilo estranho, não parecia ser algo que ele me daria em público. Me aproximei da sacola para a olhar, vendo meu nome na etiqueta. Abri a sacola, encontrando dentro dela, uma bolsa vermelha da Louis Vuitton, com corrente dourada e a marca gravada de forma elegante no mesmo tom. Eu pisquei algumas vezes, sentindo meu estômago revirar. Isso não podia ser para mim. Certamente era um engano. - Pensei olhando para trás alguma
Cristian Müller - A raiva fervia dentro de mim enquanto saía da sala, mas antes que eu pudesse ir embora, a médica veio atrás de mim. — Senhor Müller! — ela me chamou, apressada. Parei, respirando fundo para conter minha irritação, e me virei para ela. — Trate Ivy adequadamente. Quero que façam tudo o que for necessário para garantir que nada aconteça a ela nem ao meu filho — ordenei, com firmeza a vendo assentir. E sem perder mais tempo, saí pisando firme pelo hospital. Assim que cheguei ao estacionamento, peguei o telefone e liguei para um dos meus seguranças. — Quero que façam uma varredura na casa. Procurem a governanta. Do outro lado da linha, houve um breve silêncio antes da resposta: — Senhor, ela saiu logo após vocês esta manhã, ela levava consigo algumas malas. Cerrei os dentes. Eu já imaginava que havia algo errado, mas agora a certeza me atingia com força. — Descubram para onde ela foi. Agora! — rosnei antes de encerrar a ligação. Sem perder tempo, dirigi direto