Cristian Müller - A raiva fervia dentro de mim enquanto saía da sala, mas antes que eu pudesse ir embora, a médica veio atrás de mim. — Senhor Müller! — ela me chamou, apressada. Parei, respirando fundo para conter minha irritação, e me virei para ela. — Trate Ivy adequadamente. Quero que façam tudo o que for necessário para garantir que nada aconteça a ela nem ao meu filho — ordenei, com firmeza a vendo assentir. E sem perder mais tempo, saí pisando firme pelo hospital. Assim que cheguei ao estacionamento, peguei o telefone e liguei para um dos meus seguranças. — Quero que façam uma varredura na casa. Procurem a governanta. Do outro lado da linha, houve um breve silêncio antes da resposta: — Senhor, ela saiu logo após vocês esta manhã, ela levava consigo algumas malas. Cerrei os dentes. Eu já imaginava que havia algo errado, mas agora a certeza me atingia com força. — Descubram para onde ela foi. Agora! — rosnei antes de encerrar a ligação. Sem perder tempo, dirigi direto
Quando meus olhos se abriram, o quarto estava com meias luzes acesas e foi então que me lembrei que eu não estava em casa. Meu corpo ainda parecia cansado, mas algo me chamou atenção antes que eu pudesse me mover. Christian. Ele estava ali, ao meu lado, com a cabeça encostada na maca, adormecido. Sua expressão estava carregada, e sua mão segurava a minha com força, como se tivesse medo de me soltar. Eu fiquei o observando por alguns instantes, sentindo meu coração me trair. O homem sério, sempre impecável e dono de um olhar afiado, agora parecia vulnerável. E então, a lembrança do que aconteceu tomou conta de mim, e minha respiração se tornou pesada. Eu me movi levemente e isso foi o suficiente para ele despertar. Seu olhar imediatamente encontrou o meu e ele soltou um suspiro longo, como se aliviasse ao me ver acordada. Christian ameaçou tocar meu rosto, mas antes que seus dedos encostassem em mim, desvencilhei do toque dele, me afastando. Ele parou o movimento no ar, com
Christian permaneceu em silêncio, me observando como se minhas palavras o tivessem atingido mais do que qualquer coisa até agora. E sem esperar uma resposta, virei-me e saí. Caminhei pelo corredor do hospital sem olhar para trás, sentindo meu coração disparado no peito. Cada passo parecia ecoar dentro de mim, como se as palavras que eu acabara de dizer ainda estivessem reverberando no ar. Eu não sabia exatamente por que tinha dito aquilo para Christian, mas sabia que era verdade. Ele carregava dores demais, traumas demais. Ele vivia em um mundo onde confiar era um risco e amar, um luxo que ele provavelmente nunca se permitiu ter. Quando cheguei à recepção para assinar minha alta, a enfermeira hesitou dizendo que achava melhor que eu passasse a noite lá, mas eu estava bem e só queria ir embora. Enquanto eu esperava os documentos ficarem prontos, olhei para as pessoas ao redor. Casais, mães com seus bebês, famílias…todos pareciam ter algo que Christian e eu não tínhamos. Paz! Mi
O dia havia amanhecido e como eu precisava de mais alguns dias em casa, Christian pediu para que eu obedecesse às regras médicas. Como a governanta havia ido embora e graças aos céus por isso, Amanda resolveu passar o dia comigo me fazendo companhia, enquanto a nova governanta estava sendo treinada, junto a algumas outras funcionárias da casa. Eu estava no quarto enrolada nas cobertas, olhando o brilho do sol transpassar pelas cortinas do quarto iluminando todo o lugar. O dia estava lindo, mas dentro de mim, tudo parecia um grande turbilhão. Eu estava tão melancólica, quando de repente, Amanda entrou no quarto com um copo de suco e sentou-se na beira da cama, me observando com atenção. — Você mal saiu da cama hoje — comentou, passando a mão nos meus cabelos em um gesto carinhoso. Suspirei pesadamente e sentei-me devagar, abraçando meus próprios joelhos. — Só estou cansada — murmurei. — Cansada ou perdida? — Ela arqueou uma sobrancelha, me analisando com aquele olhar afiado que
O frio da noite arrepiava minha pele enquanto eu esperava do lado de fora do teatro. Meu coração batia forte, ansioso, enquanto meus olhos corriam pela entrada, observando as últimas pessoas entrando. Olhei para o celular pela milésima vez. Faltava um minuto para as oito da noite. Passei as mãos pelo vestido, ajeitando-o, tentando me convencer de que eu não tinha cometido um erro vindo até aqui. Eu queria vê-lo, queria estar com ele, mas… e se ele não viesse? E se eu estivesse me iludindo? Vinte horas. A entrada já estava quase vazia. Apenas alguns funcionários organizavam os últimos detalhes, e meu peito apertou com a ideia de ter me enganado. Vinte horas e um minuto. Engoli seco e respirei fundo, me preparando para desistir. Eu não devia esperar tanto de alguém como Christian Müller. Talvez eu estivesse dando um passo maior do que deveria. Mas, assim que me virei para ir embora, meu corpo congelou. Ele estava ali. Parado a poucos metros de mim, me observando com aquele olhar
Assim que Christian falou, soltei um riso e me virei para frente tentando prestar atenção no teatro, mas falhei miseravelmente. A música do concerto continuava ecoando pelo teatro, mas minha mente já não estava ali. Eu sentia Christian ao meu lado, cada movimento dele, cada olhar que ele lançava na minha direção e isso era o suficiente para me deixar inquieta. Ele não estava me tocando, mas sua presença era como um campo magnético, me puxando com força para ele. Pisquei algumas vezes, tentando me concentrar, mas, no exato momento em que achei que conseguiria, Christian se inclinou novamente e sua boca roçou meu ombro deixando um selar. — Está gostando do espetáculo? - Sussurrou ele, me causando efeitos imagináveis. Arrepios percorreram minha pele e tive que umedecer os lábios antes de responder: — Sim… está lindo. - Respondi tentando conter meus pensamentos que insistiam em me trair e me fazer perder o foco. Christian sorriu e tocou meu pescoço com a ponta do nariz. —Você sabe
Eu o olhei, assustada. Por dentro, eu me segurava, tentando não me deixar levar, tentando não me perder ainda mais naquele homem. Porque eu sabia... Eu sabia que estava apaixonada. Cada toque, cada olhar, cada palavra dele me puxava mais para esse abismo. Mas eu também sabia da dor que ele carregava, dos fantasmas que o assombravam e das razões que o levavam a tomar certas atitudes. A questão era: até que ponto daquela noite era real? Até que ponto eu podia acreditar no que sentia? Christian percebeu minha hesitação. Como sempre, ele lia cada detalhe em mim, cada dúvida, cada batida acelerada do meu coração. Sem hesitar, ele segurou minha cintura e me puxou para mais perto. Meu corpo colidiu contra o dele, e eu senti o calor que emanava de sua pele, o cheiro amadeirado misturado com algo unicamente dele. — Não fuja de mim, Ivy — ele murmurou contra meus cabelos. A música suave preenchia o ar, e Christian nos fez balançar lentamente, como se quisesses manter aquele momento, aq
A respiração dele era quente e senti-la só tornou tudo ainda mais intenso. Desci os dedos pelos braços dele, empurrando a camisa para trás até que ele se livrasse dela completamente. E céus... vê-lo ali, com a luz suave iluminando os contornos perfeitos do seu corpo, era o suficiente para me fazer perder o fôlego. Ele me empurrou suavemente para a cama, me fazendo deitar sob os lençóis macios. Subiu sobre mim, apoiando o peso nos cotovelos, e começou a explorar cada centímetro do meu corpo com a boca. Os beijos, antes urgentes, agora eram lentos e torturantes. Seus lábios percorreram meu pescoço, deslizando para a clavícula, e então para o decote do meu vestido. Cada toque era uma nova faísca incendiando minha pele. Christian ergueu o rosto para me encarar, exibindo os olhos intensos e famintos. — Ainda acha que tudo isso é encenação? Eu não conseguia mais pensar. Não conseguia mais questionar nada. A única coisa que eu sabia era que aquela noite, eu estava prestes a ser comp