Laura Stevens -O quarto mergulhou em um caos imediato.As enfermeiras estavam estáticas, algumas tremendo, outras se afastando como se tivessem acabado de perceber que quase foram cúmplices de um assassinato.O médico engoliu em seco, com os olhos completamente arregalados.— Isso... Isso não é possível.Mark o olhou com frieza e pegou o telefone, exibindo seu olhar enfurecido.— Fechem todas as saídas do hospital. Ninguém entra, ninguém sai sem passar pela segurança. Quero todas as imagens das câmeras do último andar imediatamente.Meu coração martelava dentro do peito.Christian se mexeu ao meu lado, alcançando as minhas mãos as segurando em seguida. Ele apertou meus dedos e eu pude sentir suas mãos frias e úmidas. Então o olhei.Seus olhos azuis estavam seguindo os meus e então, seus lábios se mexeram:— Você me salvou. Obrigado, amor. – Disse ele, com um tom firme, porém baixo.Minha garganta se apertou. Eu não conseguia o ver tão fragilizado daquela forma, mas não podia deixar
Christian Müller –Confesso que, estar em casa era bem melhor do que a visão mórbida de um hospital, ainda mais um lugar que eu não tinha confiança.A dor no meu corpo era constante, mas tolerável.O efeito da medicação me deixava pesado, minha cabeça afundava no travesseiro, e eu senti meus olhos se fecharem sem que pudesse evitar. – A sensação de estar vulnerável era horrível, pois, eu nunca quis que Laura pensasse que não sou capaz de cuidar dela.O quarto estava silencioso, apenas o som distante de passos pelo corredor e algumas vozes abafadas.Não sei quanto tempo se passou, mas quando abri os olhos novamente, vi Laura ao lado da mesinha onde estavam os medicamentos. Seus dedos delicados analisavam os frascos antes que o enfermeiro os colocasse na bandeja.— Está tudo certo? — Minha voz saiu rouca.Ela se virou e sorriu levemente, caminhando até mim.— Oi. Como está se sentindo? – Perguntou ela com um timbre doce.Senti suas mãos segurarem as minhas, massageando-as com delicadeza
Laura Stevens –Vi Dominic e Mark saírem do quarto e assim que a porta se fechou, me virei para Christian, sentindo meu sangue ferver.— Espera aí... — Minha voz saiu baixa, mas carregada de fúria. — Você sabia do nosso filho esse tempo todo?Christian me olhou por um momento, respirando fundo, como se pesasse suas palavras antes de responder.— Descobri há poucos dias.Meu coração disparou. Um frio percorreu minha espinha ao processar suas palavras.— Por que diabos você não me contou, Christian? — Exigi, cruzando os braços, tentando conter o tremor de raiva que tomava conta de mim.Ele virou o rosto para o lado, cerrando o maxilar. Um gesto pequeno, mas o suficiente para me fazer perder o controle.— Por que cacete você não me falou do Nathan? — Minha voz se elevou, o tom carregado de dor e indignação. — Onde o meu filho está, Christian?Andei de um lado para o outro, tentando processar tudo, até que voltei até ele e apontei o dedo em seu rosto.— Por acaso isso é um plano seu?Ele
Sky pub, Flórida. Ivy Hunter – “Estou atrasada mais uma vez!” - Exclamei encarando o relógio em meu pulso. Já se passavam das dez da noite, quando empurrei as portas da lateral do bar, entrando apressada.O bar que por sua vez, recebia o Happy hour de costume, para grandes executivos, parecia mais movimentado que o habitual. Dei um passo sabendo que seria repreendida e logo dei de frente com o gerente, que me encarava com os olhos escurecidos. —Ivy, você sabe que não toleramos atrasos. - Disse ele com seu rosto avermelhado de raiva, me empurrando uma bandeja. —Vista-se e leve isso para a sala privada. É a garrafa mais cara que temos. Mais um erro esta noite e será demitida! —Sim senhor! - Respondi me movendo apressadamente até o vestiário. Troquei minhas roupas pelas que o trabalho exigia: Uma fantasia vulgar de coelha; com sua saia curta e um corpete tão justo, que me deixava desconfortável. Ainda tinha a tiara de orelhas peludas para complementar o figurino. Naquele instan
Sky pub. Flórida.Christian Müller -A noite estava agradável. Fazia um tempo desde que estive na Flórida. Se passaram poucas horas desde que retornei à cidade e para relaxar um pouco, acabei aceitando um convite para beber, vindo de Mark, meu amigo de infância. Havíamos acabado a primeira garrafa, mas fiz questão de pedir mais uma; só assim eu poderia aguentar os questionamentos dele. —E então? Quanto tempo ficará dessa vez? - Perguntou Mark com a voz calma e curiosa. Eu o olhei brevemente, voltando a focar no copo com a bebida. —Por enquanto não tenho data para ir embora. Preciso resolver alguns assuntos inacabados. - Falei sem explicar muito o vendo soltar um sorriso. —Fiquei sabendo que seu avô está procurando um novo sucessor. Vai mesmo se juntar a empresa com os requisitos dele? - Perguntou Mark com humor. —Casamento nunca foi seu estilo, você só vive para trabalho! Ao ouvir aquilo, soltei um riso simplista. —Você sabe, não posso mais adiar isso! - Falei com um leve h
Hotel Plaza, Califórnia. Ivy Hunter –Despertei e esfreguei os olhos tentando me acostumar com a claridade do lugar. O sol entrava suavemente ultrapassando a fina cortina branca do quarto, iluminando todo o lugar. Toquei minha têmpora sentindo o desconforto como reação da noite anterior e ao me mover na cama, percebi que eu estava completamente nua embaixo de um fino lençol. —O que aconteceu? Por que estou... - Fragmentos de memória perfuram minha mente: primeiro, a traição do meu ex-namorado, depois, a ajuda de um cara bonito, e então, bebemos juntos e parece que até nos beijamos, no final... estou aqui. E... eu dormi com um estranho?!Meu Deus, será que dá pra ficar pior que isso?Me levantei, um papel na mesa chamou minha atenção. É um cheque, com um valor inestimável. - Eu nunca tinha visto tantos zeros na minha vida. Que generoso.Tentei recordar do rosto do homem, mas quanto mais eu tentava, mais a minha cabeça doía. Tanto faz! Afinal, acho que a gente nunca mais vai se ve
Müller & Co. Ivy Hunter - A sala de espera estava cheia de mulheres que estavam dispostas a lugar pela vaga de trabalho. Todas aparentavam ter passado a noite em claro decorando as respostas certas. Elas estavam felizes exibindo um sorriso nos lábios, enquanto suas aparências eram impecáveis. Me sentei no fundo das cadeiras aguardando humildemente a minha vez. Não sei onde que eu estava com a cabeça quando levei para mim as falas daquele homem como uma competição pessoal. “Deixe-a mostrar se realmente merece a vaga!” - Aquelas palavras ressoavam na minha cabeça fazendo-me arrepender amargamente por estar ali. - Eu definitivamente era a menos preparada de todas. Respirei fundo, enquanto chamavam uma por uma. As que iam ficando, olhavam para mim como se eu fosse uma pedinte, só porque eu estava segurando a minha mala e usava roupas casuais. E naquele momento, comecei a acreditar que eu realmente estava fazendo a escolha errada. Eu então, respirei fundo desistente e se
Ivy Hunter - Já havia se passado um mês desde que comecei a trabalhar na Müller & Co e minha rotina se resumia em papéis, agendas, contratos e pequenas tarefas administrativas. Embora os trabalhos não sejam muito relacionados ao design, estou muita satisfeita por receber um salário tão alto e ainda estar na empresa dos meus sonhos! Mesmo sendo a assistente pessoal, meu contato com o senhor Müller não era muito. A maioria tempo nos víamos quando eu tinha que o levar algum contrato para assinar. Como era o caso agora. Segui até o escritório com as pastas na mão e a cada passo que eu dava, sentia meu coração acelerar; não que eu estivesse nervosa, mas havia algo naquele Homem todo poderoso que me deixava inquieta. Respirei fundo e dei algumas batidas na porta, ouvindo a voz encorpada e forte de Christian me responder em imediato. —Entre! Empurrei a porta de vagar e entrei o avistando em sua cadeira, com sua postura impecável e emanando uma áurea poderosa. O terno es