Christian Müller –O quarto estava silencioso, exceto pelos resmungos de Laura. Ela se moveu ajeitando-se no travesseiro e então, percebi um leve sorriso em seus lábios.Me sentei na cama, passando a mão pelo rosto antes de virar o olhar para ela. Seu corpo estava relaxado, envolto no lençol bagunçado, e seus cabelos se espalhavam pelo travesseiro de maneira desordenada.Ela parecia exausta.Minhas sobrancelhas se franziram levemente enquanto deslizava os dedos pelos fios de cabelo dela, afastando-os do rosto.Meu peito subiu e desceu devagar.Eu sabia o que havia acontecido entre nós essa noite, mas o que isso significava?Antes que eu pudesse me perder nas lembranças, Dominic bateu na porta. – Eele talvez tenha vindo me alertar sobre a hora.Soltei um suspiro, passando a mão pelos cabelos e lançando um último olhar para Laura antes de me levantar. Peguei minha calça, vesti-a rapidamente e saí do quarto, descendo as escadas.Ao chegar na cozinha, Dominic estava sentado à mesa, segura
Laura Stevens –O hospital estava silencioso naquela manhã.Entrei no quarto de Nathan carregando uma pequena sacola com roupas limpas e algumas coisas que ele gostava. A enfermeira já estava ali, terminando de dar banho nele no leito, com toda a delicadeza do mundo. Enquanto isso, aproveitei para arrumar sua cama e organizar as coisas ao redor.— Você está quase pronto, mocinho — falei, lançando um sorriso para ele.Nathan riu e assim que a enfermeira terminou, eu o ajudei a se vestir com calma, prendendo os botões de sua camisa hospitalar.Nathan me olhava com atenção, como se estivesse prestes a perguntar algo importante e então, eu o olhei e arqueei as sobrancelhas esperando que ele perguntasse.— Mamãe… como foi dormir na casa do meu pai?Minhas mãos congelaram por um instante. Minha mente me traiu, voltando para a noite anterior. Para o toque quente de Christian em minha pele. Para a forma intensa com que ele me puxava para mais perto. Para os suspiros abafados no meio da noite,
Christian Müller –Assim que ouvi o pedido de Nathan, encarei Laura, vendo-a desconcertada.—Querido, não diga isso. Seu pai vai achar que está falando sério...- Disse ela com um tom de voz fraco e desesperado, indo até ele.Naquele instante, nos encaramos e então, a voz de Nathan soou enfraquecida.—Tá bom mamãe, desculpa! – Disse ele, voltando a dar atenção aos brinquedos.Eu a olhei novamente, vendo-a prender a respiração, erguendo os ombros e então, Laura desviou o olhar ao ouvir seu telefone tocar.Ela encarou a tela do eletrônico e olhou para Nathan intercalando o olhar entre mim.—É importante? – Perguntei a vendo assentir e então, soltei um riso para Nathan, indo brincar com ele. —Ei campeão, parece que você gostou mesmo desse, hein?—Sim papai, você também gosta de vermelho? – Perguntou ele me vendo soltar um suspiro e assentir.Me aproximei dele lentamente, olhando para Laura, para que ela pudesse ir.—O meu é preto, mas na minha garagem tem igual a esse.—Sério? - Nathan pe
Laura Stevens –Assim que os exames de Nathan terminaram, ele acabou adormecendo.Aproveitei o descanso dele para sair e beber um copo de água.Respirei fundo umedecendo minha garganta para conter o nervosismo, quando de repente, Christian se aproximou fazendo com que meu corpo congelasse.Ele se encostou na parede, cruzando os braços sobre o peito, me observando com aquele olhar afiado. Sua presença era esmagadora, intensa… sufocante de um jeito que fazia meu coração bater forte, mas não só de medo.Eu tentei ignorá-lo, tentei focar na água fria que descia pela minha garganta, mas nada apagava a sensação de que ele estava prestes a me encurralar.—Não acha que passou da hora de conversaros? — Perguntou ele com um avoz equilibrada.Minhas mãos apertaram o copo descartável. Respirei fundo antes de forçar um pequeno sorriso e desviar o olhar.— Christian, podemos deixar isso para depois?Ele não disse nada, mas em segundos senti ele segurar meu pulso. Meu corpo enrijeceu com o toque que
Laura Stevens -O silêncio que veio depois da minha confissão. Christian continuou a me encarar. Sua respiração estava densa, Sua mão ainda estava na minha, enquanto a minha tremia ligeiramente com tudo o que estava acontecendo.Eu sabia que ele não ia aceitar isso tão facilmente.E eu estava certa.De repente, ele soltou minha mão e me pressionou contra a parede, colocando uma das mãos ao lado da minha cabeça, enquanto a outra envolvia minha cintura, me prendendo ali.Meu corpo ficou rígido, mas não de medo. Era algo mais intenso, mais profundo.— Você me diz isso agora? — Sua voz saiu baixa, mas com uma raiva contida que me fez engolir em seco.— Christian… — tentei falar, mas ele me cortou.— Você me deixou no inferno, Laura. Você me fez enterrar uma mulher que no final, está viva. E agora, depois de anos, você simplesmente diz que tudo aconteceu para que você viesse para mim?Ele riu seco, mas não havia humor ali.Eu queria me afastar, mas ao mesmo tempo, não queria.Eu nunca qui
Laura Stevens –Tudo ao meu redor desapareceu.A força daquele beijo me dominou. Me levando para dentro do caos que ele representava, para o turbilhão que existia entre nós.Tinha raiva, mas também tinha desejo. Suas mãos apertaram minha cintura, me puxando mais para perto, como se quisesse me fundir a ele. Como se quisesse se certificar de que eu era real e não um fantasma do passado.Eu devia ter me afastado, ter o empurrado, mas o que fiz foi agarrar sua camisa, cravando minhas unhas no tecido tocando seu abdômen.Seu beijo era exigente, como se quisesse alcançar o mais profundo da minha alma.Minha cabeça girava, meu corpo ardia e a única coisa que me mantinha de pé, era o aperto firme das mãos dele me segurando no lugar.Foi só quando precisei desesperadamente de ar que consegui me afastar, ofegante.Mas Christian não me soltou.Sua testa se encostou na minha, com a sua respiração pesada, quente, se misturando com a minha.— Eu deveria te odiar… Mas não consigo. — Sussurrou ele,
Laura Stevens –O sorriso no rosto de Christian foi o suficiente para fazer meu peito apertar.Ele parecia aliviado, quase como se um peso tivesse sido tirado de suas costas. Eu não sabia ao certo se era por finalmente termos falado sobre tudo, ou se era por ele sentir que ainda tinha alguma posse sobre mim.Seus dedos tocaram meu rosto e eu não me afastei.Havia algo no jeito como ele fazia isso. Como se estivesse se permitindo sentir, se permitindo aproveitar aquele momento sem a urgência que sempre nos envolvia.— Eu vou te ajudar no que for preciso. Prefiro que fiquemos juntos, mas já te conheço o suficiente para saber que você negaria ficar na mesma casa que eu. – Disse ele, respirando fundo.Deixei escapar um riso baixo.— Ainda bem que sabe — murmurei, piscando para ele. —Mas saiba que pode vir nos visitar quando quiser. Não tenho nenhuma objeção sobre você conviver com seu filho.O sorriso dele se alargou de um jeito quase presunçoso.— Achou mesmo que eu não iria fazer isso?
Christian Müller – A caneta girava entre meus dedos enquanto eu fitava o monte de pastas sobre a mesa. Documentos importantes, contratos milionários, reuniões marcadas... tudo ali na minha frente, esperando minha atenção. Mas minha cabeça estava a quilômetros dali. Suspirei pesado, tentando focar e puxei uma das pastas para revisar o conteúdo. De repente, um toque na porta me tirou do transe. — Entra. — Minha voz saiu mais dura do que eu queria. Mark apareceu, com o olhar atento de sempre, mas dessa vez havia algo diferente em sua expressão. — Christian, temos novidades. — Disse ele, entrando e fechando a porta atrás de si. — O que foi? - Perguntei o vendo vir até mim com um olhar sério. Ele largou um envelope em cima da mesa e soltou um respiro antes de começar a falar: — Liguei para algumas fontes e puxei os registros que me pediu. Realmente, Sophie Stevens está no meio do sequestro. Minha mandíbula se contraiu ao ouvir aquilo. — Merda... — Rosnei, abrindo o envelope e enc