Laura Stevens –Tudo ao meu redor desapareceu.A força daquele beijo me dominou. Me levando para dentro do caos que ele representava, para o turbilhão que existia entre nós.Tinha raiva, mas também tinha desejo. Suas mãos apertaram minha cintura, me puxando mais para perto, como se quisesse me fundir a ele. Como se quisesse se certificar de que eu era real e não um fantasma do passado.Eu devia ter me afastado, ter o empurrado, mas o que fiz foi agarrar sua camisa, cravando minhas unhas no tecido tocando seu abdômen.Seu beijo era exigente, como se quisesse alcançar o mais profundo da minha alma.Minha cabeça girava, meu corpo ardia e a única coisa que me mantinha de pé, era o aperto firme das mãos dele me segurando no lugar.Foi só quando precisei desesperadamente de ar que consegui me afastar, ofegante.Mas Christian não me soltou.Sua testa se encostou na minha, com a sua respiração pesada, quente, se misturando com a minha.— Eu deveria te odiar… Mas não consigo. — Sussurrou ele,
Laura Stevens –O sorriso no rosto de Christian foi o suficiente para fazer meu peito apertar.Ele parecia aliviado, quase como se um peso tivesse sido tirado de suas costas. Eu não sabia ao certo se era por finalmente termos falado sobre tudo, ou se era por ele sentir que ainda tinha alguma posse sobre mim.Seus dedos tocaram meu rosto e eu não me afastei.Havia algo no jeito como ele fazia isso. Como se estivesse se permitindo sentir, se permitindo aproveitar aquele momento sem a urgência que sempre nos envolvia.— Eu vou te ajudar no que for preciso. Prefiro que fiquemos juntos, mas já te conheço o suficiente para saber que você negaria ficar na mesma casa que eu. – Disse ele, respirando fundo.Deixei escapar um riso baixo.— Ainda bem que sabe — murmurei, piscando para ele. —Mas saiba que pode vir nos visitar quando quiser. Não tenho nenhuma objeção sobre você conviver com seu filho.O sorriso dele se alargou de um jeito quase presunçoso.— Achou mesmo que eu não iria fazer isso?
Christian Müller – A caneta girava entre meus dedos enquanto eu fitava o monte de pastas sobre a mesa. Documentos importantes, contratos milionários, reuniões marcadas... tudo ali na minha frente, esperando minha atenção. Mas minha cabeça estava a quilômetros dali. Suspirei pesado, tentando focar e puxei uma das pastas para revisar o conteúdo. De repente, um toque na porta me tirou do transe. — Entra. — Minha voz saiu mais dura do que eu queria. Mark apareceu, com o olhar atento de sempre, mas dessa vez havia algo diferente em sua expressão. — Christian, temos novidades. — Disse ele, entrando e fechando a porta atrás de si. — O que foi? - Perguntei o vendo vir até mim com um olhar sério. Ele largou um envelope em cima da mesa e soltou um respiro antes de começar a falar: — Liguei para algumas fontes e puxei os registros que me pediu. Realmente, Sophie Stevens está no meio do sequestro. Minha mandíbula se contraiu ao ouvir aquilo. — Merda... — Rosnei, abrindo o envelope e enc
Christian Müller –Andressa passava suas mãos pela minha camisa, tentando adentrar com a ponta dos dedos e tocar meu peito. Assim que falei, me afastei vendo os olhos de Andressa se arregalarem.— O quê?— Não se faça de desentendida. — Falei, segurando as mãos dela contra o meu corpo, sem tirar o sorriso gélido do rosto. — Eu sei que vocês falavam constantemente seis anos atrás. E sabe o que mais? Na noite do sequestro... você ligou para ela várias vezes.Andressa tentou soltar a mão, mas eu a segurei firme, inclinando mais o corpo na direção dela.— Por quê? — Repeti, a voz mais baixa, mais ameaçadora. — O que você e Sophie tramaram naquela noite?Ela respirou fundo, o sorriso sumindo completamente, substituído pelo pânico.— Christian, eu... eu não sei do que está falando.Apertei os dedos em seu pulso.— Você sabe. E vai me contar.Me aproximei ainda mais, encarando-a nos olhos. Ela engoliu em seco, desviando o olhar, e pela primeira vez desde que entrei naquela sala, eu vi medo d
Laura Stevens –Eu segurava firme a mão de Nathan enquanto caminhávamos pelo shopping, tentando parecer o mais discreta possível. As roupas pretas largas, o boné cobrindo quase todo o meu rosto e os óculos escuros ajudavam a manter minha identidade escondida.Nathan, por outro lado, pulava ao meu lado, alheio a qualquer perigo. Ele segurava o carrinho novo que Christian havia dado, o empurrando com cuidado, como se fosse o bem mais precioso que tinha - e para ele, era mesmo.— Mamãe, posso tomar outro sorvete? — Ele pediu com a voz doce, me olhando com aquele olhar pidão que eu conhecia bem.Sorri fraco, puxando-o suavemente para perto.— Só depois que escolhermos as roupas, querido. — Sussurrei, mantendo meus olhos atentos a todos os rostos que passavam por nós.Continuamos com o passeio; entramos em uma loja de roupas infantis e enquanto ele corria pelos corredores pegando camisetas de super-heróis, eu vigiava cada canto, com o coração batendo acelerado.Depois de pagarmos, saímos c
Laura Stevens –A tensão entre Amanda e eu ainda pairava no ar enquanto Nathan terminava seu sorvete, animado, completamente alheio ao turbilhão de emoções que crescia dentro de mim.Eu não sabia bem como reagir. Por mais que Amanda tivesse sido alguém importante na minha vida, o fato de ela ter me procurado agora, depois de tanto tempo, me deixava inquieta.Estávamos nos olhando em silêncio, quando o som de passos firmes se aproximou me fez gelar.Christian.O ar ao meu redor pareceu mudar quando ele parou ao lado da mesa, a presença dele dominando tudo.Ele vestia um terno escuro impecável, sua postura era firme e a expressão séria. E para minha total irritação, ele se sentou ao lado de Amanda.Mordi o lábio, segurando um suspiro.Ele colocou um braço sobre a cadeira dela, em um movimento casual, mas que fez meu peito apertar de ciúme. Eu sabia que não havia nada romântico entre eles, mas ainda assim… por que ele tinha que se sentar ali?Ele passou os olhos entre nós duas antes de f
Laura Stevens –Depois de alguns minutos tranquilos no café, o clima entre nós estava mais leve.Christian olhava pra Nathan com aquele brilho no olhar que ele não conseguia esconder e aquilo aquecia meu peito de um jeito estranho, como um misto de alegria e medo.Logo Amanda se despediu, bagunçando o cabelo de Nathan, se retirando em seguida.Christian pagou a conta e se virou para mim, colocando uma mão firme e possessiva na minha cintura, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.— Vamos? — Ele perguntou com a voz baixa, quase rouca, ficando tão perto que senti o hálito quente roçar minha pele.Assenti, sem conseguir responder de imediato. Nathan foi na frente, distraído com o brinquedo.Christian e eu caminhávamos lado a lado e a cada passo, eu sentia a tensão aumentar. A mão dele escorregava sutilmente pela minha cintura me pressionando ainda mais firme com seus dedos, e aquilo me deixava ainda mais nervosa, principalmente depois da cena com Amanda.Quando chegamos no c
Laura Stevens –Andamos em direção ao quarto de Nathan juntos e ChristianAssim que entramos no quarto do pequeno, vimos Nathan sentado no chão, com as peças do carrinho espalhadas ao seu redor e o rosto iluminado pela empolgação.Ele então nos olhou e sorriu.— Olha, papai! Consegui montar a parte da frente! — Disse ele com orgulho, levantando o carrinho meio torto, mas inteiro na mente de um garotinho de cinco anos.Christian se agachou ao lado dele, observando o que o filho mostrava com tanto entusiasmo.— Uau, filho, isso está incrível. Você é mesmo muito inteligente. — Ele elogiou, bagunçando o cabelo de Nathan com carinho.Nathan sorriu largo, se virando pra mim.— Mamãe, o papai vai me ajudar a terminar, né?Assenti, me aproximando e me sentando ao lado deles, observando o jeito que Christian olhava para o filho, com orgulho e uma doçura que ele escondia do mundo, mas não de Nathan.— Claro que vou. — Christian respondeu, pegando algumas peças e começando a encaixar ao lado del