Ivy Hunter-Olhei para os lados e respirei fundo, a seguindo.Andressa me levou até o banheiro e assim que passamos pela porta, ela a trancou, se virando para mim com um semblante escurecido.—Por quê? Por que você entrou nas nossas vidas e o tirou de mim? – Perguntou ela me fazendo vincar as sobrancelhas.—Calma Andressa, vamos conversar.—Conversar? – Perguntou ela soltando um riso. —Não temos nada para falar. Você precisa desaparecer.—O quê? - Perguntei desacreditada a vendo olhar para a tela do celular, voltando a me encarar.—É um seguinte...Você pode polpar tudo isso. Você, essa criança e ele. E eu te darei uma chance a mais. Se você abandonar Christian, vive você e a criança. Se não, saiba que tem homens meus para todos os lados. Se eu estalar os dedos, nós duas ficamos sem ele.—Você só pode estar doente. Que tipo de loucura é essa? – Perguntei a empurrando e fazendo menção de sair, mas de repente, ouvi um barulho de uma arma engatilhando.—Ivy eu falei sério. – Disse ela apon
Ivy Hunter –Senti minha cabeça latejar.Meus olhos se abriram lentamente e então, senti o carro balançando me causando desconforto enquanto a escuridão do lugar me cobria.O cheiro de couro e cigarro misturado à gasolina fez meu estômago revirar. Eu estava deitada no banco de trás e ao tentar me mexer, senti minhas mãos presas por algo que me apertava firmemente.Aos poucos, minha visão ficou nítida. Dois homens estavam na frente, discutindo.— Você devia ter dopado ela mais! Agora vai acordar e começar a gritar! — rosnou um deles, o que estava no banco do passageiro.— E você acha que sou babá dessa vadia? Estamos quase no destino, cala a boca! — o outro rebateu, o que dirigia.Engoli em seco, sentindo meu coração martelando contra as costelas. Destino? Para onde estavam me levando?Foi então que o homem no passageiro recebeu uma notificação no celular. Ele franziu a testa e abriu um vídeo.— Ótimo. Agora temos que mostrar isso pra ela.Meu sangue gelou quando ele virou o celular na
Christian Müller –A festa estava de acordo com o que planejei.Todos estavam bem-vestidos, a música estava suave ao fundo e o clima agradável.Comecei a conversar com alguns empresários; alguns eu conhecia, outros eram do círculo de amizade de Richard e Jonathan. – Compreensivo, já que a festa era dos três grupos dessa vez.Varri os olhos procurando por ela. A mulher que tem feito dos meus dias os mais doces e agradáveis.Assim que a avistei, sorrindo de leve para mim. Notei que seus olhos pareciam tristes, algo aconteceu. Guardei as minhas mãos no bolso da calça e ameacei ir até ela, mas ao me mover, alguém tocou meu braço.Assim que me virei para olhar, vinquei as minhas sobrancelhas e respirei fundo, tentando não estragar tudo.— O que diabos você está fazendo aqui? — Perguntei o encarando com frieza.Ele sorriu, aquele maldito sorriso presunçoso que sempre me irritou.— Ora, Christian, essa não é forma de cumprimentar seu velho pai. Vamos conversar! – Disse ele dando alguns passos
O caos se espalhava pela festa como um incêndio descontrolado.O som das sirenes já ecoavam do lado de fora, misturado ao burburinho dos convidados, que tentavam entender o que estava acontecendo.Meu sangue fervia e cada músculo do meu corpo estava tensionado.Ivy estava desaparecida.Não havia espaço para dúvida. Não havia tempo para hesitação.— Quero todas as saídas da cidade fechadas! Aeroportos, rodovias, ferrovias, tudo! — rosnei para um dos seguranças, que já estava no telefone coordenando as ordens. — Verifiquem as câmeras da cidade, rastreiem qualquer carro suspeito que tenha saído daqui. E ativem nossos contatos na polícia. Eu não me importo com o custo, eu quero Ivy de volta.O chefe da segurança assentiu e saiu apressado, já transmitindo as ordens. Mark estava ao meu lado, com o celular no ouvido, lidando com outra parte das buscas. Amanda tremia, as mãos tapando a boca, os olhos arregalados.Eu precisava manter o controle.O ar ao meu redor parecia rarefeito, minha respir
Christian Müller –Desci do carro e corri até o lugar, ignorando qualquer pedido para que eu parasse.—Senhor, não pode ultrapassar! – Disseram.—Ele é o marido da vítima! – Disse Mark, vindo atrás de mim.Meu peito subia e descia em uma respiração pesada. O vento quente bateu contra meu rosto, mas eu não senti nada.Porque ali, diante dos meus olhos, estava o carro onde Ivy deveria estar. Ou melhor, o que restou dele.O veículo estava irreconhecível. A lataria completamente amassada, carbonizada. As chamas já haviam consumido quase tudo.Não havia corpo. Não havia nada. Apenas cinzas.Mark parou ao meu lado, ofegante. Seu rosto estava endurecido, como se tentasse processar a cena diante de nós.— Ela pode ter saído antes da explosão… — Ele disse tentando ser positivo, mas sua voz soou incerta.E então, um dos policiais se aproximou.— Fizemos a busca no perímetro. Não há rastros de saída. A explosão foi instantânea. Não teria havido tempo.Minha mandíbula travou.Aquela era a confirm
Christian Müller - O céu cinzento parecia refletir o que eu sentia por dentro. A chuva fina que começava a cair não era nada comparada à tempestade que devastava minha alma.Parecia um reflexo perfeito do que eu sentia por dentro uma escuridão densa e sufocante.A mídia já havia estampado manchetes sobre o caso. “Esposa do CEO Christian Müller morre em trágico acidente”, diziam os jornais. “Herdeira da Müller & Co. sofre destino fatal”.Repórteres tentavam capturar cada expressão minha, como se esperassem que eu desmoronasse em frente às câmeras.Mas eu não desmoronei.Eu fiquei ali, parado diante do caixão fechado, vestido de preto dos pés à cabeça, com as mãos enfiadas nos bolsos do paletó e os olhos fixos para o nada.Porque não havia corpo.Não ouvi o que o padre disse. Não ouvi os soluços das pessoas ao meu redor. Tudo o que ecoava em minha mente era o som dos tiros naquele vídeo maldito e a visão do carro carbonizado.Ivy estava morta. E eu a perdi.Prometemos nunca nos deixar
Christian Müller – 5 anos depois, Delaware, EUA.Não fazia muito tempo em que eu havia chegado na cidade e já estava saindo de uma grande conferência.Decidi ir direto para o salão de reuniões, fazendo o check-in somente depois que terminasse, para não perder tempo.O lobby do hotel era amplo e sofisticado, com lustres reluzentes pendendo do teto abobadado e um aroma sutil de madeira e couro.Eu atravessava o espaço com passos firmes, com o telefone pressionado contra o ouvido enquanto ouvia Mark do outro lado da linha.— Então, Christian, já teve tempo para analisar as oportunidades por aí? — A voz dele era profissional, mas com um tom familiar.— Algumas. O evento atraiu nomes interessantes. Pode ser útil para futuras parcerias. — Respondi, ajustando a manga do terno, enquanto eu esperava na fila.— Ótimo. Sabia que você não iria apenas marcar presença. Me mantenha informado — Mark disse, satisfeito.Antes que pudesse responder, um vulto passou correndo pelo canto da minha visão, se
Christian Müller –A mala errada já não estava mais em minhas mãos, mas o peso da dúvida continuava me esmagando.Me afastei da porta, fechei os olhos por um instante e tentei ignorar o martelar da minha pulsação.Aquela voz... Não poderia ser ela. Era impossível, ela estava...Morta?Afrouxei a gravata de novo, como se precisasse desesperadamente de ar.Meu peito subia e descia em um ritmo descontrolado, e eu odiava isso. Odiava que um simples engano, um detalhe ridículo, tivesse sido o suficiente para me arrancar de anos de controle impecável.A voz dela não deveria estar ali. Mas estava.Caminhei até a janela, observando a cidade abaixo, luzes cintilantes espalhadas em um mosaico vibrante. Delaware não significava nada para mim até agora.Um destino escolhido por conveniência, por negócios, mas naquele instante, parecia que o universo ria de mim, como se tivesse me arrastado para esse lugar com um propósito cruel.Meu celular vibrou na mesa de cabeceira, arrancando-me do torpor. Qua