- Desculpe!Carolina segurou a testa, sentindo dor, e rapidamente pediu desculpas.- Em que você está pensando, tão absorta?Ao ouvir a voz familiar do jovem, ela levantou a cabeça e olhou.Simão, vestindo uma camisa xadrez e com uma mochila preta, observava Carolina com um sorriso, suas bochechas enfeitadas por duas pequenas covinhas.Carolina, desanimada, baixou a cabeça, sorrindo de maneira que parecia mais triste do que chorar:- Não é nada.- Claramente algo está te incomodando. - Simão era meio cabeça mais alto que ela. Durante a conversa, ele inclinou ligeiramente a cabeça para encontrá-la nos olhos, com uma expressão gentil e clara.Carolina, incapaz de expressar sua angústia interna, desabafou: - Henrique logo descobrirá que estou grávida.A expressão de Simão mudou sutilmente, ele se endireitou: - O que houve?Carolina explicou toda a situação, sua voz carregada de incerteza.Ela estava realmente preocupada, sem saber como proceder.Será que Henrique ficaria feliz em saber
- Nem sempre as aparências são o que parecem. Algumas pessoas, apesar de parecerem amigáveis e acessíveis, podem ter um coração sombrio. Na nossa empresa tem uma garota assim: pequena e adorável, que mal consegue abrir uma garrafa, mas secretamente ela maltrata gatos. É realmente assustador.Fernanda, quando começa a falar de fofocas, parece que nunca mais para.Carolina, com a mente cheia de preocupações, mal conseguia prestar atenção. Justo quando alguém da empresa veio procurá-la, ela desligou o telefone....Na clínica.O médico idoso, surpreso ao ver Simão chegar sozinho, exclamou:- Sr.Simão.- Dr. Gilberto, venho sofrendo de insônia ultimamente. Será que você poderia me examinar? - Perguntou Simão educadamente, olhando em volta.A sala de espera estava cheia, com cerca de dez pessoas aguardando.- Claro, mas terá que esperar um pouco. Há pessoas esperando há mais tempo.- Sem problemas, eu não quero furar a fila. - Respondeu ele, sorrindo gentilmente e olhando com interesse para
O sorriso no fundo dos olhos de Simão se tornou mais genuíno, revelando uma fileira de dentes alinhados.Ao ver Carolina soltar um longo suspiro de alívio, seu humor pareceu magicamente se alegrar um pouco também.- Mas... Por que você quer me ajudar? - Carolina, se lembrando das palavras de Fernanda, soltou uma fala direta e sincera. - Henrique sempre diz que você gosta de mim, eu acho isso pouco crível, mas realmente não consigo entender o motivo de você me ajudar.A pergunta inesperada fez Simão ficar subitamente rígido.Seu silêncio tornou a atmosfera abruptamente constrangedora.Carolina apertou firmemente o pacote de ervas medicinais chinesas em sua mão, com uma expressão de incredulidade...Não pode ser...Será que as palavras de Henrique eram verdadeiras?Eles tiveram tão pouco contato, isso não faz sentido!- Eu realmente não queria dizer isso. - O rosto de Simão corou, hesitante, como se confirmasse que ele realmente gostava dela.Mas, no próximo segundo, sua conversa tomou u
No hospital, Henrique também chegou.Os olhares de Carolina e ele se cruzaram, ambos percebendo a profunda preocupação no olhar do outro.Após uma longa espera, o médico finalmente saiu da sala de emergência.- Rodrigo está fora de perigo por enquanto, mas ele caiu do segundo para o primeiro andar, o que causou concussão cerebral e fratura da perna. Durante o atendimento de emergência, também descobrimos sinais de falência de órgãos em Rodrigo. Devido a isso, sua condição física é preocupante, mas ele deve acordar à noite.- Falência de órgãos? - Henrique, chocado, franzia a testa.- Sim, os relatórios médicos ainda não identificaram a causa específica da falência, mas provavelmente está relacionada à idade avançada dele. Recomendo que o Senhor converse com o Dr. Gilberto, médico principal de Rodrigo, que acompanha o caso.Carolina interveio:- Dr. Gilberto está no hospital agora?- Não tenho certeza. Ele estava de plantão ontem à noite e deveria ter saído de manhã, mas eu o vi no hosp
- Quem te empurrou para baixo?Henrique entrou no quarto, parando contra a luz, com seu cabelo curto e negro como jade emitindo um brilho suave. Seu rosto anguloso estava sombreado, tornando impossível discernir seus pensamentos atuais.Carolina também fixou seu olhar no idoso na cama, fervendo em raiva enquanto esperava pela resposta.Quem seria o desalmado capaz de fazer algo assim?- Não sei, eu estava subindo as escadas para me exercitar, seguindo a recomendação do Dr. Gilberto. Quando estava na metade, ouvi alguém atrás de mim, mas não dei importância. Em seguida, essa pessoa me empurrou por trás, e eu acordei aqui.- Você não viu quem era?- Eu não vi, mas posso descobrir - Disse Rodrigo, batendo na mesa com raiva, acidentalmente machucando seu ferimento e fazendo uma careta de dor. - Vamos checar as câmeras de segurança do hospital. Eu quero ver quem teve a coragem de fazer isso!- Não precisa procurar - Disse Henrique friamente.- Por quê? - Carolina hesitou. - Não tem câmeras
Carolina ficou bastante sem palavras, permanecendo ao lado e sendo repreendida.- Você não é como eu, que tem esposa e amante, vivendo uma vida vibrante e incomparável. - Henrique disse com escárnio, seus lábios finos tingidos de zombaria, e cada palavra carregada de dor.Ao lado dele, Francisco sentia o olhar desapontado de Rodrigo, enquanto a raiva fazia seu rosto ficar roxo.Farto das queixas de Francisco, Henrique deu algumas instruções a Luís e partiu com Carolina.Depois que Henrique saiu, Francisco, envergonhado, falou para Rodrigo: - Pai, fique aqui tranquilo para se recuperar. Não se preocupe com as despesas médicas, eu cuidarei delas.- Este hospital é quase todo meu,Eu preciso de você?- Pai, estou tentando ser um bom filho. Você não tem estado bem, não brigue comigo. Sei que manter uma amante é errado. Eu cometi um erro.Rodrigo suavizou um pouco sua expressão:- Você se divorciou de Cecília?- Como eu poderia? Como posso simplesmente me divorciar depois de vinte anos de c
O escritório do gerente geral, inicialmente ocupado por Rodrigo, passou depois para o pai de Henrique e agora estava sob o comando de Henrique. Três gerações da família se sucederam, mas Francisco nunca teve sua vez. Desde que Henrique assumiu a BrilhanteMax, raramente voltava lá.Apesar disso, Rodrigo ainda confiava em Henrique, embora não lhe desse o cargo de gerente geral. Diziam que ele não tinha capacidade, mas ele podia suportar isso, pois não tinha grandes ambições. Lhe Bastava ficar na Mansão dos Mendonça e manter seu direito a voz no conselho.Mas Henrique foi além, expulsando primeiro Vasco e depois ele. Era claro que queria destruir a família deles! Francisco não podia mais tolerar aquilo; caso contrário, seria um inútil! O escritório do gerente geral tinha uma senha dupla, conhecida por ele, mas não sabia se Henrique a havia mudado.Com a intenção de tentar, Francisco digitou a senha. A porta emitiu um som e se abriu. Diante dele, o escritório escuro, sem luzes, pa
Henrique olhou para ela, divertido:- Por que essa surpresa? Você achava que, após o casamento, continuaríamos a morar em Cidade S?- Por que não? - Carolina, olhando para seus pés e com uma voz baixa e incerta, questionou. - É confortável morar em Cidade S.- A localização de Cidade S é boa, mas faltam escolas por perto. Isso será um inconveniente quando tivermos filhos e eles precisarem ir à escola.Carolina abriu a boca, surpresa.Ela olhou diretamente para Henrique:- Você está pensando no filho da Paola?- Ela ainda não fez a amniocentese, e o resultado não saiu. Não posso chamá-lo de meu filho ainda. - Henrique falou firmemente, com um desejo intenso de sobreviver.- Então vamos esperar e ver. Se for seu filho, reformar agora é prematuro, pois não sabemos quantos quartos infantis precisaremos. - Carolina disse com sarcasmo, se contendo. Além disso, ela não queria se perder nas promessas encantadoras que ele fazia.Ela precisava estar constantemente ciente da crise entre eles, nã