Henrique levantou as sobrancelhas e colocou as pantufas ao lado dos pés dela, dizendo:- Vá se lavar e desça para tomar café da manhã. Depois te levo para o trabalho. Amanhã, tenho que ir à Cidade Y. Hana recebeu alta e vai se reportar a você nos próximos dias.Carolina concordou, pensativa, e mordeu o lábio:- Talvez eu também tenha que viajar à França a negócios em alguns dias. Há um projeto que preciso verificar.- Por quantos dias?- Um pouco mais de duas semanas. - Ela estava preocupada que Henrique não concordasse, então minimizou, observando cautelosamente as mudanças na expressão dele.Henrique parou de repente:- Tanto tempo?- Parece um pouco longo, mas inspecionar o investimento do projeto exige atenção, e eu também quero aprender algo na França. Com idas e vindas, o tempo se estende.Esta era uma meia verdade. A inspeção e o aprendizado eram reais, mas com a gravidez, se encontrartodos os dias revelaria a verdade. Simão estava certo; era melhor ficar fora por um tempo, at
Yago entregou a Francisco o cheque assinado, questionando:- Não é só sobre o pen drive, certo? Cadê os outros resultados dos dados?Francisco, com cautela, respondeu:- Irei ao banco retirar o dinheiro e, em seguida, lhes entregarei os arquivos confidenciais.Sua expressão se alterou ao observar Dedé.Este, com indiferença, acenou com a mão, ostentando um sorriso cada vez mais amplo e enigmático no rosto:- Sem pressa, vá conferir.Ele aparentava desinteresse.- Tudo bem, então está acertado. - Disse Francisco, satisfeito com a postura, ao contrário de Henrique, que sequer o respeitava.Dedé pegou o pen drive, entrou no carro e partiu.Quando Francisco estava prestes a se retirar, foi cercado por um enxame de repórteres, com inúmeras câmeras e flashes quase o cegando.Antes que pudesse reagir, algo frio prendeu seu pulso.Ao olhar para baixo, seus olhos quase saltaram do rosto.- Quem me algemou!- Somos da Polícia Civil de Cidade M. Você está preso sob suspeita de roubo. - O policial
Grupo JH, escritório do presidente.Dedé olhava despreocupadamente para o grupo no celular, onde os ricos de vários círculos discutiam o roubo dos arquivos secretos por Francisco. As palavras sarcásticas e zombeteiras eram incessantes.Um sorriso sádico se formou nos lábios de Dedé, muito satisfeito.Yago entrou segurando um pen drive: - Sr. Dedé, a equipe de desenvolvimento analisou o conteúdo do pen drive. Eles dizem que este plano não está finalizado, precisa de polimento, não está completo. No entanto, a ideia é excelente e prática. Algumas partes importantes ainda precisam ser ajustadas para integrar nossos próprios projetos. No próximo mês, o projeto aprovado pela cidade será nosso Grupo JH.Dedé ficou bastante satisfeito, não negava o talento comercial de Henrique: - Faça a equipe da empresa acelerar o processo.- Sim.- Quanto a Francisco, não se preocupe com isso, deixe que nossos irmãos vão cuidar bem dele na prisão.- Entendi, Sr. Dedé. Além disso, aquele médico ligou ont
Carolina, do lado de fora da porta, abaixou a cabeça em silêncio, contorcendo amargamente os cantos da boca. Rodrigo tossiu algumas vezes:- Tudo bem, como quiserem, mas devo avisar que essa criança afetará o relacionamento entre vocês. Esteja psicologicamente preparado.- Carolininha já concordou, ela é muito compreensiva.Rodrigo encarou Henrique com raiva:- Ela não é compreensiva, ela está sem escolha, é um compromisso, é amor por você!- Vou tratar ela ainda melhor para não a decepcionar. - O rosto encantador de Henrique estava sério, pensativo. - No futuro, também teremos nossos próprios filhos, não seria uma coisa boa para as duas crianças terem uma companhia?Rodrigo estava cansado, acenou com a mão para que ele saísse:- A chame para entrar.Henrique concordou e, ao abrir a porta, encontrou os olhos de Carolina do lado de fora. O olhar dela para ele era frio, seu rosto todo expressava descontentamento. Ela odiava a ideia de meio-irmãos, talvez não houvesse problema quando a
Carolina franziu as sobrancelhas e questionou:- Você sabe qual foi a pergunta que mais me atormentou durante minha infância?Henrique, surpreso, perguntou:- Qual?- Por que eu tinha que compartilhar um pai com a Beatriz? - Ela caminhou até a janela, observando as estrelas, com uma voz suave que parecia transportar sua alma para um passado distante.A indiferença de Antônio, o assédio de Beatriz, a falsidade de Mariana.Tudo isso ainda estava vivo em sua memória.Será que seu filho teria o mesmo destino que o dela?Henrique, perturbado, a envolveu em seus braços:- Podemos esconder a verdade da criança.Carolina se desvencilhou e o encarou:- E se não dissermos, ele jamais saberá?- Ele eventualmente iria descobrir. Paola poderia muito bem contar tudo para ele, já que ela perdeu a oportunidade de criar a criança.Se Paola fosse inocente e não tivesse cometido aqueles atos desprezíveis, talvez ele deixasse a criança com ela.Mas Paola não merecia criar seu filho.- Isso é só o que você
Carolina tinha os olhos úmidos e disse:- O avô também te ama muito. Ele suportou tudo isso sozinho por tantos anos. Perder um filho na meia-idade, a morte da esposa, as lutas internas da família, a decepção do segundo filho... Tudo isso fez com que cada dia dele fosse solitário.Por causa de Nádia, o filho dele se suicidou, deixando o posto de liderança da família Mendonça vago. Rodrigo, sem alternativa, depositou todas as suas energias em Henrique, sendo ao mesmo tempo avô e pai, e se dedicou a criar o neto com todo o coração.Henrique não decepcionou suas expectativas e se tornou o orgulho de todos. No entanto, a família Ribeiro apareceu novamente, trazendo notícias de que Nádia ainda estava viva. Como Rodrigo poderia entregar a carta de despedida a Henrique? Mas, nesses dias, ele pensou muito. Uma vez que a família Ribeiro tomou a iniciativa, Henrique não poderia simplesmente aguentar tudo em silêncio. Já velho, Rodrigo não podia mais ajudar Henrique, então decidiu deixar qu
- Luís seguiu as instruções e continuou a receber a medicação prescrita pelo Dr. Gilberto. O experiente médico analisou os componentes do remédio que a Srta. Carolina estava tomando e concluiu que era apenas um medicamento comum para regulação do corpo. Ele sugeriu que ela completasse o ciclo do tratamento para observar os efeitos.- Francisco foi enganado por Dedé, que lhe passou um cheque sem fundos - Disse Sr. Carlos, olhando para Henrique com admiração. - Felizmente, você previu que a família Ribeiro agiria contra Francisco e se preparou com antecedência, substituindo os documentos no cofre. Caso contrário, o Grupo Mendonça teria sofrido grandes perdas nas mãos de Francisco!A previsão de Sr. Henrique foi incrível.Henrique abriu os olhos e sorriu friamente:- Alguém do Grupo Mendonça intercedeu por Francisco?- Não, apenas Vasco veio uma vez, mas foi rejeitado por Luís.Ele tinha um olhar profundo e enigmático:- Desta vez, graças a Vasco, conseguimos identificar o golpe cedo.Qua
Sr. Carlos a viu e imediatamente adivinhou o motivo de sua visita.Assim que a Sra. Carolina partiu, ela logo chegou.Com que objetivo? Qualquer um com bom senso poderia adivinhar.- Eu quero ver o Henrique - Disse Paola, diretamente e com uma postura nobre.- O Henrique está ocupado. Foi a resposta implícita de que não seria recebida.Paola sorriu de forma provocativa, levantando as sobrancelhas:- Você não vai anunciar minha chegada?- O Sr. Henrique disse que não quer ser incomodado durante o trabalho - Explicou o Sr. Carlos.- Nem mesmo eu posso?- Apenas a Sra. Carolina tem essa exceção.O Sr. Carlos tentou irritar Paola de propósito, mas a subestimou.Em vez de se irritar, Paola sorriu astutamente e, sem dizer uma palavra, tentou passar por ele para entrar.Instintivamente, o Sr. Carlos estendeu a mão para impedir a passagem, mas assim que tocou em Paola, ela caiu no chão, olhando para ele com uma expressão de dor:- Era mesmo necessário? Eu só disse algumas palavras, e você me