O sorriso no fundo dos olhos de Simão se tornou mais genuíno, revelando uma fileira de dentes alinhados.Ao ver Carolina soltar um longo suspiro de alívio, seu humor pareceu magicamente se alegrar um pouco também.- Mas... Por que você quer me ajudar? - Carolina, se lembrando das palavras de Fernanda, soltou uma fala direta e sincera. - Henrique sempre diz que você gosta de mim, eu acho isso pouco crível, mas realmente não consigo entender o motivo de você me ajudar.A pergunta inesperada fez Simão ficar subitamente rígido.Seu silêncio tornou a atmosfera abruptamente constrangedora.Carolina apertou firmemente o pacote de ervas medicinais chinesas em sua mão, com uma expressão de incredulidade...Não pode ser...Será que as palavras de Henrique eram verdadeiras?Eles tiveram tão pouco contato, isso não faz sentido!- Eu realmente não queria dizer isso. - O rosto de Simão corou, hesitante, como se confirmasse que ele realmente gostava dela.Mas, no próximo segundo, sua conversa tomou u
No hospital, Henrique também chegou.Os olhares de Carolina e ele se cruzaram, ambos percebendo a profunda preocupação no olhar do outro.Após uma longa espera, o médico finalmente saiu da sala de emergência.- Rodrigo está fora de perigo por enquanto, mas ele caiu do segundo para o primeiro andar, o que causou concussão cerebral e fratura da perna. Durante o atendimento de emergência, também descobrimos sinais de falência de órgãos em Rodrigo. Devido a isso, sua condição física é preocupante, mas ele deve acordar à noite.- Falência de órgãos? - Henrique, chocado, franzia a testa.- Sim, os relatórios médicos ainda não identificaram a causa específica da falência, mas provavelmente está relacionada à idade avançada dele. Recomendo que o Senhor converse com o Dr. Gilberto, médico principal de Rodrigo, que acompanha o caso.Carolina interveio:- Dr. Gilberto está no hospital agora?- Não tenho certeza. Ele estava de plantão ontem à noite e deveria ter saído de manhã, mas eu o vi no hosp
- Quem te empurrou para baixo?Henrique entrou no quarto, parando contra a luz, com seu cabelo curto e negro como jade emitindo um brilho suave. Seu rosto anguloso estava sombreado, tornando impossível discernir seus pensamentos atuais.Carolina também fixou seu olhar no idoso na cama, fervendo em raiva enquanto esperava pela resposta.Quem seria o desalmado capaz de fazer algo assim?- Não sei, eu estava subindo as escadas para me exercitar, seguindo a recomendação do Dr. Gilberto. Quando estava na metade, ouvi alguém atrás de mim, mas não dei importância. Em seguida, essa pessoa me empurrou por trás, e eu acordei aqui.- Você não viu quem era?- Eu não vi, mas posso descobrir - Disse Rodrigo, batendo na mesa com raiva, acidentalmente machucando seu ferimento e fazendo uma careta de dor. - Vamos checar as câmeras de segurança do hospital. Eu quero ver quem teve a coragem de fazer isso!- Não precisa procurar - Disse Henrique friamente.- Por quê? - Carolina hesitou. - Não tem câmeras
Carolina ficou bastante sem palavras, permanecendo ao lado e sendo repreendida.- Você não é como eu, que tem esposa e amante, vivendo uma vida vibrante e incomparável. - Henrique disse com escárnio, seus lábios finos tingidos de zombaria, e cada palavra carregada de dor.Ao lado dele, Francisco sentia o olhar desapontado de Rodrigo, enquanto a raiva fazia seu rosto ficar roxo.Farto das queixas de Francisco, Henrique deu algumas instruções a Luís e partiu com Carolina.Depois que Henrique saiu, Francisco, envergonhado, falou para Rodrigo: - Pai, fique aqui tranquilo para se recuperar. Não se preocupe com as despesas médicas, eu cuidarei delas.- Este hospital é quase todo meu,Eu preciso de você?- Pai, estou tentando ser um bom filho. Você não tem estado bem, não brigue comigo. Sei que manter uma amante é errado. Eu cometi um erro.Rodrigo suavizou um pouco sua expressão:- Você se divorciou de Cecília?- Como eu poderia? Como posso simplesmente me divorciar depois de vinte anos de c
O escritório do gerente geral, inicialmente ocupado por Rodrigo, passou depois para o pai de Henrique e agora estava sob o comando de Henrique. Três gerações da família se sucederam, mas Francisco nunca teve sua vez. Desde que Henrique assumiu a BrilhanteMax, raramente voltava lá.Apesar disso, Rodrigo ainda confiava em Henrique, embora não lhe desse o cargo de gerente geral. Diziam que ele não tinha capacidade, mas ele podia suportar isso, pois não tinha grandes ambições. Lhe Bastava ficar na Mansão dos Mendonça e manter seu direito a voz no conselho.Mas Henrique foi além, expulsando primeiro Vasco e depois ele. Era claro que queria destruir a família deles! Francisco não podia mais tolerar aquilo; caso contrário, seria um inútil! O escritório do gerente geral tinha uma senha dupla, conhecida por ele, mas não sabia se Henrique a havia mudado.Com a intenção de tentar, Francisco digitou a senha. A porta emitiu um som e se abriu. Diante dele, o escritório escuro, sem luzes, pa
Henrique olhou para ela, divertido:- Por que essa surpresa? Você achava que, após o casamento, continuaríamos a morar em Cidade S?- Por que não? - Carolina, olhando para seus pés e com uma voz baixa e incerta, questionou. - É confortável morar em Cidade S.- A localização de Cidade S é boa, mas faltam escolas por perto. Isso será um inconveniente quando tivermos filhos e eles precisarem ir à escola.Carolina abriu a boca, surpresa.Ela olhou diretamente para Henrique:- Você está pensando no filho da Paola?- Ela ainda não fez a amniocentese, e o resultado não saiu. Não posso chamá-lo de meu filho ainda. - Henrique falou firmemente, com um desejo intenso de sobreviver.- Então vamos esperar e ver. Se for seu filho, reformar agora é prematuro, pois não sabemos quantos quartos infantis precisaremos. - Carolina disse com sarcasmo, se contendo. Além disso, ela não queria se perder nas promessas encantadoras que ele fazia.Ela precisava estar constantemente ciente da crise entre eles, nã
Henrique levantou as sobrancelhas e colocou as pantufas ao lado dos pés dela, dizendo:- Vá se lavar e desça para tomar café da manhã. Depois te levo para o trabalho. Amanhã, tenho que ir à Cidade Y. Hana recebeu alta e vai se reportar a você nos próximos dias.Carolina concordou, pensativa, e mordeu o lábio:- Talvez eu também tenha que viajar à França a negócios em alguns dias. Há um projeto que preciso verificar.- Por quantos dias?- Um pouco mais de duas semanas. - Ela estava preocupada que Henrique não concordasse, então minimizou, observando cautelosamente as mudanças na expressão dele.Henrique parou de repente:- Tanto tempo?- Parece um pouco longo, mas inspecionar o investimento do projeto exige atenção, e eu também quero aprender algo na França. Com idas e vindas, o tempo se estende.Esta era uma meia verdade. A inspeção e o aprendizado eram reais, mas com a gravidez, se encontrartodos os dias revelaria a verdade. Simão estava certo; era melhor ficar fora por um tempo, at
Yago entregou a Francisco o cheque assinado, questionando:- Não é só sobre o pen drive, certo? Cadê os outros resultados dos dados?Francisco, com cautela, respondeu:- Irei ao banco retirar o dinheiro e, em seguida, lhes entregarei os arquivos confidenciais.Sua expressão se alterou ao observar Dedé.Este, com indiferença, acenou com a mão, ostentando um sorriso cada vez mais amplo e enigmático no rosto:- Sem pressa, vá conferir.Ele aparentava desinteresse.- Tudo bem, então está acertado. - Disse Francisco, satisfeito com a postura, ao contrário de Henrique, que sequer o respeitava.Dedé pegou o pen drive, entrou no carro e partiu.Quando Francisco estava prestes a se retirar, foi cercado por um enxame de repórteres, com inúmeras câmeras e flashes quase o cegando.Antes que pudesse reagir, algo frio prendeu seu pulso.Ao olhar para baixo, seus olhos quase saltaram do rosto.- Quem me algemou!- Somos da Polícia Civil de Cidade M. Você está preso sob suspeita de roubo. - O policial