Carolina zombou com um sorriso irônico: - Com quem eu me caso não é da sua conta?- Responda. - O homem aumentou a pressão em suas mãos, com linhas faciais tensas, com o tom frio e cortante.- Cuide de si mesmo, está bem? Já vai ser pai. Acha que é apropriado me agredir? - Seu queixo branco mostrava uma mancha vermelha, sua testa franzida de dor.Ao ouvir a frase 'vai ser pai', Henrique ficou inquieto, encarando-a intensamente: - Com quem você se deitou pela primeira vez afinal?A expressão de Carolina ficou levemente rígida: - Você veio até aqui só para me perguntar isso?A expressão inegável de Henrique era como uma faca afiada perfurando seu coração, despedaçando o que ela pensava ser um passado doce.- Sua mulher dorme demais, está insensível? Ou você está deliberadamente tentando me repugnar?Já que decidiram se separar, por que ele não conseguia conceder a ela um pouco de dignidade?Ela deixou de lado todas as preocupações e se entregou, mas naquela noite ele estava com outra
Ele estava forte e Carolina estava tão dolorida que seu corpo estava tenso, estendendo a perna para chutar com força.Henrique agarrou facilmente o pé nu dela, a controlando com facilidade.Despreocupado, ele apreciava os dentes marcados de sangue em seu pescoço, obtendo um pouco de satisfação: - Gosta de presentes assim?- Seu canalha! - Carolina não suportava essa humilhação, resistindo com todas as suas forças.Nesse momento, Fernanda irrompeu pela porta, seguida pelo Carlos.Os dois viram a cena, olhos arregalados. Fernanda puxou Henrique furiosamente, agindo como uma galinha protetora com sua cria, Carolina.Henrique não se envolveu muito, olhou friamente para Carolina, virou-se e saiu.Carlos, que reagiu mais tarde, apressou-se em o seguir.Depois que os dois saíram, Fernanda suspirou aliviada, rapidamente pegou band-aids para colocar nos ferimentos de Carolina:- Ele é um animal, fala tão cruelmente.Carolina cobriu o pescoço com a mão, olhos baixos: - Daqui para frente, não
Henrique, com repulsa, deu um chute e saiu do carro. Ele decidiu voltar para casa e trocar de roupa, deixando Sr. Carlos ir sozinho para a delegacia....Perto da noite, Carolina recebeu uma ligação do canteiro de obras. Mais uma vez, um trabalhador estava envolvido em um acidente.Carolina foi até lá para entender a situação, estava quase desmaiando de raiva:- Qualquer pessoa com um pouco de bom senso sabe que operar guindastes em dias de neblina é absolutamente proibido. Em condições de visibilidade ruim, é fácil ocorrer acidentes, desde colisões leves até risco de vida para o operador do guindaste.- A neblina não estava tão intensa no início, de repente ficou mais densa. - Disse o gerente do canteiro de obras timidamente.- Segurança deve sempre ser a prioridade.- Nós sabemos, mas Osvaldo Neves queria que acelerássemos a conclusão.Carolina perguntou desconfiada: - Osvaldo Neves?- Sim, o próprio, o Presidente Neves.- Vou discutir com ele. Vocês continuem conforme o cronogram
Ao acordar novamente, foi o choro que a perturbou.Carolina estava deitada na cama do hospital, olhando perplexa para Bruna, que chorava alto.Ela falou com dificuldade: - Tia... e o Lucas?Bruna, ao vê-la acordada, apontou para ela e gritou: - Meu filho quase morreu para te proteger e ainda está na sala de cirurgia sendo salvo!A consciência confusa de Carolina se clareou um pouco e ela disse incrédula: - Mas estávamos todos usando cinto de segurança.Mesmo em um acidente de carro, a diferença nos ferimentos não deveria ser tão grande.Bruna explicou que colidiram com um caminhão de óleo que poderia explodir a qualquer momento. Era necessário se afastar rapidamente. Na época, ela estava presa no banco do passageiro, e Lucas, mesmo com as pernas feridas, a tirou de lá.Por causa disso, Lucas perdeu muito sangue na perna e poderia ficar com deficiência permanente.Carolina ficou atônita, se afundando em autocrítica dolorosa.Na manhã seguinte, às seis horas.A anestesia se dissipou
Simão tirou uma foto do quarto 317, onde Carolina estava, e enviou para Henrique com a mensagem: - Carolininha sofreu um acidente de carro, ferimentos leves. Sr. Henrique, gostaria de vir dar uma olhada?Na aparentemente comum foto, o canto inferior direito revelava metade do rosto de Lucas. Embora turva, qualquer pessoa familiarizada poderia reconhecê-lo de relance.Os olhos obedientes de Simão se curvaram, encostando-se à parede. Em vez de revelar imediatamente a verdadeira face do homem no quarto ao lado, ele queria primeiro aproveitar a situação.Se sua investigação estivesse correta, em vez de um casamento arranjado, ele estava mais inclinado ao parentesco entre Carolina e este jovem Lucas.Henrique, ao ver a mensagem e a sombra de Lucas no canto, ficou com o rosto sombrio.Bobinho nem conseguia se proteger, se machucava a cada dois dias. Desta vez, ela se envolveu em um acidente de carro com Lucas, como se estivessem sempre juntos.No entanto, a jogada de Simão era interessan
Simão, com seus olhos âmbar, expressou surpresa ao reconhecer a mulher na foto como a tia Raquel. Carolina era neta do avô dele e também a pessoa com quem ele tinha uma ligação de infância!Um traço de alegria secreta surgiu em seu coração.Realmente, Beatriz, com sua natureza tola, não poderia ser filha da tia Raquel.- Simão? - Carolina o viu ficar parado, estendeu a mão e agitou-a na frente dele. - O que houve?- N-nada. - Simão percebeu sua própria falta de controle, rapidamente reprimiu suas emoções e sorriu timidamente. - Sua mãe era muito bonita, eu acabei me distraindo.Carolina riu com a brincadeira dele: - É tão exagerado assim?- Sim, é. Tão bonita quanto você, mas cada uma com suas características. - Ele analisou seriamente. - Sua mãe parecia ser uma mulher tradicional, dedicada e gentil.Carolina pensou por um momento, levantou o polegar: - Sua análise está correta.Sua mãe confirmou aquela sentença simples, sendo uma mulher que seguia os caminhos tradicionais, devotada
Hélio ergueu a cabeça, sorrindo: - Claro, ficaria muito feliz.Simão abriu a boca para continuar, mas ouviu Hélio dizer novamente: - Ter uma neta tão esperta e ainda fazer parte da família Mendonça, que coisa maravilhosa.A alegria interior de Simão foi abruptamente interrompida e ele falou com uma voz abafada: - Henrique não trata Carolina bem, a deixou do lado de fora sob forte chuva.- Brigas de casais são normais, quem sabe Carolina não queria entrar no carro?- Não é isso, hoje eu fui ver Carolina, ela foi maltratada por Henrique, há marcas de mordida em seu pescoço.O rosto de Hélio ficou vermelha: - Você, garoto, não precisa observar tão detalhadamente.Simão franziu sutilmente a testa: - Então, avô, você acha que Henrique e Carolina são bem compatíveis?- Claro, homem talentoso e mulher bonita, Henrique, em termos de posição social e aparência, é de primeira classe.- E se Carolina realmente fosse sua neta, nosso parentesco de infância não seria considerado? - Simão pergun
- Vovô! - Carolina elevou abruptamente o tom, interrompendo com medo. - Nossa separação não foi apenas culpa dele, eu também o enganei no início. Agora que Paola está grávida, moral e legalmente, ele deve se responsabilizar. O assunto está decidido, não há necessidade de você se envolver mais, vovô.- Para os outros, tudo bem, mas Paola não é uma boa mulher. Mesmo que ela tenha um filho, não espere que entre na família Mendonça!- Mas se você não a deixa entrar, e quanto ao filho em seu ventre? Ele é seu bisneto, afinal. - Carolina falou séria, com uma voz sincera. - Além disso, conheço a personalidade de Henrique. Se você continuar o pressionando, só vai piorar o relacionamento entre vocês dois. Ele é a pessoa mais próxima de você, não deixe que ele fique ressentido por causa do nosso relacionamento já terminado.Essas palavras sinceras tocaram Rodrigo, ele sabia que Carolina havia tomado sua decisão. Ele disse de maneira complexa: - Menina, você está sempre se preocupando conosco.