- A tia, Lucas e eu fomos consultar o melhor especialista em restauração de pele. As cicatrizes podem se recuperar gradualmente, quanto ao casamento dele... não é necessário ficar tão ansiosa. - Disse Carolina com cortesia.- Esperar até que as cicatrizes melhorem levará muito tempo. Ele já está na casa dos trinta, não podemos esperar tanto assim.- De fato, esperar que as cicatrizes desapareçam completamente levará um pouco mais de tempo. - Ela falou delicadamente. - Mas em questões de coração, não podemos ter pressa.Bruna analisou atentamente: - O que? Você ainda não está interessada no meu filho?- Tia, não é isso que eu quis dizer. Apenas acho que talvez não sejamos muito compatíveis.- Você sabe que não está à altura do meu filho, mas fico aliviada que você tenha essa consciência. Nossa família não é do tipo que valoriza muito a igualdade de status, então não precisa se menosprezar. Apenas viva bem com o meu filho.Carolina suspirou, se preparando para ser honesta.Lucas chegou
Carolina zombou com um sorriso irônico: - Com quem eu me caso não é da sua conta?- Responda. - O homem aumentou a pressão em suas mãos, com linhas faciais tensas, com o tom frio e cortante.- Cuide de si mesmo, está bem? Já vai ser pai. Acha que é apropriado me agredir? - Seu queixo branco mostrava uma mancha vermelha, sua testa franzida de dor.Ao ouvir a frase 'vai ser pai', Henrique ficou inquieto, encarando-a intensamente: - Com quem você se deitou pela primeira vez afinal?A expressão de Carolina ficou levemente rígida: - Você veio até aqui só para me perguntar isso?A expressão inegável de Henrique era como uma faca afiada perfurando seu coração, despedaçando o que ela pensava ser um passado doce.- Sua mulher dorme demais, está insensível? Ou você está deliberadamente tentando me repugnar?Já que decidiram se separar, por que ele não conseguia conceder a ela um pouco de dignidade?Ela deixou de lado todas as preocupações e se entregou, mas naquela noite ele estava com outra
Ele estava forte e Carolina estava tão dolorida que seu corpo estava tenso, estendendo a perna para chutar com força.Henrique agarrou facilmente o pé nu dela, a controlando com facilidade.Despreocupado, ele apreciava os dentes marcados de sangue em seu pescoço, obtendo um pouco de satisfação: - Gosta de presentes assim?- Seu canalha! - Carolina não suportava essa humilhação, resistindo com todas as suas forças.Nesse momento, Fernanda irrompeu pela porta, seguida pelo Carlos.Os dois viram a cena, olhos arregalados. Fernanda puxou Henrique furiosamente, agindo como uma galinha protetora com sua cria, Carolina.Henrique não se envolveu muito, olhou friamente para Carolina, virou-se e saiu.Carlos, que reagiu mais tarde, apressou-se em o seguir.Depois que os dois saíram, Fernanda suspirou aliviada, rapidamente pegou band-aids para colocar nos ferimentos de Carolina:- Ele é um animal, fala tão cruelmente.Carolina cobriu o pescoço com a mão, olhos baixos: - Daqui para frente, não
Henrique, com repulsa, deu um chute e saiu do carro. Ele decidiu voltar para casa e trocar de roupa, deixando Sr. Carlos ir sozinho para a delegacia....Perto da noite, Carolina recebeu uma ligação do canteiro de obras. Mais uma vez, um trabalhador estava envolvido em um acidente.Carolina foi até lá para entender a situação, estava quase desmaiando de raiva:- Qualquer pessoa com um pouco de bom senso sabe que operar guindastes em dias de neblina é absolutamente proibido. Em condições de visibilidade ruim, é fácil ocorrer acidentes, desde colisões leves até risco de vida para o operador do guindaste.- A neblina não estava tão intensa no início, de repente ficou mais densa. - Disse o gerente do canteiro de obras timidamente.- Segurança deve sempre ser a prioridade.- Nós sabemos, mas Osvaldo Neves queria que acelerássemos a conclusão.Carolina perguntou desconfiada: - Osvaldo Neves?- Sim, o próprio, o Presidente Neves.- Vou discutir com ele. Vocês continuem conforme o cronogram
Ao acordar novamente, foi o choro que a perturbou.Carolina estava deitada na cama do hospital, olhando perplexa para Bruna, que chorava alto.Ela falou com dificuldade: - Tia... e o Lucas?Bruna, ao vê-la acordada, apontou para ela e gritou: - Meu filho quase morreu para te proteger e ainda está na sala de cirurgia sendo salvo!A consciência confusa de Carolina se clareou um pouco e ela disse incrédula: - Mas estávamos todos usando cinto de segurança.Mesmo em um acidente de carro, a diferença nos ferimentos não deveria ser tão grande.Bruna explicou que colidiram com um caminhão de óleo que poderia explodir a qualquer momento. Era necessário se afastar rapidamente. Na época, ela estava presa no banco do passageiro, e Lucas, mesmo com as pernas feridas, a tirou de lá.Por causa disso, Lucas perdeu muito sangue na perna e poderia ficar com deficiência permanente.Carolina ficou atônita, se afundando em autocrítica dolorosa.Na manhã seguinte, às seis horas.A anestesia se dissipou
Simão tirou uma foto do quarto 317, onde Carolina estava, e enviou para Henrique com a mensagem: - Carolininha sofreu um acidente de carro, ferimentos leves. Sr. Henrique, gostaria de vir dar uma olhada?Na aparentemente comum foto, o canto inferior direito revelava metade do rosto de Lucas. Embora turva, qualquer pessoa familiarizada poderia reconhecê-lo de relance.Os olhos obedientes de Simão se curvaram, encostando-se à parede. Em vez de revelar imediatamente a verdadeira face do homem no quarto ao lado, ele queria primeiro aproveitar a situação.Se sua investigação estivesse correta, em vez de um casamento arranjado, ele estava mais inclinado ao parentesco entre Carolina e este jovem Lucas.Henrique, ao ver a mensagem e a sombra de Lucas no canto, ficou com o rosto sombrio.Bobinho nem conseguia se proteger, se machucava a cada dois dias. Desta vez, ela se envolveu em um acidente de carro com Lucas, como se estivessem sempre juntos.No entanto, a jogada de Simão era interessan
Simão, com seus olhos âmbar, expressou surpresa ao reconhecer a mulher na foto como a tia Raquel. Carolina era neta do avô dele e também a pessoa com quem ele tinha uma ligação de infância!Um traço de alegria secreta surgiu em seu coração.Realmente, Beatriz, com sua natureza tola, não poderia ser filha da tia Raquel.- Simão? - Carolina o viu ficar parado, estendeu a mão e agitou-a na frente dele. - O que houve?- N-nada. - Simão percebeu sua própria falta de controle, rapidamente reprimiu suas emoções e sorriu timidamente. - Sua mãe era muito bonita, eu acabei me distraindo.Carolina riu com a brincadeira dele: - É tão exagerado assim?- Sim, é. Tão bonita quanto você, mas cada uma com suas características. - Ele analisou seriamente. - Sua mãe parecia ser uma mulher tradicional, dedicada e gentil.Carolina pensou por um momento, levantou o polegar: - Sua análise está correta.Sua mãe confirmou aquela sentença simples, sendo uma mulher que seguia os caminhos tradicionais, devotada
Hélio ergueu a cabeça, sorrindo: - Claro, ficaria muito feliz.Simão abriu a boca para continuar, mas ouviu Hélio dizer novamente: - Ter uma neta tão esperta e ainda fazer parte da família Mendonça, que coisa maravilhosa.A alegria interior de Simão foi abruptamente interrompida e ele falou com uma voz abafada: - Henrique não trata Carolina bem, a deixou do lado de fora sob forte chuva.- Brigas de casais são normais, quem sabe Carolina não queria entrar no carro?- Não é isso, hoje eu fui ver Carolina, ela foi maltratada por Henrique, há marcas de mordida em seu pescoço.O rosto de Hélio ficou vermelha: - Você, garoto, não precisa observar tão detalhadamente.Simão franziu sutilmente a testa: - Então, avô, você acha que Henrique e Carolina são bem compatíveis?- Claro, homem talentoso e mulher bonita, Henrique, em termos de posição social e aparência, é de primeira classe.- E se Carolina realmente fosse sua neta, nosso parentesco de infância não seria considerado? - Simão pergun