Capítulo 4

Capítulo 4

Helena piscou algumas vezes, tentando focar sua visão, que estava ligeiramente embaçada pelo vinho. Aquele jantar havia sido mais intenso do que ela esperava, e agora, com a mente um pouco distorcida pelo álcool, ela tentava acompanhar as palavras de Adrian.

- Gostaria de conhecer sua futura mansão? - perguntou ele, com um sorriso enigmático.

Ela assentiu, meio distraída, sem realmente processar o que estava concordando. Talvez fosse o tom tranquilo da voz dele ou o brilho nos olhos que a fizeram aceitar a proposta.

O trajeto até a mansão foi silencioso, com Helena encostada no assento, deixando-se levar pelo conforto do carro e pelo efeito do álcool. A cidade passava rapidamente pelas janelas, mas ela mal notava. Sua mente vagava entre pensamentos desconexos sobre o que estava acontecendo e a realidade da situação em que se encontrava.

Adrian, sentado ao seu lado, a observava de soslaio, percebendo o estado em que ela estava. Ele sabia que Helena havia bebido mais do que o habitual e que talvez não estivesse plenamente consciente do que estava acontecendo, mas decidiu seguir em frente. Parte de seu plano envolvia criar uma conexão mais forte entre eles, e mostrar-lhe a mansão seria um passo importante.

Quando a limusine finalmente parou, eles estavam em frente a uma enorme propriedade. Adrian saiu primeiro, estendendo a mão para ajudar Helena a descer. Ela aceitou o gesto, ainda um pouco zonza, e olhou ao redor, maravilhada com a grandiosidade do lugar.

- Bem-vinda ao que será seu novo lar - disse ele, guiando-a pela entrada.

Helena se esforçava para absorver cada detalhe, mas sua mente estava confusa. O interior da mansão era ainda mais impressionante, com corredores largos, pisos de mármore e decoração sofisticada. Tudo parecia um sonho distante, algo que ela jamais imaginou viver, ainda mais como parte de um contrato de casamento.

- É... tudo tão grande... - murmurou, sem saber exatamente como reagir.

- Eu queria que você visse onde vai morar - explicou Adrian, enquanto a conduzia por diferentes cômodos. - Quero que se sinta à vontade aqui.

Eles passaram pela sala de estar, um salão elegante com janelas enormes que davam vista para um jardim perfeitamente cuidado.

Finalmente, eles chegaram a uma sala menor, mais íntima, com uma lareira acesa e sofás confortáveis. Adrian a guiou até um deles e a ajudou a sentar.

O calor da lareira e o conforto do sofá a fizeram relaxar, e ela fechou os olhos por um momento, tentando organizar seus pensamentos.

Mas antes que pudesse realmente refletir sobre tudo o que havia acontecido, ela sentiu a presença de Adrian mais próxima, e seu coração deu um salto. Ele estava agindo com cuidado, para não assustá-la.

Helena ainda estava com a mente, um pouco turva pelo vinho, tentava entender o que estava acontecendo. Ela olhou para ele, confusa, sem saber exatamente o que sentir. Havia algo nos olhos de Adrian, um brilho intenso que a deixava sem fôlego.

Ele se inclinou levemente, seus olhos fixos nos lábios dela, e murmurou:

- Preciso tirar uma dúvida.

Helena piscou, seu olhar preso ao dele, sentindo a tensão entre os dois aumentar. Ela não sabia ao certo o que ele estava prestes a fazer, mas seu corpo todo estava em alerta, como se antecipasse algo inevitável.

Adrian se aproximou mais um pouco, os lábios a milímetros dos dela. O ar ao redor parecia ter se carregado de eletricidade, e Helena percebeu que estava prendendo a respiração. A dúvida que ele mencionara pairava no ar, mas antes que ela pudesse perguntar o que era, ele avançou o último centímetro, tocando seus lábios nos dela.

O beijo começou suave, como se Adrian estivesse realmente explorando aquela "dúvida" que mencionara. Mas a suavidade durou pouco. Em questão de segundos, o beijo se intensificou, e Helena se viu correspondendo, envolvida em sensações que não conseguia processar completamente.

Quando Adrian finalmente se afastou, ambos estavam sem fôlego. Ele a observou por alguns segundos, como se estivesse avaliando a reação dela, e então sorriu, um sorriso que era ao mesmo tempo satisfeito e enigmático.

- Acho que minha dúvida foi esclarecida - disse ele, com um tom que deixava no ar o mistério do que ele realmente estava pensando.

Helena, ainda atordoada, apenas assentiu, sentindo o calor se espalhar por seu corpo. Ela não sabia como interpretar o que acabara de acontecer.

Helena e Adrian estavam imersos na intensidade do momento, sem saberem que haviam sido seguidos por fotógrafos e repórteres, ávidos por capturar cada detalhe da noite. Do lado de fora da mansão, câmeras se preparavam para registrar qualquer movimento.

Quando Adrian segurou a mão de Helena e a puxou para mais perto, ele se inclinou e a beijou novamente, desta vez com mais suavidade, quase com ternura. Ele se afastou apenas o suficiente para poder olhar nos olhos dela, vendo a confusão e o cansaço misturados em seu olhar.

- Você parece muito cansada - ele disse, a voz baixa e cheia de preocupação. Com um gesto carinhoso, ele passou a mão pelo rosto dela, sentindo a suavidade de sua pele sob seus dedos. - Dorme aqui esta noite - disse num sussurro.

Helena sentiu o toque dele como uma corrente de calor que a deixou mais atordoada do que o vinho. O cansaço que ele mencionara de repente pareceu pesar em seus ombros, e a ideia de dormir ali, naquela mansão imponente, tornou-se estranhamente convidativa.

Sem pensar muito, ela assentiu, sentindo-se confortável e segura, mesmo que uma parte de sua mente gritasse que aquilo estava indo rápido demais.

Adrian, viu o consentimento silencioso dela e sorriu. Ele passou o braço ao redor dela, ajudando-a a se levantar, conduzindo-a pelo corredor até um dos quartos da mansão.

Adrian guiou Helena por um longo corredor até um quarto luxuosamente decorado, com móveis elegantes e uma cama de dossel.

Ela piscou várias vezes para ter a certeza que estava acordada, pois parecia que estava em um sonho.

Ele a conduziu para dentro, mostrando cada detalhe.

- Este será seu quarto esta noite - disse ele, com um tom gentil. - Se precisar de algo, é só me chamar. Pode ser pelo celular se preferir.

Helena olhou ao redor, impressionada com o luxo do lugar. Não conseguia evitar se sentir fora de lugar, mas ao mesmo tempo, havia algo reconfortante em estar ali. Quando ela se virou para agradecer, Adrian estava mais perto do que ela esperava.

Ele se inclinou mais uma vez, os lábios roçando os dela com uma suavidade que fez seu coração disparar.

- Boa noite, Helena - murmurou ele, antes de lhe dar mais um beijo, lento e delicado, como se estivesse se despedindo por enquanto.

Quando ele se afastou e saiu do quarto, Helena ficou ali parada por alguns instantes, processando tudo o que havia acontecido. A porta se fechou suavemente atrás de Adrian, deixando-a sozinha no silêncio do quarto espaçoso. Ela caminhou até a cama e se deitou, a cabeça cheia de perguntas.

Por que tantos beijos? Seria parte do papel que precisavam desempenhar? Ou seria para que ela se acostumasse com a intimidade que teriam daqui para frente?

Helena suspirou, sentindo seu coração ainda acelerado pelo toque de Adrian.

Com essas perguntas girando em sua mente, ela finalmente fechou os olhos, deixando o cansaço tomar conta. E, antes que pudesse resistir, o sono a envolveu.

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