Sebastian me arrastou até o carro, eu não sabia para onde estava indo, mas torcia para ser um lugar com mais pessoas ao redor.Antes de saímos ele fez algumas ligações, deveria estar liberando algum lugar para nós.Fomos o caminho inteiro em silêncio, percebi que ele olhava de relance para mim às vezes, mas não era com malícia, ele estava se divertindo em ver meu desespero querendo saber para aonde iríamos agora.Esperava que fôssemos fazer qualquer outra coisa na cidade, porém ele nos estacionou o carro em frente a uma casa de dois pisos. Ela era pequena, comparado à mansão e ficava de frente para o lago, o mesmo lago que tinha vista pela janela do meu quarto.O local inteiro era aberto, com flores, o céu parecia se abrir bem ali na margem daquele lago.Sebastian saiu do carro esperando que eu fosse fazer o mesmo, quando ele percebeu que eu não faria abriu a porta para mim e me puxou para fora.— Se me tirar do tédio significa me levar para outra casa, no meio do nada e me prender aqu
— Te machuquei? — Não. — Falo sorrindo, passando as mãos nos olhos. — Só que, você é a primeira amiga que eu tenho. Seus olhos brilham. — Você também. — Admitiu ela. Para quebrar o clima, joguei água no rosto dela mais uma vez e assim continuamos a brincadeira.Sentei no píer com as pernas cruzadas, joguei minha sandália o mais longe que pude, Amélia foi buscar.Olho para trás, Sebastian observava toda a cena pela porta, depois começa a caminhar na minha direção.Volto minha atenção para Amélia que ainda estava em busca da sandália.Ele agachou-se a minha altura com os braços apoiados nas pernas. — Está se divertindo? — Perguntou. — Sim, muito. Olhamos para Amélia que finalmente pegou a sandália e acenou para nós. — Você sumiu a tarde inteira. — Queria deixar vocês duas aproveitando. Tive que resolver alguns negócios. — Negócios... Ele suspira. — Negócios que não cabem a você. — Falou rígido. Ele tinha que estragar o momento de alguma forma. — Vamos um pouco mais tarde, Nat
Natacha chegou algumas horas depois, trazia uma expressão nada boa. Sebastian não quis demonstrar, mas estava triste, automaticamente fiquei mal por ele também.Viemos no caminho em silêncio, o que aconteceu mais cedo pareceu ter sido ofuscado pelo pai deles estar prestes a morrer, dando seus últimos suspiros de vida.Eu sabia que deveria ficar feliz, o até então inferno estaria acabando, segundo Sebastian, mas não era tão fabuloso quanto parecia.— Obrigada pelo hoje. — Digo.Ouço ele suspirar.— Sinto muito pelo seu pai.— Não tem que se preocupar com isso. — Vejo seu indicador batendo no volante.— Não deveria ficar tão na defensiva...— Esse assunto não é seu.Fiquei boquiaberta por alguns instantes, juntei meu queixo e apoiei a cabeça na mão olhando para o outro lado.Minha vontade era esmurrá-lo.— Você sempre faz isso, nunca quer tonar isso algo menos desagradável para mim! — Meus olhos ardem. — Hoje eu fiquei muito feliz, mas ter de voltar para aquela casa, ser tratada por voc
Sebastian sumiu o resto do dia, como de costume. Jantei sozinha, o barulho da colher batendo no prato de sopa já estava irritando meus ouvidos, apesar de estar sempre sozinha confesso que sinto falta de qualquer tipo de barulho.Aprontei-me para dormir, mas não consegui, os pensamentos ainda faziam festa na minha cabeça, enquanto minha ansiedade gritava no peito.Olhei para o teto, aquele quarto vermelho parecia abafar minha respiração.Senti agulhadas na cabeça quando ouvi o barulho de algo caindo no chão do lado de fora, parecia ter sido um vaso, depois a porta foi aberta, a luz que emanava de fora desenhava perfeitamente o corpo do Sebastian que estava com um punho cerrado e no outro havia uma garrafa de bebida.Sentei-me na cama, assustada.Ele fechou a porta atrás de si com o pé, virou a garrafa nos lábios com amargura.— Caralho de bebida barata! — Jogou a garrafa no chão que se desfez em milhares de pedacinhos.Puxei o lençol a altura do pescoço.— Eu odeio vodca. — Resmungou.
Saio do banheiro, vou para o quarto procurando alguma roupa que não fosse esse maldito pijama branco. Ouço suas pegadas atrás de mim.— Esperava o quê? Eu não sou um homem bom, Jade.Freio bruscamente e levanto a cabeça na direção dele.— Sei disso, porém nunca é fácil saber que está sendo usada! — Levo a costa da mão até os olhos, enxugando as gotículas de lágrimas que se formaram. — Sou uma idiota por nunca me acostumar com isso.Ele suspira impaciente.— Só espero mesmo que tudo isso acabe, que você pelo menos cumpra com o que prometeu. — Minha voz saiu abafada.— Honro minhas promessas.Solto uma gargalhada estérica.— Pelo menos isso, mas enganar as pessoas é seu ponto forte. Isso vai ser quando seu pai morrer ou você matar todo mundo?Sebastian parecia não reagir, não estava bravo nem triste, seu rosto não esbanjava reação alguma. A regata branca ainda estava suja e o cabelo mais bagunçado que nunca, mas mesmo assim, no meio daquele caos, ele parecia calmo e infeliz.— Assim que
Sebastian não saiu de perto de mim como imaginei, ele permanecia lá olhando para o teto branco sem qualquer palavra a dizer.Segurei a enxurrada de perguntas que se formaram na minha garganta, não queria estragar aquele momento de forma alguma, mal me importei se estava completamente nua ao seu lado.Deito de barriga para baixo com os olhos virados para ele, observando seu rosto e a maneira rítmica que o mesmo passou a piscar. — O que está pensando? — Ele pergunta. — Tantas coisas, se for dizer tudo vamos ficar o dia inteiro aqui. Ele sorrir mostrando os caninos. — Não me importaria, contanto que fosse enquanto você geme. As palavras se perderam na minha boca, senti minhas bochechas formigarem. Sebastian percebeu e me puxou para seus braços. — Não fique tímida, é muito tarde para retroceder. — Disse antes de depositar um beijo na minha têmpora. Os olhos azuis-escuros dele foram de encontro com os meus, podia ver seu desejo formando novamente por baixo do lençol. — Cante para m
Demorei alguns dias para não querer chorar sempre que lembrava da Gisele. Sebastian teve um papel importante nesse momento, por algum motivo ele parecia não querer me ver triste, apesar de tudo, agora ele me fazia sorrir, mesmo quando estava calado, me olhava como se fosse importante, principalmente quando estava desfrutando de mim em minha cama. Olhei para ele enquanto abotoava os botões da camisa, de costas para mim, nas últimas semanas ele esteve mais dentro de mim do que fora da mansão. Fizemos sexo em quase todas os lugares, às vezes até no jardim durante o dia, deixando os empregados envergonhados, mas quando eu estava com ele parecia que toda a minha vergonha sumiu. Sebastian mostrava o pior de mim. Engatinho até a borda da cama, me posicionado atrás dele. — Você poderia ficar mais um pouco. —
Viviane engasgou com o vinho seco.Segurei o riso com as bochechas coradas. — Vamos prestar atenção no leilão. — Uma mulher fala. Após algum tempo Sebastian me explicou ser um leilão de artigos de luxo e que todo o dinheiro arrecadado iria para um hospital de câncer em países pobres.O primeiro objeto a ser leiloado foi um jarro com detalhes em turquesa, Vivian disputou contra uma mulher da outra mesa pelo tal vaso. Eliminaram todos até ser apenas elas, após uma incansável batalha de plaquinhas o valor era tão alto que chegava a ser estúpido, mas Viviane venceu a disputa. — Vendido a senhora Viviane. — O apresentador informa. Todos aplaudem, pelo menos era por uma boa causa. — O próximo item da nossa lista será um belo colar de esmeraldas. Uma caixa foi aberta, o colar encantou a todos, era uma corrente de prata com um pingente grande de coração em esmeraldas.Meus lábios abriram-se sozinhos. — Combina com seus olhos. — Sebastian cochichou. — Este valioso artefato foi de uma duq