Viviane engasgou com o vinho seco.Segurei o riso com as bochechas coradas. — Vamos prestar atenção no leilão. — Uma mulher fala. Após algum tempo Sebastian me explicou ser um leilão de artigos de luxo e que todo o dinheiro arrecadado iria para um hospital de câncer em países pobres.O primeiro objeto a ser leiloado foi um jarro com detalhes em turquesa, Vivian disputou contra uma mulher da outra mesa pelo tal vaso. Eliminaram todos até ser apenas elas, após uma incansável batalha de plaquinhas o valor era tão alto que chegava a ser estúpido, mas Viviane venceu a disputa. — Vendido a senhora Viviane. — O apresentador informa. Todos aplaudem, pelo menos era por uma boa causa. — O próximo item da nossa lista será um belo colar de esmeraldas. Uma caixa foi aberta, o colar encantou a todos, era uma corrente de prata com um pingente grande de coração em esmeraldas.Meus lábios abriram-se sozinhos. — Combina com seus olhos. — Sebastian cochichou. — Este valioso artefato foi de uma duq
Chegamos em casa, a maioria das luzes da mansão estavam apagadas.Sebastian estacionou o carro, os seguranças abriram a porta para entrarmos em casa.Assim que a porta fechou, ele me empurrou, colidi minhas costas com a porta sem entender o que estava acontecendo.Ele me beijou com desejo, pressionando seu quadril contra o meu, mostrando que a noite não acabaria ali.A mão dele foi para dentro do bolso da calça, de lá tirou uma caixa de veludo, assim que abriu percebi que ela o colar.Meus olhos brilharam.Ele colocou no meu pescoço e olhou para mim. — Realmente combina com seus olhos. — Afirmou ele. Voltamos a nos beijar. — Vamos para o quarto, não quero que os empregados vejam... Ele revirou os olhos sorrindo, então subimos as escadas, porém, ao invés de irmos para ao lado direito — onde ficava meu quarto —, fomos para o esquerdo.Sebastian me puxou pelos corredores até chegamos em frente a uma porta, assim que ele abriu avistei uma cama enorme com lençóis pretos, me dei conta d
Passei o resto do dia no quarto, revirando os livros e rabiscando revistas. Fazia tempo que não ficava o dia inteiro aqui, geralmente jogava damas com Marília ou ficava no jardim, mas assim como meu humor o clima estava fechado.Debrucei-me na janela, soltando um suspiro aprisionado.Tristeza tomou conta do meu coração, já esqueci como é doloroso.Marília adentrou o quarto com a mesma postura de sempre.— Senhora, o jantar está servido.— Não estou com fome, obrigada.Ouço ela suspirar.— Aconteceu algo? — Pergunto sentando na borda cama.Deito minha cabeça em meus braços olhando para ela.— Sebastian. — Marília permanece com os ombros erguidos, como se já esperasse por isso. — Ele ainda contínua com aqueles planos. Por favor, não diga que me avisou.Ela abriu a boca para dizer algo, porém não o fez.— Realmente tinha expectativas de que seríamos um casal de verdade, foi tudo uma mera ilusão. — Pisco para não deixar as lágrimas caírem. — Ele queria apenas meu corpo. Justo quando lhe d
Marília me ajudou a pintar o quarto, apesar dela querer chamar uma equipe para fazer isso, não aceitei, pois, tinha tempo de sobra.Pintamos o quarto inteiro de uma cor pêssego, era fraquinho, mas incrivelmente conseguiu cobrir todo aquele vermelho sangue.Foi divertido ver Marília movimentando o rolo, tive que ensiná-la, já que costumava ajudar Ethan com as reformas na boate. No fim da tarde, os raios de sol entraram pela janela fazendo um belo contraste no quarto inteiro.Marília pediu limonadas para tomarmos enquanto apreciamos nosso trabalho.Sentei no chão, com o sol batendo no rosto, sentindo meu coração voltar a doer lentamente. — Fizemos um ótimo trabalho. — Disse Marília. Assenti, sorrindo.Ela suspirou e levantou da cama, então sentou no chão ao meu lado, reclamando dos joelhos já gastos.Olhei para ela agradecida, nunca imaginei que estaríamos juntas dessa forma. — Tem visto ele? — Pergunto. Ela balançou a cabeça.Fazia dias o Sebastian não aparecia, já estava acostuma
POV Sebastian:Desde que a ouvir cantar, pela primeira vez em anos senti paz. Enquanto virava uma garrafa inteira de vodca na boca, jogado em uma das mesas daquele bar fedido, parecia haver apenas nós dois, que ela cantava apenas para mim. Embora os homens ao meu redor estivessem mais encantados com as mulheres rebolando em seu colo, Jade me chamou atenção apenas com sua voz.Uma luz iluminou seu rosto maquiado, os lábios possuíam uma cor vermelha que fazia um belo contraste com os olhos extremamente verdes e sofridos, talvez isso tenha me feito sentir tanta atração, por mais mórbido que seja. Quando seu rosto pálido não saía dos pensamentos foi que percebi estar obcecado.Passei as semanas seguintes visitando a boate com a desculpa de "resolver assuntos" só para ouvi-la. Em uma noite, quando um homem foi mais rápido que eu e a levou para o quarto, surtei. Briguei com a primeira pessoa a minha frente e fui por um caminho que me levou ao terraço, May não interromperia, ela devia-me at
POV Sebastian Stan, parte 2: Horas mais tarde, após mais um dia no escritório negociando alucinógenos com alguns compradores, voltei para casa. Já estava tão chapado que mal conseguia enfiar a chave na ignição, mesmo assim consegui chegar sem ocasionar nenhum acidente.Fui para a sala de jantar, não havia ninguém lá além da empregada, limpando a poeira da mesa. Andei até a sala de estar, abri as portas de forma abrupta, fazendo a Jade, que segurava um livro, saltar em um pequeno susto.Quando percebeu ser eu, voltou sua atenção para o livro com o peito descendo e subindo, como se não estivesese interessada em notar minha presença. — O que faz aqui? — Pergunto olhando bem para ela. Ela ergueu o livro como se fosse óbvio. Cruzo os braços, buscando uma resposta sua. — Marília não lhe avisou que é hora de dormir? Um sorriso sarcástica se formou em seus finos lábios, os olhos verdes rol
Passaram-se semanas e mais semanas. A cada dia eu e Sebastian parecíamos mais distantes. Ele passava dias fora, então me acostumei com sua ausência, por mais que meu coração apertasse toda vez que o via durante as refeições, eram os poucos momento juntos. Às vezes ele abria a boca para dizer algo, mas fraquejava e permanecia em silêncio. Percebia seus olhares, eu também o olhava e queria que aquele distanciamento tivesse fim, mas as coisas não eram simples assim. Nada era simples para mim.Depois que a Lola foi embora ele trouxe mais algumas garotas, elas me olhavam como se eu fosse a intrusa. Às podia ouvir gargalhando enquanto se divertiam com ele. Doía, mas de certo modo, me tornou mais forte.Pelo menos, agora eu tinha mais controle sobre a casa, andava pra onde quisesse e até opinava nas cores novas que o carpete deveria ter. Não era nada para me orgulhar, mas era o máximo para mim.Nessa semana, ele estava fora, Marília havia dito que hoje seria o dia da sua chegada. Esses dias
Olhei meu reflexo no espelho, por sorte não estava descabelada.Sebastian continuou na mesma posição, com o cotovelo apoiado na cadeira, incrédulo. Senti vontade de ir até lá e me desfazer em seus braços, mas aquele mesmo rostinho de decepção me fez chorar por meses.— Vamos?— Uau. — Exclamou.Ele arqueia as sobrancelhas ligeiramente.Caminho em direção a porta, as sobrancelhas dele se juntam.— Vamos? — Repito.— Não vai colocar uma calcinha? — Perguntou quase retoricamente.— Marcaria no vestido e sinceramente acredito que não preciso.Vejo as narinas dele se exaltarem.Segurei o riso.— Jade...— Sebastian.— Coloca logo, vai ser melhor. — Apontou em direção a minha gaveta.Viro as costas para ele.Ouço algo sendo quebrado no quarto, mas continuo andando.Sebastian seguiu o caminho inteiro bufando feito uma criança, eu segurava o riso virando o rosto para o outro lado. Jamais pensei que uma simples calcinha fosse tirá-lo tanto do sério, e estava adorando ver suas veias latejando n