Sebastian sumiu o resto do dia, como de costume. Jantei sozinha, o barulho da colher batendo no prato de sopa já estava irritando meus ouvidos, apesar de estar sempre sozinha confesso que sinto falta de qualquer tipo de barulho.Aprontei-me para dormir, mas não consegui, os pensamentos ainda faziam festa na minha cabeça, enquanto minha ansiedade gritava no peito.Olhei para o teto, aquele quarto vermelho parecia abafar minha respiração.Senti agulhadas na cabeça quando ouvi o barulho de algo caindo no chão do lado de fora, parecia ter sido um vaso, depois a porta foi aberta, a luz que emanava de fora desenhava perfeitamente o corpo do Sebastian que estava com um punho cerrado e no outro havia uma garrafa de bebida.Sentei-me na cama, assustada.Ele fechou a porta atrás de si com o pé, virou a garrafa nos lábios com amargura.— Caralho de bebida barata! — Jogou a garrafa no chão que se desfez em milhares de pedacinhos.Puxei o lençol a altura do pescoço.— Eu odeio vodca. — Resmungou.
Saio do banheiro, vou para o quarto procurando alguma roupa que não fosse esse maldito pijama branco. Ouço suas pegadas atrás de mim.— Esperava o quê? Eu não sou um homem bom, Jade.Freio bruscamente e levanto a cabeça na direção dele.— Sei disso, porém nunca é fácil saber que está sendo usada! — Levo a costa da mão até os olhos, enxugando as gotículas de lágrimas que se formaram. — Sou uma idiota por nunca me acostumar com isso.Ele suspira impaciente.— Só espero mesmo que tudo isso acabe, que você pelo menos cumpra com o que prometeu. — Minha voz saiu abafada.— Honro minhas promessas.Solto uma gargalhada estérica.— Pelo menos isso, mas enganar as pessoas é seu ponto forte. Isso vai ser quando seu pai morrer ou você matar todo mundo?Sebastian parecia não reagir, não estava bravo nem triste, seu rosto não esbanjava reação alguma. A regata branca ainda estava suja e o cabelo mais bagunçado que nunca, mas mesmo assim, no meio daquele caos, ele parecia calmo e infeliz.— Assim que
Sebastian não saiu de perto de mim como imaginei, ele permanecia lá olhando para o teto branco sem qualquer palavra a dizer.Segurei a enxurrada de perguntas que se formaram na minha garganta, não queria estragar aquele momento de forma alguma, mal me importei se estava completamente nua ao seu lado.Deito de barriga para baixo com os olhos virados para ele, observando seu rosto e a maneira rítmica que o mesmo passou a piscar. — O que está pensando? — Ele pergunta. — Tantas coisas, se for dizer tudo vamos ficar o dia inteiro aqui. Ele sorrir mostrando os caninos. — Não me importaria, contanto que fosse enquanto você geme. As palavras se perderam na minha boca, senti minhas bochechas formigarem. Sebastian percebeu e me puxou para seus braços. — Não fique tímida, é muito tarde para retroceder. — Disse antes de depositar um beijo na minha têmpora. Os olhos azuis-escuros dele foram de encontro com os meus, podia ver seu desejo formando novamente por baixo do lençol. — Cante para m
Demorei alguns dias para não querer chorar sempre que lembrava da Gisele. Sebastian teve um papel importante nesse momento, por algum motivo ele parecia não querer me ver triste, apesar de tudo, agora ele me fazia sorrir, mesmo quando estava calado, me olhava como se fosse importante, principalmente quando estava desfrutando de mim em minha cama. Olhei para ele enquanto abotoava os botões da camisa, de costas para mim, nas últimas semanas ele esteve mais dentro de mim do que fora da mansão. Fizemos sexo em quase todas os lugares, às vezes até no jardim durante o dia, deixando os empregados envergonhados, mas quando eu estava com ele parecia que toda a minha vergonha sumiu. Sebastian mostrava o pior de mim. Engatinho até a borda da cama, me posicionado atrás dele. — Você poderia ficar mais um pouco. —
Viviane engasgou com o vinho seco.Segurei o riso com as bochechas coradas. — Vamos prestar atenção no leilão. — Uma mulher fala. Após algum tempo Sebastian me explicou ser um leilão de artigos de luxo e que todo o dinheiro arrecadado iria para um hospital de câncer em países pobres.O primeiro objeto a ser leiloado foi um jarro com detalhes em turquesa, Vivian disputou contra uma mulher da outra mesa pelo tal vaso. Eliminaram todos até ser apenas elas, após uma incansável batalha de plaquinhas o valor era tão alto que chegava a ser estúpido, mas Viviane venceu a disputa. — Vendido a senhora Viviane. — O apresentador informa. Todos aplaudem, pelo menos era por uma boa causa. — O próximo item da nossa lista será um belo colar de esmeraldas. Uma caixa foi aberta, o colar encantou a todos, era uma corrente de prata com um pingente grande de coração em esmeraldas.Meus lábios abriram-se sozinhos. — Combina com seus olhos. — Sebastian cochichou. — Este valioso artefato foi de uma duq
Chegamos em casa, a maioria das luzes da mansão estavam apagadas.Sebastian estacionou o carro, os seguranças abriram a porta para entrarmos em casa.Assim que a porta fechou, ele me empurrou, colidi minhas costas com a porta sem entender o que estava acontecendo.Ele me beijou com desejo, pressionando seu quadril contra o meu, mostrando que a noite não acabaria ali.A mão dele foi para dentro do bolso da calça, de lá tirou uma caixa de veludo, assim que abriu percebi que ela o colar.Meus olhos brilharam.Ele colocou no meu pescoço e olhou para mim. — Realmente combina com seus olhos. — Afirmou ele. Voltamos a nos beijar. — Vamos para o quarto, não quero que os empregados vejam... Ele revirou os olhos sorrindo, então subimos as escadas, porém, ao invés de irmos para ao lado direito — onde ficava meu quarto —, fomos para o esquerdo.Sebastian me puxou pelos corredores até chegamos em frente a uma porta, assim que ele abriu avistei uma cama enorme com lençóis pretos, me dei conta d
Passei o resto do dia no quarto, revirando os livros e rabiscando revistas. Fazia tempo que não ficava o dia inteiro aqui, geralmente jogava damas com Marília ou ficava no jardim, mas assim como meu humor o clima estava fechado.Debrucei-me na janela, soltando um suspiro aprisionado.Tristeza tomou conta do meu coração, já esqueci como é doloroso.Marília adentrou o quarto com a mesma postura de sempre.— Senhora, o jantar está servido.— Não estou com fome, obrigada.Ouço ela suspirar.— Aconteceu algo? — Pergunto sentando na borda cama.Deito minha cabeça em meus braços olhando para ela.— Sebastian. — Marília permanece com os ombros erguidos, como se já esperasse por isso. — Ele ainda contínua com aqueles planos. Por favor, não diga que me avisou.Ela abriu a boca para dizer algo, porém não o fez.— Realmente tinha expectativas de que seríamos um casal de verdade, foi tudo uma mera ilusão. — Pisco para não deixar as lágrimas caírem. — Ele queria apenas meu corpo. Justo quando lhe d
Marília me ajudou a pintar o quarto, apesar dela querer chamar uma equipe para fazer isso, não aceitei, pois, tinha tempo de sobra.Pintamos o quarto inteiro de uma cor pêssego, era fraquinho, mas incrivelmente conseguiu cobrir todo aquele vermelho sangue.Foi divertido ver Marília movimentando o rolo, tive que ensiná-la, já que costumava ajudar Ethan com as reformas na boate. No fim da tarde, os raios de sol entraram pela janela fazendo um belo contraste no quarto inteiro.Marília pediu limonadas para tomarmos enquanto apreciamos nosso trabalho.Sentei no chão, com o sol batendo no rosto, sentindo meu coração voltar a doer lentamente. — Fizemos um ótimo trabalho. — Disse Marília. Assenti, sorrindo.Ela suspirou e levantou da cama, então sentou no chão ao meu lado, reclamando dos joelhos já gastos.Olhei para ela agradecida, nunca imaginei que estaríamos juntas dessa forma. — Tem visto ele? — Pergunto. Ela balançou a cabeça.Fazia dias o Sebastian não aparecia, já estava acostuma