Rush Meu irmão e a Vanessa. Era a única que eu conseguia pensar no momento.Como isso aconteceu? Isso é loucura, o Dimitri vai nos matar.— Senhor? — a Wanessa falou. Eu estava tão perdido em meus pensamentos que não vi ela entrar. — O que foi, Wanessa? — Abaixei a cabeça para os papéis na minha mesa. Eu estava tão irritado, que nem conseguia olhar para ela.— Eu trouxe as correspondências. E chegou um envelope para o senhor, um entregador trouxe pessoalmente. — Ela colocou as cartas à mesa, junto com um envelope preto. — Um envelope preto?— Sim, senhor.— Que estranho.Analisei. Não tinha remetente, apenas o envelope, mas parecia papel dentro. Comecei a abrir, mas a Wanessa continuou ali parada na minha frente.— O que foi agora, Wanessa? Por que está aí parada?— Senhor, o que aconteceu na sala do seu irmão...— Vanessa, eu não tenho nada a ver com sua vida privada. Só quero que saiba, que meu irmão é um canalha e quanto a bomba explodir, ele não vai ficar ao seu lado.— A bom
Rush Você não sabia, não é? O que sua esposa está fazendo todas as tardes. A dúvida pairava sobre mim, a mensagem, as fotos, aquele desgraçado ligando.Ela sabia o quando eu odiava aquele desgraçado e ainda assim o fez. Ainda assim, ela se encontrou com ele às escondidas.Era por isso que ela estava chegando tarde, ficando nervosa e se esgueirando por aí. Ela estava se encontrando com ele, isso para não dizer o pior.— Senhor? — O Mike me chamou atenção. Eu estava no carro, no estacionamento da minha casa. E nem sabia se eu poderia encarar isso, se poderia encarar ela. Eu estremeci e meu corpo foi tomado pelo ódio. Tentei afugentar o sentimento e lembrar da promessa que fiz a Harlow de controlar meu temperamento e confiar nela. Mas nada do que ela pudesse me dizer agora, iria justificar o fato dela estar se encontrando às escondidas com aquele professor maníaco. A minha promessa não valia de nada. Respirei fundo e saí do carro, estava uma bagunça completa, cabelo e roupas. Quando
HarlowEstava variando entre o sono profundo e momentos de lucidez. Olhei para o teto, era diferente do teto do meu quarto, o cheiro também era diferente. Tentei me levantar, mas a minha cabeça doía demais. Meu rosto parece que levou um soco.Porra, sim. O professor me deu um tapa.Meu Deus, o Rush… ele…Minha visão começou a ficar embaçada em lágrimas novamente. — Ele continua chorando, Stefan. Vamos ter que levá-la ao hospital. — É a voz da mãe do Rush. — E como vamos justificar o hematoma no rosto dela que seu filho provocou? Ele vai ser preso e desta vez não vai sair mais. Se bem que ele merece. Estou torcendo para ela dar queixa quando acordar.— Pare de acusar nosso filho. Eu já disse que não foi ele. O Rush não é capaz disso. Ela deve ter caído.— O Rush… — sussurrei, tentando me sentar na cama. Eu nunca imaginei que quando a adrenalina passasse, eu iria me sentir tão destruída.— Ela acordou — A dona Victoria se sentou ao pé da cama, me ajudando a levantar. — Vamos Stefan,
Rush Eu não deveria ter deixado ela ir, não assim. Esse não era o meu plano inicial, mas ela se foi e eu não poderia correr atrás de uma mulher que me traiu. Eu nunca iria conseguir perdoá-la.Fui até o carro e peguei as malditas fotos novamente. Me sentando na sala com uma garrafa de uísque, eu analisei uma por uma. Dias diferentes, roupas diferentes. Isso estava acontecendo há muito tempo, bem no meu nariz. Mas uma coisa me chamou atenção: a caligrafia no bilhete. Eu não pensei nisso antes, mas agora veio a minha mente. Preciso mandar para alguém analisar.Tomei um gole direto da garrafa e joguei o corpo para trás no sofá. Vi uma sombra rechonchuda entrando na sala pelo visor da televisão.— O que você quer Lucy? Ela andou rápido até mim, parando na minha frente de braços cruzados no peito.— Vai embora. Eu não quero conversar.— Você não me ouvir. Seja o que você fez, você vai levantar desse sofá e vai atrás dela.— Eu atrás dela? Daquela traidora? — Não fale assim. A Harlow te
Harlow Dois risquinhos. Era minha vida sendo mudada totalmente por dois risquinhos em uma fita.— Já que sabemos que você está grávida e não vemos nenhum sinal de sangramento, recomendo que você vá amanhã até o hospital. Vamos fazer os exames necessários e tentar ver como anda essa gestação. Tem noção de quanto tempo está? — Eu não faço ideia. Eu nem sabia, só suspeitei ontem.— Tudo bem, vamos só fazer os exames, está bem? E se você for a delegacia, podemos cuidar disso também. Os hematomas serviram como provas. — Tudo bem.Eu precisava fazer isso, eu precisava denunciar aquele canalha desgraçado.Quando o médico saiu, a dona Victoria me esmagou em seus braços. Eu gemi com um pouco de dor.— Desculpa, querida, mas eu vou ser avó. Um neto. Isso é incrível. O Rush vai pular de alegria. — Sua felicidade se foi, quando ela notou meu desânimo. — Desculpe, eu não pensei. Mas querida, você vai contar para o Rush, não vai?Vou? Ele vai acreditar? Eu não vou aguentar o Rush dizer na minha
Harlow Eu nunca imaginei que o termo coração partido pudesse ser tão literal. O meu peito doía de verdade, como se meu coração realmente estivesse sendo partido ao meio.Eu não conseguia parar de chorar por mais que me esforçasse e só me levantei porque eu precisava ser forte pelo bebê, e também precisava ir à delegacia. Aquele miserável do Professor Miller não pode sair impune desse ataque.Quando contei para meus sogros o que aconteceu, eles ficaram horrorizados, mas o Sr. King reagiu de um jeito um tanto diferente quando falei o nome do professor. Ele ficou nervoso, o que não era habitual dele, e perguntou o nome do professor mais uma vez.Eu não gostava de segredos, mas parecia que minha vida estava rodeada deles. Eles me acompanharam até a delegacia. O Sr. King contratou um advogado para entrar comigo na sala do delegado, sinceramente eu não acho que era necessário, mas não quis debater. O advogado me instruiu sobre o que dizer e eu contei tudo em detalhes para o delegado. Fui
RushUMA SEMANA DEPOISEu me sinto quase morto.A cada dia que passa eu sinto que algo em mim morreu. O meu fígado com certeza já era. Eu não me lembro de um minuto que estive totalmente lúcido, e quando estive, eu pensei nela, chafurdei na dor e depois enchi a cara para esquecer.Eu bebi mais garrafas de uísque que um bêbado de rua e também cheiro como um. Achei que se os lençóis não fossem lavados, eles ainda cheirariam a ela e eu conseguiria dormir melhor. No começo até funcionou, mas depois comecei a acordar a noite em desespero buscando ela na cama e então os dias passaram e os lençóis começaram a pedir para serem trocados.Eu não estava exatamente tomando um banho por dia pelo menos, atualmente eu devo estar há três dias sem um banho. Não sei, os dias se passam diferentes quando você está bêbado pra caralho.Eu não trabalho há dias. Eu até tentei fazer isso de casa, mas porra, as letras e números deixam minha visão embaçada e não consigo me concentrar. Em todos esses anos, nem q
Romeu Eu não era um cara de me importar com muitas coisas. Eu era prático, ia direto ao ponto, mas depois de ver o meu irmão, porra, eu estava preocupado. Eu precisava tentar ajudá-lo, afinal, ele era meu único irmão.Ele se colocou nessa merda. Ele amava a Harlow, mas era teimoso igual uma mula. Ou melhor, teimoso igual ao nosso pai. Quando cheguei em casa, a mamãe estava no pé da escada que dava para o andar de cima. Ela andava de um lado para o outro, pisando com seu salto no chão de mármore. — Romeu — Ela veio até mim ofegante. Ela quem me mandou ir até o meu irmão. — Como ele está?— Péssimo. Parecendo um homem das cavernas, barbudo, magro e fedorento. O quarto está quebrado, mas a Lucy disse que ele não deixa limpar. E tem bem umas dez garrafas de uísque vazias pelo chão, o que significa que ele está bebendo a ponto de ter um coma alcoólico.— Meu Deus — minha mãe leva a mão à boca. — Eu preciso ir lá. — Não, mãe. Ele precisa ficar sozinho e aguentar o peso das merdas dele.